Hoje finalizamos a parte sobre Arte dentro do capítulo II - "Sentimento" do livro O Consolador.
Escolhemos esse tema devido ao Sarau que ocorreu neste mês na Casa de Auta de Souza, no entanto, Emmanuel nos traz nesta obra, maravilhosos esclarecimentos sobre diversos outros temas.
Leiam!!! Estudem!
170 –Com tantas qualidades superiores para o bem, pode o artista de gênio
transformar-se em instrumento do mal?
O homem genial é como a inteligência que houvesse atingido as mais perfeitas
condições de técnica realizadora; essa aquisição, porém, não o exime da
necessidade de progredir moralmente, iluminando a fonte do coração.
Em vista de numerosas organizações geniais, não haverem alcançado a
culminância de sentimento é que temos contemplado, muitas vezes, no mundo,
os talentos mais nobres encarcerados em tremendas obsessões, ou anulados
em desvios dolorosos, porquanto, acima de todas as conquistas propriamente
materiais, a criatura deve colocar a fé, como o eterno ideal divino.
171 –De modo geral, todos os homens terão de buscar os valores artísticos para a
personalidade?
Sim; através de suas vidas numerosas a alma humana buscará a aquisição
desses patrimônios, porquanto é justo que as criaturas terrenas possam levar
da sua escola de provações e de burilamento, que é o planeta, todas as
experiências e valores, suscetíveis de serem encontrados nas lutas da esfera
material.
172 –Existem, de fato, uma arte antiga e uma arte moderna?
A arte envolve com os homens e, representando a contemplação espiritual de
quantos a exteriorizam, será sempre a manifestação da beleza eterna,
condicionada ao tempo e ao meio de seus expositores.
A arte, pois, será sempre uma só, na sua riqueza de motivos, dentro da
espiritualidade infinita.
Ponderemos, contudo, que, se existe hoje grande número de talentos com a
preocupação excessiva de originalidade, dando curso às expressões mais
extravagantes de primitivismo, esses são os cortejadores irrequietos da glória
mundana que, mais distanciados da arte legítima, nada mais conseguem que
refletir a perturbação dos tempos que passam, apoiando o domínio transitório
da futilidade e da força. Eles, porém. Passarão como passam todas as situações
incertas de um cataclismo, como zangões da sagrada colméia da beleza divina,
que, em vez de espiritualizarem a Natureza, buscam deprimi-la com as suas
concepções extravagantes e doentias.
“O CONSOLADOR” – Espírito: EMMANUEL – Médium: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER