23/11/2020

 Olá amigos!

Ouçam agora o estudo do livro Médiuns e Mediunidades

Capítulo XVII - Médiuns em desconcerto




Leitura inicial:

71

Em nosso trabalho  

“Porque  toda  casa  é  edificada  por  alguém, mas  o  que  edificou todas as coisas é Deus.”  

Paulo (Hebreus, 3:4)  

O Supremo Senhor criou  o Universo, entretanto, cada criatura organiza o  seu mundo particular. 

O Arquiteto Divino é o possuidor de todas as edificações, todavia, cada Espírito constrói a habitação que lhe é própria. 

O Doador dos Infinitos Bens espalha valores ilimitados na Criação, contudo, cada um de nós outros deverá criar valores que nos sejam inerentes à personalidade. 

A natureza maternal, rica de bênçãos, em toda parte constitui a representação do patrimônio imensurável do Poder Divino e, em todo lugar, onde exista alguém, aí palpita a vontade igualmente criadora do homem, que é o herdeiro  de Deus. 

Pai levanta fundamentos e estabelece leis. 

Os filhos contribuem na construção das obras e operam interferências. É compreensível, portanto, que empenhemos todo o cuidado  em nosso  esforço individualista, nas edificações do mundo, convictos de que responderemos pela nossa atuação pessoal, em todos os quadros da vida. 

Colaboremos no bem com o entusiasmo de quem reconhece a utilidade da própria ação, nos círculos do serviço, mas sem paixões destruidoras que nos amarrem às ilhas do isolacionismo. 

Apresentemos nosso trabalho ao Senhor, diariamente, e peçamos a Ele destrua as particularidades em desacordo com os seus propósitos soberanos e justos, rogando-­Lhe visão e entendimento. 

Seremos compelidos a formar o campo mental de nós mesmos, a erguer a casa de nossa elevação e a construir o santuário que nos seja próprio. 

No desdobramento desse serviço, porém, jamais nos esqueçamos de que todos os patrimônios da vida pertencem a Deus.

Fonte: Livro Vinha de Luz, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

Trecho do estudo:

Sem qualquer dúvida, conforme acentuou Allan Kardec, o egrégio codificador do Espiritismo, o maior adversário da mediunidade é a obsessão, e os seus antídotos eficazes são o conhecimento e a prática sadia da Doutrina incorporada ao cotidiano, conforme já nos referimos anteriormente. 

A obsessão, porém, somente ocorre porque o adversário espiritual encontra naquele a quem persegue os plugues de fixação perniciosa, procedentes de experiências pretéritas ou decorrentes da conduta incorreta na atualidade. 

Quanto às vicissitudes defluentes do passado, o homem dispõe da atual conjuntura corpórea para redimir-se, assinalando a existência com valores positivos que o capacitam para adquirir bênçãos, disciplinando-se e produzindo valorosamente em favor dos objetivos elevados da vida. 

Conscientizando-se do significado da sua reencarnação, nela investe todos os recursos morais e intelectuais a fim de aprimorar-se, limando as arestas que representam as viciações e defeitos que contribuíram para a sua queda na desdita. 

Dá-se conta de que, em cada momento bem utilizado, pode remover obstáculos que permanecem dificultando-lhe a marcha, ao mesmo tempo auxiliando as demais pessoas à sua volta, sejam aquelas que o crivam de aflições, ou aqueloutras que o impelem para o fracasso; ou, ainda, as que cooperam fraternalmente em favor do seu reequilíbrio, a todas oferecendo a luz da fé libertadora e o calor da amizade pura. 

Neste sentido, o da ascensão, a mediunidade se lhe apresenta como excelente instrumento de elevação pelos benefícios que pode proporcionar, já que tem como objetivo a demonstração da sobrevivência da alma, e, por consequência, é porta de ação caridosa, tendo-se em vista o crescente número de sofredores que pululam em toda parte.

Aqui, no entanto, reside o ponto de alta responsabilidade mediúnica, que reflete a conduta do intermediário. Conforme seja esta, apresentar-se-á aquela. 

A Lei de Afinidades e de Semelhanças funciona com automatismo, atraindo para a órbita da ação do medianeiro os Espíritos que lhe são equivalentes em propósitos e aspirações, comportamentos e interesses. 

Verdadeiros fantasmas, todavia, rondam o médium, em forma de companhias que, por sua invigilância, terminam por dominá-lo, levando a mediunidade a lamentáveis desconcertos. 

A presunção, que se deriva do orgulho, é um dos inimigos mais vigorosos, por sugerir ao médium certa invulnerabilidade às forças negativas, tornando-o, desde então, vítima da burla e das mistificações dos Espíritos ociosos e perversos.

Além dessa imperfeição, a conduta reprochável envolve-o em vibrações vis que o intoxicam, desarticulando os delicados mecanismos psíquicos encarregados dos registros superiores, sintonizados conforme então se encontram com as faixas mais grosseiras da esfera inferior. 

O complexo mecanismo da mediunidade exige um tratamento cuidadoso que o sensitivo deve administrar com zelo e carinho especiais, de forma a estar em harmonia constante, porquanto a função mediúnica é permanente, não se restringindo a espaços adrede estabelecidos. 

A vida mental enriquecida de imagens otimistas e de ressonâncias superiores, que se derivam da oração e da vivência saudável, funciona como lubrificante oportuno e indispensável na aparelhagem sensível e muito sofisticada da sua paranormalidade.

O ácido da revolta cultivada, a ferrugem do constante mau humor, o salitre da ambição e os venenos emanados pela exorbitância das paixões servis tornam-se corrosão nos implementos que constituem os equipamentos nobres, que se destinam a fins libertadores. 

Em face do mau uso, quando se apresentam os desconcertos mediúnicos, sejam por indução obsessiva ou decorram da indisciplina moral do intermediário, a marcha na direção do abismo é lamentável e quase sempre irreversível. 

Médiuns, pois, que vivem em situações psíquicas de altibaixos, no exercício do ministério a que se aprestam, destrambelham a faculdade abençoada que deveriam dignificar, porque, sem exceção, pediram-na antes do renascimento por saberem que o seu uso correto lhes concederia a palma da vitória, num retorno à Pátria em paz, o que, em face da leviandade e da loucura de que se deixam possuir, não se dará, impondo-lhes futuras experiências no corpo sob o açodar de dores inomináveis, que agora poderiam evitar.



21/11/2020

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Dimensões da Verdade - Capítulo 10 - Auxílio Agora




Leitura inicial:

128

 É porque ignoram 

 “E isto vos farão, porque não conhecem ao Pai nem a mim.”  Jesus. (João, 16:3)  

Dolorosas perplexidades não raro assaltam os discípulos, inspirando-­lhes interrogações. 

Por que a desarmonia, em torno do esforço fraterno?

A jornada do bem encontra barreiras sombrias. 

Tenta-­se o estabelecimento da luz, mas a treva penetra as estradas. 

Formulam-­se projetos simples para a caridade que a má­-fé procura perturbar ao primeiro impulso de realização. 

Quase sempre, a demonstração destrutiva parte de homens assinalados pela posição de evidência, indicados pela força das circunstâncias para exercer a função  de orientadores do pensamento  geral. 

São esses que, na maioria das ocasiões, se arvoram em expositores de imposições e exigências descabidas. 

O aprendiz sincero de Jesus, todavia, não deve perder tempo  com interrogações e ansiedades que se não justificam. 

O Mestre Divino esclareceu esse grande problema por antecipação. 

A ignorância é a fonte comum do desequilíbrio. 

E se esse ou aquele grupo  de criaturas busca impedir as manifestações do bem, é que desconhece, por  enquanto, as bênçãos do Céu. 

Nada mais que isto. 

É necessário, pois, esquecer as sombras que ainda dominam a maior parte dos setores terrestres, vivendo cada discípulo na luz que palpita no serviço do  Senhor.

Fonte: Livro Pão Nosso, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel


Trecho do estudo:

Viste muitos deles, possivelmente, enquanto se encontravam mergulhados nas roupagens carnais, experimentando rudes provas, e não os distinguiste com uma palavra sequer de misericórdia.

Agora te apiadas e sofres por eles.

Encontraste-os nos dias que se foram, perdidos na névoa das paixões, em sofrimentos atrozes; no entanto, receaste falar com eles a respeito da vida verdadeira.

Hoje, dominado por forte compaixão, exoras ao Senhor em favor deles. 

Defrontaste-os, enquanto se demoravam no corpo denso, carregados de aflições; todavia, temeste que eles não te respeitassem os ideais, desconsiderando as tuas intenções. 

Atualmente solicitas auxílio aos Numes Tutelares para que eles se recuperem e tenham paz.

Transitavam lado a lado contigo no caminho humano, dominado pela ignorância, mas pensaste que não te competia despertá-los do sono quimérico no qual vitalizavam ilusões. 

Neste momento compreendes quanto eles sofrem, e oras, emocionado, guardando a certeza de que a tua vibração os atingirá.

O que puderes fazer por eles, os nossos irmãos desencarnados em sofrimento, faze-o. 

Unge-te de contrição e amor e derrama do cálice dos teus sentimentos as vibrações puras que, em os alcançando, abrandarão as suas ansiedades, lenirão suas feridas, diminuirão suas dores... 

Oferece ao intercâmbio socorrista as tuas possibilidades medianímicas a fim de que sejam assistidos e medicados. 

Ora por eles. 

Pensa neles com carinho, considerando também o imperativo do teu retorno ao Mundo Espiritual onde agora se encontram.

*

Não te esqueças, porém, daqueles que estão na Terra reencarnados com necessidades imperiosas.

Uns renteiam contigo no lar, como verdugos da tua paz, obrigando-te a silêncios e renúncias em prol da harmonia doméstica. 

Outros se encontram na oficina de trabalho como chefes ou subalternos, exigindo-te valiosos atestados de humildade. 

Alguns estão ao lado dos teus amores, tratando-te com escárnio e zombaria, ferindo com estiletes de bem planejada impiedade os teus sentimentos nobres. 

Diversos atropelam-te nas ruas, insidiosos e perturbados, malsinando tuas horas. 

Vários distendem as mãos na tua direção, mendigando piedade... 

Pensa nestes, os irmãos da caminhada física, necessitados do pão do teu exemplo e da lâmpada acesa da tua paciência.

Oferece-lhes a mensagem de esperança e alento com que a fé espírita te sustenta, com abnegação e sincero desejo de que sejam felizes, mesmo que eles não desejem seguir contigo nas linhas renovadoras por onde rumas. 

Considera que necessitam de alguém que os ame no estado em que se encontram... 

São nossos irmãos de retaguarda, que tiveram horas de amargura por culpa nossa e que o Senhor consentiu recomeçassem a experiência evolutiva ao nosso lado, a benefício nosso e em favor deles próprios. 

Não esperes que desencarnem para que os ames ou ores por eles. 

Ajuda-os desde já. Possivelmente não te compreenderão nem deves esperar que te compreendam.

Aprendes, nas experiências socorristas mediante o concurso da mediunidade, que os náufragos de hoje no Além-Túmulo já se encontravam perdidos desde antes de seguirem... 

*

É verdade que Jesus atendeu os perseguidores do homem de Gadara com amor e severidade; socorreu, benigno, os obsessores do jovem epiléptico e, quanto possível, alongou Sua mensagem aos atormentados que a morte colheu. Todavia, o Seu ministério de amor entre as criaturas da Terra foi exercido principalmente para aqueles considerados irmãos difíceis que terminaram por crucificá-lO, instigados embora por verdugos do Mundo Espiritual. No entanto, mesmo na Cruz, foi para esses, os perseguidores e difíceis, que Ele ofereceu a Sua mensagem de perdão como a ensinar-nos que as tarefas de redenção e amor começam hoje e agora em nós e em torno de nós, no lar e em toda parte, ampliando-as até aqueles que partiram sem que saibamos onde e quando terminarão, porque espera Ele nos transformemos em “cartas vivas” do Seu Evangelho Redentor.





07/11/2020

 Olá! 

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Capítulo XVI - Obsessão na Mediunidade




Leitura Inicial:

A palavra do Senhor está sempre estruturada em luminosa beleza que não  podemos perder de vista. 

No capítulo da esmola, a recomendação do Mestre, dentro da narrativa de Lucas, merece apontamentos especiais. 

"Dai antes esmola do que tiverdes."  Dar o que temos é diferente de dar o que detemos, A caridade é sublime em todos os aspectos sob os quais se nos revele e em circunstância alguma devemos esquecer a abnegação admirável daqueles que distribuem pão e agasalho, remédio e socorro para o corpo, aprendendo a solidariedade e ensinando-­a. 

É justo, porém, salientar que a fortuna ou  a autoridade são bens que detemos provisoriamente na marcha comum e que, nos fundamentos substanciais da vida, não nos pertencem. 

O Dono de todo o poder e de toda a riqueza no Universo é Deus, nosso  Criador e Pai, que empresta recursos aos homens, segundo os méritos ou  as necessidades de cada um. 

Não olvidemos, assim, as doações de nossa esfera íntima e perguntemos a nós mesmos:

Que temos de nós próprios para dar? 

Que espécie de emoção estamos comunicando aos outros? 

Que reações provocamos no próximo? 

Que distribuímos com os nossos companheiros de luta diária? 

Qual é o estoque de nossos sentimentos? 

Que tipo de vibrações espalhamos? 

Para difundir a bondade, ninguém precisa cultivar riso estridente ou sorrisos baratos, mas, para não darmos pedras de indiferença aos corações famintos de pão  da fraternidade, é indispensável amealhar  em nosso espírito as reservas da boa compreensão, emitindo o  tesouro de amizade e entendimento que o  Mestre nos confiou em serviço ao bem de quantos nos rodeiam, perto ou longe. 

É sempre reduzida a caridade que alimenta o estômago, mas que não  esquece a ofensa, que não se dispõe a servir diretamente ou que não acende luz para a ignorância. 

O aviso do Instrutor Divino nas anotações de Lucas significa: — daí esmola de vossa vida íntima, ajudai por vós mesmos, espalhai alegria e bom ânimo, oportunidade de crescimento e elevação com os vossos semelhantes, sede irmãos dedicados ao próximo, porque, em verdade, o amor que se irradia em bênçãos de felicidade e trabalho, paz e confiança, é sempre a dádiva maior de todas.

Trecho do estudo:

Escolho à educação e ao exercício da mediunidade, mediunidade, a obsessão é vérmina a corroer o organismo emocional e físico da criatura humana. 

Somente ocorre a parasitose obsessiva quando existe o devedor que se lhe torna maleável, na área da consciência culpada, que sente necessidade de recuperação. 

Conservando a matriz da inferioridade moral no cerne do ser, o Espírito devedor faculta a vinculação psíquica da sua antiga vítima, que se lhe torna, então, cruel cobrador, passando à posição de verdugo alucinado. 

Estabelecida a sintonia, o vingador ensandecido passa a administrar, por usurpação, as energias que absorve e lhe sustentam o campo vibratório no qual se movimenta. 

A obsessão é obstáculo à correta educação da mediunidade e ao seu exercício edificante, em face da instabilidade e insegurança de que se faz portadora.

A síndrome obsessiva, no entanto, revela a presença da faculdade mediúnica naquele que sofre o constrangimento espiritual dos maus Espíritos, pois estes somente a exercem como expressão da ignorância e loucura de que se fazem objeto, infelizes que também o são nos propósitos que alimentam e nas ações que executam. 

A desorientação mediúnica, em razão de uma prática irregular, faculta obsessões por fascinação e subjugação em longo prazo, de recuperação difícil, quando não irreversível...

Nesse sentido, a parasitose obsessiva pode, após demorado curso, dar lugar à distonia nervosa, o que facilita a instalação da loucura em suas variadas manifestações. 

No princípio, a obsessão pode ser confundida com alguma dessas manifestações psicopatológicas, tais a neurose, a psicose, e, às vezes, a esquizofrenia...

É necessário muito cuidado para uma diagnose exata nessa área, pois que a fronteira entre uma dessas perturbações mentais e a interferência espiritual deletéria é muito sutil. Não é, porém, a mediunidade que responde pela eclosão do fenômeno obsessivo. 

Aliás, por meio do cultivo correto das faculdades mediúnicas é que se dispõe de um dos antídotos eficazes para esse flagelo, porquanto por meio delas se manifestam os perseguidores desencarnados, que se desvelam e vêm esgrimir as falsas razões nas quais se apoiam, buscando justificar a insânia. 

Será, todavia, a transformação pessoal e moral do paciente que lhe concederá a recuperação da saúde mental, libertando-o do cobrador desnaturado. 

O processo de reequilíbrio, porém, é lento, exigindo altas doses de paciência e de amor por parte do enfermo, como daqueles que lhe compartilham a experiência afetiva, social, familiar. 

Sujeita a recidivas, como é compreensível, gera desconforto e desânimo, levando, desse modo, os que nela se encontram incursos, ao abandono da terapia refazente, à desistência da luta, entregando-se, sem qualquer resistência, e deixando-se consumir. 

Não se manifesta, entretanto, a alienação por obsessão exclusivamente no exercício da mediunidade, sendo comum a sua ocorrência em pessoas totalmente desinformadas e desconhecedoras dos mecanismos da sensibilidade psíquica... Iniciando-se o processo com sutileza ou irrompendo com violência, torna-se o indivíduo, depois de corrigida a desarmonia, portador de faculdades mediúnicas que jaziam em latência, graças às quais aquela se pôde manifestar.

Seja, porém, qual for o processo por meio de cujo mecanismo se apresente, a obsessão resulta da identificação moral de litigantes que se encontram na mesma faixa vibratória, necessitados de reeducação, amor e elevação. 

A mediunidade constitui abençoado meio para evitar, corrigir e sanar os processos obsessivos, quando exercida religiosamente, isto é, com unção, com espírito de caridade, voltada para a edificação do “Reino de Deus” nas mentes e nos corações. 

Nenhum médium, todavia, ou melhor dizendo, pessoa alguma está indene a padecer de agressões obsessivas, cabendo a todos a manutenção dos hábitos salutares, da vigilância moral e da oração mediante as ações enobrecidas, graças aos quais se adquirem resistências e defesas para o enfrentamento com as mentes doentias e perversas que pululam na erraticidade inferior e se opõem ao progresso do homem, portanto, da Humanidade.

Esse comércio psíquico pernicioso, o da obsessão, é muito mais expressivo entre os homens e os Espíritos desencarnados doentes do que se supõe, merecendo o estudo e a atenção daqueles que se interessam por equacionar os graves problemas que perturbam a economia emocional e moral da sociedade. 

A obsessão, no exercício da mediunidade, é alerta que não pode ser desconhecido, constituindo chamamento à responsabilidade e ao dever. 

Mesmo Jesus, o Médium Superior e Irretocável, viu-se a braços com obsessores, obsidiados e tentações promovidas por mentes perversas do Além-túmulo, para os quais a Sua foi sempre a atitude de amor, energia e caridade, encaminhando-os ao Pai, de Quem procedem todas as mercês e dádivas.



Olá amigos!

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Capítulo 9  - Cansaço




Leitura inicial:

Confiando Sempre 

Peçamos ao Senhor que nos sustente as forças na desincumbência dos compromissos assumidos e que prossigamos adiante no campo de nossas abençoadas lutas, com a certeza de que o Divino Benfeitor jamais nos abandona.

Fonte : Livro Migalha, Francisco Cândido Xavier , pelo Espírito Emmanuel

Trecho do estudo:

Estás fatigado. O cansaço, qual fluido deletério, vence tuas resistências, assenhoreando-se do aparelho físico e mental que acionas com dificuldade. Tantas têm sido as aflições, as lutas que, desencorajado, te entregas à indiferença quanto ao futuro sob tormentos que te dominaram a capacidade de lutar. Tens a impressão de que o entusiasmo calou a voz da sua emoção no teu sentimento encarcerado na dor, e sentes o coração como se fosse um diamante bruto a esfacelar-se dentro do peito, golpeado por vigorosas tenazes que o despedaçam... 

Tudo se te afigura sombrio e a luz, que se emboscava na gota d’água aprisionada diante dos teus olhos, agora a vês transformada em lama, no pó, qual a tua antemanhã de sonhos convertida em noite tempestuosa de pavor. 

Lutaste, é certo. 

Reuniste as energias, qual comandante afervorado a batalhas violentas, colocando-as em defensivas até a exaustão. Mas tantas foram as agressões e tão continuado o cerco que desejarias bater em retirada, deixando livre o campo para que se multiplicassem os maus. 

No íntimo conservas um travo de fel que o sofrimento deixou e como miasma em crescimento sentes o espírito envenenado, com a amargura em todas as horas. 

Uns companheiros fitam teu sorriso e creem que o caráter não é um dos teus dotes mais representativos. 

Outros contemplam tua tristeza e comentam que é débil a tua fé. 

Alguns falam contigo e identificam expressões que deprimem teus sentimentos. 

Amigos discretamente afirmam que foste vencido por forças negativas do Mundo Espiritual. 

Confrades rigorosos negam-te o concurso da amizade deles.

Irmãos acendem a chama da idiossincrasia e separam aqueles que o teu esforço infatigável reuniu. 

Colaboradores fendem as bases do serviço que desdobras, abnegado, desejando amesquinhar-te.

Assim crês, assim vês, assim é... Porque estás cansado. 

*

 Quem observa dificuldades somente encontra obstáculos. Aquele que se prepara para um dia de calor tem pretexto para a canícula inexistente. Olhos acostumados aos detalhes negativos descobrem insignificâncias que enfeiam qualquer paisagem feliz. As estrelas que fulgem além da névoa são ignoradas por quantos se contentam com sombras. As mãos que preferem espinhos perdem a sensibilidade para as débeis violetas. No entanto, além do que registras, há beleza, harmonia, vida.

O veneno que o ofídio injeta e com o qual mata, o homem consegue transformar em medicamento salvador. A ofensa de que se utilizam os infelizes para ultrajar ajuda na ascensão aos que sabem transformar vinditas em bênçãos. A pedra que fere também adorna. O lodo pestilento devidamente atendido converte-se em perfume delicado na intimidade da flor. Transforma cansaço e tristeza em seiva de vida eterna. Renasceste, na Terra, para elaborar a felicidade própria e intransferível. Rogaste a dádiva do resgate com as moedas do testemunho e do silêncio. Esquece-te, desse modo, de ti mesmo e persevera.

Perdoa, enquanto podes. 

O perdão é luz que arremessas na direção da vida e que voltará à fonte donde procede. 

O conceito que os outros fazem a teu respeito vale o que valorizas. 

As dificuldades que te impõem obstaculam quanto supões. 

O sarcasmo e a perseguição representam o que consideras. 

A dor é o que se deseja que valha. 

Levanta o espírito e combate. 

Não deixes que os braços das sombras apaguem com mãos de trevas os painéis da tela das tuas aspirações. 

Aprofunda a mente na pesquisa da verdade e detém-te a examinar a história dos homens fortes. Não nasceram fortes: fortificaram-se na luta.

O vento enrija a fibra da sequoia e a tormenta lhe dá vigor. 

A chuva que chafurda o regato aumenta-lhe o volume d’água. 

Deixa-te conduzir pelos testemunhos naturais da experiência carnal e experimenta perseverar, insistir, continuar... 

A grandeza de Jesus afirmada no atroz sacrifício da cruz teve seu início na escolha de singelo berço para continuar nas aparentes mil nonadas da carpintaria humilde, dos contatos com as gentes simples e pouco esclarecidas, com os enfermos exigentes, os amigos ingratos, os legisladores e religiosos desonestos, para culminar na cobardia de alguns discípulos obsidiados com intermitências que O atraiçoaram, esquecendo o Seu amor para fugirem.

No entanto, uma vez única sequer deixou-se Ele vencer pelo cansaço e, por isso, não reclamou, não desistiu, não censurou, não se deteve a examinar o lado infeliz de ninguém, dedicando-se incansavelmente à construção do bem excelso em favor de todos, a todos amando e perdoando, apesar de tudo.