18/12/2021

 Olá amigos!

Segue nosso estudo da Tarde Fraterna

Construindo o mundo do amanhã


Leitura inicial:

72 

Não as palavras  

“Mas em breve irei ter convosco, se o Senhor quiser, e  então conhecerei, não as palavras dos que andam inchados, mas  a virtude.”  Paulo (I Coríntios, 4:19)  

Cristo e os seus cooperadores não virão ao encontro dos aprendizes para conhecerem as palavras dos que vivem na falsa concepção do destino, mas sim dos que se identificaram com o espírito imperecível da construção evangélica. É indubitável que o Senhor se interessará pelas obras; contudo, toda vez que nos reportamos a obras, geralmente os ouvintes somente se lembram das instituições materiais, visíveis no mundo, ricas ou singelas, simples ou suntuosas. Muita vez, as criaturas menos favorecidas de faculdades orgânicas, qual o  cego ou  o aleijado, acreditam-­se aniquiladas ou  inúteis, ante conceituação dessa natureza. É que, comumente, se esquece o homem das obras de santificação que lhe compete efetuar no próprio espírito. Raros entendem que é necessário  manobrar  pesados instrumentos da vontade a fim de conquistar terreno ao egoísmo; usar enxada de esforço pessoal para o estabelecimento definitivo da harmonia no coração. Poucos se recordam de que possuem idéias frágeis e pequeninas acerca do bem e que é imprescindível manter  recursos íntimos de proteção a esses germens para que frutifiquem mais tarde. É lógico que as palavras dos que não vivem inchados de personalismo serão  objeto das atenções do Mestre, em todos os tempos, mesmo porque o verbo é também força sagrada que esclarece e edifica. Urge, todavia, fugir aos abusos do  palavrório improdutivo que menospreza o tempo na “vaidade das vaidades”. Não olvides, pois, que, antes das obras externas de qualquer  natureza, sempre fáceis e transitórias, tens por fazer  a construção íntima da sabedoria e do  amor, muito difícil de ser realizada, na verdade, mas, por isto mesmo, sublimada e eterna.



Texto do Estudo:

Numa retrospectiva rápida, evocamos as grandes nações do passado, que antecederam ao tempo de Jesus, na Terra.

Recordamos da Índia abençoada pelo Ganges e os missionários que lhe insculpiram o nome na História, graças à inspiração do Alto e às suas consequentes revelações espirituais. Rememoramos a saga dos brâmanes e dos párias, das suas opulências e misérias, lutas e dores, e verificamos que ainda hoje a grandiosa pátria dos contrastes prossegue buscando o progresso e a paz, sob o clamor das massas que lhe padecem as injunções amargas de vária espécie.

Repassamos pela mente a China multimilenária e o seu povo guiado pelo pensamento de Fo-Hi, Lao-Tsé e Confúcio, bem como das suas tradições e as glórias das dinastias que a engrandeceram ou se deixaram submeter aos povos vizinhos ambiciosos, escravizando-a várias vezes.

Evocamos a Assíria e a Babilônia, a Pérsia e os Estados gregos que se celebrizaram pela beleza da filosofia, procurando interpretar os enigmas do Universo, dando lugar às suas lendas, às magníficas narrações sobre deuses e criaturas humanas, os inolvidáveis historiadores, tais Heródoto, Tucídides, Possidônio, os seus escritores ímpares como Homero, Polieno, Plotino, seus filósofos desde Anaxágoras, Sócrates, Platão, Aristóteles, escultores e artistas que atravessaram os milênios.

Destacamos Roma, desde o seu nascimento nos pântanos do Lácio, fosse no monte Palatino e no Quirinal. Não podemos olvidar os seus conquistadores, quais Júlio César e quantos outros; os seus imperadores Augusto, Tibério, Nero, Calígula, temerários e cruéis uns, nobres como Adriano e outros, que deixaram as suas marcas e assinalaram com eloquência o período em que viveram. Mas também seus filósofos Cícero, Adriano de Tiro, Asclepíades, Boécio, a sua herança helenista e os artistas, sua incomparável glória, decadência e destruição mais de uma vez…

Detemo-nos a reflexionar sobre Israel, o seu extraordinário conceito monoteísta, seus profetas, reis e escritores, a grandeza do Velho Testamento, os seus construtores e inspirados missionários que estabeleceram códigos de relevante significação, qual Moisés, Elias, e a nossa imaginação tenta relacionar a sua grandeza com as escravidões a que seu povo esteve submetido várias vezes…

Passa-nos pela mente a grandiosa Lídia, o seu rei poderoso, portador de fortuna incalculável, e a destruição de tudo na batalha em que Ciro a conquistou, reduzindo-a a escombros…

Impérios, aparentemente indestrutíveis, foram devorados pelo tempo e por conquistadores temerosos, hoje reduzidos à penúria e aos destroços que atraem turistas desinteressados no seu passado destino.

Nesse báratro histórico e assinalado pelas calamidades nasceu Jesus, o Rei singular, que mudou os conceitos vigentes, demonstrando a transitoriedade da existência física e a imortalidade do Espírito.

Com palavras jamais enunciadas, renovou o pensamento humano e demonstrou a grandeza do amor, fonte geradora e mantenedora de vida.

Mediante o Seu exemplo de simplicidade e ternura, de compaixão pelo próximo, lecionou a misericórdia e renovou a compreensão em torno dos deveres que a todos nos cabem durante a vilegiatura carnal.

A Sua mensagem, jamais ouvida igual, revolucionou os simples e oprimidos, os pobres e esquecidos, estimulando-os à vivência da solidariedade e do perdão, como normativas ditosas para alcançar-se a felicidade.

Utilizando-se de imagens muito modestas na forma e de conteúdo inigualável, compôs parábolas que sobreviveram a todas as fases do tempo, e mantêm a atualidade, transcorridos dois mil anos desde que enunciadas, como cantos poéticos na paisagem dos corações.

Jamais houve quem O igualasse na dimensão do sacrifício e da beleza viva que apresentou em breve tempo e modificou os rumos da Humanidade.

Seguindo-O, surgiram os mártires da fé, em holocaustos jamais vistos, e, do pó, que foram reduzidas as nações do passado, ergueu-se um mundo novo, anunciando libertação do sofrimento e plenitude existencial.

Nada obstante, em face das imperfeições predominantes em a natureza humana, as lições do Nazareno ímpar foram transformadas em leis de impiedade e subjugação, em poder desnaturado para teólogos e dominadores cruentos, que semearam sombras densas através dos tempos…

Mulheres e homens notáveis, no entanto, desceram ao proscênio terrestre para reacender a chama do amor que foi apagada, a doçura da caridade e da humildade totalmente esquecidas, impedindo o crescimento intelecto-moral das massas que lhes experimentaram a perversidade, padecendo perseguições inomináveis.

Não puderam, mesmo com todas as armas da astúcia e da perversidade, impedir o progresso, que é Lei da Vida, e a sociedade avançou pelas trilhas da Ciência, que abandonou os rumos da Religião, e deu início à era do pensamento e da experimentação, renovando o mundo e a Humanidade.

Permaneceram as guerras, as perseguições e as crueldades, porque o sentido moral da existência não logrou o mesmo desenvolvimento.

Filosofias existencialistas e comportamentos destrutivos tomaram conta das criaturas humanas, que buscavam fugir das circunstâncias afligentes, tombando nas garras do materialismo e do utilitarismo.

As doutrinas religiosas apegadas a interesses sórdidos, havendo olvidado o ser humano em si mesmo, permitiram que a falta de rumo imortalista facultasse o surgimento do individualismo, do sexismo e do consumismo, a que se atirou, estorcegando nas lutas do autoaniquilamento, da loucura, da depressão, do suicídio…

Indubitavelmente, as conquistas da Ciência e da Tecnologia muito vêm contribuindo para tornar o mundo melhor, libertar a Humanidade de pandemias terríveis, proporcionar saúde e longevidade, facultar comunicações com a rapidez antes inimaginável, compreensão de muitos enigmas que fascinaram os antepassados, dirimir dúvidas a respeito de muitas superstições, mas não conseguiram enxugar as lágrimas que nascem no coração.

Graças ao surgimento do Espiritismo, no Século das luzes, foram restauradas as propostas de Jesus, abriram-se os painéis da imortalidade oferecendo dignidade à existência física, surgiram novos labores em favor do próximo, assim como da Natureza, e o mundo do amanhã vem sendo desenhado de forma segura, sem que ocorram a falência dos postulados da Verdade, geradores da paz interior em todos.

Os programas de construção desse Mundo Novo são os mesmos que se encontram estabelecidos no Evangelho de Jesus, e que, aplicados devidamente, operam a dissolução do mal que ainda reside no âmago das criaturas humanas e ensejam a perfeita união entre o pensamento do bem e a sua ação ampla, sem deperecimento.

Os seus fundamentos, estruturados na mais perfeita moral, facultam a fraternidade universal e convidam ao sentimento de amor, que deve ser a regra básica de todas as realizações.

* * *

Notas:
Injunção: Imposição.
Vilegiatura: Temporada que se passa fora da habitação habitual.
Proscênio: Teatro, cena, palco.
Materialismo: Maneira de viver extremamente devotada aos bens, valores e prazeres materiais.
Utilitarismo: Atitude de quem regula a ação unicamente pelo interesse.


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Segue nosso estudo de sábado:

Livro Dimensões da Verdade 

36. Passes



Leitura inicial:

88 

VELAR COM JESUS 

“E voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudeste velar comigo?” — (MATEUS, capítulo 26, versículo 40.)

 Jesus veio à Terra acordar os homens para a vida maior. É interessante lembrar, todavia, que, em sentindo a necessidade de alguém para acompanhá-lo no supremo testemunho, não convidou seguidores tímídos ou beneficiados da véspera e, sim, os discípulos conscientes das próprias obrigações. Entretanto, esses mesmos dormiram, intensificando a solidão do Divino Enviado. É indispensável rememoremos o texto evangélico para considerar que o Mestre continua em esforço incessante e prossegue convocando cooperadores devotados à colaboração necessária. Claro que não confia tarefas de importância fundamental a Espíritos inexperientes ou ignorantes; mas, é imperioso reconhecer o reduzido número daqueles que não adormecem no mundo, enquanto Jesus aguarda resultados da incumbência que lhes foi cometida. Olvidando o mandato de que são portadores, inquietam-se pela execução dos próprios desejos, a observarem em grande conta os dias rápidos que o corpo físico lhes oferece. Esquecem-se de que a vida é a eternidade e que a existência terrestre não passa simbolicamente de “uma hora”. Em vista disso, ao despertarem na realidade espiritual, os obreiros distraídos choram sob o látego da consciência e anseiam pelo reencontro da paz do Salvador, mas ecoam-lhes ao ouvido as palavras endereçadas a Pedro: Então, nem por uma hora pudeste velar comigo? E, em verdade, se ainda não podemos permanecer com o Cristo, ao menos uma hora, como pretendermos a divina união para a eternidade?

04/12/2021

 Olá amigos!

Segue estudo de sábado:

Sábado, 04/12

Dimensões da Verdade - 35.Campanhas





Leitura inicial

Vinha de Luz - Item 91 - Migalha e multidão

  “E tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a  relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos  ao céu, os abençoou e, partindo os pães, deu­ os aos discípulos, e  os discípulos à multidão.”

 (Mateus, 14:19.)  

Ante o quadro da legião de famintos, qualquer homem experimentaria invencível desânimo, considerando a migalha de cinco pães e dois peixes. Mas Jesus emprega o imenso poder da bondade e consegue alimentar a todos, sobejamente. Observemos, contudo, que para isso toma os discípulos por intermediários. O ensinamento do Mestre, nesse passo do Evangelho, é altamente simbólico. Quem identifica a aluvião de males criados por nós mesmos, pelos desvios da vontade, na sucessão de nossas existências sobre a Terra, custa a crer na migalha de bem que possuímos em nós próprios. Aqui, corrói a enfermidade, além, surge o fracasso, acolá, manifestam-­se expressões múltiplas do crime. Como atender às necessidades complexas? Muitos aprendizes recuam ante a extensão da tarefa. Entretanto, se o servidor fiel caminha para o Senhor, a migalha de suas luzes é imediatamente suprida pelo milagre da multiplicação, de vez que Jesus, considerando a oferta espontânea, abençoar-­lhe­-á o patrimônio pequenino, permitindo-­lhe nutrir verdadeiras multidões de necessitados. A massa de nossas imperfeições ainda é inaquilatável. Em toda parte, há moléstias, deficiências, ruínas... É imprescindível, no entanto, não duvidar de nossas possibilidades mínimas no bem. Nossas migalhas de boa­ vontade na disposição de servir santamente, quando conduzidas ao Cristo, valem mais que toda a multidão de males do mundo.