18/02/2023

Olá amigos!

Segue o estudo de sábado

do livro Reflexões Espíritas


Leitura inicial:

9. Enquanto ele falava, um fariseu lhe pediu que fosse jantar em sua companhia.

Jesus foi e sentou-se à mesa. - O fariseu entrou então a dizer consigo mesmo: "Por que

não lavou ele as mãos antes de jantar?” Disse-lhe, porém, o Senhor: "Vós outros,

fariseus, pondes grandes cuidado em limpar o exterior do copo e do prato; entretanto, o

interior dos vossos corações está cheio de rapinas e de iniqüidades. Insensatos que sois!

aquele que fez o exterior não é o que faz também o interior?" (S. LUCAS, cap. XI. vv.,

37 a 40.)

HOMENAGEM A ALLAN KARDEC 

A Europa ainda se encontrava nos estertores da destruição da ignorância lograda pela Enciclopédia e pelas propostas extraordinárias dos precursores da Revolução Francesa, que estrugiria no dia 14 de julho de 1789. Podiam-se ouvir as vozes nobres de Voltaire, de Jean-Jacques Rousseau e as lições de sabedoria a verteram das obras dos eminentes pensadores que estabeleciam as bases da Era Nova, quando as ambições humanas propuseram a necessidade da modificação das estruturas políticas que predominaram em França, derrubando a Casa dos Bourbons, que cedeu lugar à Frateminade, à Liberdade e à Igualdade, inscrevendo no mare magnum das paixões os direitos humanos que ainda permanecem desrespeitados... Escutava-se a palavra libertadora da Razão e inebriavam-se os corações ante as circunstâncias novas, que pareciam destruir os teimosos bastiões do dogmatismo, degenerando em intolerâncias mais terríveis do que aquelas que se pretendiam combater. Ensombrada, a França parecia sentir raiar um novo dia, quando as tubas guerreiras de Napoleão Bonaparte assentaram os seus arraiais em Paris, preparando-o para reunir as forças destroçadas e, sob o seu comando conduzir o País ao grandioso fanal. Inspirado pelos ideais de Mirabeau, de Danton, ele restaura os elevados anseios da Igualdade, sem conseguir fugir às injunções de seu destino histórico... Nesse terrível momento, quando o insigne Corso se prepara para ser coroado Imperador dos franceses, no dia 2 de dezembro de 1804, na Catedral Gótica de Notre- Dame, a Divina Providência faz que mergulhe nas sombras da Terra o eminente Espírito de Jan Huss, que se dera em sacrifício, no século XV, em favor da libertação do Evangelho de Jesus. Reencarnando-se, em Lyon, a 3 de outubro desse ano de 1804, recebeu o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail, que trouxe a indeclinável tarefa de modificar as estruturas do conhecimento e abrir espaços para a restauração do pensamento do Cristo, conforme Ele e os Seus Discípulos o haviam vivido, dezenove séculos antes, na Palestina. 

Quando a filosofia altera sua estrutura com Hegel, Marx e Engels, estabelecendo a desnecessidade da alma para a interpretação da vida e a compreensão do Universo; no momento em que Florens e Cuvier declaram nunca haver encontrado a alma nas centenas de cadáveres que dissecaram, no instante em que Broussais, Bouillaud, zombaram da alma imortal e Moleschot, Buchner e Karl Vogt afirmam que o espírito é uma exsudação cerebral, surge AHan Kardec com a força demolidora da lógica e da razão, apoiando-se na linguagem insuperável dos fatos, para firmar a Causalidade do Universo, a preexistência da alma ao corpo e a sua sobrevivência ao túmulo, apresentando uma ciência ímpar, resultado de laborioso trabalho de investigação fundamentada na experiência e que resistirá ao pessimismo, à perseguição e ao descrédito. Fazendo renascer uma filosofia comportamental superior, o Professor Rivail, agora sob o pseudônimo de Allan Kardec, propõe, em O Livro dos Espíritos, uma ética nobre e fornece as respostas para os graves problemas da Humanidade, que não foram equacionados por Edipo, concebido na tragédia de Sófocles, interpretando a Esfinge... Propondo, para a Humanidade, uma segura diretriz filosófica, Kardec restaura o Evangelho de Jesus que permanecia encarcerado no dogmatismo e asfixiado nos tecidos sombrios da intolerância como da superstição. 

A Doutrina Espírita chega para iluminar as consciências humanas e propor uma revolução de amor nos corações, estabelecendo comportamentos de felicidade, quando a esperança já havia abandonado as vidas. A morte bate, então, em retirada, cedendo lugar à Vida, que canta um hino de Imortalidade, adornando as experiências humanas, que se engrandecem e se eternizam em bênçãos de consolação e de paz. Passados cento e oitenta e cinco anos do evento grandioso, que é a reencarnação de Allan Kardec, a Humanidade contempla, no Espiritismo, os ideais de um Mundo Novo, no qual o amor unirá todas as criaturas como verdadeiros irmãos conduzindo-os à plenitude. Os avanços da Ciência e da Tecnologia contemporânea não conseguiram alterar a estrutura da Doutrina que os ilumina, remontando às causas, enquanto aquelas somente explicam os seus efeitos. 

Vanguardeiro do progresso, Kardec é o pensador e o cientista que mais penetrou a sonda da indagação no organismo das Leis, e ofereceu as extraordinárias lições morais que se derivam da Lei Natural ou de Amor, que é Universal, porque promana de Deus, o Criador. Hoje, quando o homem alunissa com facilidade e as suas bólides espaciais saem da Terra e do Sistema Solar para tentar compreender e interpretar as origens da Vida, a Codificação Espírita permanece inamovível, num todo granítico, iluminando o pensamento e explicando a causalidade da vida e a realidade do homem. Evocando o extraordinário Mensageiro dos Céus, no transcurso do seu aniversário natalício, nós, os Espíritos-espíritas que militamos nas atividades do Consolador, unimos nossas vozes em um coro para dizermos com os companheiros encarnados que o amam: — Glória a ti, Allan Kardec! Aqueles que te amamos, te homenageamos e saudamos, conforme faziam os cristãos primitivos antes do holocausto em homenagem a Jesus. 

(Brasília, 30 de outubro de 1989— 1® Congresso Internacional de Espiritismo)

04/02/2023

 Olá amigos!

Segue nosso estudo de sábado:



Leitura inicial:

Mergulha a mente, quanto possível, no estudo.

0 estudo liberta da ignorância

e favorece a criatura com o discercimento.

O estudo e o trabalho são as asas que facilitam a evolução do ser.

O conhecimento é mensagem de vida.

Não apenas nos educandários podes estudar.

A própria vida é um livro aberto, que ensina a quem deseja aprender.

(Livro Vida Feliz - capítulo III)


REFLEXÕES ESPÍRITAS´

Introdução:

 A revolução industrial, responsável pela mudança do comportamento ético-moral da sociedade, não alcançou o objetivo que pretendia: construir o homem poderoso, que apareceu apenas momentaneamente nos primeiros anos do século atual e logo sucumbiu. A força que parecia possuir desagregou-se ante a prepotência e a hegemonia guerreira de alguns povos, que, mais uma vez, desencadearam as guerras lamentáveis, quanto cruéis, cujos efeitos ainda perduram no organismo coletivo da Terra sofrida. À primeira revolução tecnológica, outras sucederam, alterando os arcabouços sociais, propondo mudanças de hábitos, revisões da filosofia de vida, até este momento, em que a Cibernética, a Robótica e a Computação passaram a governar as necessidades humanas. As contribuições do progresso técnico não conseguiram promover a criatura, nem eliminaram os quadros da miséria econômica, social e moral, que abandonou os bolsões, onde se estabelecia, para tomar de assalto um número assustador de países que falecem ao abandono e nos quais os seusf ilhos morrem, incontáveis. Em alguns deles perecem crianças em total desprezo, logrando o índice alarmante de uma por minuto, e os esfaimados, enfermos e degenerados chegam a cifras inconcebíveis. Genocídios são perpretados por homens impiedosos e suas máquinas destruidoras quanto sofisticadas, atestando a falência dos planos de evolução e dos programas de solidariedade antes estabelecidos. Mudam as guerras de região e prosseguem, selvagens, com requintes de impiedade jamais concebida. Enquanto são erguidos Organismos de proteção à criatura e ao meio ambiente, os fomentadores das calamidades bélicas e os ambiciosos argentários alteram a ecologia, destruindo a flora e a fauna marinha com inundações de petróleo, ou, voluptuosamente, as florestas e os santuários da Natureza, condenando as espécies vivas ao desaparecimento, ao tempo em que se impõem a mesma pena para futuro próximo. As filosofias da loucura proclamam o gozo e a fuga à razão, ao dever de humanidade, aos princípios do amor, empurrando os jovens e os adultos aos porões das drogas alucinógenas, do sexo, dos vícios perturbadores. Em contrapartida, as mentes desarvoradas fomentamo surgimento de novas doenças degenerativas de difícil controle, e algumas outras, que pareciam em extinção ressurgem ameaçando milhões de seres... As glórias da inteligência não foram apoiadas na grandeza dos sentimentos, que continuam ainda em estágio primitivo, passando ao período das sensações brutalizadoras, sem atingir as emoções enobrecidas. Período de trânsito, este do planeta e dos seus habitantes! Contrapondo-se a essa calamitosa decadência dos valores humanos surge o Espiritismo, confirmando a indestrutibilidade do espírito, a prevalência do bem e da justiça, a realidade do amor e demonstrando, pela razão, o equívoco da cultura sem Deus, tresvariada que remanesce como efeito do orgulho e da insensatez dos seus corifeus. O Espiritismo propõe uma profunda análise da Vida sob a angulação da sobrevivência ao túmulo e da reencarnaçáo, elinainando as hipóteses respeitáveis, porém sonhadoras, dos pesquisadores que tentaram ou teimam por tudo reduzir a heranças arquetípicas, originadas nos mitos ancestrais de que ninguém se exime. A imortalidade triunfa e os fatos mais robustos atestam- na em todos os segmentos da sociedade e sob os mais variados aspectos, na História, que somente a irrisão e o cinismo se recusam aprofundar, para uma posterior aceitação. Tudo demonstra a perenidade da vida espiritual e as transformações do campo da matéria, assim como as variadas alterações incessantes na área das moléculas. O Espiritismo afirma e demonstra que o homem e a mulher são espíritos imortais em processo de crescimento. Quando essa realidade for incorporada ao cotidiano, modificar-se-á a paisagem terrena e a máquina volverá a ser controlada para servir aos indivíduos, e não mais estes lhe ficarão submissos. Tal convicção substituirá a filosofia de comportamento dos seres humanos, que bendirão o seu habitat terreno, respeitando-lhe as condições e contribuindo para melhorá-las, em harmonia com a Vida e os seus ditames. Todos se ajudarão e os povos se darão as mãos em solidariedade, compreendendo que a felicidade de uns pertence ao conjunto, fazendo com que a guerra bata em retirada do mundo. As propostas do Espiritismo elaborarão o homem integral, e este erguerá a sociedade justa e equilibrada que os idealistas detodos os tempos sonharam, anelaram e propuseram, em Jesus-Cristo havendo encontrado o verdadeiro pugnador e modelo. São estas reflexões espíritas que constituem o presente livro que ora oferecemos ao público ledor. Diversas destas páginas apareceram, oportunamente, publicadas na imprensa espírita e agora aqui comparecem, algumas com ligeiras adaptações para melhor harmonia do conjunto. Confiamos no êxito do Espiritismo, na sua tarefa de educação e iluminação dos indivíduos. A nossa é uma contribuição que reconhecemos ser modesta, sem grandes lances, mas que visa estimular os combatentes da boa luta, despertar alguns companheiros indiferentes, auxiliar de alguma forma o trabalho dos Benfeitores Espirituais que se empenham na realização do projeto em favor do mundo melhor, por inspiração do além e que se reencarnam também, periodicamente, para com os seus sacrifícios tornarem viáveis esses tentames dignificantes. Confiando haver realizado o que planejamos e se encontra ao nosso alcance, convidamo-lo, caro amigo, a mergulhar o pensamento em nossas reflexões espíritas e a dar, também, a sua contribuição pessoal por menor que seja ou lhe pareça, na condição de ser inteligente na busca da glória imortal. Salvador, 13 de maio de 1991 Vianna de Carvalho