30/09/2020

                                                                                   Olá!

Segue nosso estudo de quarta feira às 19 h.
A Gênese
Capítulo IV - Papel da Ciência na Gênese




Leitura inicial:

24 - VANTAGENS OCULTAS 

 Todos precisamos de reconforto nos dias de aflição. Isso é justo. Importa, entretanto, observar que a Divina Providência não nos envia dificuldades sem motivo. 
 Entendendo-se que o Senhor não nos relega ás próprias fraquezas e nem permite venhamos a carregar cruzes incompatíveis com as forças que nos caracterizam, fujamos de buscar a consolação por flor estéril. 

* * * 

Aproveitemos a bonança que surge em nós habitualmente após a tormenta íntima para fixarmos o valor que a experiência nos oferece. 
 Não nos propomos a louvar situações embaraçosas e nem a elogiar os fabricantes de problemas, mas é preciso reconhecer as vantagens ocultas decorrentes das provações que nos visitam. 
 Quem conseguiria configurar o abismo a que seríamos arrastados pelos caprichos, aos quais muitas vezes nos entregamos, confiantemente, se a desilusão não viesse despertar-nos? Quem poderia medir os espinheirais de discórdia em que chafurdaríamos o espírito, na equipe de trabalho a que pertencemos, se lutas e lágrimas sofridas em comum não nos ensinassem o benefício do entendimento e da união? 

* * * 
Ingratidão, em muitas circunstâncias, é o nome da bênção com que a Infinita Bondade de Deus nos afasta de ambientes determinados, a fim de que a cegueira não nos induza ao desequilíbrio. Obstáculo, no dicionário da realidade, em muitas ocasiões expressa apoio invisível para que não descambemos na direção das trevas. 

* * * 

Nossas provas - nossas bênçãos.

 * * * 
Reflete nos males maiores que nos alcançariam fatalmente amanhã, se não fosse o socorro providencial dos males menores de hoje, e reconhecerás que todo contratempo aceito com paciência e serenidade é sempre toque do amor de Deus, alertando-nos o coração e guiando-nos o caminho. 

Fonte: Livro Rumo Certo, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

Trecho do estudo:



1. A história da origem de quase todos os povos antigos se confunde com a da sua religião, é por isso que seus primeiros livros versavam sobre religião. E como todas as religiões se ligam ao princípio das coisas, que é também o da humanidade, elas deram, sobre a formação e a ordem do universo, explicações em concordância com o estado dos conhecimentos da época e de seus fundadores. Daí resultou que os primeiros livros sagrados foram ao mesmo tempo os primeiros livros de ciência, como foram, durante largo período, o código único das leis civis.

2. Nas eras primitivas, sendo necessariamente muito imperfeitos os meios de observação, muito eivadas de erros grosseiros haviam de ser as primeiras teorias sobre o sistema do mundo. Mas, ainda quando esses meios fossem tão completos quanto o são hoje, os homens não teriam sabido utilizá-los. Aliás, tais meios não podiam ser senão fruto do desenvolvimento da inteligência e do consequente conhecimento das leis da natureza. À medida que o homem se foi adiantando no conhecimento dessas leis, também foi penetrando os mistérios da criação e retificando as ideias que formara acerca da origem das coisas.

3. Impotente se mostrou o homem para resolver o problema da Criação, até o momento em que a Ciência lhe forneceu para isso a chave. Teve de esperar que a Astronomia lhe abrisse as portas do espaço infinito e lhe permitisse mergulhar aí o olhar; que, pelo poder de cálculo, determinasse com rigorosa exatidão o movimento, a posição, o volume, a natureza e o papel dos corpos celestes; que a Física lhe revelasse as leis da gravitação, do calor, da luz e da eletricidade; que a Química lhe mostrasse as transformações da matéria e a Mineralogia os materiais que formam a superfície do  globo; que a Geologia lhe ensinasse a ler, nas camadas terrestres, a formação gradual desse mesmo globo. À Botânica, à Zoologia, à Paleontologia, à Antropologia coube iniciá-lo na filiação e sucessão dos seres organizados. Com a Arqueologia pôde ele acompanhar os traços que a humanidade deixou através das idades. Numa palavra, completando-se umas às outras, todas as ciências houveram de contribuir com o que era indispensável para o conhecimento da história do mundo. Em falta dessas contribuições, teve o homem como guia as suas primeiras hipóteses.
Por isso, antes que ele entrasse na posse daqueles elementos de apreciação, todos os comentadores da Gênese, cuja razão esbarrava em impossibilidades materiais, giravam dentro de um círculo, sem conseguirem dele sair. Só o lograram, quando a Ciência abriu caminho, fendendo o velho edifício das crenças. Tudo então mudou de aspecto. Uma vez achado o fio condutor, as dificuldades prontamente se aplanaram. Em vez de uma Gênese imaginária, surgiu uma Gênese positiva e, de certo modo, experimental. O campo do universo se distendeu ao infinito. Acompanhou-se a formação gradual da Terra e dos astros, segundo leis eternas e imutáveis, que demonstram muito melhor a grandeza e a sabedoria de Deus, do que uma criação miraculosa, tirada repentinamente do nada, qual mutação à vista, por efeito de súbita ideia da Divindade, após uma eternidade de inação. 
Pois que é impossível se conceba a Gênese sem os dados que a Ciência fornece, pode dizer-se com inteira verdade que: a Ciência é chamada a constituir a verdadeira Gênese, segundo a lei da natureza

4. No ponto a que chegou no século XIX, venceu a Ciência todas as dificuldades do problema da Gênese? 
Não, decerto; mas não há contestar que destruiu, sem remissão, todos os erros capitais e lhe lançou os fundamentos essenciais sobre dados irrecusáveis. Os pontos ainda duvidosos não passam, a bem dizer, de questões de minúcias, que a sua solução, qualquer que venha a ser no futuro, não poderá prejudicar o conjunto. Ademais, malgrado os recursos que ela há tido à sua disposição, faltou-lhe, até agora, um elemento importante, sem o qual jamais a obra poderia completar-se.

5. De todas as Gêneses antigas, a que mais se aproxima dos modernos dados científicos, apesar dos erros que contém, que são demonstrados hoje até a evidência, é incontestavelmente a de Moisés. Alguns desses erros são mesmo mais aparentes do que reais e provêm, ou de falsa interpretação atribuída a certos termos, cuja primitiva significação se perdeu, ao passarem de língua em língua pela tradução, ou a acepção deles mudou com os costumes dos povos, ou, também, decorrem da forma alegórica peculiar ao estilo oriental e que foi tomada ao pé da letra, em vez de se lhe procurar o espírito, o significado mais fiel.

6. A Bíblia, evidentemente, encerra fatos que a razão, desenvolvida pela Ciência, não poderia hoje aceitar e outros que parecem estranhos e repugnantes, pois derivam de costumes que já não são os nossos. Mas, a par disso, haveria parcialidade em se não reconhecer que ela guarda grandes e belas coisas. A alegoria ocupa ali considerável espaço, ocultando sob o seu véu sublimes verdades, que se patenteiam, desde que se desça ao âmago do pensamento, pois que logo desaparece o absurdo.

Por que então não se lhe ergueu mais cedo o véu? De um lado, por falta de luzes que só a Ciência e uma sã filosofia podiam fornecer e, de outro lado, pelo princípio da imutabilidade absoluta da fé, consequência de um respeito demasiado cego pela letra, ao qual a razão deveria se submeter, e, assim, pelo temor de comprometer a estrutura das crenças, erguida sobre o sentido literal. Partindo tais crenças de um ponto primitivo, houve o receio de que, se se rompesse o primeiro anel da cadeia, todas as malhas da rede acabassem separando-se. Eis por que, apesar de tudo, os olhos se fecharam, mas fechar os olhos ao perigo não é evitá-lo. Quando uma construção se inclina, não manda a prudência que se substituam imediatamente as pedras ruins por pedras boas, em vez de se esperar, pelo respeito que infunda a vetustez do edifício, que o mal se torne irremediável e que se faça preciso reconstruí-lo de cima a baixo?

7. Levando suas investigações às entranhas da Terra e às profundezas dos céus, demonstrou a Ciência, de maneira irrefragável, os erros da Gênese moisaica tomada ao pé da letra e a impossibilidade material de se terem as coisas passado como são ali textualmente referidas. Assim procedendo, a Ciência desferiu fundo golpe nas crenças seculares. A fé ortodoxa ficou combalida, porque julgou que lhe tiravam a pedra fundamental. Mas com quem havia de estar a razão: com a Ciência, que caminhava prudente e progressivamente pelos terrenos sólidos dos algarismos e da observação, sem nada afirmar antes de ter em mãos as provas, ou com uma narrativa escrita quando faltavam absolutamente os meios de observação? No fim de contas, quem há de levar a melhor: aquele que diz 2 e 2 fazem 5 e se nega a verificar, ou aquele que diz que 2 e 2 fazem 4 e o prova?

8. Mas, objetam, se a Bíblia é uma revelação divina, então Deus se enganou. Se não é uma revelação divina, carece de autoridade e a religião desmorona, à falta de base. 
Uma de duas: ou a Ciência está em erro, ou tem razão. Se tem razão, não pode fazer seja verdadeira uma opinião que lhe é contrária. Não há revelação que se possa sobrepor à autoridade dos fatos. Incontestavelmente, não é possível que Deus, sendo todo verdade, induza os homens em erro, nem ciente, nem inscientemente, pois, do contrário, não seria Deus. 
Logo, se os fatos contradizem as palavras que são atribuídas a Ele, o que se deve logicamente concluir é que Ele não as pronunciou, ou que tais palavras foram entendidas em sentido oposto ao que lhes é próprio. Se, com semelhantes contradições, a religião sofre dano, a culpa não é da Ciência, que não pode fazer que o que é deixe de ser; mas dos homens por haverem prematuramente estabelecido dogmas absolutos, de cujo prevalecimento hão feito questão de vida ou de morte, sobre hipóteses suscetíveis de serem desmentidas pela experiência. 
Há coisas com cujo sacrifício temos de resignar-nos, bom ou mau grado nosso, quando não consigamos evitá-lo. Desde que o mundo marcha, sem que a vontade de alguns possa detê-lo, o mais sensato é que o acompanhemos e nos acomodemos com o novo estado de coisas, em vez de nos agarrarmos ao passado que se esboroa, com o risco de sermos arrastados na queda.

9. Por guardar respeito aos textos recebidos como sagrados, dever-se- -ia obrigar a Ciência a calar-se? Fora tão impossível isso, como impedir que a Terra gire. As religiões, sejam quais forem, jamais ganharam coisa alguma em sustentar erros manifestos. A Ciência tem por missão descobrir as leis da natureza. Ora, sendo essas leis obra de Deus, não podem ser contrárias a religiões que se baseiem na verdade. Lançar anátema ao progresso, por atentatório à religião, é lançá-lo à própria obra de Deus. É ademais, trabalho inútil, porquanto nem todos os anátemas do mundo seriam capazes de obstar a que a Ciência avance e a que a verdade abra caminho. Se a Religião se nega a avançar com a Ciência, esta avançará sozinha.

10. Somente as religiões estacionárias podem temer as descobertas da Ciência, as quais só são funestas às que se deixam distanciar pelas ideias progressistas, imobilizando-se no absolutismo de suas crenças. Elas, em geral, fazem tão mesquinha ideia da Divindade, que não compreendem que assimilar as leis da natureza, que a Ciência revela, é glorificar a Deus em suas obras. Na sua cegueira, porém, essas religiões preferem render homenagem ao Espírito do mal, atribuindo-lhe essas leis. Uma religião que não estivesse, por nenhum ponto, em contradição com as leis da natureza, nada teria que temer do progresso e seria invulnerável. 

11. A Gênese se divide em duas partes: a história da formação do mundo material e da humanidade considerada em seu duplo princípio, corporal e espiritual. A Ciência se tem limitado à pesquisa das leis que regem a matéria. No próprio homem, ela apenas há estudado o envoltório carnal. Por esse lado, chegou a inteirar-se, com exatidão, das partes principais do mecanismo do universo e do organismo humano. Assim, sobre esse ponto capital, pôde completar a Gênese de Moisés e retificar-lhe as partes defeituosas.
Mas a história do homem, considerado como ser espiritual, se prende a uma ordem especial de ideias, que não são do domínio da Ciência propriamente dita e das quais, por este motivo, não tem ela feito objeto de suas investigações. A Filosofia, a cujas atribuições pertence, de modo mais particular, esse gênero de estudos, apenas há formulado, sobre o ponto, sistemas contraditórios, que vão desde a mais pura espiritualidade, até a negação do princípio espiritual e mesmo de Deus, sem outras bases, afora as ideias pessoais de seus autores. Tem, pois, deixado sem decisão a questão, por falta de verificação suficiente

12. Esta questão, no entanto, é a mais importante para o homem, por isso que envolve o problema do seu passado e do seu futuro. A do mundo material apenas indiretamente o afeta. O que lhe importa saber, antes de tudo, é donde ele veio e para onde vai, se já viveu e se ainda viverá, qual a sorte que lhe está reservada. Sobre todos esses pontos, a Ciência se conserva muda. 
A Filosofia apenas emite opiniões que concluem em sentido diametralmente oposto, mas que, pelo menos, permitem se discuta, o que faz com que muitas pessoas se lhe coloquem do lado, de preferência a seguirem a religião, que não discute.

13. Todas as religiões são acordes quanto ao princípio da existência da alma, sem, contudo, o demonstrarem. Não o são, porém, nem quanto à sua origem, nem com relação ao seu passado e ao seu futuro, nem, principalmente, e isso é o essencial, quanto às condições de que depende a sua sorte vindoura. Em sua maioria, elas apresentam como o futuro da alma, e impõem à crença de seus adeptos, um quadro que somente a fé cega pode aceitar, visto que não suporta exame sério. Ligado aos seus dogmas, às ideias que nos tempos primitivos se faziam do mundo material e do mecanismo do universo, o destino que elas atribuem à alma não se concilia com o estado atual dos conhecimentos. Não podendo, pois, senão perder com o exame e a discussão, as religiões acham mais simples proscrever um e outra

14. Dessas divergências no tocante ao futuro do homem nasceram a dúvida e a incredulidade. Entretanto, a incredulidade dá lugar a um penoso vácuo. O homem encara com ansiedade o desconhecido em que tem fatalmente de penetrar. Gela-o a ideia do nada. Diz-lhe a consciência que alguma coisa lhe está reservada para além do presente. Que será? Sua razão, com o desenvolvimento que alcançou, já lhe não permite admitir as histórias com que o acalentaram na infância, nem aceitar como realidade a alegoria. Qual o sentido dessa alegoria? A Ciência lhe rasgou um canto do véu; não lhe revelou, porém, o que mais lhe importa saber. O homem interroga em vão, nada lhe responde ela de maneira peremptória e apropriada a lhe acalmar as apreensões. Por toda parte depara com a afirmação a se chocar com a negação, sem que de um lado ou de outro se apresentem provas positivas. Daí a incerteza, e a incerteza sobre o que concerne à vida futura faz que o homem se atire, tomado de uma espécie de frenesi, para as coisas da vida material. 

Esse o inevitável efeito das épocas de transição: rui o edifício do passado, sem que ainda o do futuro se ache construído. O homem se assemelha ao adolescente que, já não tendo a crença ingênua dos seus primeiros anos, ainda não possui os conhecimentos próprios da maturidade. Apenas sente vagas aspirações, que não sabe definir.

15. Se a questão do homem espiritual permaneceu, até os dias atuais, em estado de teoria, é que faltavam os meios de observação direta, existentes para comprovar o estado do mundo material, conservando-se, portanto, aberto o campo às concepções do espírito humano. Enquanto o homem não conheceu as leis que regem a matéria e não pôde aplicar o método experimental, andou a errar de sistema em sistema, no tocante ao mecanismo do universo e à formação da Terra. O que se deu na ordem física, deu-se também na ordem moral. Para fixar as ideias, faltou o elemento essencial: o conhecimento das leis a que se acha sujeito o princípio espiritual. Estava reservado à nossa época esse conhecimento, como o esteve aos dois últimos séculos24 o das leis da matéria

16. Até o presente, o estudo do princípio espiritual, compreendido na Metafísica, foi puramente especulativo e teórico. No Espiritismo, esse estudo é inteiramente experimental. Com o auxílio da faculdade mediúnica, mais desenvolvida presentemente e, sobretudo, generalizada e mais bem estudada, o homem se achou de posse de um novo instrumento de observação. A mediunidade foi, para o mundo espiritual, o que o telescópio foi para o mundo astral e o microscópio para o dos infinitamente pequenos. Permitiu se explorassem, estudassem, por assim dizer, de visu, 25 as relações do mundo espiritual com o mundo corpóreo; que, no homem vivo, se destacasse do ser material o ser inteligente e que se observassem os dois a atuar separadamente. Uma vez estabelecidas relações com os habitantes do mundo espiritual, possível se tornou ao homem seguir a alma em sua marcha ascendente, em suas migrações, em suas transformações. Pode-se, enfim, estudar o elemento espiritual. Eis aí o de que careciam os anteriores comentadores da Gênese, para a compreenderem e lhe retificarem os erros.

17. Estando o mundo espiritual e o mundo material em incessante contato, os dois são solidários um com o outro; ambos têm a sua parcela de ação na Gênese. Sem o conhecimento das leis que regem o primeiro, tão impossível seria constituir-se uma Gênese completa, quanto a um estatuário dar vida a uma estátua. Somente agora, conquanto nem a Ciência material, nem a Ciência espiritual hajam dito a última palavra, possui o homem os dois elementos próprios a lançar luz sobre esse imenso problema. Eram-lhe absolutamente indispensáveis essas duas chaves para chegar a uma solução, ainda que aproximativa.
 
 


 Olá

Ouçam mais uma poesia de Auta de Souza




ESSA MIGALHA 

Auta de Souza 

No reino de teu lar em paz celeste, 
Repara quantas sobras de fartura!... 
O pão dormido que ninguém procura, 
O trapo humilde que não mais se veste... 

Do que gastaste, tudo quanto reste, 
Arrebata o melhor à varredura 
E socorre a aflição e a desventura 
Que respiram gemendo em noite agreste!... 

Teu gesto amigo florirá perfume, 
Bênção, consolo, providência e lume 
Na multidão que segue ao desalinho... 

E quando o mundo te não mais conforte, 
Essa leve migalha, além da morte, 
Fulgirá como estrela em teu caminho.

Fonte: Livro Auta de Souza, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Auta de Souza

26/09/2020

                                                                                  Olá!

Segue nosso estudo do sábado fraterno





Leitura Inicial:



Não é necessário que a morte abra as portas de tribunais supremos para que o homem seja julgado em definitivo.

* * *

A vida faz a análise todos os dias e a luta é o grande movimento seletivo, através do qual observamos diversas sentenças a se evidenciarem nos variados setores da atividade humana.
A moléstia julga os excessos.
A exaustão corrige os abusos.
A dúvida retifica a leviandade.
A aflição reajusta os desvios.
O tédio pune a licença.
O remorso castiga as culpas.
A sombra domina os que fogem à luz.
O isolamento fere o orgulho.
A desilusão golpeia o egoísmo.
As chagas selecionam as células do corpo.
Cada sofrimento humano é aresto do Juízo Divino em função na vida contingente da Terra.
Cada criatura padece determinadas sanções em seu campo de experiência.

* * *

Compreendendo a justiça imanente do Senhor em todas as circunstâncias e em todas as cousas, atendamos a sementeira do bem aqui e agora, na certeza de que, segundo a palavra do Mestre, cada espírito receberá os bens e os males do Patrimônio Infinito da Vida, de conformidade com as próprias obras.

Fonte :Livro Taça de Luz / Emmanuel & Francisco Cândido Xavier


Textos de referência para o estudo:

História de uma Sessão 


Organizado a sessão de estudo evangélico, os Espíritos Benfeitores, através das doces intimações da prece, foram convidados à execução de regular empreitada.

520 orientações a companheiros doentes com especificações e conselhos técnicos.

50 passes magnéticos, em benefício de enfermos encarnados.

200 intervenções de socorro a entidades sofredoras, ausentes do equipamento físico.

35 visitas de assistência a lares distantes.

150 notas socorristas para desligamento de obsessores e inimigos inconscientes.

E devem ainda eliminar dois suicídios potenciais, evitar um homicídio provável, afastar as possibilidades de dois divórcios infelizes e ajustar mais de cem entendimentos, em favor da fraternidade, da harmonia e da reencarnação.

Em troca, os componentes da assembléia deviam dar de si mesmos um pouco de alegria, de fé viva, de serenidade e de paciência, com algumas palavras de carinho e amizade para sustentarem o clima vibratório, necessário à realização das tarefas indicadas aos colaboradores invisíveis que começaram a atuar.

Iniciada a empresa, porém, depois de alguns raros amigos haverem atendido heroicamente aos encargos que lhes competiam, eis que a reunião se veste de sombras.

O nevoeiro da ociosidade mental invadiu quase todos os departamentos da casa.

Dois prestimosos cooperadores passaram a visitar o pensamento dos companheiros encarnados, rogando concurso urgente, mas o silêncio e a inércia continuaram operando.

Consultando, em espírito, com respeito à contribuição de que se faziam devedores, cada qual respondia a seu modo, falando mentalmente.

Um cavalheiro deu-se pressa em esclarecer que era ignorante e imprestável.

Um jovem tribuno do Evangelho afirmou-se doente e incapaz.

Um companheiro de serviço alegou que se sentia envergonhado e inapto para qualquer comentário construtivo.

Uma senhora perguntou se os Espíritos Amigos não poderiam solucionar os compromissos da sessão em cinco minutos.

Um lidador juvenil explicou que se sentia diminuído à frente dos mentores e experimentava o receio de falar sem brilho, depois deles.

Um antigo beneficiário solicitou a concessão de maca em que pudesse confiar-se ao repouso.

Um ouvinte preocupado adiantou-se consultando o relógio e bocejou entediado.

Uma robusta irmã pediu fosse colocada uma cadeira preguiçosa em lugar do banco áspero que a servia.

E quase todos, incluindo jovens e adultos letrados e indoutos, necessitados ou curiosos, descansaram na improdutividade, acreditando que é sempre melhor observar sem responsabilidade, à espera do fim.

E a sessão, que deveria ser manancial cantante de bênçãos com alegria e paz, união e entendimento de corações fraternos e calorosos na fé, prosseguiram até à fase final, qual se os companheiros estivessem situados num velório de grande estilo, cercados pelo crepe arroxeado da tristeza e do luto, queimando o incenso precioso do tempo em câmara funerária.

Que entre nós, meus amigos, assim não aconteçam.

Espiritismo é amor e contentamento.

Sempre que desejardes a vitória do bem, auxiliai o bem e plantai-o.

Trazei até nós o concurso da boa vontade, que é a alavanca de todos os prodígios do progresso, enriquecendo-nos o santuário comum com os dons da saúde e da esperança, do otimismo e da fé.

Permutemos experiências e corações.

Amparemo-nos aos outros.

A nossa Doutrina Consoladora é Sol e não devemos esquecer que a vida é ação permanente, porque a inércia, em toda parte, é sempre a antecâmara da estagnação ou da morte.



Livro: Apostilas da Vida - 20
André Luiz & Francisco Cândido Xavier



TEXTO COMPLEMENTAR:

Irriga o teu organismo com pensamentos saudáveis.
A ação da mente sobre a emoção, o corpo e toda a aparelhagem fisiológica é incontestável.
Grande número de enfermidades se deve à ociosidade mental, ao desânimo, à revolta, às idéias autodestrutivas.
Canaliza o teu modo de pensar para as questões agradáveis, salutares, otimistas, e viverás sob o seu reflexo, desfrutando do bem-estar que se irradiará a outros mimetizando e produzindo paz

Livro: VIDA FELIZ
Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco


24/09/2020

                                                                                  Olá!

Ouçam abaixo uma poesia de Auta de Souza





Auxilia 

Auta de Souza

Ouve!... Ruge, lá fora, a ventania... 
E enquanto o lar ditoso te acalenta, 
Há quem padece os golpes da tormenta 
Suportando a ansiedade e a noite fria. 

Repara a estrada longa, erma e sombria... 
Eis que a dor te acompanha, amarga e atenta. 
Desce do altar de luz que te apascenta 
E socorre a miséria que te espia. 

Ajuda e sentirás em resplendores 
Luzes e auroras, júbilos e flores 
A brotar dos charcos em que pises!... 

Estrelas fulgirão sobre os teus passos... 
É que o Cristo do amor te estende os braços 
Junto às chagas dos grandes infelizes!... 

Fonte: Livro Auta de Souza, Francisco Cândido Xavier , pelo Espírito Auta de Souza

23/09/2020

                                                                                  Olá!

Segue nosso estudo de quarta feira às 19 h.
A Gênese
Capítulo III - Destruição dos seres vivos uns pelos outros




Leitura inicial:


26 
Trabalhos imediatos

  “Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo  cuidado  dele,  não  por força, mas  espontaneamente, segundo  a  vontade  de  Deus;  nem  por  torpe  ganância,  mas  de  ânimo  pronto.”

 (I Pedro, 5:2) 


Naturalmente, na pauta das possibilidades justas, ninguém deverá negar  amparo ou  assistência aos companheiros que acenam de longe com solicitações razoáveis; entretanto, constitui-nos obrigação atender ao ensinamento de Pedro, quanto aos nossos trabalhos imediatos. 
Há criaturas que se entregam gostosamente à volúpia da inquietação  por  acontecimentos nefastos, planejados pela mente enfermiça dos outros e que, provavelmente, nunca sobrevirão. Perdem longo tempo receitando fórmulas de ação ou desferindo lamentos inúteis. 
A lavoura alheia e as ocorrências futuras, para serem examinadas, exigem sempre grandes qualidades de ponderação. Além do mais, é imprescindível reconhecer que o problema difícil, ao nosso  lado ou a distância de nós, tem a finalidade de enriquecer-nos a experiência própria, habilitando-nos à solução dos mais intrincados enigmas do caminho.  
Eis a razão pela qual a nota de Simão Pedro é profunda e oportuna, para todos os tempos e situações. Atendamos aos imperativos do serviço  divino que se localiza em nossa paisagem individual, não através de constrangimento, mas pela boa­ vontade espontânea, fugindo cada vez mais aos nossos interesses particularistas e de ânimo  firme e pronto para servir ao bem, tanto quanto nos seja possível. Às vezes, é razoável preocupar-se o homem com a situação mundial, com a regeneração das coletividades, com as posições e responsabilidades dos outros, mas não é justo esquecermo-nos daquele “rebanho de Deus que está entre nós”.

Fonte: Livro Pão Nosso, de Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel

Trecho do estudo: 

20. A destruição recíproca dos seres vivos é, dentre as leis da natureza, uma das que, à primeira vista, menos parecem conciliar-se com a Bondade de Deus. Pergunta-se por que lhes criou Ele a necessidade de mutuamente se destruírem, para se alimentarem uns à custa dos outros.

Para quem apenas vê a matéria e restringe à vida presente a sua visão, há de isso, com efeito, parecer uma imperfeição na obra divina. É que, em geral, os homens apreciam a perfeição de Deus do ponto de vista humano; medindo-lhe a sabedoria pelo juízo que dela formam, pensam que Deus não poderia fazer coisa melhor do que eles próprios fariam. Não lhes permitindo a curta visão, de que dispõem, apreciar o conjunto, não compreendem que um bem real possa decorrer de um mal aparente. Só o conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira essência, e o da grande lei de unidade, que constitui a harmonia da Criação, pode dar ao homem a chave desse mistério e mostrar-lhe a sabedoria providencial e a harmonia, exatamente onde apenas vê uma anomalia e uma contradição.

21. A verdadeira vida, tanto do animal como do homem, não está no invólucro corporal, do mesmo que não está no vestuário. Está no princípio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo. Esse princípio necessita do corpo para se desenvolver pelo trabalho que lhe cumpre realizar sobre a matéria bruta. O corpo se consome nesse trabalho, mas o Espírito não se gasta; ao contrário, sai dele cada vez mais forte, mais lúcido e mais apto. Que importa, pois, que o Espírito mude mais ou menos frequentemente de envoltório?! Não deixa por isso de ser Espírito. É precisamente como se um homem mudasse cem vezes no ano as suas vestes. Não deixaria por isso de ser homem.

Por meio do incessante espetáculo da destruição, ensina Deus aos homens o pouco caso que devem fazer do envoltório material e lhes suscita a ideia da vida espiritual, fazendo que a desejem como uma compensação.

Objetar-se-á: não podia Deus chegar ao mesmo resultado por outros meios, sem constranger os seres vivos a se destruírem mutuamente? Desde que na sua obra tudo é sabedoria, devemos supor que esta sabedoria não existirá mais num ponto do que noutros; se não o compreendemos assim, devemos atribuí-lo à nossa falta de adiantamento. Contudo, podemos procurar a pesquisa da razão do que nos pareça defeituoso, tomando por bússola este princípio: Deus há de ser infinitamente justo e sábio. Procuremos, portanto, em tudo, a sua justiça e a sua sabedoria e curvemo-nos diante do que ultrapasse o nosso entendimento

22. Uma primeira utilidade, que se apresenta de tal destruição, utilidade, sem dúvida, puramente física, é esta: os corpos orgânicos só se conservam com o auxílio das matérias orgânicas, matérias que contêm os elementos nutritivos necessários à sua transformação. Como instrumentos de ação do princípio inteligente, os corpos precisam ser constantemente renovados, a Providência faz que sirvam à sua mútua manutenção. Eis por que os seres se nutrem uns dos outros. Mas é o corpo que se nutre do corpo, sem que o Espírito se aniquile ou altere, fica apenas despojado do seu envoltório.(22) 23. Há também considerações morais de ordem elevada

É necessária a luta para o desenvolvimento do Espírito. Na luta é que ele exercita suas faculdades. O que ataca em busca do alimento e o que se defende para conservar a vida usam de habilidade e inteligência, aumentando, em consequência, suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe; mas, em realidade, que foi o que o mais forte ou o mais destro tirou ao mais fraco? A veste de carne, nada mais; ulteriormente, o Espírito, que não morreu, tomará outra.

24. Nos seres inferiores da Criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, nos quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida.

No homem, há um período de transição em que ele mal se distingue do bruto. Nas primeiras idades, domina o instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das necessidades materiais. Mais tarde, contrabalançam-se o instinto animal e o sentimento moral; luta então o homem, não mais para se alimentar, porém, para satisfazer à sua ambição, ao seu orgulho, a sua necessidade de dominar. Para isso, ainda lhe é preciso destruir. Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa essa necessidade. O homem ganha horror ao sangue.

Contudo, a luta é sempre necessária ao desenvolvimento do Espírito, pois, mesmo chegando a esse ponto, que nos parece culminante, ele ainda está longe de ser perfeito. Só à custa de sua atividade que o Espírito adquire conhecimento, experiência e se despoja dos últimos vestígios da animalidade. Mas, nessa ocasião, a luta, de sangrenta e brutal que era, se torna puramente intelectual. O homem luta contra as dificuldades, não mais contra os seus semelhantes.(23)

(22)Nota de Allan Kardec: Veja-se: Revista espírita, agosto de 1864, Extinção das raças.

(23) 23 Nota de Allan Kardec: Sem prejulgar das consequências que se possam tirar desse princípio, apenas quisemos demonstrar, mediante essa explicação, que a destruição de uns seres vivos por outros em nada infirma a sabedoria divina e que, nas leis da natureza, tudo se encadeia. Esse encadeamento forçosamente se quebra, desde que se abstraia do princípio espiritual, razão por que muitas questões permanecem insolúveis, por só se levar em conta a matéria. As doutrinas materialistas trazem em si o princípio de sua própria destruição; têm contra si não só o antagonismo em que se acham com as aspirações da universalidade dos homens e suas consequências morais, que farão sejam elas, as doutrinas, repelidas como dissolventes da sociedade, mas também a necessidade que o homem experimenta de se inteirar de tudo o que resulta do progresso. O desenvolvimento intelectual conduz o homem à pesquisa das causas. Ora, por pouco que ele reflita, não tardará a reconhecer a impotência do materialismo para tudo explicar. Como é possível que doutrinas que não satisfazem ao coração, nem a razão, nem à inteligência, que deixam problemáticas as mais vitais questões, venham a prevalecer? O progresso das ideias matará o materialismo, como matou o fanatismo.



22/09/2020

                                                                                   Olá!

Ouçam abaixo uma poesia de Auta de Souza




Ao sol do campo

Auta de Souza

Prossegue, semeador, alçando monte acima, 
A plantação da fé na gleba da esperança, 
Ara, semeia, aduba, e, intimorato, avança, 
Consagrando a servir no sonho que te arrima. 

Não aguarde lauréis de transitória estima 
E se a nuvem de angústia e lágrimas te alcança, 
Deténs na própria fé refúgio e segurança, 
No grande espinheiral de amor que te sublima. 

Vara vento, granizo, injúria, lama, prova 
E espalha, aqui e além, a paz que te renova, 
No tempo a recordar solo vivo e fecundo. 

Ama, serve e constrói!... Onde lidas e esperas, 
Trazes contigo a luz dos gênios de outras eras 
Que promovem, com Cristo, a redenção do mundo. 

Fonte: livro Auta de Souza, Francisco Cândido Xavier por Auta de Souza

19/09/2020

                                                                                    Olá!

Segue nosso estudo de sábado às 10 h
Labor Intransferível




Leitura inicial:

Rendimento 

Leve auxílio que estendas: 
Mais apoio a servir-te. 

A esperança que espalhas 
É uma estrela a esperar-te. 

Dor que tires dos outros, 
Prova de que te afastas. 

Doar felicidade 
é retratá-la em nós. 

Olha a semente humilde 
e a colheita dos frutos. 

Todo bem rende 
o bem pelas contas de Deus

Fonte: Livro Migalha, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emanuel

Trecho do estudo:

Clareado intimamente pelas fulgurações da fé que hoje banha de suaves consolações o teu espírito, começa a tarefa imediata de insculpir no coração e na mente as diretivas que te deslumbram, vivendo desde agora a Era de felicidade de que te falam as excelsas mensagens da Verdade.
Encontrarás quem diga que a conquista do Reino dos Céus, na Terra, é loucura e estremecerás atemorizado.
Ouvirás diatribes e bocas mordazes que emitirão conceitos deprimentes, referindo-se à tua conduta “fora de época”.
Chamar-te-ão para apresentarem os dados negativos sobre os que, na atualidade, intentaram vida cristã correta, como marginais da sociedade.
Acompanharás com inquietudes íntimas os que facilmente galgam os degraus da fama, demorando-te no anonimato, em luta renhida.
No entanto, não sucumbas ante a noite prenhe de desencantos.
Aguarda a clara face da madrugada e prossegue pelo oceano de luz do dia.
O que deves fazer, faze-o.
Sabes que a vida espiritual é a essência do existir.
A Revelação Espírita inscreveu no teu cérebro conceitos vibrantes que renovaram tuas concepções sobre a vida.
Já não segues a esmo, sem roteiro.
Todavia, é conveniente não encarcerares a palavra libertadora nos cofres do imediatismo, convertendo a convicção que se enfloresce, agora, em moedas para as comezinhas necessidades...
Utiliza a lição vigorosa da imortalidade para a própria imortalidade. 
Caminharás depois da morte com os tesouros que reunires antes dela. 
Os benfeitores espirituais, a quem dizes amar, não poderão fazer por ti mais do que seja lícito receberes.
São eles amigos mais experientes e mais sábios é certo, em função pedagógica de didática espiritual. Também eles avançam no rumo de cimos mais altos, também eles têm meta a alcançar, eles também obedecem às leis soberanas da Criação. 
Prepara-te de logo, acumulando nos depósitos sagrados da experiência carnal os valores de uma conduta reta, uma consciência tranquila e um coração afável. 
O momento que vives é momento do corretor da eternidade. 
Eternidade, infinito que se confunde no minuto célere que passa, no elétron que te escapa.
Harmoniza fé e ação, remove obstáculos e atrações retentoras, usando o buril constantemente e cinzela-te para que, insculpido no teu espírito, se demore como normativa eficiente o dever para todo dia, toda hora.

***

Atraída pelo verbo do manso Rabi, a obsidiada de Magdala lapidou-se para viver a mensagem salutar. 
Arrependido da dúvida soez que o atormentou à hora do testemunho, Simão Pedro doou-se à cruz das renúncias e da ação santificante em favor dos desalentados e sofredores, lutando contra as próprias dificuldades até o sacrifício supremo. 
João, arrebatado, desde a mais verde juventude pelo Excelso Libertador, prosseguiu servindo, infatigável, até idade provecta, a repetir: – Amai-vos...
Tiago, convicto do significado da ação cristã, após vacilações tormentosas, testemunha a excelência dos seus propósitos evangélicos, vitimado pela espada dos esbirros de Agripa I... 
E depois deles, torrentes de heróis, levantados do pó da aflição, entregaram-se à laboriosa construção de um mundo melhor, guiados pelo Imarcescível Galileu.

                                                                                        *

Com o Espiritismo, recém-chegado ao discernimento humano, em hora crucial de soçobros morais e delinquências sociais, ressurgem as luminosas oportunidades de exercitar o Cristo íntimo, no trabalho de renovação pessoal intransferível e inadiável. 
Opera, com o auxílio divino, a própria transformação para o bem e a virtude, e, desde agora, experimenta a glória da ressurreição e da felicidade que te aguardam depois de todas as lutas, além da noite do túmulo, do desespero da ansiedade e da aflição decorrentes do pavor da morte.



17/09/2020

Olá!
Ouçam abaixo uma poesia de Auta de Souza



 ALMA QUERIDA

 Auta de Souza 



Alma da caridade, viva e pura,
Que abres a mão fraterna de mansinho, 
Jesus recolhe a gota de carinho, 
Que derramas na chaga da amargura. 

Essa doce migalha de ternura 
Para quem luta e chora no caminho, 
É como a rosa perfumando o espinho 
Ou como a estrela para a noite escura. 

Como crês? 
Ninguém sabe... o mundo apenas. 
Sabe que és luz nas aflições terrenas, 
Pela consolação que te abençoa. 

Seja qual for o templo que te exprime, 
Deus te proteja o coração sublime 
Alma querida e bela, humilde e boa.

16/09/2020

                                                                                    Olá!

Segue nosso estudo de quarta feira às 19 h.
A Gênese
Cap. III - O bem e o mal
O instinto e a inteligência





Leitura inicial:

Confiando Sempre 

 Peçamos ao Senhor que nos sustente as forças na desincumbência dos compromissos assumidos e que prossigamos adiante no campo de nossas abençoadas lutas, com a certeza de que o Divino Benfeitor jamais nos abandona. 

fonte: livro Migalha, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

Trecho do estudo:

11. Qual a diferença entre o instinto e a inteligência? Onde acaba um e o outro começa? Será o instinto uma inteligência rudimentar, ou será uma faculdade distinta, um atributo exclusivo da matéria?
O instinto é a força oculta que solicita os seres orgânicos a atos espontâneos e involuntários, tendo em vista a conservação deles. Nos atos instintivos não há reflexão, nem combinação, nem premeditação. É assim que a planta procura o ar, se volta para a luz, dirige suas raízes para a água e para a terra nutriente; que a flor se abre e fecha alternadamente, conforme se lhe faz necessário; que as plantas trepadeiras se enroscam em torno daquilo que lhes serve de apoio, ou se lhe agarram com as gavinhas. É pelo instinto que os animais são avisados do que lhes é útil ou nocivo; que buscam, conforme a estação, os climas propícios; que constroem, sem ensino prévio, com mais ou menos arte, segundo as espécies, leitos macios e abrigos para as suas progênies, armadilhas para apanhar a presa de que se nutrem; que manejam destramente as armas ofensivas e defensivas de que são providos; que os sexos se aproximam; que a mãe choca os filhos e que estes procuram o seio materno. No homem, no começo da vida o instinto domina com exclusividade; é por instinto que a criança faz os primeiros movimentos, que toma o alimento, que grita para exprimir as suas necessidades, que imita o som da voz, que tenta falar e andar. No próprio adulto, certos atos são instintivos, tais como os movimentos espontâneos para evitar um risco, para fugir a um perigo, para manter o equilíbrio do corpo; tais ainda o piscar das pálpebras para moderar o brilho da luz, a respiração etc.
12. A inteligência se revela por atos voluntários, refletidos, premeditados, combinados, de acordo com a oportunidade das circunstâncias. É incontestavelmente um atributo exclusivo da alma.
 Todo ato maquinal é instintivo; o ato que denota reflexão, combinação, deliberação é inteligente. Um é livre, o outro não o é.
O instinto é guia seguro, que nunca se engana; a inteligência, pelo simples fato de ser livre, está, por vezes, sujeita a errar.
Ao ato instintivo falta o caráter do ato inteligente; revela, entretanto, uma causa inteligente, essencialmente apta a prever. Se se admitir que o instinto procede da matéria, ter-se-á de admitir que a matéria é inteligente, até mesmo bem mais inteligente e previdente do que a alma, pois que o instinto não se engana, ao passo que a inteligência se equivoca.
Se se considerar o instinto uma inteligência rudimentar, como se há de explicar que, em certos casos, seja superior à inteligência que raciocina? Como explicar que torne possível se executem atos que esta não pode realizar? Se ele é atributo de um princípio espiritual de especial natureza, qual vem a ser esse princípio? Pois que o instinto se apaga, dar-se-á que esse princípio se destrua? Se os animais são dotados apenas de instinto, não tem solução o destino deles e nenhuma compensação os seus sofrimentos, o que não estaria de acordo nem com a justiça, nem com a bondade de Deus. (Cap. II, 19.)
13. Segundo outros sistemas, o instinto e a inteligência procederiam de um único princípio. Chegado a certo grau de desenvolvimento, esse princípio, que primeiramente apenas tivera as qualidades do instinto, passaria por uma transformação que lhe daria as da inteligência livre.
Se fosse assim, no homem inteligente que perde a razão e entra a ser guiado exclusivamente pelo instinto, a inteligência voltaria ao seu estado primitivo e, quando o homem recobrasse a razão, o instinto se tornaria inteligência e assim alternadamente, a cada acesso, o que não é admissível.
Aliás, muitas vezes o instinto e a inteligência se revelam simultaneamente no mesmo ato. No caminhar, por exemplo, o movimento das pernas é instintivo; o homem põe maquinalmente um pé à frente do outro, sem nisso pensar; quando, porém, ele quer acelerar ou demorar o passo, levantar o pé ou desviar-se de um tropeço, há cálculo, combinação; ele age com deliberado propósito. A impulsão involuntária do movimento é o ato instintivo; a calculada direção do movimento é o ato inteligente. O animal carnívoro é impelido pelo instinto a se alimentar de carne, mas as precauções que toma e que variam conforme as circunstâncias, para segurar a presa, a sua previdência das eventualidades são atos da inteligência.
14. Outra hipótese que, em suma, se conjuga perfeitamente à ideia da unidade de princípio, ressalta do caráter essencialmente previdente do instinto e concorda com o que o Espiritismo ensina, no tocante às relações do mundo espiritual com o mundo corpóreo.
Sabe-se agora que muitos Espíritos desencarnados têm por missão velar pelos encarnados, dos quais se constituem protetores e guias; que os envolvem nos seus eflúvios fluídicos; que o homem age muitas vezes de modo inconsciente, sob a ação desses eflúvios.
Sabe-se, ademais, que o instinto, que por si mesmo produz atos inconscientes, predomina nas crianças e, em geral, nos seres cuja razão é fraca. Ora, segundo esta hipótese, o instinto não seria atributo nem da alma, nem da matéria; não pertenceria propriamente ao ser vivo, seria efeito da ação direta dos protetores invisíveis que supririam a imperfeição da inteligência, provocando os atos inconscientes necessários à conservação do ser. Seria qual a andadeira com que se amparam as crianças que ainda não sabem andar. Então, do mesmo modo que se deixa gradualmente de usar a andadeira, à medida que a criança se equilibra sozinha, os Espíritos protetores deixam entregues a si mesmos os seus protegidos, à medida que estes se tornam aptos a guiar-se pela própria inteligência.
Assim, o instinto, longe de ser produto de uma inteligência rudimentar e incompleta, sê-lo-ia de uma inteligência estranha, na plenitude da sua força, inteligência protetora, que supriria a insuficiência, quer de uma inteligência mais jovem, que aquela compeliria a fazer, inconscientemente, para seu bem, o que ainda fosse incapaz de fazer por si mesma, quer de uma inteligência madura, porém, momentaneamente tolhida no uso de suas faculdades, como se dá com o homem na infância e nos casos de idiotia e de afecções mentais. 
Diz-se proverbialmente que há um deus para as crianças, para os loucos e para os ébrios. É mais veraz do que se supõe esse ditado. Aquele deus, outro não é senão o Espírito protetor, que vela pelo ser incapaz de se proteger, utilizando-se da sua própria razão.
15. Nesta ordem de ideias, ainda mais longe se pode ir. Por muito racional que seja, essa teoria não resolve todas as dificuldades da questão.
Se observarmos os efeitos do instinto, notaremos, em primeiro lugar, uma unidade de vistas e de conjunto, uma segurança de resultados, que cessam logo que a inteligência livre substitui o instinto. Demais, reconheceremos profunda sabedoria na apropriação tão perfeita e tão constante das faculdades instintivas às necessidades de cada espécie. Semelhante unidade de vistas não poderia existir sem a unidade de pensamento e esta é incompatível com a diversidade das aptidões individuais; só ela poderia produzir esse conjunto tão harmonioso que se realiza desde a origem dos tempos e em todos os climas, com uma regularidade, uma precisão matemáticas, cuja ausência jamais se nota. A uniformidade no que resulta das faculdades instintivas é um fato característico, que forçosamente implica a unidade da causa. Se a causa fosse inerente a cada individualidade, haveria tantas variedades de instintos quantos fossem os indivíduos, desde a planta até o homem. Um efeito geral, uniforme e constante, há de ter uma causa geral, uniforme e constante; um efeito que atesta sabedoria e previdência há de ter uma causa sábia e previdente. Ora, uma causa dessa natureza, sendo por força inteligente, não pode ser exclusivamente material.
Não se nos deparando nas criaturas, encarnadas ou desencarnadas, as qualidades necessárias à produção de tal resultado, temos que subir mais alto, isto é, ao próprio Criador. Se nos reportamos à explicação dada sobre a maneira por que se pode conceber a ação providencial (cap. II, item 24); se figurarmos todos os seres penetrados do fluido divino, soberanamente inteligente, compreenderemos a sabedoria previdente e a unidade de vistas que presidem a todos os movimentos instintivos que se efetuam para o bem de cada indivíduo. Tanto mais ativa é essa solicitude, quanto menos recursos tem o indivíduo em si mesmo e na sua inteligência. Por isso é que ela se mostra maior e mais absoluta nos animais e nos seres inferiores, do que no homem.
Segundo essa teoria, compreende-se que o instinto seja um guia seguro. O instinto materno, o mais nobre de todos, que o materialismo rebaixa ao nível das forças atrativas da matéria, fica realçado e enobrecido. Em razão das suas consequências, não devia ele ser entregue às eventualidades caprichosas da inteligência e do livre-arbítrio. Por intermédio da mãe, o próprio Deus vela pelas suas criaturas que nascem. 
16. Esta teoria de nenhum modo anula o papel dos Espíritos protetores, cujo concurso é fato observado e comprovado pela experiência; mas deve-se notar que a ação desses Espíritos é essencialmente individual; que se modifica segundo as qualidades próprias do protetor e do protegido e que em parte nenhuma apresenta a uniformidade e a generalidade do instinto. Deus, em sua sabedoria, conduz Ele próprio os cegos, porém confia a inteligências livres o cuidado de guiar os clarividentes, para deixar a cada um a responsabilidade de seus atos. A missão dos Espíritos protetores constitui um dever que eles aceitam voluntariamente e lhes é um meio de se adiantarem, dependendo o adiantamento da forma por que o desempenhem. 
17. Todas essas maneiras de considerar o instinto são forçosamente hipotéticas e nenhuma apresenta caráter seguro de autenticidade, para ser tida como solução definitiva. A questão, sem dúvida, será resolvida um dia, quando se houverem reunido os elementos de observação que ainda faltam. Até lá, temos que limitar-nos a submeter as diversas opiniões ao cadinho da razão e da lógica e esperar que a luz se faça. A solução que mais se aproxima da verdade será decerto a que melhor condiga com os atributos de Deus, isto é, com a bondade suprema e a suprema justiça. (Cap. II, item 19.) 
18. Sendo o instinto o guia e as paixões as molas da alma no período inicial do seu desenvolvimento, por vezes aquele e estas se confundem nos efeitos. Há, contudo, entre esses dois princípios, diferenças que muito importa se considerem. 
O instinto é guia seguro, sempre bom. Pode, ao cabo de certo tempo, tornar-se inútil, porém nunca prejudicial. Enfraquece-se pela predominância da inteligência.
As paixões, nas primeiras idades da alma, têm de comum com o instinto o serem as criaturas solicitadas por uma força igualmente inconsciente. As paixões nascem principalmente das necessidades do corpo e dependem, mais do que o instinto, do organismo. O que, acima de tudo, as distingue do instinto é que são individuais e não produzem, como este último, efeitos gerais e uniformes; variam, ao contrário, de intensidade e de natureza, conforme os indivíduos. São úteis, como estimulante, até a eclosão do senso moral, que faz nasça de um ser passivo, um ser racional. Nesse momento, as paixões tornam-se não só inúteis, como nocivas ao progresso do Espírito, cuja desmaterialização retardam. Abrandam-se com o desenvolvimento da razão.
19. O homem que constantemente só agisse pelo instinto poderia ser muito bom, mas conservaria adormecida a sua inteligência. Seria qual criança que não deixasse as andadeiras e não soubesse utilizar-se de seus membros. Aquele que não domina as suas paixões pode ser muito inteligente, porém, ao mesmo tempo, muito mau. O instinto se aniquila por si mesmo; as paixões somente pelo esforço da vontade podem domar-se.