30/04/2020

Olá amigos!
Ouçam abaixo um trecho do livro Amizade



CAMINHO DA PAZ

Dizem que um homem de fé se aproximou de Jesus e indagou, após externar-se em manifestações de júbilo e reverência: 
- Senhor, onde o caminho da paz? que fazer de meu filho que me arrasa a tranqüilidade, atolado na rebeldia? 
- Abençoá-lo-ás sempre - respondeu o Divino Mestre - procurando socorrê-lo com mais amor. 
- E como agir, à frente de meu tio, aquele que me furtou a herança dos avós? 
- Buscarás perdoá-lo, usando compaixão e esquecimento. 
- E meu antigo sócio? de que modo proceder com esse homem que tanto me prejudicou e injuriou? 
- Desculpa-lo-ás, orando em favor dele. 
- Tenho quatro empregados ignorantes... De que maneira harmonizar-me com esses companheiros problemas, se me afligem com as maiores dificuldades, dia por dia? 
- Saberás instruí-los. 
- Minha existência está repleta de perseguidores... Que fazer com essa gente cruel? 
- Esquecerás qualquer agravo e auxiliarás em benefício de cada um, tanto quanto puderes. O devoto baixou a cabeça, sentindo-se na presença da verdade, e considerou timidamente: 
- Senhor, estou satisfeito. 
Conta-se que Jesus afagou-lhe a cabeça dolorida e rematou, ao despedir-se: 
- Então, vai, serve sempre e não perguntes mais.

Fonte: Livro Amizade, Francisco Candido Xavier, pelo espírito Meimei 
Olá amigos! 
Segue a nossa programação de estudos do mês de Maio!
Vamos estudar!



29/04/2020

Olá!

Segue nosso estudo de quarta-feira às 20 hs.
O Livro dos Espíritos - Q.913 a 917
O Egoísmo

Leitura inicial:

148

Todos sofrem enquanto estão no mundo.
A dor é um método eficiente para a renovação, quando falecem os benefícios do amor não vivido.
Diante desta fatalidade inevitável que o espírito enfrenta nos mais variados matizes, cumpre-lhe recebê-la com dignidade e confiança.
O que hoje se apresenta atormentante, ameaçador, amanhã se converte em paz.
 A doença física ou mental, a aflição econômica ou moral passam, deixando resultados conforme o grau de elevação pessoal através do qual foram recebidas.
Não te consideres, pois, infeliz, quando sofrendo. Reflita os benefícios da injunção expungitiva e segue adiante, encorajado.

Fonte: Livro Vida Feliz, Divaldo Franco , pelo Espírito Joanna de Angelis, Editora LEAL – 16ª edição - 2012


 Trecho do estudo:

Parte Terceira

Capítulo XII - Da perfeição moral


O egoísmo

913. Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical?
“Temo-lo dito muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos há egoísmo. Por mais que lhes deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe houverdes destruído a causa. Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito, porquanto aí é que está a verdadeira chaga da sociedade. Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades”.

914. Fundando-se o egoísmo no sentimento do interesse pessoal, bem difícil parece extirpá-lo inteiramente do coração humano. Chegar-se-á a consegui-lo?
“À medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas materiais. Depois, necessário é que se reformem as instituições humanas que o entretêm e excitam. Isso depende da educação”.

915. Por ser inerente à espécie humana, o egoísmo não constituirá sempre um obstáculo ao reinado do bem absoluto na Terra?
“É exato que no egoísmo tendes o vosso maior mal, porém ele se prende à inferioridade dos Espíritos encarnados na Terra e não à Humanidade mesma. Ora, depurando-se por encarnações sucessivas, os Espíritos se despojam do egoísmo, como de suas outras impurezas. Não existirá na Terra nenhum homem isento de egoísmo e praticante da caridade? Há muito mais homens assim do que supondes. Apenas, não os conheceis, porque a virtude foge à viva claridade do dia. Desde que haja um, por que não haverá dez? havendo dez, por que não haverá mil e assim por diante?”

916. Longe de diminuir, o egoísmo cresce com a civilização, que, até, parece, o excita e mantém. Como poderá a causa destruir o efeito?
“Quanto maior é o mal, mais hediondo se torna. Era preciso que o egoísmo produzisse muito mal, para que compreensível se fizesse a necessidade de extirpá-lo. Os homens, quando se houverem despojado do egoísmo que os domina, viverão como irmãos, sem se fazerem mal algum, auxiliando-se reciprocamente, impelidos pelo sentimento mútuo da solidariedade. Então, o forte será o amparo e não o opressor do fraco e não mais serão vistos homens a quem falte o indispensável, porque todos praticarão a lei de justiça. Esse o reinado do bem, que os Espíritos estão incumbidos de preparar”. (784)

917. Qual o meio de destruir-se o egoísmo?
“De todas as imperfeições humanas, o egoísmo é a mais difícil de desenraizar-se porque deriva da influência da matéria, influência de que o homem, ainda muito próximo de sua origem, não pôde libertar-se e para cujo entretenimento tudo concorre: suas leis, sua organização social, sua educação. O egoísmo se enfraquecerá à proporção que a vida moral for predominando sobre a vida material e, sobretudo, com a compreensão, que o Espiritismo vos faculta, do vosso estado futuro, real e não desfigurado por ficções alegóricas. Quando, bem compreendido, se houver identificado com os costumes e as crenças, o Espiritismo transformará os hábitos, os usos, as relações sociais. O egoísmo assenta na importância da personalidade. Ora, o Espiritismo, bem compreendido, repito, mostra as coisas de tão alto que o sentimento da personalidade desaparece, de certo modo, diante da imensidade. Destruindo essa importância, ou, pelo menos, reduzindo-a às suas legítimas proporções, ele necessariamente combate o egoísmo.
O choque, que o homem experimenta, do egoísmo dos outros é o que muitas vezes o faz egoísta, por sentir a necessidade de colocar-se na defensiva. Notando que os outros pensam em si próprios e não nele, ei-lo levado a ocupar-se consigo, mais do que com os outros. Sirva de base às instituições sociais, às relações legais de povo a povo e de homem a homem, o princípio da caridade e da fraternidade e cada um pensará menos na sua pessoa, assim veja que outros nela pensaram. Todos experimentarão a influência moralizadora do exemplo e do contato. Em face do atual extravasamento de egoísmo, grande virtude é verdadeiramente necessária, para que alguém renuncie à sua personalidade em proveito dos outros, que, de ordinário, absolutamente lhe não agradecem. Principalmente para os que possuem essa virtude, é que o Reino dos Céus se acha aberto. A esses, sobretudo, é que está reservada a felicidade dos eleitos, pois em verdade vos digo que, no dia da justiça, será posto de lado e sofrerá pelo abandono, em que se há de ver, todo aquele que em si somente houver pensado”. (785)
Fénelon

Louváveis esforços indubitavelmente se empregam para fazer que a Humanidade progrida. Os bons sentimentos são animados, estimulados e honrados mais do que em qualquer outra época. Entretanto, o egoísmo, verme roedor, continua a ser a chaga social. É um mal real, que se alastra por todo o mundo e do qual cada homem é mais ou menos vítima. Cumpre, pois, combatê-lo, como se combate uma enfermidade epidêmica. Para isso, deve-se proceder como procedem os médicos: ir à origem do mal. Procurem-se em todas as partes do organismo social, da família aos povos, da choupana ao palácio, todas as causas, todas as influências que, ostensiva ou ocultamente, excitam, alimentam e desenvolvem o sentimento do egoísmo. Conhecidas as causas, o remédio se apresentará por si mesmo. Só restará então destruí-las, senão totalmente, de uma só vez, ao menos parcialmente, e o veneno pouco a pouco será eliminado. Poderá ser longa a cura, porque numerosas são as causas, mas não é impossível. Contudo, ela só se obterá se o mal for atacado em sua raiz, isto é, pela educação, não por essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas pela que tende a fazer homens de bem. A educação, convenientemente entendida, constitui a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam plantas novas. Essa arte, porém, exige muito tato, muita experiência e profunda observação. É grave erro pensar-se que, para exercê-la com proveito, baste o conhecimento da Ciência. Quem acompanhar assim o filho do rico, como o do pobre, desde o instante do nascimento, e observar todas as influências perniciosas que sobre eles atuam, em consequência da fraqueza, da incúria e da ignorância dos que os dirigem, observando igualmente com quanta frequência falham os meios empregados para moralizá-los, não poderá espantar-se de encontrar pelo mundo tantas esquisitices. Faça-se com o moral o que se faz com a inteligência e ver-se-á que, se há naturezas refratárias, muito maior do que se julga é o número das que apenas reclamam boa cultura, para produzir bons frutos. (872)
O homem deseja ser feliz e natural é o sentimento que dá origem a esse desejo. Por isso é que trabalha incessantemente para melhorar a sua posição na Terra, que pesquisa as causas de seus males para remediá-los. Quando compreender bem que no egoísmo reside uma dessas causas, a que gera o orgulho, a ambição, a cupidez, a inveja, o ódio, o ciúme, que a cada momento o magoam, a que perturba todas as relações sociais, provoca as dissensões, aniquila a confiança, a que o obriga a se manter constantemente na defensiva contra o seu vizinho, enfim, a que do amigo faz inimigo, ele compreenderá também que esse vício é incompatível com a sua felicidade e, podemos mesmo acrescentar, com a sua própria segurança. E quanto mais haja sofrido por efeito desse vício, mais sentirá a necessidade de combatê-lo, como se combatem a peste, os animais nocivos e todos os outros flagelos. O seu próprio interesse a isso o induzirá. (784)
O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade o é de todas as virtudes. Destruir um e desenvolver a outra, tal deve ser o alvo de todos os esforços do homem, se quiser assegurar a sua felicidade neste mundo, tanto quanto no futuro.


O Livro dos Espíritos – Allan Kardec - FEB Editora – 93ª edição - 2013


Olá! 
Segue nosso estudo de quarta-feira às 19hs.
Livro Cristianismo e Espiritismo 
Capítulo IX


Leitura inicial:

152
Controlar a Ansiedade

Acalma as ânsias do teu coração.
O que ainda não alcançaste, está a caminho.
Não sofras de véspera, entregando-te a estados deprimentes, por ausências que certamente não fazem falta.
A carência pode proporcionar recurso de valorização das pessoas e coisas.
Quem desfruta de benefícios, com facilidade subestima o que possui.
Aprende a conviver com a escassez, a solidão, e saberás evitar a embriaguez dos sentidos, a volúpia da luxúria, a exacerbação da posse.
És o que tu realizas e não o que tens ou com quem te encontras. 

Fonte: Livro: Vida Feliz , Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco

Trecho do estudo:

...
De nossa explanação resulta que atingimos uma hora decisiva na história da Ciência. 
A ciência experimental franqueou o limite que separa dois mundos, o visível e o invisível. Ela se encontra em presença de um infinito vivo. Era o que dizia o professor Charles Richet, da Academia de Medicina de Paris, em seu relatório sobre as sessões espíritas de Milão: É um mundo novo que se nos descerra. 
De meio século para cá, lentamente, mas com segurança, encaminha-se a Ciência, de descoberta em descoberta, para o conhecimento da vida fluídica, invisível, de perfeita conformidade com o ensino do moderno espiritualismo. Dessa concordância vai resultar a mais firme certeza, que jamais o homem possuiu, da sobrevivência da alma e da sua indestrutibilidade. 
Atualmente, essa questão, acompanhada de perto durante anos, resolvida por grande número de sábios que a têm estudado, ainda o não foi pela ciência oficial, que hesita ainda: mas seu veredicto não pode tardar. 
Acima das questões de interesse, das rivalidades, superior aos sofismas, às sutilezas, às contradições, o problema se apresenta imperativo ao tribunal do pensamento. Em presença dos fatos espíritas, da sua persistência, da sua incessante renovação e prodigiosa variedade, é forçoso pronunciar-se e dizer se a morte é o nada, ou se há, de fato, um destino para o homem. 

Este um debate verdadeiramente grave e solene. Todas as negações e todas as esperanças estão em causa. Todas as escolas têm interesse na solução do problema, em saber se há, como o estabelecemos, uma prova objetiva da sobrevivência do ser, escoimada de todo caráter místico. 
As escolas materialistas de um lado, as igrejas do outro, se inquietam e se agitam, porque nisso descobrem um motivo de decadência e enfraquecimento para elas, ao passo que seria, realmente, essa comprovação da sobrevivência, um meio de aproximação e conciliação. 
Daí, também, todas as objurgatórias, todos os protestos que se levantam. Quaisquer que sejam, porém, a indecisão da Ciência, a oposição das escolas, a obstinação com que são combatidas a nova idéia e as descobertas que a originaram, as potências invisíveis que operam no mundo não empregarão menos tenacidade e energia em as defender e propagar, porque, mais alto que o interesse das escolas, que as teorias e sistemas, há uma coisa que deve triunfar e impor-se: é a verdade. 
Há muito recalcado em suas profundezas, quer pelo materialismo que lhe negava a existência, quer pela Igreja que, a pretexto de feitiçaria, lhe condenava as manifestações, o mundo invisível se retraíra. 
Agora, entra novamente em ação. As manifestações ocultas se produzem sob todas as formas, desde as mais banais às mais transcendentes, conforme o grau de elevação das Inteligências que intervêm. Elas se desdobram de conformidade com um plano majestoso, cujo intuito claramente se revela e outro não é senão mostrar ao homem que ele não é apenas matéria perecível, mas que tem dentro de si uma essência que sobrevive ao corpo e pode entrar em comunicação com outros seres humanos, depois da morte, uma individualidade chamada a desenvolver-se livremente através do infinito do tempo e da imensidade dos espaços. 

O invisível faz, pouco a pouco, irrupção no mundo visível e, a despeito dos sarcasmos, hostilidades e resistências, é evidente que a sua ação se vai estender e multiplicar, cada vez mais, até que o homem chegue, finalmente, a melhor conhecer-se, a discernir a lei da vida e dos seus destinos. 
Há, pois, na observação desses fatos o germe de uma revolução que abrangerá progressivamente todo o domínio dos conhecimentos humanos. 
Antes de tudo, no ponto de vista científico, esses fatos nos descerram todo um mundo de forças, de influências, de formas de vida em que estávamos mergulhados sem lhe suspeitar a existência; um mundo cuja grandeza, tesouros e energias em depósito desafiam todo o cálculo e previsão. Eles ensinam também a ver no homem a sede de faculdades, de capacidades ocultas, cuja utilização e desenvolvimento podem conduzir-nos a alturas grandiosas. 
A vida aparece-nos agora sob um duplo aspecto: simultaneamente corporal e fluídica. A existência do homem é alternativamente terrestre e extraterrestre e se efetua ora na carne, sobre a Terra, ora na atmosfera ou no espaço, sempre sob a forma humana, mas imponderável e impalpável. Esses dois modos de vida se revezam e se sucedem num ritmo harmônico, como o dia sucede à noite, a vigília ao sono, ao Verão o Inverno. 
No ponto de vista moral e filosófico, as conseqüências do fenômeno espírita não são menos importantes. 
Há mais de cinqüenta anos têm sido os fatos comprovados ( lembrar que o livro foi escrito no início do século XX ); quando, desses fatos quiseram remontar às causas que os produzem, quando, do conjunto dos fenômenos quiseram deduzir a lei que os rege, foi reconhecida a evidência de uma ordem de coisas que implica forçosamente uma nova concepção da vida e do Universo. Não somente foram obrigados a reconhecer a existência de seres invisíveis, que são os espíritos dos mortos, mas também que esses seres se acham ligados pelos vínculos de estreita solidariedade e evolvem para um objetivo comum, para estados sempre e cada vez mais elevados. 

Com essa concepção, todas as idéias de lei e todas as noções de progresso, justiça e dever iluminam-se de uma nova claridade. Aumenta o sentimento das responsabilidades morais. Aí se entrevê o esperado remédio, o remédio possível para os males, os desfalecimentos e as misérias que afligem e debilitam a Humanidade. 

Porque, coisa notável, essa revelação chega na hora precisa em que todas as doutrinas desmoronam ao peso do tempo, à hora em que se esboroam os sistemas religiosos, em que o homem parecia reduzido a procurar o rumo no meio das trevas. Chega na hora em que a sociedade se vê trabalhada por imensas forças destruidoras, em que, da profundeza das massas se eleva ao céu um grito de sofrimento e desespero. É nessa hora que nos chegam as mensagens de paz, amor e esperança, que as potências do espaço, os Espíritos de luz, vêm trazer à pobre Humanidade conturbada.

28/04/2020

Olá amigos!
Ouçam abaixo um trecho do livro A vida escreve



28 
O ENSINO DA LUZ 

Senhor - disse Tadeu a Jesus, após o dia de trabalho estafante -, qual é o nosso dever maior, na execução do Evangelho para a redenção das criaturas? 

O Mestre fitou o céu azul em que nuvens pequeninas semelhavam estrigas de linho alvo. E falou em seguida: 
- Em meio de grande tempestade, inúmeros viajantes se recolheram a enorme casarão que se assemelhava a um labirinto. Porque sentissem medo uns dos outros, cada qual se escondeu nos quartos mais internos e, vindo a noite, em vão procuraram o lugar de saída. Começou, então, enorme conflito. Lamentos. Pragas.Assaltos. Correrias. Pancadas. Crimes nas trevas. Um homem, que por ali passava, ouviu os rogos de socorro que partiam do infortunado reduto e, longe de gritar ou discutir, acendeu a sua candeia e passou entre os amotinados, em profundo silêncio. Bastou a luz dele para que todos percebessem os disparates que vinham fazendo, ao mesmo tempo que encontravam, por si mesmos, a porta libertadora. 

O Mestre fez grande intervalo e voltou a dizer: 
- Se a luz do bom exemplo estiver entre nós, os outros perceberão, com facilidade, o caminho. 

- E que fazer, Senhor, para semelhante conquista? 

Jesus, continuando em sua contemplação do céu, como exilado buscando alguma visão da pátria longínqua, aclarou docemente: 
- Procuremos o Reino de Deus e a sua justiça, isto é, vivamos no amor puro e na consciência tranqüila...E tudo o mais ser-nos-á acrescentado.

Fonte : Livro A vida escreve, Francisco Candido Xavier e Waldo Vieira, pelo Espírito Hilário Silva


EU LI NUM LIVRO...

A palavra de hoje é "anátema". 

Entre vários outros textos, o vocábulo acima aparece neste trecho de O Evangelho Segundo o Espiritismo:

..."O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. 

Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam."

Vamos ao significado

1.Pena ou tipo de maldição que se efetiva com a expulsão de uma pessoa do convívio religioso ou da própria igreja; excomunhão.

2.Que foi alvo de excomunhão; que foi excomungado.

[Por Extensão] Repreensão feita de maneira enérgica e severa; condenação

Fontes : 
O Evangelho Segundo O Espiritismo,  Capítulo XVII, o homem de bem, Sede Perfeitos.

 Até a próxima!

27/04/2020

Olá!

Segue nosso estudo de segunda-feira às 15 hs.
O Livro dos Espíritos 
Sorte das crianças depois da morte  - q.197 a 199



Leitura inicial:

XXXII

Levantarás magnificentes construções terrestres, mas enquanto não ergueres em ti próprio o templo da paz, alcançado no dever nobremente cumprido, não encontrarás em teu benefício o pouso interior da genuína tranqüilidade. 

Fonte: Livro O Ligeirinho, Francisco Candido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

Trecho do estudo:


SORTE DAS CRIANÇAS DEPOIS DA MORTE 

197. Poderá ser tão adiantado quanto o de um adulto o Espírito de uma criança que morreu em tenra idade? 
“Algumas vezes o é muito mais, porquanto pode dar-se que muito mais já tenha vivido e adquirido maior soma de experiência, sobretudo se progrediu.” 

a) — Pode então o Espírito de uma criança ser mais adiantado que o de seu pai?
 “Isso é muito freqüente. Não o vedes vós mesmos tão amiudadas vezes na Terra?”

198. Não tendo podido praticar o mal, o Espírito de uma criança que morreu em tenra idade pertence a alguma das categorias superiores? 
“Se não fez o mal, igualmente não fez o bem e Deus não o isenta das provas que tenha de padecer. Se for um Espírito puro, não o é pelo fato de ter animado apenas uma criança, mas porque já progredira até à pureza.” 

199. Por que tão freqüentemente a vida se interrompe na infância?
 “A curta duração da vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento em que devera terminar, e sua morte, também não raro, constitui provação ou expiação para os pais.” 

a) — Que sucede ao Espírito de uma criança que morre pequenina? 
“Recomeça outra existência.” 

Se uma única existência tivesse o homem e se, extinguindo- -se-lhe ela, sua sorte ficasse decidida para a eternidade, qual seria o mérito de metade do gênero humano, da que morre na infância, para gozar, sem esforços, da felicidade eterna e com que direito se acharia isenta das condições, às vezes tão duras, a que se vê submetida a outra metade? Semelhante ordem de coisas não corresponderia à justiça de Deus. Com a reencarnação, a igualdade é real para todos. O futuro a todos toca sem exceção e sem favor para quem quer que seja. Os retardatários só de si mesmos se podem queixar. Forçoso é que o homem tenha o merecimento de seus atos, como tem deles a responsabilidade. Aliás, não é racional considerar-se a infância como um estado normal de inocência. Não se vêem crianças dotadas dos piores instintos, numa idade em que ainda nenhuma influência pode ter tido a educação? Algumas não há que parecem trazer do berço a astúcia, a felonia, a perfídia, até pendor para o roubo e para o assassínio, não obstante os bons exemplos que de todos os lados se lhes dão? A lei civil as absolve de seus crimes, porque, diz ela,  obraram sem discernimento. Tem razão a lei, porque, de fato, elas obram mais por instinto do que intencionalmente. Donde, porém, provirão instintos tão diversos em crianças da mesma idade, educadas em condições idênticas e sujeitas às mesmas influências? Donde a precoce perversidade, senão da inferioridade do Espírito, uma vez que a educação em nada contribuiu para isso? As que se revelam viciosas, é porque seus Espíritos muito pouco hão progredido. Sofrem então, por efeito dessa falta de progresso, as conseqüências, não dos atos que praticam na infância, mas dos de suas existências anteriores. Assim é que a lei é uma só para todos e que todos são atingidos pela justiça de Deus.

25/04/2020

Olá!

Segue nosso estudo do sábado - Tarde Fraterna
Os Tempos são chegados!



Leitura inicial:

O Evangelho segundo o Espiritismo - Allan Kardec
Capítulo III
Há muitas moradas na casa de meu Pai

  
1. Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já Eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde Eu estiver, também vós aí estejais. (João, 14:1 a 3.)



Leitura para o estudo: 
Texto 1:

Joana de Ângelis – Transição

Transição (Joanna de Ângelis)

Opera-se, na Terra, neste largo período, a grande transição anunciada pelas Escrituras e confirmada pelo Espiritismo.

O planeta sofrido experimenta convulsões especiais, tanto na sua estrutura física e atmosférica, ajustando as suas diversas camadas tectônicas, quanto na sua constituição moral.

Isto porque, os espíritos que o habitam, ainda caminhando em faixas de inferioridade, estão sendo substituídos por outros mais elevados que o impulsionarão pelas trilhas do progresso moral, dando lugar a uma era nova de paz e de felicidade.

Os espíritos renitentes na perversidade, nos desmandos, na sensualidade e vileza, estão sendo recambiados lentamente para mundos inferiores onde enfrentarão as consequências dos seus atos ignóbeis, assim renovando-se e predispondo-se ao retorno planetário, quando recuperados e decididos ao cumprimento das leis de amor.

Por outro lado, aqueles que permaneceram nas regiões inferiores estão sendo trazidos à reencarnação de modo a desfrutarem da oportunidade de trabalho e de aprendizado, modificando os hábitos infelizes a que se têm submetido, podendo avançar sob a governança de Deus.

Caso se oponham às exigências da evolução, também sofrerão um tipo de expurgo temporário para regiões primárias entre as raças atrasadas, tendo o ensejo de ser úteis e de sofrer os efeitos danosos da sua rebeldia.

Concomitantemente, espíritos nobres que conseguiram superar os impedimentos que os retinham na retaguarda, estarão chegando, a fim de promoverem o bem e alargarem os horizontes da felicidade humana, trabalhando infatigavelmente na reconstrução da sociedade, então fiel aos desígnios divinos.

Da mesma forma, missionários do amor e da caridade, procedentes de outras Esferas estarão revestindo-se da indumentária carnal, para tornar essa fase de luta iluminativa mais amena, proporcionando condições dignificantes, que estimulem ao avanço e à felicidade.


Não serão apenas os cataclismos físicos que sacudirão o planeta, como resultado da lei de destruição, geradora desses fenômenos, como ocorre com o outono que derruba a folhagem das árvores, a fim de que possam enfrentar a invernia rigorosa, renascendo exuberantes com a chegada da primavera, mas também os de natureza moral, social e humana que assinalarão os dias tormentosos, que já se vivem.

Os combates apresentam-se individuais e coletivos, ameaçando de destruição a vida com hecatombes inimagináveis.

A loucura, decorrente do materialismo dos indivíduos, atira-os nos abismos da violência e da insensatez, ampliando o campo do desespero que se alarga em todas as direções.

Esfacelam-se os lares,

Desorganizam-se os relacionamentos afetivos,

Desestruturam-se as instituições, as oficinas de trabalho convertem-se em áreas de competição desleal,

As ruas do mundo transformam-se em campos de lutas perversas, levando de roldão os sentimentos de solidariedade e de respeito, de amor e de caridade…

A turbulência vence a paz, o conflito domina o amor, a luta desigual substitui a fraternidade….

Mas essas ocorrências são apenas o começo da grande transição.

A fatalidade da existência humana é a conquista do amor que proporciona plenitude.

Há, em toda parte, uma destinação inevitável, que expressa a ordem universal e a presença de uma Consciência Cósmica atuante.

A rebeldia que predomina no comportamento humano elegeu a violência como instrumento para conseguir o prazer que lhe não chega da maneira espontânea, gerando lamentáveis consequências, que se avolumam em desaires contínuos.

É inevitável a colheita da sementeira por aquele que a fez, tornando-se rico de grãos abençoados ou de espículos venenosos.

Como as leis da vida não podem ser derrogadas, toda objeção que se lhes faz converte-se em aflição, impedindo a conquista do bem-estar.

Da mesma forma, como o progresso é inevitável, o que não seja conquistado através do dever, sê-lo-á pelos impositivos estruturais de que o mesmo se constitui.

A melhor maneira, portanto, de compartilhar conscientemente da grande transição é através da consciência de responsabilidade pessoal, realizando as mudanças íntimas que se tornem próprias para a harmonia do conjunto.

Nenhuma conquista exterior será lograda se não proceder das paisagens íntimas, nas quais estão instalados os hábitos. Esses, de natureza perniciosa, devem ser substituídos por aqueles que são saudáveis, portanto, propiciatórios de bem-estar e de harmonia emocional.

Na mente está a chave para que seja operada a grande mudança. Quando se tem domínio sobre ela, os pensamentos podem ser canalizados em sentido edificante, dando lugar a palavras corretas e a atos dignos.

O indivíduo, que se renova moralmente, contribui de forma segura para as alterações que se vêm operando no planeta.

Não é necessário que o turbilhão dos sofrimentos gerais o sensibilize, a fim de que possa contribuir eficazmente com os espíritos que operam em favor da grande transição.

Dispondo das ferramentas morais do enobrecimento, torna-se cooperador eficiente, em razão de
trabalhar junto ao seu próximo pela mudança de convicção em torno dos objetivos existenciais, ao tempo em que se transforma num exemplo de alegria e de felicidade para todos.

O bem fascina todos aqueles que o observam e atrai quantos se encontram distantes da sua ação, o mesmo ocorrendo com a alegria e a saúde.

São eles que proporcionam o maior contágio de que se tem notícia e não as manifestações aberrantes e afligentes que parecem arrastar as multidões.

Como escasseiam os exemplos de júbilo, multiplicam-se os de desespero, logo ultrapassados pelos programas de sensibilização emocional para a plenitude.

A grande transição prossegue, e porque se faz necessária, a única alternativa é examinar-lhe a maneira como se apresenta e cooperar para que as sombras que se adensam no mundo sejam diminuídas pelo Sol da imortalidade.

Nenhum receio deve ser cultivado, porque, mesmo que ocorra a morte, esse fenômeno natural é veículo da vida que se manifestará em outra dimensão.

A vida sempre responde conforme as indagações morais que lhe são dirigidas.

As aguardadas mudanças que se vêm operando trazem uma ainda não valorizada contribuição, que é a erradicação do sofrimento das paisagens espirituais da Terra.

Enquanto viceje o mal, no mundo, o ser humano torna-se-lhe a vítima preferida, em face do egoísmo em que se estorcega, apenas por eleição especial.

A dor momentânea que o fere, convida-o, por outro lado, à observância das necessidades imperiosas de seguir a correnteza do amor no rumo do oceano da paz.

Logo passado o período de aflição, chegará o da harmonia.

Até lá, que todos os investimentos sejam de bondade e de ternura, de abnegação e de irrestrita confiança em Deus.

Joanna de Ângelis.
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 30 de julho de 2006, no Rio de Janeiro, RJ).

Texto 2:
Bezerra - A Grande Transição

“Estamos agora em um novo período. Estes dias assinalam uma data muito especial: a data da mudança do Mundo de Provas e Expiações para Mundo de Regeneração.

A grande noite que se abatia sobre a Terra lentamente cede lugar ao amanhecer de bênçãos. Retroceder não mais é possível.

Firmastes, filhas e filhos da alma, um compromisso com Jesus antes de mergulhares na indumentária carnal, de servi-lo com abnegação e devotamento. Prometestes que lhe serieis fiel, mesmo que vos fosse exigido o sacrifício.

Alargando-se os horizontes deste amanhecer que viaja para a plenitude do dia, exultemos juntos, os Espíritos desencarnados e vós outros que transitais pelo mundo de sombras. Mas além do júbilo que a todos nos domina, tenhamos em mente as graves responsabilidades que nos exornam a existência no corpo ou fora dele.

Deveremos reviver os dias inolvidáveis da época do martirológio. Seremos convidados não somente ao aplauso, ao entusiasmo, ao júbilo, mas também ao testemunho, o testemunho silencioso nas paisagens internas da alma, o testemunho por amor àqueles que não nos amam, o testemunho de abnegação no sentido de ajudar aqueles ainda se comprazem em gerar dificuldades tentando inutilmente obstaculizar a marcha do progresso.

Iniciada a grande transição, chegaremos ao clímax e na razão direta em que o planeta experimenta as suas mudanças físicas, geológicas, as mudanças morais serão inadiáveis.

Que sejamos nós aqueles Espíritos espíritas que demonstremos a grandeza do amor de Jesus em nossas vidas. Que outros reclamem, que outros se queixem, que outros deblaterem —que nós outros guardemos, nos refolhos da alma, o compromisso de amar e amar sempre, trazendo Jesus de volta com toda a pujança daqueles dias que vão longe e que estão muito perto.

Jesus, filhas e filhos queridos, espera por nós!

Que seja o nosso escudo o Amor, as nossas ferramentas, o Amor, e a nossa vida, um Hino de Amor, são os votos que formulamos os Espíritos Espíritas aqui presentes e que me sugeriram representá-los diante de vós.

Com muito carinho o servidor humílimo e paternal de sempre,
Bezerra
Muita Paz, filhas e filhos do coração.





24/04/2020

Olá!

Segue nosso estudo de sexta-feira às 20 hs.
O Livro dos Espíritos - Parte Quarta  - Cap.II 
Das penas e gozos futuros - Q 958 a 964


Leitura inicial:


A Morte Não É Nada

A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.

Me deem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.

A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?

Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.

(Santo Agostinho)

Trecho do estudo:
O NADA. VIDA FUTURA 
958. Por que tem o homem, instintivamente, horror ao nada?
“Porque o nada não existe.” 

959. Donde nasce, para o homem, o sentimento instintivo da vida futura? 
“Já temos dito: antes de encarnar, o Espírito conhecia todas essas coisas e a alma conserva vaga lembrança do que sabe e do que viu no estado espiritual.” (393) Em todos os tempos, o homem se preocupou com o seu futuro para lá do túmulo e isso é muito natural. Qualquer que seja a importância que ligue à vida presente, não pode ele furtar-se  a considerar quanto essa vida é curta e, sobretudo, precária, pois que a cada instante está sujeita a interromper-se, nenhuma certeza lhe sendo permitida acerca do dia seguinte. Que será dele, após o instante fatal? Questão grave esta, porquanto não se trata de alguns anos apenas, mas da eternidade. Aquele que tem de passar longo tempo, em país estrangeiro, se preocupa com a situação em que lá se achará. Como, então, não nos havia de preocupar a em que nos veremos, deixando este mundo, uma vez que é para sempre? A idéia do nada tem qualquer coisa que repugna à razão. O homem que mais despreocupado seja durante a vida, em chegando o momento supremo, pergunta a si mesmo o que vai ser dele e, sem o querer, espera. Crer em Deus, sem admitir a vida futura, fora um contra- -senso. O sentimento de uma existência melhor reside no foro íntimo de todos os homens e não é possível que Deus aí o tenha colocado em vão. A vida futura implica a conservação da nossa individualidade, após a morte. Com efeito, que nos importaria sobreviver ao corpo, se a nossa essência moral houvesse de perder-se no oceano do infinito? As conseqüências, para nós, seriam as mesmas que se tivéssemos de nos sumir no nada. 

INTUIÇÃO DAS PENAS E GOZOS FUTUROS 

960. Donde se origina a crença, com que deparamos entre todos os povos, na existência de penas e recompensas porvindouras? 
“É sempre a mesma coisa: pressentimento da realidade, trazido ao homem pelo Espírito nele encarnado. Porque, sabei-o bem, não é debalde que uma voz interior vos fala. O vosso erro consiste em não lhe prestardes bastante atenção. Melhores vos tornaríeis, se nisso pensásseis muito, e muitas vezes.” 

961. Qual o sentimento que domina a maioria dos homens no momento da morte: a dúvida, o temor, ou a esperança? 
“A dúvida, nos cépticos empedernidos; o temor, nos culpados; a esperança, nos homens de bem.” 

962. Como pode haver cépticos, uma vez que a alma traz ao homem o sentimento das coisas espirituais? 
“Eles são em número muito menor do que se julga. Muitos se fazem de espíritos fortes, durante a vida, somente por orgulho. No momento da morte, porém, deixam de ser tão fanfarrões.” A responsabilidade dos nossos atos é a conseqüência da realidade da vida futura. Dizem-nos a razão e a justiça que, na partilha da felicidade a que todos aspiram, não podem estar confundidos os bons e os maus. Não é possível que Deus queira que uns gozem, sem trabalho, de bens que outros só alcançam com esforço e perseverança. A idéia que, mediante a sabedoria de suas leis, Deus nos dá de sua justiça e de sua bondade não nos permite acreditar que o justo e o mau estejam na mesma categoria a seus olhos, nem duvidar de que recebam, algum dia, um a recompensa, o castigo o outro, pelo bem ou pelo mal que tenham feito. Por isso é que o sentimento inato que temos da justiça nos dá a intuição das penas e recompensas futuras.

INTERVENÇÃO DE DEUS NAS PENAS E RECOMPENSAS 

963. Com cada homem, pessoalmente, Deus se ocupa? Não é ele muito grande e nós muito pequeninos para que cada indivíduo em particular tenha, a seus olhos, alguma importância?  
“Deus se ocupa com todos os seres que criou, por mais pequeninos que sejam. Nada, para a sua bondade, é destituído de valor.” 

964. Mas, será necessário que Deus atente em cada um dos nossos atos, para nos recompensar ou punir? Esses atos não são, na sua maioria, insignificantes para ele? “Deus tem suas leis a regerem todas as vossas ações. Se as violais, vossa é a culpa. Indubitavelmente, quando um homem comete um excesso qualquer, Deus não profere contra ele um julgamento, dizendo-lhe, por exemplo: Foste guloso, vou punir-te. Ele traçou um limite; as enfermidades e muitas vezes a morte são a conseqüência dos excessos. Eis aí a punição; é o resultado da infração da lei. Assim em tudo.” Todas as nossas ações estão submetidas às leis de Deus. Nenhuma há, por mais insignificante que nos pareça, que não possa ser uma violação daquelas leis. Se sofremos as conseqüências dessa violação, só nos devemos queixar de nós mesmos, que desse modo nos fazemos os causadores da nossa felicidade, ou da nossa infelicidade futuras. Esta verdade se torna evidente por meio do apólogo seguinte: “Um pai deu a seu filho educação e instrução, isto é, os meios de se guiar. Cede-lhe um campo para que o cultive e lhe diz: Aqui estão a regra que deves seguir e todos os instrumentos necessários a tornares fértil este campo e assegurares a tua existência. Dei-te a instrução, para compreenderes esta regra. Se a seguires, teu campo produzirá muito e te proporcionará o repouso na velhice. Se a desprezares, nada produzirá e morrerás de fome. Dito isso, deixa-o proceder livremente.” 
Não é verdade que esse campo produzirá na razão dos cuidados que forem dispensados à sua cultura e que toda negligência redundará em prejuízo da colheita? Na velhice, portanto, o filho será ditoso, ou desgraçado, conforme haja seguido ou não a regra que seu pai lhe traçou. Deus ainda é mais previdente, pois que nos adverte, a cada instante, de que estamos fazendo bem ou mal. Envia-nos os Espíritos para nos inspirarem, porém não os escutamos. Há mais esta diferença: Deus faculta sempre ao homem, concedendo-lhe novas existências, recursos para reparar seus erros passados, enquanto ao filho de quem falamos, se empregou mal o seu tempo, nenhum recurso resta.


Olá!

Segue nosso estudo de sexta-feira às 19 hs.
Livro Ação e Reação - Capítulo 13 - Débito Estacionário



Leitura inicial:

XVIII

Pensemos em nós, espíritos em reajuste perante a Lei, como sendo talvez muitos dos tiranos que censuramos, nas galerias da História, e meditemos na abnegação e no heroísmo de quantos nos legaram tudo de bom que hoje possuímos. 

Fonte: Livro O Ligeirinho, Francisco Candido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

Trecho do estudo: 

..."Em seguida, convidou-nos a observar o campo orgânico de Sabino. Por fora, sim, era ele dolorosa máscara de anormalidade e aberração. Mirrado, nada medindo além de noventa centímetros e apresentando grande cabeça, aquele corpo disforme, tresandando odores fétidos, inspirava compaixão e repugnância. A fisionomia denotava configuração macacóide, exibindo, porém, no sorriso inconsciente e nos olhos semilúcidos, a expressão de um palhaço triste. Recomendou-nos o Assistente auscultar-lhe o campo íntimo, e, em razão disso, findos alguns minutos de reflexão, assimilei-lhe a faixa mental, observando-lhe as singulares reminiscências... Demonstrando viver essencialmente distante da realidade, a memória de Sabino mergulhava, toda, em quadros estranhos. Corporificados ante a nossa visão espiritual, os pensamentos dele tomavam consistência, compelindo-nos a enxergá-lo qual se sentia em verdade. Víamo-lo em trajes de palaciano bem-posto, influenciando pessoas categorizadas para a consumação de crimes ocultos, a culminarem sempre na flagelação do povo. Viúvas e órfãos, trabalhadores humildes e escravos misérrimos desfilavam nas telas de suas complicadas recordações. Palacetes aristocráticos e mesas opíparas constavam por detalhes faustosos das lembranças que lhe povoavam o espírito... E, ao seu lado, sempre a mesma mulher, cujo porte soberbo revelava Poliana, aquela mesma Poliana que jazia inerme na esteira de palha... Assombrados, identificávamos ambos cercados de luxo e ouro, manchados, porém, de sangue, ao qual se faziam plenamente insensíveis... 
Reconhecíamos sem dificuldade que mantinham consigo escusos compromissos um com o outro, no terreno da crueldade. Sabino, o fidalgo orgulhoso, não tomava conhecimento de Sabino, o anão paralítico. Em absoluta introspecção, revivia o pretérito, com requintes de egolatria, demonstrando-se na posição do homem iludido por mentirosa superioridade à frente dos semelhantes. 
Percebendo-nos a perplexidade, Silas observou: 
– Decerto, não lhe ouviremos a palavra articulada, mudo e surdo qual se encontra, mas podemos consultar-lhe o pensamento, porquanto reagirá em pensamento, respondendo-nos às interpelações, através da conversação ideada. Para isso, porém, é imprescindível lhe dispensemos o tratamento devido à personalidade que julga viver... Mentalizemo-lo como sendo o Barão de S..., titulo que exibiu na existência última e com o qual se desvairou calamitosamente nas trevas da delinqüência e da vaidade. 
Observando as manchas rubras nos quadros vivos das vivas reminiscências em que se enclausurava, perguntei com a gravidade natural que a experiência exigia: 
– Barão, por que tanto sangue em seu caminho? Terão muitos chorado, em torno de sua marcha? Notei, perfeitamente, que ele não recolhera a interrogação com os tímpanos comuns, mas a apreendera em forma de idéia, formulada de si para consigo, devolvendo-nos a seguinte ponderação pelos fios mentais, em que comungávamos um com o outro, sem que me identificasse por seu interlocutor invisível: 
– “Sangue e lágrimas, sim!... Precisei de grande dose de semelhante material em meus empreendimentos... Que triunfador do mundo não terá sangue e lágrimas, na base das pirâmides da fortuna ou da dominação política em que todos eles se apóiam? A vida é um sistema de luta, no qual a Humanidade se divide em dois campos opostos – aquele dos que conquistam e aquele dos que são conquistados... Sou um nobre... Não guardo a vocação de perder... Que importa a aflição dos fracos, se a morte para eles significa descanso e mercê?
Desliguei-me do foco mental em que se lhe exprimiam os pensamentos e, depois de alguns instantes, nos quais se consagrava Hilário ao mesmo exame que me tomara a atenção, o Assistente esclareceu: 
– Segundo é fácil de concluir, ante a perquirição da ciência terrestre vulgar, Sabino será o idiota paralítico, surdo e mudo de nascença... Para nós, no entanto, é um prisioneiro ainda perigoso, engaiolado nos ossos físicos, de cuja tessitura, por agora, não tem qualquer noção, tal o egoísmo que ainda lhe turva a alma, em processo de incontrolável hipertrofia... A sede da posse ignóbil e o orgulho virulento perverteram-lhe a vida íntima, fixando-o em pavoroso labirinto de sinistros enganos, que resultam para ele em completa alienação mental no tempo, de vez que o relógio avança na contagem dos dias, enquanto se mantém parado nas reminiscências em que se supõe dominador na Terra, vivendo o pesadelo criado por si próprio... 
Diante dos problemas que o estudo suscitava, indagou Hilário, surpreso: 
– Mas... onde a vantagem de semelhantes padecimentos? 
Silas esboçou leve expressão de tristeza e considerou: 
– Temos sob nossa atenção lamentável débito congelado. Nosso pobre companheiro, deploravelmente tombado, praticou numerosos delitos na Terra e no Plano Espiritual e, há mais de mil anos, vem sucumbindo, vaidoso e desprevenido, às garras da criminalidade... De existência a existência, não soube senão consumir os recursos do campo físico, tumultuando as paisagens sociais em que o Senhor lhe concedeu viver. Calamidades diversas, como sejam homicídios, rebeliões, extorsões, calúnias, falências, suicídios, abortos e obsessões foram por ele provocados, desde muitos séculos, porquanto nada viu à frente dos olhos senão o seu egoísmo a saciar... Entre o berço e o túmulo, é o desatino incessante, e, do túmulo para o berço, é a maldade fria e inconseqüente, apesar das intercessões de amigos abnegados, que o amparam em novas tentativas de regeneração e levantamento. Quase sempre inspirado nos pontos de vista de Poliana, que lhe vem sendo a companheira de múltiplas jornadas, cristalizou-se como infeliz empresário do crime, agigantando-se-lhe de tal modo o desequilíbrio na existência última, terminada no suicídio indireto através do mergulho deliberado na viciação, que não houve outro remédio para ele senão o insulamento absoluto na carne, ao nevoeiro da romagem presente, na qual o identificamos, assim, como fera enjaulada na armadura de células aviltantes, sob a custódia da mulher que o ajudou nas quedas sucessivas, erigida agora à posição de enfermeira maternal do seu longo infortúnio. Poliana, a companheira fútil e transviada do bem, que habitualmente escolheu para si a condição de boneca do prazer delituoso, acordou, além-túmulo, para as realidades da vida, antes dele... Despertou e sofreu muito, aceitando a tarefa de auxiliá-lo na recuperação em que, por certo, despenderão muito tempo ainda... 
No campo perispiritual do anão ensimesmado, observamos, através da sua aura verde-trevosa, que todas as energias dos seus fulcros vibratórios refluíam sobre os pontos de origem, dando-nos a impressão de que Sabino estava enovelado inteiramente em si mesmo, à maneira da lagarta ilhada no casulo dela própria nascido. 
Às perguntas que não nos foi possível sopitar, respondeu Silas com presteza: 
– Nosso amigo, até que se amadureça em espírito para a renovação necessária, guarda a mente trabalhando em circuito fechado, isto é, pensa constantemente para si mesmo, incapaz da permuta de vibrações com os semelhantes, exceção feita com Poliana, de quem se fez satélite mudo e expectante, como parasita em fronde seivosa. Sabino é um problema de débito estacionário, porque jaz em processo de hibernação espiritual, compulsoriamente enquistado no próprio íntimo, a benefício da comunidade de Espíritos desencarnados e encarnados, porquanto tão expressivos se lhe destacam os gravames de ordem material e moral que a sua presença consciente, na Terra ou no Espaço, provocaria perturbações e tumultos de conseqüências imprevisíveis. Desfruta, desse modo, uma pausa na luta, como ensaio de esquecimento, a fim de que possa, de futuro, encarar o montante dos compromissos em que se enleia, promovendo-lhes solução digna nos séculos próximos, a golpes de férrea vontade na renunciação de si mesmo. – Mas – indagou Hilário, inquieto – não disporia a Espiritualidade Superior de elementos para encarcerá-lo, a distância da carne? 
– Sim – confirmou Silas –, isso não é impossível. Entretanto, se temos enxovias pungentes para a expiação dos crimes que entenebrecem a mente humana, muitas delas a se expressarem por vales de miséria e de horror, é preciso considerar que os delinqüentes aí segregados atraem-se uns aos outros, contagiando-se mutuamente das chagas morais de que são portadores, gerando o inferno em que passam transitoriamente a viver. Por outro lado, contamos com muitas instituições, funcionando à semelhança de estufas, nas quais criaturas desencarnadas dormem pacificamente largos sonos, mergulhadas nos pesadelos que merecem até certo ponto, depois de efetuada a travessia do sepulcro... Em Sabino, contudo, encontramos um caso excepcional de rebeldia e delinqüência sistemáticas, em cujas sombras, um dia, sentiu baquearem-se-lhe as forças. O remorso feriu-lhe o coração como a bala mortífera assalta um tigre solto... A prece fulgurou-lhe na consciência e, antes que a sua nova atitude provocasse reações e vinditas soezes, entre os que lhe seguiam os passos na rota perversa, recolheram-no à Mansão, onde foi naturalmente magnetizado, caindo em hipnose de longo curso, sendo recebido mais tarde pelo carinho de Poliana, então segregada em campo de regeneração pelo sacrifício. Como vemos, tamanhas são as ligações de nosso companheiro nos planos infernais que, por mercê de Jesus, foi ele ocultado provisoriamente neste corpo monstruoso em que se faz não apenas incomunicável, mas também de algum modo irreconhecível, em favor dele próprio. É indispensável que o tempo com a Bondade Divina lhe amparem os problemas aflitivos e complexos. E, fitando-nos serenamente, ajuntou:
 – Compreenderam? 
Sim, havíamos entendido. A experiência, aos nossos olhos, era dura mas lógica, terrível mas justa. E como quem nada mais podia dar ao triste amigo, além do coração, Silas afagou-lhe a cabeça imunda e ofertou-lhe, comovido, a bênção de uma prece.