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Segue nosso estudo de quarta-feira às 20 hs.
O Livro dos Espíritos - Parte terceira - Cap.XII
As Virtudes e os vícios - q.893 a 906
Leitura inicial:
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Lembranças Úteis
Não viva pedindo orientação espiritual, indefinidamente. Se você já possui duas semanas de conhecimento cristão, sabe, à saciedade, o que fazer.
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Não gaste suas energias, tentando consertar os outros de qualquer modo. Quando consertamos a nós mesmos, reconhecemos que o mundo está administrado pela Sabedoria Divina e que a obrigação de cooperar invariavelmente para o bem é nosso dever primordial.
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Não acuse os Espíritos desencarnados sofredores, pelos seus fracassos na luta. Repare o ritmo da própria vida, examine a receita e a despesa, suas ações e reações, seus modos e atitudes, seus compromissos e determinações, e reconhecerá que você tem a situação que procura e colhe exatamente o que semeia.
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Não recorra sistematicamente aos amigos espirituais, quanto a comezinhos deveres que lhe competem no caminho comum. Eles são igualmente ocupados, enfrentam problemas maiores que os seus, detêm responsabilidades mais graves e imediatas e você, nas lutas vulgares da Terra, não teria coragem de pedir ao professor generoso e benevolente que desempenhasse funções de ama-seca.
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Francisco Cândido Xavier - Agenda Cristã - pelo Espírito André Luiz 42 Não espere a morte para solucionar as questões da vida, nem alegue enfermidade ou velhice para desistir de aprender, porque estamos excessivamente distantes do Céu. A sepultura não é uma cigana, cheia de promessas miraculosas, e sim uma porta mais larga de acesso à nossa própria consciência.
Fonte: livro Agenda Cristã, Francisco Candido Xavier pelo Espírito André Luiz
Trecho do estudo:
CAPÍTULO XII
Da perfeição moral
As Virtudes e os Vícios
As Virtudes e os Vícios
893. Qual a mais meritória de todas as virtudes?
“Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas
indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre
que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus
pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais
desinteressada caridade.”
894. Há pessoas que fazem o bem espontaneamente, sem
que precisem vencer quaisquer sentimentos que lhes
sejam opostos. Terão tanto mérito, quanto as que se
vêem na contingência de lutar contra a natureza que
lhes é própria e a vencem?
“Só não têm que lutar aqueles em quem já há progresso
realizado. Esses lutaram outrora e triunfaram. Por isso é
que os bons sentimentos nenhum esforço lhes custam e suas
ações lhes parecem simplíssimas. O bem se lhes tornou um
hábito. Devidas lhes são as honras que se costuma tributar
a velhos guerreiros que conquistaram seus altos postos.
“Como ainda estais longe da perfeição, tais exemplos
vos espantam pelo contraste com o que tendes à vista e
tanto mais os admirais, quanto mais raros são. Ficai sabendo, porém, que, nos mundos mais adiantados do que o
vosso, constitui a regra o que entre vós representa a exceção. Em todos os pontos desses mundos, o sentimento do
bem é espontâneo, porque somente bons Espíritos os habitam. Lá, uma só intenção maligna seria monstruosa exceção. Eis por que neles os homens são ditosos. O mesmo se
dará na Terra, quando a Humanidade se houver transformado, quando compreender e praticar a caridade na sua
verdadeira acepção.”
895. Postos de lado os defeitos e os vícios acerca dos quais
ninguém se pode equivocar, qual o sinal mais característico da imperfeição?
“O interesse pessoal. Freqüentemente, as qualidades
morais são como, num objeto de cobre, a douradura que
não resiste à pedra de toque. Pode um homem possuir qualidades reais, que levem o mundo a considerá-lo homem de
bem. Mas, essas qualidades, conquanto assinalem um progresso, nem sempre suportam certas provas e às vezes basta que se fira a corda do interesse pessoal para que o fundo
fique a descoberto. O verdadeiro desinteresse é coisa ainda
tão rara na Terra que, quando se patenteia, todos o admiram como se fora um fenômeno.
"O apego às coisas materiais constitui sinal notório de
inferioridade, porque, quanto mais se aferrar aos bens deste mundo, tanto menos compreende o homem o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrário, demonstra que encara
de um ponto mais elevado o futuro.”
896. Há pessoas desinteressadas, mas sem discernimento, que prodigalizam seus haveres sem utilidade real,
por lhes não saberem dar emprego criterioso. Têm
algum merecimento essas pessoas?
“Têm o do desinteresse, porém não o do bem que poderiam fazer. O desinteresse é uma virtude, mas a prodigalidade irrefletida constitui sempre, pelo menos, falta de juízo.
A riqueza, assim como não é dada a uns para ser aferrolhada
num cofre forte, também não o é a outros para ser dispersada ao vento. Representa um depósito de que uns e outros
terão de prestar contas, porque terão de responder por todo
o bem que podiam fazer e não fizeram, por todas as lágrimas que podiam ter estancado com o dinheiro que deram
aos que dele não precisavam.”
897. Merecerá reprovação aquele que faz o bem, sem visar
a qualquer recompensa na Terra, mas esperando que
lhe seja levado em conta na outra vida e que lá venha
a ser melhor a sua situação? E essa preocupação lhe
prejudicará o progresso?
“O bem deve ser feito caritativamente, isto é, com
desinteresse.”
a) — Contudo, todos alimentam o desejo muito natural
de progredir, para forrar-se à penosa condição desta vida.
Os próprios Espíritos nos ensinam a praticar o bem com esse objetivo. Será, então, um mal pensarmos que, praticando o
bem, podemos esperar coisa melhor do que temos na Terra?
“Não, certamente; mas aquele que faz o bem, sem idéia
preconcebida, pelo só prazer de ser agradável a Deus e ao
seu próximo que sofre, já se acha num certo grau de progresso, que lhe permitirá alcançar a felicidade muito mais
depressa do que seu irmão que, mais positivo, faz o bem
por cálculo e não impelido pelo ardor natural do seu coração.”
b) — Não haverá aqui uma distinção a estabelecer-se
entre o bem que podemos fazer ao nosso próximo e o cuidado que pomos em corrigir-nos dos nossos defeitos? Concebemos que seja pouco meritório fazermos o bem com a idéia de
que nos seja levado em conta na outra vida; mas será igualmente indício de inferioridade emendarmo-nos, vencermos
as nossas paixões, corrigirmos o nosso caráter, com o propósito de nos aproximarmos dos bons Espíritos e de nos
elevarmos?
“Não, não. Quando dizemos — fazer o bem, queremos
significar — ser caridoso. Procede como egoísta todo aquele
que calcula o que lhe possa cada uma de suas boas ações
render na vida futura, tanto quanto na vida terrena. Nenhum egoísmo, porém, há em querer o homem melhorar-se,
para se aproximar de Deus, pois que é o fim para o qual
devem todos tender.”
898. Sendo a vida corpórea apenas uma estada temporária
neste mundo e devendo o futuro constituir objeto da
nossa principal preocupação, será útil nos esforcemos
por adquirir conhecimentos científicos que só digam
respeito às coisas e às necessidades materiais?
“Sem dúvida. Primeiramente, isso vos põe em condições de auxiliar os vossos irmãos; depois, o vosso Espírito
subirá mais depressa, se já houver progredido em inteligência. Nos intervalos das encarnações, aprendereis numa
hora o que na Terra vos exigiria anos de aprendizado. Nenhum conhecimento é inútil; todos mais ou menos contribuem para o progresso, porque o Espírito, para ser perfeito, tem que saber tudo, e porque, cumprindo que o progresso
se efetue em todos os sentidos, todas as idéias adquiridas
ajudam o desenvolvimento do Espírito.”
899. Qual o mais culpado de dois homens ricos que empregam exclusivamente em gozos pessoais suas riquezas,
tendo um nascido na opulência e desconhecido
sempre a necessidade, devendo o outro ao seu trabalho os bens que possui?
“Aquele que conheceu os sofrimentos, porque sabe o
que é sofrer. A dor, a que nenhum alívio procura dar, ele a
conhece; porém, como freqüentemente sucede, já dela se
não lembra.”
900. Aquele que incessantemente acumula haveres, sem
fazer o bem a quem quer que seja, achará desculpa,
que valha, na circunstância de acumular com o fito de
maior soma legar aos seus herdeiros?
“É um compromisso com a consciência má.”
901. Figuremos dois avarentos, um dos quais nega a si mesmo o necessário e morre de miséria sobre o seu tesouro, ao passo que o segundo só o é para os outros, mostrando-se pródigo para consigo mesmo; enquanto recua
ante o mais ligeiro sacrifício para prestar um serviço ou fazer qualquer coisa útil, nunca julga demasiado o
que despenda para satisfazer aos seus gostos ou às
suas paixões. Peça-se-lhe um obséquio e estará sempre em dificuldade para fazê-lo; imagine, porém, realizar uma fantasia e terá sempre o bastante para isso.
Qual o mais culpado e qual o que se achará em pior
situação no mundo dos Espíritos?
“O que goza, porque é mais egoísta do que avarento. O
outro já recebeu parte do seu castigo.”
902. Será reprovável que cobicemos a riqueza, quando nos
anime o desejo de fazer o bem?
“Tal sentimento é, não há dúvida, louvável, quando
puro. Mas, será sempre bastante desinteressado esse desejo? Não ocultará nenhum intuito de ordem pessoal? Não
será de fazer o bem a si mesmo, em primeiro lugar, que
cogita aquele, em quem tal desejo se manifesta?”
903. Incorre em culpa o homem, por estudar os defeitos
alheios?
“Incorrerá em grande culpa, se o fizer para os criticar e
divulgar, porque será faltar com a caridade. Se o fizer, para
tirar daí proveito, para evitá-los, tal estudo poderá ser-lhe
de alguma utilidade. Importa, porém, não esquecer que a
indulgência para com os defeitos de outrem é uma das virtudes contidas na caridade. Antes de censurardes as imperfeições dos outros, vede se de vós não poderão dizer o
mesmo. Tratai, pois, de possuir as qualidades opostas aos
defeitos que criticais no vosso semelhante. Esse o meio de
vos tornardes superiores a ele. Se lhe censurais o ser avaro, sede generosos; se o ser orgulhoso, sede humildes e
modestos; se o ser áspero, sede brandos; se o proceder com pequenez, sede grandes em todas as vossas ações. Numa
palavra, fazei por maneira que se não vos possam aplicar
estas palavras de Jesus: Vê o argueiro no olho do seu vizinho e não vê a trave no seu próprio.”
904. Incorrerá em culpa aquele que sonda as chagas da
sociedade e as expõe em público?
“Depende do sentimento que o mova. Se o escritor apenas visa produzir escândalo, não faz mais do que proporcionar a si mesmo um gozo pessoal, apresentando quadros
que constituem antes mau do que bom exemplo. O Espírito
aprecia isso, mas pode vir a ser punido por essa espécie de
prazer que encontra em revelar o mal.”
a) — Como, em tal caso, julgar da pureza das intenções
e da sinceridade do escritor?
“Nem sempre há nisso utilidade. Se ele escrever boas
coisas, aproveitai-as. Se proceder mal, é uma questão de
consciência que lhe diz respeito, exclusivamente. Demais,
se o escritor tem empenho em provar a sua sinceridade,
apóie o que disser nos exemplos que dê.”
905. Alguns autores hão publicado belíssimas obras de grande moral, que auxiliam o progresso da Humanidade, das
quais, porém, nenhum proveito tiraram eles. Ser-lhes-á
levado em conta, como Espíritos, o bem a que suas
obras hajam dado lugar?
“A moral sem as ações é o mesmo que a semente sem o
trabalho. De que vos serve a semente, se não a fazeis dar
frutos que vos alimentem? Grave é a culpa desses homens,
porque dispunham de inteligência para compreender. Não praticando as máximas que ofereciam aos outros, renunciaram a colher-lhes os frutos.”
906. Será passível de censura o homem, por ter consciência
do bem que faz e por confessá-lo a si mesmo?
“Pois que pode ter consciência do mal que pratica, do
bem igualmente deve tê-la, a fim de saber se andou bem ou
mal. Pesando todos os seus atos na balança da lei de Deus
e, sobretudo, na da lei de justiça, amor e caridade, é que
poderá dizer a si mesmo se suas obras são boas ou más,
que as poderá aprovar ou desaprovar. Não se lhe pode,
portanto, censurar que reconheça haver triunfado dos maus
pendores e que se sinta satisfeito, desde que de tal não se
envaideça, porque então cairia noutra falta.”