Olá!
Segue nosso estudo de quarta-feira às 20 hs.
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XV
item 10 - Fora da caridade não há salvação
Leitura inicial:
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Cura do ódio
“Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dálhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.”
Paulo (Romanos, 12:20)
O homem, geralmente, quando decidido ao serviço do bem, encontra
fileiras de adversários gratuitos por onde passe, qual ocorre à claridade
invariavelmente assediada pelo antagonismo das sombras. Às vezes, porém, seja por equívocos do passado ou por incompreensões do
presente, é defrontado por inimigos mais fortes que se transformam em constante
ameaça à sua tranqüilidade. Contar com inimigo desse jaez é padecer dolorosa enfermidade no íntimo, quando a criatura ainda não se afeiçoou a experiências vivas no Evangelho. Quase sempre, o aprendiz de boa-vontade desenvolve o máximo das
próprias forças a favor da reconciliação; no entanto, o mais amplo esforço parece
baldado. A impenetrabilidade caracteriza o coração do outro e os melhores gestos de
amor passam por ele despercebidos. Contra essa situação, todavia, o Livro Divino oferece receita salutar. Não
convém agravar atritos, desenvolver discussões e muito menos desfazer-se a criatura
bemintencionada em gestos bajulatórios. Espere-se pela oportunidade de manifestar
o bem. Desde o minuto em que o ofendido esquece a dissensão e volta ao amor, o
serviço de Jesus é reatado; entretanto, a visão do ofensor é mais tardia e, em muitas
ocasiões, somente compreende a nova luz, quando essa se lhe converte em vantagem
ao círculo pessoal. Um discípulo sincero do Cristo liberta-se facilmente dos laços inferiores, mas o antagonista de ontem pode persistir muito tempo, no endurecimento do
coração. Eis o motivo pelo qual dar-lhe todo o bem, no momento oportuno, é
amontoar o fogo renovador sobre a sua cabeça, curando-lhe o ódio, cheio de
expressões infernais.
Fonte: Livro Pão Nosso, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel
Trecho do Estudo:
Fora da caridade não há salvação
10.
Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação estão
encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque
à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a
houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida,
Fora da caridade não há salvação
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encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração
daqueles a quem Jesus dirá: “Passai à direita, benditos de meu Pai.” Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si. Nada
exprime com mais exatidão o pensamento de Jesus, nada resume tão bem
os deveres do homem, como essa máxima de ordem divina. Não poderia
o Espiritismo provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como
regra, por isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo. Levando-a
por guia, nunca o homem se transviará. Dedicai-vos, assim, meus amigos,
a perscrutar-lhe o sentido profundo e as consequências, a descobrir-lhe,
por vós mesmos, todas as aplicações. Submetei todas as vossas ações ao
governo da caridade e a consciência vos responderá. Não só ela evitará que
pratiqueis o mal, como também fará que pratiqueis o bem, porquanto uma
virtude negativa não basta: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o
bem, mister sempre se torna a ação da vontade; para se não praticar o mal,
basta as mais das vezes a inércia e a despreocupação.
Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis
gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam
de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela
vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos,
observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e
verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos
praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que
pertençam. – Paulo, o apóstolo. (Paris, 1860.)