Olá!
Segue nosso estudo de quarta-feira às 19hs.
Livro Cristianismo e Espiritismo
Nota Complementar nº 13
Leitura inicial:
Ainda Hoje
Somente nós, as
criaturas humanas, por vezes, acreditamos que um golpe seja capaz de sanar
outro golpe.
Simples ilusão. O mal
não suprime o mal.
Em razão disso, Jesus
nos recomenda amar os inimigos e nos adverte de que a única energia suscetível
de remover o mal e extingui-lo é e será sempre a força eterna do bem.
Fonte: Livro Ainda Hoje, Francisco Candido Xavier, Espíritos Diversos
Trecho do estudo:
Notas Complementares
13 - Sobre a telepatia
A Sociedade de
Investigações Psíquicas de Londres tomou a iniciativa de numerosas inquirições
sobre os fenômenos de telepatia, de aparições e outras manifestações da mesma
ordem.
A primeira dessas
inquirições permitiu registrar na Inglaterra cerca de oitocentos casos de
aparições, relatados na obra de Myers, Podmore e Gurney, intitulada Phantasms
of the Living (“Fantasmas
dos Vivos”).
Uma segunda inquirição,
mais recente, revelou mais 1.652 casos. Todos esses fatos foram consignados e
publicados em dois volumes de processos verbais: Proceedings
of the Society for Psychical Researches. Os relatórios e outros documentos que os acompanham
estão assinados por homens de ciência que ocupam eminentes posições nas
academias e outras corporações doutas: astrônomos, matemáticos, físicos,
químicos, etc. Entre as assinaturas encontram-se nomes como os dos Srs.
Gladstone, Balfour, etc.
Essas aparições ocorrem
quase sempre no momento da morte, ou depois da morte da pessoa cuja imagem
reproduzem. Há também casos em que um homem vivo aparece a outro sem o saber. Pretenderam
atribuir a esses fenômenos um caráter exclusivamente subjetivo; procuraram
explicá-los pela alucinação, mas do exame atento dos processos verbais resulta
que esses fatos têm caráter objetivo e real, pois que não impressionam somente
criaturas humanas, tanto assim que, segundo pôde ser verificado por movimento
de terror inexplicados, animais também os percebiam.
Em certos casos as
mesmas aparições foram vistas sucessivamente, em diversos pavimentos de uma
casa, por diferentes pessoas. Outros fenômenos da mesma natureza são acompanhados
de manifestações físicas: ruídos, pancadas que ressoam, vozes que se ouvem,
portas que se abrem, objetos deslocados por fantasmas.
Myers, autor da obra
precedentemente citada, muito tempo hesitou em concluir pela existência dos
Espíritos; mas, na impossibilidade de encontrar alhures a causa inteligente
desses fenômenos, chegou a dizer isto (Annales des
Sciences Psychiques, agosto
de 1892, pág. 246):
“O método espírita é, de si mesmo, necessário e verdadeiro”.
Essas investigações,
feitas na Inglaterra e publicadas com o testemunho de pessoas cuja
honorabilidade está acima de toda suspeita, foram prosseguidas na França pelo
Dr. Dariex, pelo professor Richet, da Academia de Medicina de Paris, e pelo
coronel de Rochas. Os resultados, verdadeiramente notáveis e idênticos aos obtidos
do outro lado da Mancha, acham-se consignados nos Annales
des Sciences Psychiques, citados acima.
O Sr. C. Flammarion
também relata grande número desses fatos em sua obra L’Inconnu
et les Problèmes Psychiques (O
Desconhecido e os Problemas Psíquicos).
O
Livro dos Médiuns
Capítulo
XXII
Da mediunidade nos
animais
Esta comunicação deu-a
ele em seguida a uma discussão, que se travara, sobre o assunto, na Sociedade
Parisiense de Estudos Espíritas:
“Explanarei hoje a questão
da mediunidade dos animais, levantada e sustentada por um dos vossos mais
fervorosos adeptos. Pretende ele, em virtude deste axioma: Quem pode o mais
pode o menos, que podemos ‘mediunizar’ os pássaros e os outros animais e
servir-nos deles nas nossas comunicações com a espécie humana. É o que chamais,
em Filosofia, ou antes, em Lógica, pura e simplesmente um sofisma. ‘Podeis
animar, diz ele, a matéria inerte, isto é, uma mesa, uma cadeira, um piano; a
fortiori, deveis poder animar a matéria já animada e particularmente pássaros’.
Pois bem! no estado normal do Espiritismo, não é assim, não pode ser assim.
“Primeiramente,
entendamo-nos bem acerca dos fatos. Que é um médium? É o ser, é o indivíduo que
serve de traço de união aos Espíritos, para que estes possam comunicar-se
facilmente com os homens: Espíritos encarnados. Por conseguinte, sem médium,
não há comunicações tangíveis, mentais, escritas, físicas, de qualquer natureza
que seja.
“Há um princípio que,
estou certo, todos os espíritas admitem, é que os semelhantes atuam com seus
semelhantes e como seus semelhantes. Ora, quais são os semelhantes dos
Espíritos senão os Espíritos, encarnados ou não? Será preciso que vo-lo
repitamos incessantemente? Pois bem! repeti-lo-ei ainda: o vosso perispírito e o
nosso procedem do mesmo meio, são de natureza idêntica, são, numa palavra,
semelhantes. Possuem uma propriedade de assimilação mais ou menos desenvolvida,
de magnetização mais ou menos vigorosa, que nos permite a nós, Espíritos
desencarnados e encarnados, pormo-nos muito pronta e facilmente em comunicação.
Enfim, o que é peculiar aos médiuns, o que é da essência mesma da
individualidade deles, é uma afinidade especial e, ao mesmo tempo, uma força de
expansão particular, que lhes suprimem toda refratariedade e estabelecem, entre
eles e nós, uma espécie de corrente, uma espécie de fusão, que nos facilita as
comunicações. É, em suma, essa refratariedade da matéria que se opõe ao
desenvolvimento da mediunidade, na maior parte dos que não são médiuns.
“Os homens se mostram
sempre propensos a tudo exagerar; uns, não falo aqui dos materialistas, negam
alma aos animais, outros de boa mente lhes atribuem uma, igual, por assim
dizer, à nossa. Por que hão de pretender deste modo confundir o perfectível com
o imperfectível? Não, não, convencei-vos, o fogo que anima os irracionais, o
sopro que os faz agir, mover e falar na linguagem que lhes é própria não tem,
quanto ao presente, nenhuma aptidão para se mesclar, unir, fundir com o sopro
divino, a alma etérea, o Espírito, em uma palavra, que anima o ser
essencialmente perfectível: o homem, o rei da Criação. Ora, não é essa condição
fundamental de perfectibilidade o que constitui a superioridade da espécie
humana sobre as outras espécies terrestres? Reconhecei, então, que não se pode
assimilar ao homem, que só ele é perfectível em si mesmo e nas suas obras,
nenhum indivíduo das outras raças que vivem na Terra.
“O cão, que, pela sua
inteligência superior entre os animais, se tornou o amigo e o comensal do
homem, será perfectível por si mesmo, por sua iniciativa pessoal? Ninguém
ousaria afirmá-lo, porquanto o cão não faz progredir o cão. O que, dentre eles,
se mostre mais bem-educado, sempre o foi pelo seu dono. Desde que o mundo é
mundo, a lontra sempre construiu sua choça em cima d’água, seguindo as mesmas
proporções e uma regra invariável; os rouxinóis e as andorinhas jamais
construíram os respectivos ninhos senão do mesmo modo que seus pais o fizeram.
Um ninho de pardais de antes do dilúvio, como um ninho de pardais dos tempos modernos,
é sempre um ninho de pardais, edificado nas mesmas condições e com o mesmo
sistema de entrelaçamento das palhinhas e dos fragmentos apanhados na
primavera, na época dos amores. As abelhas e formigas, que formam pequeninas
repúblicas bem administradas, jamais mudaram seus hábitos de abastecimento, sua
maneira de proceder, seus costumes, suas produções. A aranha, finalmente, tece
a sua teia sempre do mesmo modo.
“Por outro lado, se
procurardes as cabanas de folhagens e as tendas das primeiras idades do mundo,
encontrareis, em lugar de umas e outras, os palácios e os castelos da
civilização moderna. Às vestes de peles brutas sucederam os tecidos de ouro e
seda. Enfim, a cada passo, achais a prova da marcha incessante da humanidade
pela senda do progresso.
“Desse progredir
constante, invencível, irrecusável, do Espírito humano e desse estacionamento
indefinido das outras espécies animais, haveis de concluir comigo que, se é
certo que existem princípios comuns a tudo o que vive e se move na Terra: o
sopro e a matéria, não menos certo é que somente vós, Espíritos encarnados,
estais submetidos a inevitável lei do progresso, que vos impele fatalmente para
diante e sempre para diante. Deus colocou os animais ao vosso lado como
auxiliares, para vos alimentarem, para vos vestirem, para vos secundarem.
Deu-lhes uma certa dose de inteligência, porque, para vos ajudarem, precisavam
compreender, porém lhes outorgou inteligência apenas proporcionada aos serviços
que são chamados a prestar. Mas, em sua sabedoria, não quis que estivessem
sujeitos à mesma lei do progresso. Tais como foram criados se conservaram e se conservarão
até a extinção de suas raças.
“Dizem: os Espíritos
‘mediunizam’ a matéria inerte e fazem que se movam cadeiras, mesas, pianos. Fazem
que se movam, sim, ‘mediunizam’, não! porquanto, mais uma vez o digo, sem
médium, nenhum desses fenômenos pode produzir-se. Que há de extraordinário em
que, com o auxílio de um ou de muitos médiuns, façamos se mova a matéria
inerte, passiva, que, precisamente em virtude da sua passividade, da sua
inércia, é apropriada a executar os movimentos e as impulsões que lhe queiramos
imprimir? Para isso, precisamos de médiuns, é positivo, mas não é necessário que
o médium esteja presente, ou seja consciente, pois que podemos atuar com os
elementos que ele nos fornece, a seu mau grado e ausente, sobretudo para
produzir os fatos de tangibilidade e o de transportes. O nosso envoltório
fluídico, mais imponderável e mais sutil do que o mais sutil e o mais
imponderável dos vossos gases, com uma propriedade de expansão e de
penetrabilidade inapreciável para os vossos sentidos grosseiros e quase inexplicável
para vós, unindo-se, casando-se, combinando-se com o envoltório fluídico, porém
animalizado, do médium, nos permite imprimir movimento a móveis quaisquer e até
quebrá-los em aposentos desabitados.
“É certo que os
Espíritos podem tornar-se visíveis e tangíveis aos animais e, muitas vezes, o
terror súbito que eles denotam, sem que lhe percebais a causa, é determinado pela
visão de um ou de muitos Espíritos, mal-intencionados com relação aos
indivíduos presentes ou com relação aos donos dos animais. Ainda com mais
frequência vedes cavalos que se negam a avançar ou a recuar, ou que empinam
diante de um obstáculo imaginário. Pois bem! tende como certo que o obstáculo
imaginário é quase sempre um Espírito ou um grupo de Espíritos que se comprazem
em impedi-los de mover-se. Lembrai-vos da mula de Balaão que, vendo um anjo
diante de si e temendo-lhe a espada flamejante, se obstinava em não dar um
passo. É que, antes de se manifestar visivelmente a Balaão, o anjo quisera
tornar-se visível somente para o animal. Mas, repito, não mediunizamos diretamente
nem os animais, nem a matéria inerte. É-nos sempre necessário o concurso consciente
ou inconsciente de um médium humano, porque precisamos da união de fluidos
similares, o que não achamos nem nos animais nem na matéria bruta.
“O Sr. T..., diz-se,
magnetizou o seu cão. A que resultado chegou? Matou-o, porquanto o infeliz
animal morreu, depois de haver caído numa espécie de atonia, de langor,
consequentes à sua magnetização. Com efeito, saturando-o de um fluido haurido
numa essência superior à essência especial da sua natureza de cão, ele o
esmagou, agindo sobre o animal à semelhança do raio, ainda que mais lentamente.
Assim, pois, como não há assimilação possível entre o nosso perispírito e o
envoltório fluídico dos animais propriamente ditos, aniquilá-los-íamos
instantaneamente, se os medianizássemos.
“Isto posto, reconheço
perfeitamente que há nos animais, aptidões diversas; que certos sentimentos,
certas paixões, idênticas às paixões e aos sentimentos humanos, se desenvolvem
neles; que são sensíveis e reconhecidos, vingativos e odientos, conforme se
procede bem ou mal com eles. É que Deus, que nada fez incompleto, deu aos
animais, companheiros ou servidores do homem, qualidades de sociabilidade, que
faltam inteiramente aos animais selvagens, habitantes das solidões. Mas daí a
poderem servir de intermediários para a transmissão do pensamento dos
Espíritos, há um abismo: a diferença das naturezas.
“Sabeis que tomamos ao
cérebro do médium os elementos necessários a dar ao nosso pensamento uma forma
que vos seja sensível e apreensível; é com o auxílio dos materiais que possui,
que o médium traduz o nosso pensamento em linguagem vulgar. Ora bem! que
elementos encontraríamos no cérebro de um animal? Tem ele ali palavras,
números, letras, sinais quaisquer, semelhantes aos que existem no homem, mesmo
o menos inteligente? Entretanto, direis, os animais compreendem o pensamento do
homem, adivinham-no até. Sim, os animais educados compreendem certos pensamentos,
mas já os vistes alguma vez reproduzi-los? Não. Deveis então concluir que os
animais não nos podem servir de intérpretes.
“Resumindo: os fatos
mediúnicos não podem dar-se sem o concurso consciente ou inconsciente dos
médiuns; e somente entre os encarnados, Espíritos como nós, podemos encontrar
os que nos sirvam de médiuns. Quanto a educar cães, pássaros, ou outros
animais, para fazerem tais ou tais exercícios, é trabalho vosso, e não nosso”.
Erasto
Nota. Na Revista
Espírita de setembro de 1861, encontra-se, minudenciado, um processo
empregado pelos educadores de pássaros sábios, com o fim de fazê-los tirar de
um maço de cartas as que se queiram.