20/04/2020

Olá!

Segue nosso estudo de segunda-feira às 16:30 hs.
Médiuns e Mediunidades
Tema : III - Cepticismo ante a mediunidade


Leitura inicial:

VIII 
Vive sempre em paz. 
Uma consciência tranquila, que não traz remorsos de atos passados, nem teme ações futuras, gera harmonia. Nada de fora perturba um coração tranquilo, que pulsa ao compasso do dever retamente cumprido. A paz merece todo o teu esforço para consegui-la.

Fonte: Livro Vida Feliz, Divaldo Franco, pelo Espírito Joanna de Angelis


Trecho do Estudo:


Cepticismo ante a Mediunidade

Os médiuns, na atualidade, como os antigos profetas a seu tempo, sofrem hoje, como aqueles padeceram na época própria, a incompreensão dos seus coevos.

Atribuindo-lhes dons divinos, que constituem uma forma de transferência de valores, sob a coerção de entusiasmos exagerados ou fanatismos injustificáveis, os que assim o fazem, esperam colher resultados que lhes atendam as necessidades imediatas, sem penetrarem no sentido real do ministério desses obreiros do Senhor, cujas faculdades devem ser colocadas a serviço de mais elevados fins que aqueles meramente materiais, nos quais muitos indivíduos se demoram, ansiosos e perturbados.

Não há dúvida de que, pela misericórdia do amor o Mestre permite que diariamente mergulhem no corpo carnal missionários encarregados de promover o progresso moral, espiritual e cultural das criaturas e da humanidade, fazendo-os estagiar nos múltiplos campos do conhecimento: nas ciências, na ética, nas artes, na filosofia, modificando a paisagem do planeta que evolui no programa de ascensão entre os mundos.

Da mesma forma, amplia a área da reencarnação de trabalhadores da mediunidade, a fim de que mais amplas contribuições psíquicas possam apressar os ideais de enobrecimento, sobretudo demonstrando a imortalidade do espírito, a permanência da vida após a morte física, a sua transformação cadavérica...
Embora a vulgarização do fenômeno mediúnico em toda parte, o cepticismo arma ciladas, faz exigências, impõe condições, algumas das quais primando pelo absurdo, numa verdadeira volúpia para negar o intercâmbio entre a vida sensorial e a espiritual.

Os homens especulam e investigam demoradamente. No entanto, quando defrontam o fato, elaboram teorias que vestem com terminologia complexa, em contínuas tentativas de negação da imortalidade da alma, cuja idéia parece repugnar a maioria dos estudiosos da fenomenologia paranormal.

Abstraindo-nos das acusações de fraude, interferência demoníaca, mistificação involuntária, surgem outras.

Ante as mediunidades escrevente e falante, apelam para a telepatia e as percepções do inconsciente, que logra encontrar, nos arquétipos, os recursos para elucidar os intrincados mecanismos da xenoglossia e das manifestações da ecmnésia, nos quadros das lembranças das vidas passadas.

Noutras vezes, recorrem à memória genética e às manifestações da hiperestesia indireta do inconsciente, pescando nos arquivos de outras mentes as informações que não podem ser contestadas.
Diante do profetismo, ora encaixado nas classificações de pré e retrocognição, como na clarividência e clariaudiência, repetem as mesmas justificativas, arrolando-as como resultante do próprio psiquismo do sensitivo.

Surgem, porém, as complexas condensações da ectoplas- mia, nas materializações luminosas ou não, nas desmaterializações, nos transportes, e os mesmos argumentos são reencaixados com molduras novas, embora a repetição deles traga de volta aqueles seres que afirmam haver vivido na Terra, identificando familiares e amigos, recordando-se de acontecimentos que somente podem ser confirmados em buscas realizadas a posteriori, deixando perplexos os perquiridores que, apesar disso, permanecem duvidosos.

Defrontando as curas mediúnicas, mediante as intervenções espirituais, simplesmente respondem com a justificativa da sugestão e equivalentes de pseudo-enfermidades de natureza histérica ou psicossomática...

Surgem, por fim, as cirurgias em campo aberto, sem assepsia, nem anestesia, com hemóstase automática e, de imediato, a crítica ácida recorre ao não-convencional, ao antiacadêmico, aos códigos de ética, esquecidos de que o convencional, o ético e o acadêmico de hoje feriram frontalmente, no seu tempo, o que estava estabelecido como correto e aceito. Ainda insatisfeitos, apontam os operados que desencarnam posteriormente, sem dar-se conta de que a morte é fenômeno inevitável nos soberanos códigos da vida, de que pessoa alguma se eximirá.

Invariavelmente, quando se recorre à terapia mediúnica, já malograram outros métodos e recursos que foram inócuos, quando não perniciosos, às vezes, esperando-se que os espíritos substituam os órgãos destruídos em verdadeiros cadáveres, que apenas respiram, tão comprometida se encontra a maquinaria orgânica.

Esperam-se milagres da mediunidade, e, quando algo ocorre ferindo o habitual, embora jamais miraculoso, recusam-no, sob a alegação de não poder ser controlado.

Certamente respeitamos a valiosa contribuição da ciência, em todos os campos, reconhecendo nos seus legítimos sacerdotes, apóstolos do bem a serviço de Deus.

Ninguém nega a ocorrência de fenômenos da personalidade, do próprio eu espiritual da criatura humana, que se apresenta em condições várias exigindo cuidados e estudos honestos. Todavia, a multiplicidade de manifestações espirituais pela mediunidade convida os homens sensatos e dignos a uma avaliação profunda das mesmas e à reflexão em torno das suas causas, de modo a influenciar o seu comportamento moral, com reflexos na sociedade sofrida destes dias, que necessita de apoio espiritual e diretriz eficaz para rumar com segurança e harmonia.

Eis porque, diante de quaisquer expressões mediúnicas, a doutrina espírita conclama o homem à renovação moral para melhor, demonstrando-lhe a sobrevivência da alma e o futuro que o aguarda, assim predispondo-o à conscientização das finalidades da existência física como preparação para a espiritual donde procede e para onde retornará.

A desencarnação, que também alcança os médiuns, é etapa final das lutas terrenas, e ninguém a evitará.

Enquanto isso não ocorre, cumpra cada qual com o seu dever, e os novos profetas do Senhor, sem descoroçoamento nem soberba, avancem no integral cumprimento das tarefas para cujos cometimentos renasceram na carne, utilizando-se, com sabedoria e amor na ação da caridade, do tempo de que dispõem, sem muita preocupação com os cépticos que, por muito tempo, existirão no mundo.