08/04/2020

Olá! 
Segue nosso estudo de quarta-feira às 19hs.
Livro Cristianismo e Espiritismo 
IX - A Nova Revelação. O Espiritismo e a Ciência




Leitura inicial:

LXXI 
Estás mergulhado no oceano do amor de Deus. 
Jamais te encontras sozinho. 

Deus está em ti e em torno de ti. 
Descobre-0 e deixa-te conduzir por Ele com sabedoria. 

És Seu herdeiro, possuidor do universo. 
Permite que o Seu amor te permeie
 totalmente, comandando a tua vontade e os teus passos,
 facultando-te crescer com menor ou nenhuma dose de sofrimento.

Em Deus tudo encontras, plenificando-te completamente.


Fonte: Livro Vida Feliz, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Joana de Angelis


Trecho do estudo:

"Também se pretendeu atribuir as mensagens ditadas em sessão a uma espécie de consciência coletiva, que se desprendesse do conjunto dos assistentes. Concepção ilógica, se assim fosse. Um fato o vai demonstrar.

No dia 25 de outubro de 1908, foi realizada uma sessão, de manhã, em Paris, no escritório do Sr. H. Rousseau, 16 Boulevard Beaumarchais. Durante a sequente refeição, no domicílio da família, em Vincennes, um batimento de pancadas chamou a atenção. 

Alguém desejava ser atendida e a médium, uma filha da família, foi solicitado por esse invisível a retificar certos erros de particularidades cometidos, de manhã, em Paris. Seria preciso, pois, admitir que esse hipotético ser, esse subconsciente, emanação de todo um grupo, persistisse depois da partida do maior número e pudesse vir, noutro meio, impressionar o médium para fazer corrigir, com inteligência e precisão, as indicações errôneas, registradas de manhã.

Quase sempre se confunde o subconsciente, quer com o duplo fluídico, que não e um ser, mas um organismo, quer com o Espírito familiar, preposto a guarda de toda alma encarnada neste mundo. Pode-se perguntar em virtude de que acordo universal esses inconscientes ocultos no homem, que se ignoram entre si e a si próprios se ignoram, são unanimes, no curso das manifestações ocultas, em se dizerem Espíritos de mortos.

Pelo menos, e o que temos podido verificar nas inúmeras experiencias em que temos tomado parte durante mais de trinta anos, em tão diversos pontos, na Franca e no estrangeiro. Em parte alguma se apresentaram os seres invisíveis como inconscientes, ou "egos" superiores dos médiuns e de outras pessoas presentes, mas sempre como personalidades diferentes, na plenitude de sua consciência, como individualidades livres, tendo vivido na Terra, conhecidos dos assistentes, na maioria dos casos com todos os caracteres do ser humano, suas qualidades e defeitos, suas fraquezas e virtudes, e dando frequentes provas de identidade (122).

O que há de mais notável nisso, convenhamos, e a argucia, a fecundidade de certos pensadores, sua habilidade em arquitetar teorias fantasistas, no intuito de se esquivarem a realidades que lhes desagradam e os incomodam. Indubitavelmente, não previram todas as consequências dos seus sistemas; fecharam os olhos aos resultados que deles se podem deduzir. Não ponderando que essas doutrinas funestas aniquilam a consciência e a personalidade, dividindo-as, são conduzidos, fatal e logicamente, a negação da liberdade, da responsabilidade e, por conseguinte, a destruição de toda a lei moral.

Com essa hipótese, efetivamente, o homem seria uma dualidade, ou uma pluralidade mal equilibrada, em que cada consciência agiria à vontade, sem preocupação das outras. São tais noções que, penetrando nas almas, tornando-se para elas uma convicção, um argumento, as impelem a todos os excessos. Resumamos. 'tudo, na Natureza e no homem, e simples, claro, harmônico. O espírito de sistema e que complica e obscurece tudo.

Do exame atento, do estudo constante e aprofundado do ser humano, resulta uma coisa: a existência em nos de três elementos: o corpo físico, o corpo fluídico ou perispirito, e, finalmente, a alma ou espírito. O que se chama o inconsciente, a segunda pessoa, o eu superior, a poli consciência, etc., e simplesmente o espírito que, em certas condições de desprendimento e de clarividência, sente em si mesmo produzir-se uma como manifestação de potencias ocultas, um conjunto de elementos que estavam momentaneamente escondidos sob o véu da carne.

Não, certamente; o homem não possui muitas consciências. A unidade psíquica do ser e a condição essencial da sua liberdade e da sua responsabilidade. Nele, porém, há muitos estados de consciência. À proporção que o Espírito se desprende da matéria e se emancipa do seu involucro carnal, suas faculdades, suas percepções se ampliam, despertam as recordações, dilatasse a irradiação da personalidade. E o que, algumas vezes, se produz no estado de "transe", de sono magnético.

Nesse estado, o véu espesso da matéria se levanta e as capacidades latentes reaparecerem. Dai, certas manifestações de uma mesma Inteligência, que tem podido fazer crer numa dupla personalidade, numa pluralidade de consciências.

Isso não basta, entretanto, para explicar os fenômenos espiritas: na maioria dos casos, a intervenção de Inteligências estranhas, de vontades livres e autônomas, impõe-se como a única explicação racional. Não citaremos, senão incidentemente, a teoria que atribui aos demônios essas manifestações. E argumento bem dedico, porque dele se tem feito uso em todos os tempos e contra quase todas as inovações. "Deve julgar-se a arvore pelos frutos" - diz a Escritura.

Ora, se ponderarmos todo o bem moral que já realizou no mundo o Espiritismo, se considerarmos quantos céticos, indiferentes, sensuais, tem sido por ele encaminhados para uma concepção mais alta e salutar da vida, da pensamento de Deus, teremos de concluir que o demônio, se autor dos fenômenos de além-túmulo, trabalha contra si, em detrimento dos próprios interesses. O que noutro lugar(123) dissemos do inferno e dos demônios, nos dispensa de insistir neste ponto. Satanás não passa de um mito.

Não ha ser votado eternamente ao mal. Se na maior parte as críticas formuladas contra o Espiritismo são injustas e errôneas, forca e reconhecer que, entre elas, algumas ha fundado. Muitos abusos se opõem a marcha e o desenvolvimento do moderno espiritualismo. Esses abusos não devem ser atribuídos a ideia, em si mesma, senão a má aplicação que dela e feita em certos meios. Não se dá isso com todas as coisas humanas? Não há ideia alguma, por mais santa e respeitável, que não tenha ocasionado abusos: e a inevitável consequência da inferioridade do nosso mundo.

No que respeita ao Espiritismo, cumpre assinalar, antes de tudo, a mediunidade venal, que induz muitos sensitivos a simulação dos fenômenos e, em segundo lugar, as nocivas práticas adotadas em alguns grupos baldios de saber, de preparo e direção. Muitas pessoas fazem do Espiritismo frívola diversão e, por meio do que se denomina "dança das mesas", atraem Espíritos inferiores e levianos; estes, não tem escrúpulo em mistificá-las e travar com elas relações que podem conduzir até a obsessão.

Outras se aplicam, sem fiscalização, a escrita mediúnica e obtém copiosas comunicações, subscritas por nomes celebres e que não passam de medíocres, sem estilo nem originalidade. Ha, assim, um Espiritismo de baixa esfera, domínio exclusivo dos Espíritos inferiores, não raro viciado de fraude, mentira, embuste, e contra o qual nunca seria demais nos precatarmos. São essas práticas que tem feito acreditar na intervenção de demônios, quando não se trata senão de Espíritos vulgares e atrasados. Basta adquirir alguma experiencia dessas coisas, para distinguir a natureza dos seres invisíveis e eximir-se as ciladas dos Espíritos inferiores.

Estes abusos têm sido assinalados muitas vezes, e mesmo exagerados à vontade. Deles tem lançado mão para combater o moderno espiritualismo. Grave erro, porém, seria não ver na pratica do Espiritismo senão esses inconvenientes e, a pretexto de os evitar, querer
privar a Humanidade das vantagens reais, consideráveis, que pode auferir de um estudo sério, de uma prudente e refletida pratica da mediunidade.

Quanto aos perigos que apresenta o Espiritismo, facilmente podem ser conjurados, abstendo-se as pessoas, nas sessões, de todo pensamento frívolo, de todo objetivo interesseiro, procedendo as evocações com piedoso e elevado sentimento. "Os semelhantes se atraem", diz o proverbio. Nada mais verdadeiro no domínio dos estudos ocultos. As perguntas banais e frívolos gracejos, usuais em certos meios, atraem os Espíritos mistificadores. As disposições serias, ao contrário, os pensamentos graves e recolhidos, agradam as Inteligências superiores.

E perigoso trabalhar sozinho, sem inspeção, sem proteção eficaz; e perigoso entregar-se insulanamente as evocações espiritas. Para evitar as mas influencias e manifestações grosseiras, deve-se procurar o concurso de pequeno número de pessoas esclarecidas, votadas ao bem, sob a direção de um crente experimentado. Nessas condições, pedi a Deus, com coração sincero, permita a um Espírito elevado prestar-vos seu amparo, afastar os nômades da sombra, facilitar o acesso em vosso grupo aos que amais e cuja ausência vos aflige; pedi as Inteligências superiores vos ministrem seus ensinos e vos guiem os passos nesse fecundo campo da comunhão espiritual.

Se os vossos sentimentos forem desinteressados, se não procurardes nesse estudo senão um meio de purificação, eles serão felizes em acudir ao vosso chamado e o Espiritismo se tornara fonte de esclarecimento e de inspirações elevadas."

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