30/01/2021

 Olá amigos!

Segue nosso estudo da Tarde Fraterna

Tema Livre



Leitura inicial:

38 

Servicinhos 

 “Antes sede uns para com os outros benignos.”  

Paulo (Efésios, 4:32)  

Grande massa de aprendizes queixa-­se, por vezes, da ausência de grandes oportunidades nos serviços do mundo. 

Aqui, é alguém desgostoso por não haver obtido um cargo de alta relevância; além, é um irmão inquieto porque ainda não conseguiu situar o nome na grande imprensa. 

A maioria anda esquecida do valor dos pequenos trabalhos que se traduzem, habitualmente, num gesto de boas maneiras, num sorriso fraterno e consolador... Um copo de água pura, o silêncio  ante o mal que não comporta esclarecimentos imediatos, um livro santificante que se dá com amor, uma sentença carinhosa, o transporte de um fardo pequenino, a sugestão do bem, a tolerância em face de uma conversação fastidiosa, os favores gratuitos de alguns vinténs, a dádiva espontânea ainda que humilde, a gentileza natural, constituem serviços de grande valor que raras pessoas tomam à justa consideração. 

Que importa a cegueira de quem recebe? Que poderá significar  a malevolência das criaturas ingratas, diante do impulso afetivo dos bons corações? Quantas vezes, em outro tempo, fomos igualmente cegos e perversos para com o  Cristo, que nos tem dispensado todos os obséquios, grandes e pequenos? 

Não te mortifiques pela obtenção do ensejo de aparecer nos cartazes enormes do mundo. Isso pode traduzir muita dificuldade e perturbação para teu  espírito, agora ou depois. Sê benevolente para com aqueles que te rodeiam. 

Não menosprezes os servicinhos úteis. 

Neles repousa o bem­estar do caminho diário para quantos se congregam na experiência humana.

Fonte: Livro Vinha de Luz, de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel


Textos utilizados:

COLABORAÇÃO

Em sua condição de movimento renovador das consciências, a Nova Revelação vem despertar o homem para o lugar determinado que a Providência lhe confere, esclarecendo-o, acima de tudo, de que o egoísmo, filho da ignorância e responsável pelos desvarios da alma, é perigosa ilusão. Trazendo-nos a chave dos princípios religiosos, vem compelir-nos à observância das leis mais simples da vida, revelando-nos o impositivo de colaboração a que não conseguiremos fugir.

A vida, pródiga de sabedoria em toda parte, demonstra o princípio da cooperação, em todos os seus planos.
O verme enriquece a terra e a terra sustenta o verme.
A fonte auxilia as árvores e as árvores conservam a fonte.
O solo ampara a semente e a semente valoriza o solo.
As águas formam as nuvens e a nuvens alimentam as águas.
A abelha ajuda a fecundação das flores e as flores contribuem com as abelhas no fabrico do mel.
Um pão singelo é gloriosa síntese do trabalho de equipe da natureza. Sem as lides da sementeira, sem as dádivas do Sol, sem as bênçãos da chuva, sem a defesa contra os adversários da lavoura, sem a assistência do homem, sem o concurso do moinho e sem o auxílio do forno, o pão amigo deixaria de existir.
Um casaco inexpressivo é fruto do esforço conjugado do fio, do tear, da agulha e do alfaiate, solucionando o problema da vestidura.

Assim como acontece na esfera das realizações materiais, a Nova Revelação convida- nos, naturalmente, a refletir sobre a função que nos cabe na ordem moral da vida.
Cada criatura é peça significativa na engrenagem do progresso.
Todos possuímos destacadas obrigações no aperfeiçoamento do espírito.
Alma sem trabalho digno é sombra de inércia no concerto da harmonia geral.
Cérebros e corações, mãos e pés, em disponibilidade , palavras ocas e pensamentos estanques constituem congelamento deplorável do serviço da evolução.
A vida é a força divina que marcha para diante.

Obstruir-lhe a passagem, desequilibrar-lhe os movimentos, menoscabar-lhe os dons e olvidar-lhe o valor é criar aflição e sofrimento que se voltarão, agora ou mais tarde, contra nós mesmos.
Precatem-se, portanto, aqueles que julgam encontrar na mensagem do Além o elixir do êxtase preguiçoso e improdutivo.
O mundo espiritual não abriria suas portas para consagrar a ociosidade.
As almas que regressam do túmulo indicam a cada companheiro da Terra a importância da existência na carne, acordando-lhe na consciência não só a responsabilidade de viver, mas também a noção do serviço incessante do bem, como norma de felicidade imperecível.

Fonte: Livro Roteiro,  Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel


Textos adicionais (citados)
Livro Rumo Certo - Chico/Emmanuel - Item 9 -

O próximo e nós
ESE - Cap XV - Fora da Caridade não há salvação - Item 2 - Parábola do Bom Samaritano





29/01/2021

 Olá amigos!

Segue nosso estudo virtual 

Livro Estude e Viva 

3 - Em todos os caminhos / Prescrições sempre novas

Leitura inicial:


Confiando Sempre 

 Peçamos ao Senhor que nos sustente as forças na desincumbência dos compromissos assumidos e que prossigamos adiante no campo de nossas abençoadas lutas, com a certeza de que o Divino Benfeitor jamais nos abandona. 

Fonte: Livro Migalha, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emanuel

Trecho do Estudo:

3 .

E - Cap.XVIII - Item 10
L - Questão 4 

Temas Estudados: Autocrítica Construção intima
Escolha de ideal
Existência de Deus 
Necessidade de autoburilamento
Responsabilidade de viver

EM TODOS OS CAMINHOS 

 Seja qual for a experiência, convence-te de que Deus está conosco em todos os caminhos. 

Isso não significa omissão de responsabilidade ou exoneração da incumbência de que o Senhor nos revestiu. Não há consciência sem compromisso, como não existe dignidade sem lei. 

O peixe mora gratuitamente na água, mas deve nadar por si mesmo. A árvore, embora não pague imposto pelo solo em que se vincula, é chamada a produzir conforme a espécie. 

 Ninguém recebe talentos da vida para escondê-los em poeira ou ferrugem. 

 Nasceste para realizar o melhor. Para isso, é possível te defrontes com embaraços naturais ao próprio burilamento, qual a criança que se esfalfa compreensivelmente nos exercícios da escola. A criança atravessa as provas do aprendizado sob a cobertura da educação que transparece do professor. Desempenhamos as nossas funções com o apoio de Deus. 

 Se o conhecimento exato da Onipresença Divina ainda não te acode à mente necessidade de fé, pensa no infinito das bênçãos que te envolvem, sem que despendas mínimo esforço. Não contrataste engenheiros para a garantia do Sol que te sustenta e nem assalariaste empregados para a escavação de minas de oxigênio na atmosfera, a fim de que se renove o ar que respiras. Reflete, por um momento só, nas riquezas ilimitadas ao teu dispor, nos reservatórios da Natureza e compreenderás que ninguém vive só. 

 Confia, segue, trabalha e constrói para o bem. E guarda a certeza de que, para alcançar a felicidade, se fazes teu dever, Deus faz o resto. 

PRESCRIÇÕES SEMPRE NOVAS

 Veja o que você quer, realmente. A procura da luz inclui o combate à sombra. 

27/01/2021

 Olá amigos!

Segue abaixo nosso estudo de O Livro dos Espíritos

Q. 1012 a 1019 - Paraíso, inferno e purgatório



Leitura Inicial:

Passado

Segue. 
Não te detenhas nas sombras que se foram.
Angústia e depressão? 
Não desperdices tempo. 
Fita a luz da manhã renovando-te a senda. 
Faze o bem que puderes, prestigiando as horas. 
Ama, serve e perdoa. Foge à tristeza inútil. 
O que passou pertence aos domínios de Deus.

Fonte: livro Migalha, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

Trecho do estudo:

1012. Haverá no Universo lugares circunscritos para as penas e gozos dos Espíritos, segundo seus merecimentos?
 “Já respondemos a esta pergunta. As penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição dos Espíritos. Cada um tira de si mesmo o princípio de sua felicidade ou de sua desgraça. E como eles estão por toda parte, nenhum lugar circunscrito ou fechado existe especialmente destinado a uma ou outra coisa. Quanto aos encarnados, esses são mais ou menos felizes ou desgraçados, conforme é mais ou menos adiantado o mundo em que habitam.” 
— De acordo, então, com o que vindes de dizer, o inferno e o paraíso não existem, tais como o homem os imagina? 
“São simples alegorias: por toda parte há Espíritos ditosos e inditosos. Entretanto, conforme também já dissemos, os Espíritos de uma mesma ordem se reúnem por simpatia; mas podem reunir-se onde queiram, quando são perfeitos.”

A localização absoluta das regiões das penas e das recompensas só na imaginação do homem existe. Provém da sua tendência a materializar e circunscrever as coisas, cuja essência infinita não lhe é possível compreender.

1013. Que se deve entender por purgatório?
 “Dores físicas e morais: o tempo da expiação. Quase sempre, na Terra é que fazeis o vosso purgatório e que Deus vos obriga a expiar as vossas faltas.”

O que o homem chama purgatório é igualmente uma alegoria, devendo-se entender como tal, não um lugar determinado, porém o estado dos Espíritos imperfeitos, que se acham em expiação até alcançarem a purificação completa, que os elevará à categoria dos Espíritos bem-aventurados. Operando-se essa purificação por meio das diversas encarnações, o purgatório consiste nas provas da vida corporal.

1014. Como se explica que Espíritos, cuja superioridade se revela na linguagem de que usam, tenham respondido a pessoas muito sérias, a respeito do inferno e do purgatório, de conformidade com as idéias correntes? 
“É que falam uma linguagem que possa ser compreendida pelas pessoas que os interrogam. Quando estas se mostram imbuídas de certas idéias, eles evitam chocá-las muito bruscamente, a fim de lhes não ferir as convicções. Se um Espírito dissesse a um muçulmano, sem precauções oratórias, que Maomet não foi profeta, seria muito mal acolhido.” 
— Concebe-se que assim procedam os Espíritos que nos querem instruir. Como, porém, se explica que, interrogados acerca da situação em que se achavam, alguns Espíritos tenham respondido que sofriam as torturas do inferno ou do purgatório?

“Quando são inferiores e ainda não completamente desmaterializados, os Espíritos conservam uma parte de suas idéias terrenas e, para dar suas impressões, se servem dos termos que lhes são familiares. Acham-se num meio que só imperfeitamente lhes permite sondar o futuro. Essa a causa de alguns Espíritos errantes, ou recém-desencarnados, falarem como o fariam se estivessem encarnados. Inferno se pode traduzir por uma vida de provações, extremamente dolorosa, com a incerteza de haver outra melhor; purgatório, por uma vida também de provações, mas com a consciência de melhor futuro. Quando experimentas uma grande dor, não costumas dizer que sofres como um danado? Tudo isso são apenas palavras e sempre ditas em sentido figurado.”

1015. Que se deve entender por — uma alma a penar? 
“Uma alma errante e sofredora, incerta de seu futuro e à qual podeis proporcionar o alívio, que muitas vezes solicita, vindo comunicar-se convosco.”

1016.Em que sentido se deve entender a palavra céu? “Julgas que seja um lugar, como os campos Elíseos dos antigos, onde todos os bons Espíritos estão promiscuamente aglomerados, sem outra preocupação que a de gozar, pela eternidade toda, de uma felicidade passiva? Não; é o espaço universal; são os planetas, as estrelas e todos os mundos superiores, onde os Espíritos gozam plenamente de suas faculdades, sem as tribulações da vida material, nem as angústias peculiares à inferioridade.”

1017. Alguns Espíritos disseram estar habitando o quarto, o quinto céus, etc. Que queriam dizer com isso? 
“Perguntando-lhes que céu habitam, é que formais idéia de muitos céus dispostos como os andares de uma casa. Eles, então, respondem de acordo com a vossa linguagem. Mas, por estas palavras — quarto e quinto céus — exprimem diferentes graus de purificação e, por conseguinte, de felicidade. É exatamente como quando se pergunta a um Espírito se está no inferno. Se for desgraçado, dirá — sim, porque, para ele, inferno é sinônimo de sofrimento. Sabe, porém, muito bem que não é uma fornalha. Um pagão diria estar no Tártaro.”

O mesmo ocorre com outras expressões análogas, tais como: cidade das flores, cidade dos eleitos, primeira, segunda, ou terceira esfera, etc., que apenas são alegorias usadas por alguns Espíritos, quer como figuras, quer, algumas vezes, por ignorância da realidade das coisas, e até das mais simples noções científicas. De acordo com a idéia restrita que se fazia outrora dos lugares das penas e das recompensas e, sobretudo, de acordo com a opinião de que a Terra era o centro do Universo, de que o firmamento formava uma abóbada e que havia uma região das estrelas, o céu era situado no alto e o inferno embaixo. Daí as expressões: subir ao céu, estar no mais alto dos céus, ser precipitado nos infernos. Hoje, que a Ciência demonstrou ser a Terra apenas, entre tantos milhões de outros, um dos menores mundos, sem importância especial; que traçou a história da sua formação e lhe descreveu a constituição; que provou ser infinito o espaço, não haver alto nem baixo no Universo, teve-se que renunciar a situar o céu acima das nuvens e o inferno nos lugares inferiores. Quanto ao purgatório, nenhum lugar lhe fora designado. Estava reservado ao Espiritismo dar de tudo isso a explicação mais racional, mais grandiosa e, ao mesmo tempo, mais consoladora para a Humanidade. Pode-se assim dizer que trazemos em nós mesmos o nosso inferno e o nosso paraíso. O purgatório, achamo-lo na encarnação, nas vidas corporais ou físicas.

1018.Em que sentido se devem entender estas palavras do Cristo: Meu reino não é deste mundo? “Respondendo assim, o Cristo falava em sentido figurado. Queria dizer que o seu reinado se exerce unicamente sobre os corações puros e desinteressados. Ele está onde quer que domine o amor do bem. Ávidos, porém, das coisas deste mundo e apegados aos bens da Terra, os homens com ele não estão.”

1019. Poderá jamais implantar-se na Terra o reinado do bem? “O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a vêm habitar, os bons predominarem, porque, então, farão que aí reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade. Por meio do progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e dela afastará os maus. Estes, porém, não a deixarão, senão quando daí estejam banidos o orgulho e o egoísmo.

“Predita foi a transformação da Humanidade e vos avizinhais do momento em que se dará, momento cuja chegada apressam todos os homens que auxiliam o progresso. Essa transformação se verificará por meio da encarnação de Espíritos melhores, que constituirão na Terra uma geração nova. Então, os Espíritos dos maus, que a morte vai ceifando dia a dia, e todos os que tentem deter a marcha das coisas serão daí excluídos, pois que viriam a estar deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam. Irão para mundos novos, menos adiantados, desempenhar missões penosas, trabalhando pelo seu próprio adiantamento, ao mesmo tempo que trabalharão pelo de seus irmãos ainda mais atrasados. Neste banimento de Espíritos da Terra transformada, não percebeis a sublime alegoria do Paraíso perdido e, na vinda do homem para a Terra em semelhantes condições, trazendo em si o gérmen de suas paixões e os vestígios da sua inferioridade primitiva, não descobris a não menos sublime alegoria do pecado original? Considerado deste ponto de vista, o pecado original se prende à natureza ainda imperfeita do homem que, assim, só é responsável por si mesmo, pelas suas próprias faltas e não pelas de seus pais.

“Todos vós, homens de fé e de boa vontade, trabalhai, portanto, com ânimo e zelo na grande obra da regeneração, que colhereis pelo cêntuplo o grão que houverdes semeado. Ai dos que fecham os olhos à luz! Preparam para si mesmos longos séculos de trevas e decepções. Ai dos que fazem dos bens deste mundo a fonte de todas as suas alegrias! Terão que sofrer privações muito mais numerosas do que os gozos de que desfrutaram! Ai, sobretudo, dos egoístas! Não acharão quem os ajude a carregar o fardo de suas misérias.” 

SÃO LUÍS

25/01/2021

 Olá amigos

Segue abaixo nosso estudo de segunda-feira às 15 hs:

Ev. Capítulo XXVIII - itens 40 e 41




Leitura inicial:

Confiando Sempre

Peçamos ao Senhor que nos sustente as forças na desincumbência dos compromissos assumidos e que prossigamos adiante no campo de nossas abençoadas lutas, com a certeza de que o Divino Benfeitor jamais nos abandona. 

Fonte: livro Migalha, Chico Xavier, pelo Espírito Emanuel

Trecho do estudo:

Prevendo próxima a morte 

40. Prefácio. A fé no futuro, a orientação do pensamento, durante a vida, para os destinos vindouros, favorecem e aceleram o desligamento do Espírito, por enfraquecerem os laços que o prendem ao corpo, tanto que, frequentemente, a vida corpórea ainda se não extinguiu de todo, e a alma, impaciente, já alçou o voo para a imensidade. Ao contrário, no homem que concentra nas coisas materiais todos os seus cuidados, aqueles laços são mais tenazes, penosa e dolorosa é a separação e cheio de perturbação e ansiedade o despertar no além-túmulo. 

41. Prece. – Meu Deus, creio em ti e na tua bondade infinita e, por isso mesmo, não posso crer hajas dado ao homem a inteligência, que lhe faculta conhecer-te, e a aspiração pelo futuro, para o mergulhares no nada. Creio que o meu corpo é apenas o envoltório perecível de minha alma e que, quando eu tenha deixado de viver, acordarei no mundo dos Espíritos. 

Deus Todo-Poderoso, sinto se rompem os laços que me prendem a alma ao corpo e que dentro em pouco irei prestar contas do uso que fiz da vida que me foge. 

Vou experimentar as consequências do bem e do mal que pratiquei. Lá não haverá ilusões, nem subterfúgios possíveis. Diante de mim vai desenrolar-se todo o meu passado e serei julgado segundo as minhas obras. 

Nada levarei dos bens da Terra. Honras, riquezas, satisfações da vaidade e do orgulho, tudo, enfim, que é peculiar ao corpo permanecerá neste mundo. Nem a mais mínima parcela de todas essas coisas me acompanhará, nem me será de utilidade alguma no mundo dos Espíritos. Apenas levarei comigo o que pertence à alma, isto é, as boas e as más qualidades, para serem pesadas na balança da mais rigorosa justiça. E tanto maior severidade haverá no meu julgamento, quanto maior número de ocasiões para fazer o bem, que não fiz, me tenha proporcionado a posição que ocupei na Terra. (Cap. XVI, item 9.) 

Deus de misericórdia, que o meu arrependimento te chegue aos pés! Digna-te de lançar sobre mim o manto da tua indulgência. Se te aprouver prolongar a minha existência, seja esse prolongamento empregado em reparar, tanto quanto em mim esteja, o mal que eu tenha praticado. Se soou, sem dilação possível, a minha hora, levo comigo o consolador pensamento de que me será permitido redimir-me, por meio de novas provas, a fim de merecer um dia a felicidade dos eleitos. 

Se não me for dado gozar imediatamente dessa felicidade sem mescla, partilha tão só do justo por excelência, sei que me não é defesa para sempre a esperança e que, pelo trabalho, alcançarei o fim, mais tarde ou mais cedo, conforme os meus esforços. 

Sei que próximos de mim, para me receberem, estão Espíritos bons e o meu anjo de guarda, aos quais dentro em pouco verei, como eles me veem. 

Sei que, se o tiver merecido, encontrarei de novo aqueles a quem amei na Terra e que aqueles que aqui deixo irão juntar-se a mim, que um dia estaremos todos reunidos para sempre e que, enquanto esse dia não chegar, poderei vir visitá-los. Sei também que vou encontrar aqueles a quem ofendi. Possam eles perdoar-me o que tenham a reprochar-me: o meu orgulho, a minha dureza, minhas injustiças, a fim de que a presença deles não me acabrunhe de vergonha! 

Perdoo aos que me tenham feito ou querido fazer mal; nenhum rancor contra eles alimento e peço-te, meu Deus, que lhes perdoes. 

Senhor, dá-me forças para deixar sem pena os prazeres grosseiros deste mundo, que nada são em confronto com as alegrias sãs e puras do mundo em que vou penetrar e onde, para o justo, não há mais tormentos, nem sofrimentos, nem misérias, onde somente o culpado sofre, mas tendo a confortá-lo a esperança. 

A vós, bons Espíritos, e a ti, meu anjo guardião, suplico que me não deixeis falir neste momento supremo. Fazei que a Luz divina brilhe aos meus olhos, a fim de que a minha fé se reanime, se vier a abalar-se. 

Nota – Veja-se, adiante, o parágrafo V: “Preces pelos doentes e obsidiados.”

22/01/2021

 Olá amigos!

Segue abaixo o estudo de sexta-feira às 20hs

Justiça Divina - Faltas



Leitura inicial:

MAU HUMOR 

 Se o mau humor te envolve à maneira de sombra sufocante, procura examinar-lhe as origens, a fim de que possas liquidá-lo tão imediatamente quanto possível. 

***

 Caso alguma dívida te preocupe, não será com aspereza que conseguirás os recursos preciosos, de modo a resgatá-la. 

*** 

Doença quando aparece, solicita remédio e não intolerância para curar-se. 

*** 

Necessitando da cooperação de alguém para determinado empreendimento, a carranca não te angariará simpatia. 

***

 Contratempos em família não se desfazem com frases vinagrosas. 

*** 

Se pretendes adquirir companheiros e colaboradores, a irritação é um antigo processo de perder amizades. 

***

 Lembra-te de que ninguém consegue algo realizar sem os outros e de que os outros não são culpados por nossas indisposições e insucessos. 

*** 

Ninguém sabe até hoje onde termina o mau humor e começa a enfermidade. 

*** 

Não se sabe de ninguém até agora que o azedume tenha auxiliado.

 ***

 Se você deseja livrar-se dessa máscara destruidora, cultiva a paciência e aprende a sorrir.  


Trecho do estudo:

Faltas 

Reunião pública de 6-2-61 1ª Parte, cap. VII, § 27 

É possível que o constrangimento do companheiro tenha surgido do gesto impensado de tua parte. 
O gracejo impróprio ou o apontamento inoportuno teria tido o efeito de um golpe. 
Decerto, não alimentaste a intenção de ferir, mas a desarmonia partiu de bagatela, agigantando-se em conflito de grandes proporções.

De outras vezes, a mente adoece, conturbada.
Teremos ofendido, realmente.
A cólera ter-nos-á cegado o discernimento e brandimos o tacape da injúria.
Pretendemos aconselhar e cortamos o coração de quem ouve.
Alegando franqueza, envenenamos a língua.
No pretexto de consolar, ampliamos chagas abertas.
E começa para logo a distância e a aversão.

Se a consciência te acusa, repara a falta enquanto é cedo.
Chispa de fogo gera incêndio.
Leve alfinetada prepara a infecção. Humildade é caminho.
Entendimento é remédio.
Perdão é profilaxia.
Muitas vezes, loucura e crime, dispersão e calamidade nascem de pequeninos desajustes acalentados. Não hesites rogar desculpas, nem vacile apagar-te, a favor da concórdia, com aparente desvantagem particular, porquanto, na maioria dos casos de incompreensão, em que nos imaginamos sofrer dores e ser vítimas, os verdadeiros culpados somos nós mesmos.

20/01/2021

 Olá amigos!

Segue nosso estudo de quarta-feira às 20 hs

Ev. Cap. XVII item 9 - Os superiores e os inferiores 



Leitura Inicial:

53 - AFEIÇÕES 

 Devotar-nos-emos aos familiares e amigos queridos; no entanto, há que observar sempre o ponto exato em que seremos levados pelas circunstâncias da vida a facear problemas e lutas intransferíveis. 

 * * * 

Quem não precisará de escora afetiva, quando o próprio Cristo, na travessia dos empeços terrestres, não dispensou o auxílio dos companheiros de apostolado? Não será lícito esquecer a nossa própria necessidade de afeto; todavia, vejamos ainda em Jesus a lição do testemunho pessoal nas horas difíceis. Por mais admiradores tivesse, nenhum deles lhe tomou o lugar nas crises supremas. Assim também nós.

 * * *

Os entes amados incentivar-nos-ão, no desempenho dos deveres que nos competem, mas não conseguirão cumpri-los por nós. O professor prepara o aluno; entretanto, não lhe viverá, de futuro, os percalços da profissão. Os próprios pais, por mais se ofereçam em holocausto pela felicidade dos filhos, não logram arredá-los das experiências a que se destinam, atendendo a causas variadas nas atividades de agora e daquelas outras que remanescem de passadas reencarnações.

 * * *

 Amemos nossos familiares e amigos, no entanto, sem exigir venham um dia a fazer o trabalho que nos cabe realizar. Todos eles serão provavelmente criaturas admiráveis no entendimento e na virtude, mas não nos conhecem as lutas mais íntimas, tanto quanto de nossa parte não conhecemos as deles.

 * * * 

Auxiliemo-nos mutuamente, aceitando-lhes o concurso, sabendo, porém, poupá-los aos sofrimentos inúteis de viver nos obstáculos que nos digam respeito. Isso porque as afeições nos ajudam, na parte visível de nossas dificuldades; entretanto, urge reconhecer que não são capazes de solucionar por nós os problemas profundos que carregamos na intimidade indevassável do coração, onde estamos absolutamente insulados, entregues à nossa própria consciência e ao juízo de Deus. 

Fonte: Livro Rumo Certo, Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel

Trecho do estudo:

Os superiores e os inferiores

 9. A autoridade, tanto quanto a riqueza, é uma delegação de que terá de prestar contas aquele que se ache dela investido. Não julgueis que lhe seja ela conferida para lhe proporcionar o vão prazer de mandar; nem, conforme o supõe a maioria dos potentados da Terra, como um direito, uma propriedade. Deus, aliás, lhes prova constantemente que não é nem uma nem outra coisa, pois que deles a retira quando lhe apraz. Se fosse um privilégio inerente às suas personalidades, seria inalienável. A ninguém cabe dizer que uma coisa lhe pertence, quando lhe pode ser tirada sem seu consentimento. Deus confere a autoridade a título de missão, ou de prova, quando o entende, e a retira quando julga conveniente.

Quem quer que seja depositário de autoridade, seja qual for a sua extensão, desde a do senhor sobre o seu servo, até a do soberano sobre o seu povo, não deve olvidar que tem almas a seu cargo; que responderá pela boa ou má diretriz que dê aos seus subordinados e que sobre ele recairão as faltas que estes cometam, os vícios a que sejam arrastados em consequência dessa diretriz ou dos maus exemplos, do mesmo modo que colherá os frutos da solicitude que empregar para os conduzir ao bem. Todo homem tem na Terra uma missão, grande ou pequena; qualquer que ela seja, sempre lhe é dada para o bem; falseá-la em seu princípio é, pois, falir ao seu desempenho.

Assim como pergunta ao rico: “Que fizeste da riqueza que nas tuas mãos devera ser um manancial a espalhar a fecundidade ao teu derredor”, também Deus inquirirá daquele que disponha de alguma autoridade: “Que uso fizeste dessa autoridade? Que males evitaste? Que progresso facultaste?Se te dei subordinados, não foi para que os fizesses escravos da tua vontade, nem instrumentos dóceis aos teus caprichos ou à tua cupidez; fiz-te forte e confiei-te os que eram fracos, para que os amparasses e ajudasses a subir ao meu seio.”

O superior, que se ache compenetrado das palavras do Cristo, a nenhum despreza dos que lhe estejam submetidos, porque sabe que as distinções sociais não prevalecem às vistas de Deus. Ensina-lhe o Espiritismo que, se eles hoje lhe obedecem, talvez já lhe tenham dado ordens, ou poderão dar-lhas mais tarde, e que ele então será tratado conforme os haja tratado, quando sobre eles exercia autoridade.

Se o superior tem deveres a cumprir, o inferior, de seu lado, também os tem e não menos sagrados. Se for espírita, sua consciência ainda mais imperiosamente lhe dirá que não pode considerar-se dispensado de cumpri-los, nem mesmo quando o seu chefe deixe de dar cumprimento aos que lhe correm, porquanto sabe muito bem não ser lícito retribuir o mal com o mal e que as faltas de uns não justificam as de outrem. Se a sua posição lhe acarreta sofrimentos, reconhecerá que sem dúvida os mereceu, porque, provavelmente, abusou outrora da autoridade que tinha, cabendo-lhe, portanto, experimentar a seu turno o que fizera sofressem os outros. Se se vê forçado a suportar essa posição, por não encontrar outra melhor, o Espiritismo lhe ensina a resignar-se, como constituindo isso uma prova para a sua humildade, necessária ao seu adiantamento. Sua crença lhe orienta a conduta e o induz a proceder como quereria que seus subordinados procedessem para com ele, caso fosse o chefe. Por isso mesmo, mais escrupuloso se mostra no cumprimento de suas obrigações, pois compreende que toda negligência no trabalho que lhe está determinado redunda em prejuízo para aquele que o remunera e a quem deve ele o seu tempo e os seus esforços. Numa palavra: solicita-o o sentimento do dever, oriundo da sua fé, e a certeza de que todo afastamento do caminho reto implica uma dívida que, cedo ou tarde, terá de pagar. – François-Nicolas-Madeleine, cardeal Morlot. (Paris, 1863.)

 

17/01/2021

 Olá amigos!

Segue nosso estudo de segunda-feira, às 15 hs

Livro dos Espíritos Q. 344 a 360 

União da alma e do corpo 


Leitura inicial:

18 - PETIÇÃO E RESPOSTA 

Entre o pedido terrestre e o Suprimento Divino, é imperioso funcione a alavanca da vontade humana, com decisão e firmeza, para que se efetive o auxílio solicitado. Buscando as concessões do Céu, desistamos de lhes opor a barreira dos nossos caprichos próprios. 

 * * * 

Suplicamos no mundo: Senhor, dá-nos a paz. Se persistimos, no entanto, a remoer conflito e ressentimento, cozinhando mágoas e esquentando desarmonia, decerto que a tranqüilidade só encontrará caminho para morar conosco, quando tivermos esquecido as farpas da dissensão. 

 * * * 

Imploramos: Senhor, dá-nos saúde. Se continuamos, porém, acalentando sintomas e solenizando quadros mentais enfermiços, é indiscutível que o remédio só terá eficácia, em nosso auxílio, quando estivermos decididos a liquidar com as idéias de lamentação e doença. 

 * * *

 Pedimos: Senhor, dá-nos prosperidade. Mas se teimamos em dilapidar o tempo, reclamando contra o destino e hospedando chorosas rebeldias, é forçoso reconhecer que só adquiriremos progresso e reconforto, quando largamos queixa e azedume, concentrando esforços em melhoria e trabalho.

 * * * 

Rogamos: Senhor, dá-nos compreensão. Se prosseguirmos, entretanto, censurando e criticando os outros, a descortinar faltas alheias, sem cogitar das próprias deficiências, é óbvio que só atingiremos a luz e a segurança do entendimento, quando nos voltarmos sinceramente para dentro de nós mesmos, verificando que somos tão humanos e tão falíveis quanto aqueles irmãos dos quais nos julgávamos muito acima. 

 * * * 

Confiemos em Deus e supliquemos o amparo de Deus, mas, se quisermos receber a Bênção Divina, procuremos esvaziar o coração de tudo aquilo que discorde das nossas petições, a fim de oferecer à Bênção Divina, clima de aceitação, base e lugar. 

Trecho do estudo:

UNIÃO DA ALMA E DO CORPO 

344. Em que momento a alma se une ao corpo? 

“A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus.”

345. É definitiva a união do Espírito com o corpo desde o momento da concepção? Durante esta primeira fase, poderia o Espírito renunciar a habitar o corpo que lhe está destinado? 

“É definitiva a união, no sentido de que outro Espírito não poderia substituir o que está designado para aquele corpo. Mas, como os laços que ao corpo o prendem são ainda muito fracos, facilmente se rompem e podem romper-se por vontade do Espírito, se este recua diante da prova que escolheu. Em tal caso, porém, a criança não vinga.”

346. Que faz o Espírito, se o corpo que ele escolheu morre antes de se verificar o nascimento? 

“Escolhe outro.” 

a) — Qual a utilidade dessas mortes prematuras? 

 “Dão-lhes causa, as mais das vezes, as imperfeições da matéria.”

347. Que utilidade encontrará um Espírito na sua encarnação em um corpo que morre poucos dias depois de nascido? 

“O ser não tem então consciência plena da sua existência. Assim, a importância da morte é quase nenhuma. Conforme já dissemos, o que há nesses casos de morte prematura é uma prova para os pais.”

348. Sabe o Espírito, previamente, que o corpo de sua escolha não tem probabilidade de viver? “Sabe-o algumas vezes; mas, se nessa circunstância reside o motivo da escolha, isso significa que está fugindo à prova.” 

349. Quando falha por qualquer causa a encarnação de um Espírito, é ela suprida imediatamente por outra existência?

 “Nem sempre o é imediatamente. Faz-se mister dar ao Espírito tempo para proceder a nova escolha, a menos que a reencarnação imediata corresponda a anterior determinação.” 

350. Uma vez unido ao corpo da criança e quando já lhe não é possível voltar atrás, sucede alguma vez deplorar o Espírito a escolha que fez? 

“Perguntas se, como homem, se queixa da vida que tem? Se desejara que outra fosse ela? Sim. Se se arrepende da escolha que fez? Não, pois não sabe ter sido sua a escolha. Depois de encarnado, não pode o Espírito lastimar uma escolha de que não tem consciência. Pode, entretanto, achar pesada demais a carga e considerá-la superior às suas forças. É quando isso acontece que recorre ao suicídio.” 

351. No intervalo que medeia da concepção ao nascimento, goza o Espírito de todas as suas faculdades? 

“Mais ou menos, conforme o ponto, em que se ache, dessa fase, porquanto ainda não está encarnado, mas apenas ligado. A partir do instante da concepção, começa o Espírito a ser tomado de perturbação, que o adverte de que lhe soou o momento de começar nova existência corpórea. Essa perturbação cresce de contínuo até ao nascimento. Nesse intervalo, seu estado é quase idêntico ao de um Espírito encarnado durante o sono. À medida que a hora do nascimento se aproxima, suas idéias se apagam, assim como a lembrança do passado, do qual deixa de ter consciência na condição de homem, logo que entra na vida. Essa lembrança, porém, lhe volta pouco a pouco ao retornar ao estado de Espírito.”

352. Imediatamente ao nascer recobra o Espírito a plenitude das suas faculdades? 

“Não, elas se desenvolvem gradualmente com os órgãos. O Espírito se acha numa existência nova; preciso é que aprenda a servir-se dos instrumentos de que dispõe. As idéias lhe voltam pouco a pouco, como a uma pessoa que desperta e se vê em situação diversa da que ocupava na véspera.” 

353. Não sendo completa a união do Espírito ao corpo, não estando definitivamente consumada, senão depois do nascimento, poder-se-á considerar o feto como dotado de alma?

 “O Espírito que o vai animar existe, de certo modo, fora dele. O feto não tem pois, propriamente falando, uma alma, visto que a encarnação está apenas em via de operar-se. Achasse, entretanto, ligado à alma que virá a possuir.”

354. Como se explica a vida intra-uterina? 

“É a da planta que vegeta. A criança vive vida animal. O homem tem a vida vegetal e a vida animal que, pelo seu nascimento, se completam com a vida espiritual.”

355. Há, de fato, como o indica a Ciência, crianças que já no seio materno não são vitais? Com que fim ocorre isso? “Freqüentemente isso se dá e Deus o permite como prova, quer para os pais do nascituro, quer para o Espírito designado a tomar lugar entre os vivos.” 

356. Entre os natimortos alguns haverá que não tenham sido destinados à encarnação de Espíritos? “Alguns há, efetivamente, a cujos corpos nunca nenhum Espírito esteve destinado. Nada tinha que se efetuar para eles. Tais crianças então só vêm por seus pais.” 

a) — Pode chegar a termo de nascimento um ser dessa natureza? 

“Algumas vezes; mas não vive.” 

b) — Segue-se daí que toda criança que vive após o nascimento tem forçosamente encarnado em si um Espírito? 

“Que seria ela, sé assim não acontecesse? Não seria um ser humano.” 

357. Que conseqüências tem para o Espírito o aborto? 

“É uma existência nulificada e que ele terá de recomeçar.”

358. Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?

 “Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.”

359. Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar- -se a primeira para salvar a segunda?

 “Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.” 

360. Será racional ter-se para com um feto as mesmas atenções que se dispensam ao corpo de uma criança que viveu algum tempo? 

“Vede em tudo isso a vontade e a obra de Deus. Não trateis, pois, desatenciosamente, coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da criação, algumas vezes incompletas por vontade do Criador? Tudo ocorre segundo os seus desígnios e ninguém é chamado para ser seu juiz.”


16/01/2021

 Olá amigos!

Segue nosso estudo de sábado

Livro Dimensões da Verdade

capítulo 14 - Assistência Social e Espiritismo

 

Leitura inicial:

131 

No campo social  

“Ele  respondeu  e  disse­-lhes:  —  “Dai­lhes  vós  de  comer.” (Marcos, 6:37)  



Diante da multidão fatigada e faminta, Jesus recomenda aos apóstolos:

 — “Dai­lhes vós de comer.” 

A observação do Mestre é importante, quando realmente poderia ele Induzi­-los a recriminar a multidão pela imprudência de uma jornada exaustiva até o monte, sem a garantia do farnel. 
O Mestre desejou, porém, gravar no espírito dos aprendizes a consagração deles ao serviço popular. Ensinou que aos cooperadores do Evangelho, perante a turba necessitada, compete tão­ somente um dever — o da prestação de auxílio desinteressado e fraternal. Naquela hora do ensinamento inesquecível, a fome era naturalmente do corpo, vencido de cansaço, mas, ainda e sempre, vemos a multidão carente de amparo, dominada pela fome de luz e de harmonia, vergastada pelos invisíveis azorragues da discórdia e da incompreensão. 
Os colaboradores de Jesus são chamados, não a obscurecê-­la com o pessimismo, não a perturbá-la com a indisciplina ou a imobilizá-­la com o desânimo, mas sim a nutri­-la de esclarecimento e paz, fortaleza moral e sublime esperança. Se te encontras diante do povo, com o anseio de ajudá-­lo, se te propões contribuir na regeneração do campo social, não te percas em pregações de rebelião e desespero. Conserva a serenidade e alimenta o próximo com o teu bom exemplo e com a tua boa palavra. Não olvides a recomendação do Senhor: — “Dai-­lhes vós de comer.”

Trecho do estudo:

Diante das multidões esfaimadas, dos velhos ao desabrigo; das crianças socialmente abandonadas; dos doentes ao desamparo; da mendicância e da dor, contemplas através da telas da imaginação, a humanidade espírita cristã do futuro e antevês o tesouro da assistência social ao alcance de todos, oferecendo bênçãos e socorro em abundância….
Assim, se desejas, desde logo, antecipar essa Era de Paz, procurando erguer uma Instituição que possa expressar a realidade do amor em bases positivas com socorro e assistência aos aflitos da Terra. E pensas em Assistência Social, falas sobre Assistência Social realizas Assistência Social. Aqui como ali, tocados pelo entusiasmo, companheiros de lide espírita, levantam obras assistenciais respeitáveis, capazes de atender muito sofrimento e diminuir muitas dores.
A princípio, o primeiro sinal da conversão ao Espiritismo para muitos é caracterizado pelas “mangas arregaçadas do paletó” no serviço de assistência social, objetivando o próximo combalido.
Impulso nobre, merece, no entanto, consideração e exame…
* * *
A dor que tumultua o coração do homem do presente, conserva, todavia, raízes fixadas no passado…
Assim, tentar o cultivo em solo coberto de mata espessa e danosa, seria candidatar as valiosas mudas a asfixia e a morte, em não se cuidando do arroteamento cuidadoso da terra..
Por isso é indispensável mergulhar a meditação nas causas do sofrimento humano e, utilizando os ensinos espíritas, visitar a intimidade das mentes, fazendo luz íntima…
Dessa forma, podes apresentar os evidentes sinais da convicção espírita sem atavios do movimento externo que todos identificam procedendo de maneira segura e concisa intimamente…
De fato, tantos se preocupam com as consequências dos males, que olvidam as causas dos males em si mesmas é imperioso, pois colimar, os objetivos espiritistas no panorama da própria alma…
Logo, conduta reta, fidelidade ao dever, respeito as tarefas alheias e alheios direitos, discrição e sinceridade, cultivo da fé e da humildade, tolerância com perseverança nos ideais esposados, mesmo quando haja conspiração aparente do mal, renúncia às ambições com os derivados da alegria espontânea e de um coração rico em esperança, também são altas expressões de identificação espírita e renovação social que, todavia, começa em quem pretende retificar e solucionar os problemas alheios…
Definitivamente, não pretendemos colocar à margem as tarefas ponderáveis da moderna filantropia, da considerada assistência social. Sendo assim, desejamos apenas, realçar o valor que vai sendo desconsiderado, de situar em primeiro plano o Espiritismo que objetiva a estruturação moral do homem nas lídimas bases evangélicas; e estas são essencialmente as da tarefa interior com as consequentes manifestações do amor ao próximo… como a si mesmo..
Com isso, nem Espiritismo sem Assistência Social, nem Assistência social sem Espiritismo, para nós espiritistas encarnados e desencarnados.
* * *
Certamente, o Espiritismo, como bem definiu Allan Kardec “trata da origem, da natureza e do destino dos espíritos…”, convidando o homem a ser “hoje melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje”…
Assim sendo, é imperioso a tarefa de estudá-lo, buscando conhecer as nascentes da vida, a jornada do princípio espiritual e trabalhando com segurança e valor a si mesmo, para, renovado a cada dia, apresentar o índice de melhoria moral e espiritual de cada hora…
Constantemente, o conhecimento da Doutrina Espírita, colima na sua aplicação com a assistência social; no entanto, a recíproca não é verdadeira.
Dessa forma, espalhemos a Revelação Espírita e iluminando, os que esmagam e estrangulam corações estimulando a miséria, o desconforto, o abandono de grande parcela da humanidade, estaremos salvando o amanhã, porquanto, o homem generoso e esclarecido de agora, não renascerá, para ressarcir e recuperar nas palhas da pobreza e na enxerga da dor.
Além disso, guardemos a certeza de que, ao lado da assistência material que possamos doar, a assistência moral e espiritual deve ter primazia…
Alguns amigos menos esclarecidos, falarão sobre sectarismo, outros poucos afervorados à convicção espiritista, informarão que o auxílio não deve ser trocado pelo impositivo de ensino…
Não lhes dês ouvidos.
Derrama no gral da generosidade que te enobrece o perfume da fé renovadora que te liberta e dá a libar, a quantos te buscam, esse incomparável elixir…
Quando te encontrares com a moderna metodologia da Assistência Social, nunca te esqueças, de depois dela, converteres o coração junto ao sofredor, em dois braços abertos à semelhança de Jesus, guardando a postura de quem deseja, no próprio seio agasalhar a dor…
* * *
O inimitável Governador da Terra, homenageado por jubilosa cortesã, antes obsidiada e recém-liberta, que lhe untava os pés com perfume raro, respondeu a Judas, que pensava a respeito da aplicação que se poderia dar à essência exótica, se transformadas em moedas e dirigidas aos necessitados: “Os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim, nem sempre me tendes”…
Aromatizemos a senda por onde seguimos, ajudando e amando; mas conhecendo, também, quem somos, donde viemos e para onde vamos, procedamos com equidade e honradez, oferecendo ao mundo atormentado, a segurança de nossa renovação espiritual com o amor dilatado em forma de auxílio a todas as criaturas…

15/01/2021

 Olá amigos!

Segue nosso estudo de sexta-feira, às 20 hs

Livro Seara dos Médiuns, O Argumento


Leitura inicial:

Rendimento Leve auxílio que estendas: Mais apoio a servir-te. A esperança que espalhas É uma estrela a esperar-te. Dor que tires dos outros, Prova de que te afastas. Doar felicidade é retratá-la em nós. Olha a semente humilde e a colheita dos frutos. Todo bem rende o bem pelas contas de Deus.

Fonte: Livro Migalha , Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel 

Trecho do estudo:

O argumento 

Reunião pública de 22/1/60 

Questão nº 29 

Ante os amados que te não compreendem, estimarias que todos cressem conforme crês. Alguns jazem desesperados nas trevas do pessimismo. Outros caem, pouco a pouco, no abismo da negação. Há muitos que te lançam insulto em rosto, como se a tua convicção fosse passo à loucura. E surpreendes, em cada canto, aqueles que te falam pelo diapasão da ironia. Mergulhas-te, muitas vezes, no oceano revolto das palavras veementes que os opositores, de Imediato, não podem admitir; em outras ocasiões, desejas acontecimentos inusitados, que lhes alterem o modo de pensar e de ser. 

*

Entretanto, recordemos o Cristo. Ninguém, quanto ele, deixou na retaguarda tantas demonstrações de poder celeste. Deu nova estrutura à forma dos elementos. Apaziguou as energias desvairadas da Natureza. Reaqueceu corpos que a morte imobilizava. Restituiu a visão aos cegos. Restaurou paralíticos. Limpou feridentos. Curou alienados mentais. Operou maravilhas, somente atribuíveis à ciência divina. Contudo, não foi pelos deslumbramentos produzidos que se converteu em mentor excelso da Humanidade. Jesus agiganta-se, na esteira dos séculos, pela força do exemplo. 

Anjo — caminhou entre os homens. 

Senhor do mundo — não reteve uma pedra para repousar a cabeça. 

Sábio — foi simples. Grande — alinhou-se entre os pequenos. 

 Juiz dos juizes — espalhou a misericórdia. Caluniado — lançou bênçãos. 

 Traído — não reclamou. 

 Acusado — humilhou a si mesmo. 

 Ferido — esqueceu toda ofensa. 

 Injuriado — silenciou. 

Crucificado — pediu perdão para os próprios verdugos. 

Abandonado — voltou para auxiliar.

                                                                                    *

Ação é voz que fala à razão. Se aspiras, assim, a convencer os que te rodeiam, quanto à verdade, não olvides que, acima de todos os fenômenos passageiros e discutíveis, o único argumento edificante de que dispões é o de tua própria conduta, no livro da própria vida.

13/01/2021

 Olá amigos!

Segue abaixo nosso estudo de quarta às 20 hs

Livro dos Espíritos - Q.1010 e 1011 

Ressurreição da carne




Leitura inicial:

OPINIÕES ALHEIAS 

 Se trazes a consciência tranqüila, porque te impacientares tanto com as opiniões alheias, desfavoráveis? 

*** 

Cada pessoa fala daquilo que conhece oferecendo o que seja ou o que tenha. 

*** 

A suposição dos companheiros, a nosso respeito, nasce daquilo que eles estimariam ou estimam fazer. 

***

 Cada qual de nós está no centro das próprias experiências.

 *** 

Os irmãos que nos cercam são livres para pesarem a nosso respeito, da mesma forma que somos livres para anotar-lhes o comportamento. 

***

 Ninguém consegue obrigar determinada criatura a raciocinar com outro cérebro, a não ser aquele que lhe pertença.

 *** 

Se uma pessoa se irrita contra nós sem razão, isso não é motivo par que venhamos a comprar uma rixa desnecessária. 

*** Você está diante de uma criatura encolerizada, da mesma forma que você se encontra perante um doente: preste auxílio. 

***

 Toleremos os outros, para que os outros nos tolerem.

 *** 

Hoje, alguém terá perdido a serenidade, à nossa frente; amanhã, possivelmente, seremos nós, em situação igual diante deles.  

Fonte: Livro Calma, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

Trecho do estudo:

RESSURREIÇÃO DA CARNE 

1010. O dogma da ressurreição da carne será a consagração da reencarnação ensinada pelos Espíritos? “Como quereríeis que fosse de outro modo? Conforme sucede com tantas outras, estas palavras só parecem despropositadas, no entender de algumas pessoas, porque as tomam ao pé da letra. Levam, por isso, à incredulidade. Dai-lhes uma interpretação lógica e os que chamais livres pensadores as admitirão sem dificuldades, precisamente pela razão de que refletem. Por que, não vos enganeis, esses livres pensadores o que mais pedem e desejam é crer. Têm, como os outros, ou, talvez, mais que os outros, a sede do futuro, mas não podem admitir o que a ciência desmente. A doutrina da pluralidade das existências é consentânea com a justiça de Deus; só ela explica o que, sem ela, é inexplicável. Como havíeis de pretender que o seu princípio não estivesse na própria religião?”

 — Assim, pelo dogma da ressurreição da carne, a própria Igreja ensina a doutrina da reencarnação? 

“É evidente. Demais, essa doutrina decorre de muitas coisas que têm passado despercebidas e que dentro em pouco se compreenderão neste sentido. Reconhecer-se-á em breve que o Espiritismo ressalta a cada passo do texto mesmo das Escrituras sagradas. Os Espíritos, portanto, não vêm subverter a religião, como alguns o pretendem. Vêm, ao contrário, confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis. Como, porém, são chegados os tempos de não mais empregarem linguagem figurada, eles se exprimem sem alegorias e dão às coisas sentido claro e preciso, que não possa estar sujeito a qualquer interpretação falsa. Eis por que, daqui a algum tempo, muito maior será do que é hoje o número de pessoas sinceramente religiosas e crentes.” 

 SÃO LUÍS

Efetivamente, a Ciência demonstra a impossibilidade da ressurreição, segundo a idéia vulgar. Se os despojos do corpo humano se conservassem homogêneos, embora dispersos e reduzidos a pó, ainda se conceberia que pudessem reunir-se em dado momento. As coisas, porém, não se passam assim. O corpo é formado de elementos diversos: oxigênio, hidrogênio, azoto, carbono, etc. Pela decomposição, esses elementos se dispersam, mas para servir à formação de novos corpos, de tal sorte que uma mesma molécula, de carbono, por exemplo, terá entrado na composição de muitos milhares de corpos diferentes (falamos unicamente dos corpos humanos, sem ter em conta os dos animais); que um indivíduo tem talvez em seu corpo moléculas que já pertenceram a homens das primitivas idades do mundo; que essas mesmas moléculas orgânicas que absorveis nos alimentos provêm, possivelmente, do corpo de tal outro indivíduo que conhecestes e assim por diante. Existindo em quantidade definida a matéria e sendo indefinidas as suas combinações, como poderia cada um daqueles corpos reconstituir-se com os mesmos elementos? Há aí impossibilidade material. Racionalmente, pois, não se pode admitir a ressurreição da carne, senão como uma figura simbólica do fenômeno da reencarnação. E, então, nada mais há que aberre da razão, que esteja em contradição com os dados da Ciência.

É exato que, segundo o dogma, essa ressurreição só no fim dos tempos se dará, ao passo que, segundo a Doutrina Espírita, ocorre todos os dias. Mas, nesse quadro do julgamento final, não haverá uma grande e bela imagem a ocultar, sob o véu da alegoria, uma dessas verdades imutáveis, em presença das quais deixará de haver cépticos, desde que lhes seja restituída a verdadeira significação? Dignem-se de meditar a teoria espírita sobre o futuro das almas e sobre a sorte que lhes cabe, por efeito das diferentes provas que lhes cumpre sofrer, e verão que, exceção feita da simultaneidade, o juízo que as condena ou absolve não é uma ficção, como pensam os incrédulos. Notemos mais que aquela teoria é a conseqüência natural da pluralidade dos mundos, hoje perfeitamente admitida, enquanto que, segundo a doutrina do juízo final, a Terra passa por ser o único mundo habitado.


11/01/2021

 Olá amigos!

Segue nosso estudo de segunda às 15 hs

O Evangelho Segundo O Espiritismo, capítulo 28 

 itens 38 e 39  - à hora de dormir.


Leitura inicial:

Não obstante o relacionamento afetivo e social que manténs, os testemunhos que te dimensionarão em outra posição fazem-se sempre sem condições de surpresa, colhendo as pessoas a sós.

Os afetos, os amigos, os companheiros, poderão partilhar-te as dores, porém, a tua, será sempre uma cruz pessoal.

Nem poderia ser diferente.

Ao amparo da justiça divina, cada homem resgata de acordo com a dívida e cresce de conforme a circunstância em que delinqüiu.

Equipa-te de paz é fé, preparando-te para a ascensão que se te impõe, inevitável.

Fonte: Livro Vida Feliz - 137 - Joanna de Ângelis & Divaldo Franco


Trecho do estudo:

38. PREFÁCIO. O sono tem por fim dar repouso ao corpo; o Espírito, porém, não precisa de repousar. Enquanto os sentidos físicos se acham entorpecidos, a alma se desprende, em parte, da matéria e entra no gozo das faculdades do Espírito.

O sono foi dado ao homem para reparação das forças orgânicas e também para a das forças morais. Enquanto o corpo recupera os elementos que perdeu por efeito da atividade da vigília, o Espírito vai retemperar-se entre os outros Espíritos. Haure, no que vê, no que ouve e nos conselhos que lhe dão, idéias que, ao despertar, lhe surgem em estado de intuição. É a volta temporária do exilado à sua verdadeira pátria. É o prisioneiro restituído por momentos à liberdade.

Mas, como se dá com o presidiário perverso, acontece que nem sempre o Espírito aproveita dessa hora de liberdade para seu adiantamento. Se conserva instintos maus, em vez de procurar a companhia de Espíritos bons, busca a de seus iguais e vai visitar os lugares onde possa dar livre curso aos seus pendores.

Eleve, pois, aquele que se ache compenetrado desta verdade, o seu pensamento a Deus, quando sinta aproximar-se o sono, e peça o conselho dos bons Espíritos e de todos cuja memória lhe seja cara, a fim de que venham juntar-se-lhe, nos curtos instantes de liberdade que lhe são concedidos, e, ao despertar, sentir-se-á mais forte contra o mal, mais corajoso diante da adversidade.

39. Prece. – Minha alma vai estar por alguns instantes com os outros Espíritos. Venham os bons ajudar-me com seus conselhos. Faze, meu anjo guardião, que, ao despertar, eu conserve durável e salutar impressão desse convívio.

                                                                   

LEITURA COMPLEMENTAR – Livro dos Espíritos:

401. Durante o sono, a alma repousa como o corpo?


Não, o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos. ”

402. Como podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono?

Pelos sonhos.

Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior potência e pode pôr-se em comunicação com outros Espíritos, quer neste mundo, quer noutro. Dizes frequentemente: Tive um sonho extravagante, um sonho horrível, mas absolutamente inverossímil. Enganas-te. É amiúde uma recordação dos lugares e das coisas que viste ou que verás em outra existência ou em outra ocasião. Estando entorpecido o corpo, o Espírito trata de quebrar seus grilhões e de investigar no passado ou no futuro.

Pobres homens, que mal conheceis os mais vulgares fenômenos da vida!

Julgais-vos muito sábios e as coisas mais comezinhas vos confundem. Nada sabeis responder a estas perguntas que todas as crianças formulam: Que fazemos quando dormimos? Que são os sonhos?

O sono liberta a alma parcialmente do corpo. Quando dorme, o homem se acha por algum tempo no estado em que fica permanentemente depois que morre. Tiveram sonos inteligentes os Espíritos que, desencarnando, logo se desligam da matéria.

Esses Espíritos, quando dormem, vão para junto dos seres que lhes são superiores. Com estes viajam, conversam e se instruem. Trabalham mesmo em obras que se lhes deparam concluídas, quando volvem, morrendo na Terra, ao mundo espiritual. Ainda esta circunstância é de molde a vos ensinar que não deveis temer a morte, pois que todos os dias morreis, como disse um santo.

Isto, pelo que concerne aos Espíritos elevados. Pelo que respeita ao grande número de homens que, morrendo, têm que passar longas horas na perturbação, na incerteza de que tantos já vos falaram, esses vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores à Terra, onde os chamam velhas afeições, ou em busca de gozos quiçá mais baixos do que os em que aqui tanto se deleitam. Vão beber doutrinas ainda mais vis, mais ignóbeis, mais funestas do que as que professam entre vós. E o que gera a simpatia na Terra é o fato de sentir-se o homem, ao despertar, ligado pelo coração àqueles com quem acaba de passar oito ou nove horas de ventura ou de prazer. Também as antipatias invencíveis se explicam pelo fato de sentirmos em nosso íntimo que os entes com quem antipatizamos têm uma consciência diversa da nossa. Conhecemo-los sem nunca os termos visto com os olhos. É ainda o que explica a indiferença; há homens que não cuidam de conquistar novos amigos, por saberem que muitos têm que os amam e lhes querem. Numa palavra: o sono influi mais do que supondes na vossa vida.

Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos. Por isso é que os Espíritos superiores assentem, sem grande repugnância, em encarnar entre vós. Quis Deus que, tendo de estar em contato com o vício, pudessem eles ir retemperar-se na fonte do bem, a fim de igualmente não falirem, quando se propõem a instruir os outros. O sono é a porta que Deus lhes abriu, para que possam ir ter com seus amigos do céu; é o recreio depois do trabalho, enquanto esperam a grande libertação, a libertação final, que os restituirá ao meio que lhes é próprio.

O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. Notai, porém, que nem sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que haveis visto, enquanto dormíeis. Vossos sonhos nem sempre refletem a ação da alma em seu pleno desenvolvimento; são, muitas vezes, apenas a lembrança da perturbação que experimenta à sua partida ou no seu regresso ao corpo, acrescida da relativa ao que fizestes ou do que vos preocupa quando em vigília. A não ser assim, como explicaríeis os sonhos absurdos, que tanto os sábios, quanto as mais humildes e simples criaturas têm? Acontece também que os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.

De resto, dentro em pouco vereis desenvolver-se outra espécie de sonhos. Conquanto tão antiga como a de que vimos falando, vós a desconheceis. Refiro-me aos sonhos de Joana, ao de Jacob, aos dos profetas judeus e aos de alguns adivinhos indianos. São recordações guardadas por almas que se desprendem inteiramente do corpo, recordações dessa segunda vida a que ainda há pouco aludi.

Tratai de distinguir essas duas espécies de sonhos, entre os de que vos lembrais, do contrário cairíeis em contradições e em erros funestos à vossa fé.”

Os sonhos são efeito da emancipação da alma, que mais independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de clarividência indefinida que se alonga até aos mais afastados lugares e até mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que traz à memória acontecimentos da presente existência ou de existências anteriores. As singulares imagens do que se passa ou se passou em mundos desconhecidos, entremeados de coisas do mundo atual, é que formam esses conjuntos estranhos e confusos, que nenhum sentido ou ligação parecem ter.

A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas que apresenta a recordação incompleta do que nos apareceu quando sonhávamos. É como se a uma narração se truncassem frases ou trechos ao acaso. Reunidos depois, os fragmentos restantes nenhuma significação racional teriam.

403. Por que não nos lembramos sempre dos sonhos?

Naquilo que chamas sono, só há o repouso do corpo, visto que o Espírito está constantemente em atividade. Recobra, durante o sono, um pouco da sua liberdade e se corresponde com os que lhe são caros, quer neste mundo, quer em outros. Mas como é pesada e grosseira a matéria que o compõe, o corpo tem dificuldade em conservar as impressões que o Espírito recebeu, porque a este não chegaram por intermédio dos órgãos corporais.”

08/01/2021

 Olá amigos!

Segue abaixo nosso estudo de sexta feira 

O Pensamento de Emmanuel

 tema caridade e pobreza





Leitura inicial:

Reserva algum período do teu tempo ao serviço sem remuneração à caridade fraternal, à ação em favor da comunidade.
A "hora vazia" é sempre espaço mental perigoso.
Oferece-a ao teu próximo, a alguma Sociedade ou Agremiação que se dedique à benemerência, à construção de vidas.
Pequenas ajudas produzem os milagres das grandes realizações.
Jamais te escuses a este mister de ajuda desinteressada, não retribuída.

Fonte: Livro Vida Feliz - 35

Trecho do Estudo:

LE - Questão 166: Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?
R. - Sofrendo a prova de uma nova existência.

Tendo nascido na palha, para doar-nos a glória da vida simples, expirou numa cruz pelo bem de todos, a fim de mostrar-nos o trilho da eterna ressurreição.

EMMANUEL

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Os hindus denominam-na "roda dos nascimentos".

Os espíritas dão-lhe o nome de "reencarnação".

Emmanuel, em linguagem expressiva e bela, aponta-a por "benção do recomeço".

Com este ou aquele nome, a volta ao corpo constitui, evidentemente, oportunidade para que o Espírito eterno corrija o passado, pelo bom proceder no presente, edificando, assim, para o futuro, a felicidade e a iluminação.

As provas terrenas são necessárias para que a alma, depurando-se no cadinho terrestre, alcance seu glorioso destino: resgatar débitos e construir a vida melhor, no Reino da Luz Imortal.

Não sendo limitado o número das existências corporais, o Espírito virá ao plano físico quantas vezes se fizerem necessárias, dando, de cada vez, "um passo para diante na senda do progresso".

Uma das provas mais difíceis é a da pobreza, quanto o é a da riqueza.

Na primeira, pode sofrer o Espírito a tentação da revolta.

Na segunda, a do abuso dos bens da vida, deturpando-lhe os augustos objetivos.

Podemos dizer que três seriam as causas gerais que levam o homem ao estado de pobreza, aqui na Terra:
a) - Prova espontaneamente solicitada.
b) - Resgates expiatórios.
c) - Efeitos do próprio livre-arbítrio, após a reencarnação.

Espíritos realmente evoluídos, ou simplesmente esclarecidos sobre a Lei de Causa e Efeito, podem solicitar a prova da pobreza, como oportunidade para o acrisolamento de qualidades ou a realização de tarefas.

Algumas vezes, o mau uso da riqueza, em precedente existência, leva o Espírito a pedir condição oposta, com o que espera ressarcir abusos cometidos e pôr-se a salvo de novas tentações, para as quais não se sinta convenientemente forte.

As provas solicitadas resultam de méritos do Espírito, que pode, inclusive, escolher ambiente social e grupo familiar para neles realizar a experiência de que se julga necessitado.

Quando não há, de sua parte, qualquer mérito, a lei dos resgates compulsórios funciona, levando-o à expiação de faltas que ficaram no Livro da Vida, as quais lhe acompanham o quadro de necessidades.

O livre-arbítrio do homem pode levá-lo à pobreza, sem que se avoquem, precedentes espirituais, causas ligadas ao pretérito.

Falta de estímulo para as lutas humanas pode conduzi-lo à miséria.

Preguiça ou irresponsabilidade são fatores que, fatalmente, o conduzirão à dificuldade material.

Desapreço aos bens da Natureza, que florescem, exuberantes, por toda parte, pode ser o responsável pelos insucessos humanos.

Estudadas, assim, as causas gerais da pobreza, que a podem converter em miséria, pelo mau uso do livre-arbítrio, analisemos, agora, as conseqüências, não da miséria, mas da pobreza digna.

Aquele que, em provação ou resgate, reencarna em condições penosas, sob o ponto de vista material, deve suportá-las resignadamente, atento aos frutos espirituais que colherá no porvir.

Um dos grandes benefícios que o homem obterá, na vivência modesta e organizada, será o fortalecimento do caráter, uma vez que uma existência laboriosa não deixa, via de regra, tempo para que desrespeite os dons da vida.

A obrigatoriedade do trabalho, mantendo-o, incessantemente, ligado a compromissos irreversíveis, na esfera profissional, sedimentar-lhe-á as boas qualidades.

Suportando, resignada e confiantemente, a pobreza honrada, conquista o homem a meta prevista antes da reencarnação: acrisolamento de qualidades, realização de tarefas ou resgate de débitos.

Mais livre, pessoalmente, é o homem pobre.

Não responde por vastos patrimônios econômico-financeiros, que lhe exigiriam mais tempo, mais lutas, mais preocupações.

Suas responsabilidades limitam-se ao trabalho que realiza em determinado espaço de tempo.

Terminado o dia de labor, é homem livre para ir aonde deseja.

Essa idéia de liberdade pessoal dá-lhe, também, maior felicidade interior.

Com as naturais exceções de regra, o homem que luta e sofre, obtendo, ao preço de copioso suor, o sustento diário, tem maior visão de Deus e de Seu Amor, da amizade sincera e das coisas.

O pobre tem, geralmente, sob o ponto de vista das próprias necessidades e aspirações, uma vida mais simples, se a resignação - não a acomodação - é-lhe uma constante espiritual.

Daí ter afirmado Emmanuel, a respeito de Jesus: "Tendo nascido na palha, para doar-nos a glória da vida simples, expirou numa cruz pelo bem de todos, a fim de mostrar-nos o trilho da eterna ressurreição".

Bons são os resultados da pobreza "resignadamente suportada".

Maus, quando "suportada sob revolta".

A revolta na pobreza é, sempre, um desastre para a alma, eis que impõe a necessidade de repetição da experiência, acrescida de responsabilidades.

Como se vê, a compreensão doutrinária, à luz do Evangelho, do problema da pobreza, é de grande valia para que o homem triunfe e alcance, vitoriosamente, a meta espiritual a que se destina, ou renove a experiência.

Se bem suportada, sem revolta, nem queixas, nem desestímulos, terá o homem vencido, em função da Vida Mais Alta.

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LEITURA COMPLEMENTAR


Livro dos Espíritos:


V – Provas da Riqueza e da Miséria

814. Por que Deus concedeu a uns a riqueza e o poder e a outros, a miséria?

— Para provar a cada um de uma maneira diferente. Aliás, vós o sabeis essas provas são escolhidas pelos próprios Espíritos, que muitas vezes sucumbem ao realizá-las.

815. Qual dessas duas provas é a mais perigosa para o homem: a da desgraça ou a da riqueza?

— Tanto uma como a outra. A miséria provoca a lamentação contra a Providência; a riqueza leva a todos os excessos.

816. Se o rico sofre mais tentações, não dispõe também de mais meios para fazer o bem?

— E justamente o que nem sempre faz; torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável; suas necessidades aumentam com a fortuna e julga não ter o bastante para si mesmo.