31/03/2020

Olá amigos!
Ouçam abaixo um trecho do livro Ave Cristo.




"Ajoelhando-se diante de Quinto Celso que o contemplava, embevecidamente, o cego compreendeu que o fim havia chegado e rogou: 
— Meu filho, ensina-me a orar!... 
As chamas, porém, ganhavam o corpo do rapaz, a contorcer-se. 
Celso, contudo, reprimindo o próprio sofrimento, falou, calmo, banhado em paz: 
— Meu pai, façamos a prece de Jesus, que Blandina pronunciava!... 
Pai nosso que estás nos Céus... oremos em voz alta... 
As feras esfaimadas abocanhavam corpos e estracinhavam vísceras humanas, aqui e ali, mas, como se vivesse agora tão somente para a fé que o iluminava à última hora, Taciano, genuflexo, repetia a comovedora oração: 
— Pai nosso, que estás nos Céus, santificado seja o teu nome... Venha a nós o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como no Céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje, perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores... não nos deixes cair em tentação e livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o Poder e a Glória para sempre!... Assim seja!... 
O romano convertido não mais ouviu a palavra do filho. 
A cabeça de Celso tombara para a frente, desgovernada... 
Taciano ia erguer a voz, quando patas irresistíveis rojaram-no ao saibro argenteado da arena. 
Turvou-se-lhe o cérebro, mas, em seguida ao choque rápido, qual se o Cristo lhe enviasse milagrosa claridade às pupilas mortas, recuperou a visão e identificou-se ao lado do seu próprio corpo, que jazia imóvel numa poça de areia sanguinolenta. 
Procurou Quinto Celso, mas, oh! divina felicidade!... Viu que do poste de martírio emergia. não o filho adotivo, mas seu próprio pai, Quinto Varro, que lhe estendia os braços, murmurando: 
— Taciano, meu filho, agora poderemos trabalhar, em louvor de Jesus, para sempre!... 
Deslumbrado, reparou que as almas dos heróis abandonavam os despojos, 212 envolvidas em túnicas de luz por entidades que mais se assemelhavam a formosos arcanjos aéreos. 
Beijou as mãos paternas como alguém que saciava saudades terrivelmente sofridas e tentava algo dizer, quando viu Blandina, Basílio, Lívia e Rufo, cantando de alegria no grupo de Espíritos venturosos em que formavam Corvino, Lucano, Hortênsia, Silvano e outros paladinos da fé, todos a lhe dirigirem sorrisos de confiança e de amor!. 
Por cima do corpo negro do anfiteatro, desafiando-lhe as trevas, centenas de almas radiantes seguravam lirial estandarte, em que brilhava a saudação tocante e sublime: 
— Ave, Cristo! os que vão viver para sempre te glorificam e saúdam! 

Deslumbrante caminho descerrara-se nos céus... 
Embriagado de júbilo, Quinto Varro colou o filho de encontro ao peito e, rodeado pela grande assembléia dos amigos, avançou para o alto, como um lutador vitorioso que conseguira subtrair ao pântano de sombra um diamante castigado pelos cinzéis da vida, para fazê-lo brilhar à plena luz... 
Cá em baixo, a crueldade gritava, em regozijo. 
A chusma delirava na contemplação de corpos incendidos, no sinistro banquete da carnificina e da morte, mas, ao longe, no firmamento ilimitado, cuja paz retratava o amor inalterável de Deus, as estrelas fulguravam, apontando aos homens de boa vontade glorioso porvir..."


Fonte: Livro Ave Cristo, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel.



30/03/2020

Olá!

Segue nosso estudo de segunda-feira às 16:30 hs.
Médiuns e Mediunidade
Tema : I - A religião Espírita



Leitura inicial:

Cultivar a Calma

Livro: Agenda Cristã - André Luiz

Se você está no ponto de estourar mentalmente, silencie alguns instantes para pensar;
Se o motivo é moléstia no próprio corpo, a intranquilidade traz o pior;
Se a razão é enfermidade em pessoa querida, o seu desajuste é fator agravante;
Se perdeu alguma afeição, a queixa tornará você uma pessoa menos simpática junto de outros amigos;
Se deixou alguma oportunidade valiosa para trás, a inquietação é desperdício de tempo;
Se contrariedades aparecerem, o ato de esbravejar afastará de você o consenso espontâneo;
Se você praticou um erro, o desespero é porta aberta para faltas maiores;
Se você não atingiu o que desejara, a impaciência fará mais larga a distância entre você e o objetivo a alcançar.
Seja qual for a dificuldade, conserve a calma, trabalhando porque em todo problema a serenidade é o teto da alma, pedindo o serviço para soluções.

Trecho do estudo:

I -  A Religião Espírita

O homem contemporâneo necessita viver com religiosidade, face aos avançados engenhos das modernas ciências e da tecnologia.
Embora se acusem as religiões de serem fomentadoras de guerras lamentáveis e intérminas, nas quais a crueldade atingiu as suas mais bárbaras expressões, dizimando milhões de vidas, todas possuem como fundamento a crença em um Deus-Amor, apesar de severo umas vezes e complacente outras, conforme a filosofia abordada em cada uma. Por extensão, ensinam a crença na imortalidade da alma e na justiça que não se ilude nunca, alcançando o infrator por mais este procure evadir-se.
Bem se depreende que a falência não é da fé religiosa em si mesma, porém, do homem ignorante, que se fanatiza; astuto, que se torna prepotente; malvado, que se compraz no crime; complexado, que se utiliza de qualquer recurso para atingir os acumes da vida, escondendo-se na impiedade e perversão a que se entrega.
O homem, este sim, deve ser a meta de todas as crenças religiosas, trabalhando-lhe o caráter, iluminando-lhe a consciência, dulcificando-lhe os sentimentos, de forma a fazê-lo descobrir os valores da vida ou utilizá-los com nobreza, se já os encontrou.
Cabe a cada religião buscar unir as criaturas nos seus elementos essenciais, abrindo espaço para que se alojem nos seus arraiais aqueles que se afinam com os seus postulados, sem discriminar quem, para encontrar Deus, pensa de maneira diferente.
É certo que a História apresenta inúmeros exemplos de homens que se diziam descrentes de Deus, irreligiosos, que foram excelentes benfeitores da humanidade.
Provavelmente, eles discrepavam das crenças que O apresentavam com características humanoides, apaixonadas, vinculado a tal ou qual nação e indiferente aos destinos dos demais seres e países.
Trabalhado pela cegueira nacional de alguns povos, era tão mesquinho quanto os seus adoradores, causando repulsa e indignação às mentes avançadas e lúcidas.
Não era, pois, indiferença ou rebeldia contra Deus, mas, sim, pela imagem que d’Ele faziam os religiosos enfermos da alma.
Também é verdade que os povos sofreram impiedosamente nas mãos de indivíduos incréus e profanadores, que deixaram rastros de desgraça e sangue em todos os tempos.
A religião tem por finalidade cientificar o homem a respeito da sua realidade imortal, dos fenômenos post-mortem e da conduta filosófica a viver enquanto no estágio carnal.
Mediante a estruturação de uma ética de comportamento otimista, edificante e renovadora, promove a criatura sempre, auxiliando-a com resignação na vicissitude, humildade no triunfo, amor na glória e caridade em todos os momentos, a fim de que a revolta não a cegue, a soberba não a alucine e as paixões vis não a dominem.
Se ela se apoia num alicerce científico, com mais seguros fundamentos brinda a consciência investigadora e a razão exigente, oferecendo respostas lógicas dos fatos às indagações frequentes da dúvida, do cepticismo e da descrença.
Com este conteúdo de evidências em tomo dos postulados filosóficos, o homem dispõe de equipamentos vigorosos para os empreendimentos existenciais, enfrentando quaisquer dificuldades e desafios com natural estoicismo e alegria.
A busca de Deus, hoje, é mais contínua e árdua do que antes.
Os valores humanos sofreram profundas mutações éticas, alterando-se totalmente.

Antes, a aceitação ingênua da fé bastava para uma aparente vivência religiosa.
Atualmente, as conquistas da Cibernética, da Astronáutica e de outras ciências estabeleceram recordes de conflitos psicológicos no indivíduo, exigindo da vida terapias preventivas e afirmações mais valiosas para que se possa evitar o caos.
As multidões cansadas, por outro lado, das filosofias pragmatistas, imediatas, indagam pelo que acontecerá depois, como será após logrados os objetivos próximos.
Surgem, então, ou renascem antigas crenças que se propõem a ajudar o homem saturado de lógica e técnica, que se deixa atrair pelo fantasioso, o sobrenatural, o místico, em mecanismo audacioso de fuga da realidade objetiva para o imaginário transcendente, o absurdo.
O astronauta que retoma da lua, confundido com o silêncio que pôde constatar, da solidão ante o universo e da sua pequenez no seio cósmico, mesmo que maravilhosamente equipado de forças psicológicas, pouco a pouco mergulha em profunda melancolia, vitimado por interrogações de longo alcance.
Os pilotos que atiraram os artefatos atômicos sobre as cidades-mártires, não puderam olvidar as catástrofes em que se viram envolvidos.
Os veteranos das guerras que se sucedem na Terra, não conseguem apagar as marcas da violência em que foram envolvidos, sofrendo terríveis dificuldades para se reajustarem à sociedade em paz.
Reunindo-se os diversos fatores que geram conflitos, a sociedade hodierna, que alcançou elevados níveis de conforto para alguns, dilacerou bilhões de vidas nos guetos de miséria, fome e sofrimento, nos cinturões externos das grandes cidades ou em países inteiros devorados pela ganância de outros, mais poderosos.
Como consequência, a agressividade, a indiferença e o medo tomaram conta do mundo, produzindo alarmante índice de toxicômanos, loucos, pervertidos e insensíveis emocionais, que agravam a economia da sociedade com delitos incomuns e lancinantes.

O homem passou a valer pouco na atual estrutura social massificada.
Cada qual pensa em si e nos seus, quando pensa.
O egoísmo governa as vidas e a sede pelo gozo desequilibra os sentimentos, multiplicando as vidas-sensação, em detrimento das existências-emoção.
Nesse contubérnio, a Religião é importante para conduzir a mente humana aturdida, vitimada por contínuos choques externos, conflitos psicológicos e desajustes emocionais.
Queira ou não, o homem é um ser essencialmente religioso. Por instinto crê e atém-se, mesmo inconsciente, às crenças que lhe predominam na personalidade.
A intuição da sua origem divina propele-o para o respeito e a fé no seu Criador.
Nas culturas primitivas, esse sentimento comanda suas atitudes, numa forma de consciência atávica, primária, sem análise, sem lógica racional.
Sucessivamente, graças às complexidades das civilizações por onde transita no seu processo evolutivo, surgem-lhe os conflitos e as dúvidas, que propiciaram as múltiplas escolas de pensamento e de crenças religiosas compatíveis com as suas necessidades.
Constituem-lhe, porém, meta final, libertar-se do sofrimento e fruir de paz, de felicidade.
Essa ansiedade é universal e fundamental em todas as vidas.
O que é fundamental e essencial com caráter universal ou geral torna-se uma busca de natureza religiosa.
Para preencher essa necessidade, faz-se imprescindível a existência de uma Religião com possibilidades universais, na qual os seus postulados atendam a todos os impositivos da evolução, dispondo da mesma essência.
Há, por isso mesmo, um arraigado amor à Religião.
A Religião Espírita, que respeita todas as demais doutrinas, espiritualistas ou não, possui os valores para restabelecer no homem o clima de confiança e paz de que necessita, favorecendo-o com as estruturas para a libertação da dor e a aquisição da plenitude.
Sua filosofia existencial, dignificadora, promove as aspirações íntimas, ensejando o ajustamento da conduta aos ensinamentos cristãos, nos quais apoia a sua estrutura ético-moral.
Isso porque se firma na experiência do fato, que brinda com a certeza inabalável da sobrevivência à morte, assim como da preexistência ao berço, em racional encadeamento que enseja a compreensão de quem se é, qual a meta pela frente a conquistar e por que se sofre.
Sem dogmatismo ou ritualística, é a religião cósmica do amor, aguardando a Humanidade de hoje e dos tempos futuros para conduzi-la a Deus.



Olá!

Segue nosso estudo de segunda-feira às 15 hs.
O Livro dos Espíritos - Parte segunda - Cap.IV - q.172 a 188






Leitura inicial:

Vida Feliz

Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo Pereira Franco

196

Quando estiveres a ponto de desistir de uma ação edificante, ora e continua até o fim.
Quando te encontrares no momento de cometeres um erro, ora e desiste com tranquilidade.
Quando perceberes que as forças não te auxiliarão no trabalho do bem, ora e reanima-te, chegando ao termo planejado.
Quando fores aliciado para uma situação vexatória, ora e retoma o teu equilíbrio.
Quando te sentires abandonado pela pessoa em quem confias ou a quem amas, ora e tem paciência, permanecendo no teu posto.
Quando, desarvorado desejes tombar, sem mais estímulo, ora e te serão concedidas as resistências para o triunfo.
Não deixes nunca de orar.


Fonte: Editora LEAL – 16ª edição - 2012


Trecho do estudo:


O Livro dos Espíritos

Allan Kardec

Parte Segunda – Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos

Capítulo IV – Da pluralidade das existências

Encarnação nos diferentes mundos

172. As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra?
“Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras, nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição”.

173. A cada nova existência corporal a alma passa de um mundo para outro, ou pode ter muitas no mesmo globo?
“Pode viver muitas vezes no mesmo globo, se não se adiantou bastante para passar a um mundo superior”.

a) Podemos então reaparecer muitas vezes na Terra?
“Certamente”.

b) Podemos voltar a este, depois de termos vivido em outros mundos?
“Sem dúvida. É possível que já tenhais vivido algures e na Terra”.

174. Tornar a viver na Terra constitui uma necessidade?
“Não; mas, se não progredistes, podereis ir para outro mundo que não valha mais do que a Terra e que talvez até seja pior do que ela”.

175. Haverá alguma vantagem em voltar-se a habitar a Terra?
“Nenhuma vantagem particular, a menos que seja em missão, caso em que se progride aí como em qualquer outro planeta”.

a) Não se seria mais feliz permanecendo na condição de Espírito?
“Não, não; estacionar-se-ia e o que se quer é caminhar para Deus”.

176. Depois de haverem encarnado noutros mundos, podem os Espíritos encarnar neste, sem que jamais aí tenham estado?
“Sim, do mesmo modo que vós em outros. Todos os mundos são solidários: o que não se faz num faz-se noutro”.

a) Assim, homens há que estão na Terra pela primeira vez?
“Muitos, e em graus diversos de adiantamento”.

b) Pode-se reconhecer, por um indício qualquer, que um Espírito está pela primeira vez na Terra?
“Nenhuma utilidade teria isso”.

177. Para chegar à perfeição e à suprema felicidade, destino final de todos os homens, tem o Espírito que passar pela fieira de todos os mundos existentes no Universo?
“Não, porquanto muitos são os mundos correspondentes a cada grau da respectiva escala e o Espírito, saindo de um deles, nenhuma coisa nova aprenderia nos outros do mesmo grau”.

a) Como se explica então a pluralidade de suas existências em um mesmo globo?
“De cada vez poderá ocupar posição diferente das anteriores e nessas diversas posições se lhe deparam outras tantas ocasiões de adquirir experiência”.

178. Podem os Espíritos encarnar em um mundo relativamente inferior a outro onde já viveram?
“Sim, quando em missão, com o objetivo de auxiliarem o progresso, caso em que aceitam alegres as tribulações de tal existência, por lhes proporcionar meio de se adiantarem”.

a) Mas não pode dar-se também por expiação? Não pode Deus degredar para mundos inferiores Espíritos rebeldes?
“Os Espíritos podem conservar-se estacionários, mas não retrogradam. Em caso de estacionamento, a punição deles consiste em não avançarem, em recomeçarem, no meio conveniente à sua natureza, as existências mal-empregadas”.

b) Quais os que têm de recomeçar a mesma existência?
“Os que faliram em suas missões ou em suas provas”.

179. Os seres que habitam cada mundo hão todos alcançado o mesmo nível de perfeição?
“Não; dá-se em cada um o que ocorre na Terra: uns Espíritos são mais adiantados do que outros”.

180. Passando deste planeta para outro, conserva o Espírito a inteligência que aqui tinha?
“Sem dúvida; a inteligência não se perde. Pode, porém, acontecer que ele não disponha dos mesmos meios para manifestá-la, dependendo isto da sua superioridade e das condições do corpo que tomar”. (Veja-se: “Influência do organismo”, cap. VII, Parte 2a.)

181. Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos?
“É fora de dúvida que têm corpos, porque o Espírito precisa estar revestido de matéria para atuar sobre a matéria. Esse envoltório, porém, é mais ou menos material, conforme o grau de pureza a que chegaram os Espíritos. É isso o que assinala a diferença entre os mundos que temos de percorrer, porquanto muitas moradas há na casa de nosso Pai, sendo, conseguintemente, de muitos graus essas moradas. Alguns o sabem e desse fato têm consciência na Terra; com outros, no entanto, o mesmo não se dá”.

182. É-nos possível conhecer exatamente o estado físico e moral dos diferentes mundos?
“Nós, Espíritos, só podemos responder de acordo com o grau de adiantamento em que vos achais. Quer dizer que não devemos revelar estas coisas a todos, porque nem todos estão em estado de compreendê-las e semelhante revelação os perturbaria”.
À medida que o Espírito se purifica, o corpo que o reveste se aproxima igualmente da natureza espírita. Torna-se-lhe menos densa a matéria, deixa de rastejar penosamente pela superfície do solo, menos grosseiras se lhe fazem as necessidades físicas, não mais sendo preciso que os seres vivos se destruam mutuamente para se nutrirem. O Espírito se acha mais livre e tem, das coisas longínquas, percepções que desconhecemos. Vê com os olhos do corpo o que só pelo pensamento entrevemos.
Da purificação do Espírito decorre o aperfeiçoamento moral, para os seres que eles constituem, quando encarnados. As paixões animais se enfraquecem e o egoísmo cede lugar ao sentimento da fraternidade. Assim é que, nos mundos superiores ao nosso, se desconhecem as guerras, carecendo de objeto os ódios e as discórdias, porque ninguém pensa em causar dano ao seu semelhante. A intuição que seus habitantes têm do futuro, a segurança que uma consciência isenta de remorsos lhes dá, fazem que a morte nenhuma apreensão lhes cause. Encaram-na de frente, sem temor, como simples transformação.
A duração da vida, nos diferentes mundos, parece guardar proporção com o grau de superioridade física e moral de cada um, o que é perfeitamente racional. Quanto menos material o corpo, menos sujeito às vicissitudes que o desorganizam. Quanto mais puro o Espírito, menos paixões a miná-lo. É essa ainda uma graça da Providência, que desse modo abrevia os sofrimentos.

183. Indo de um mundo para outro, o Espírito passa por nova infância?
“Em toda parte a infância é uma transição necessária, mas não é, em toda parte, tão obtusa como no vosso mundo”.

184. Tem o Espírito a faculdade de escolher o mundo em que passe a habitar?
“Nem sempre. Pode pedir que lhe seja permitido ir para este ou aquele e pode obtê-lo, se o merecer, porquanto a acessibilidade dos mundos, para os Espíritos, depende do grau da elevação destes”.

a) Se o Espírito nada pedir, que é o que determina o mundo em que ele reencarnará?
“O grau da sua elevação”.

185. O estado físico e moral dos seres vivos é perpetuamente o mesmo em cada mundo?
“Não; os mundos também estão sujeitos à lei do progresso. Todos começaram, como o vosso, por um estado inferior e a própria Terra sofrerá idêntica transformação. Tornar-se-á um paraíso, quando os homens se houverem tornado bons”.
É assim que as raças, que hoje povoam a Terra, desaparecerão um dia, substituídas por seres cada vez mais perfeitos, pois que essas novas raças transformadas sucederão às atuais, como estas sucederam a outras ainda mais grosseiras.

186. Haverá mundos em que o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito?
“Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros”.

a) Parece resultar daí que, entre o estado correspondente às últimas encarnações e o de Espírito puro, não há linha divisória perfeitamente demarcada; não?
“Semelhante demarcação não existe. A diferença entre um e outro estado se vai apagando pouco a pouco e acaba por ser imperceptível, tal qual se dá com a noite às primeiras claridades do alvorecer”.

187. A substância do perispírito é a mesma em todos os mundos?
“Não; é mais ou menos etérea. Passando de um mundo a outro, o Espírito se reveste da matéria própria desse outro, operando-se, porém, essa mudança com a rapidez do relâmpago”.

188. Os Espíritos puros habitam mundos especiais, ou se acham no espaço universal, sem estarem mais ligados a um mundo do que a outros?
“Habitam certos mundos, mas não lhes ficam presos, como os homens à Terra; podem, melhor do que os outros, estar em toda parte”.10

10 Nota de Allan Kardec: Segundo os Espíritos, de todos os mundos que compõem o nosso sistema planetário, a Terra é dos que têm habitantes menos adiantados, física e moralmente. Marte lhe estaria ainda abaixo, sendo-lhe Júpiter superior de muito, a todos os respeitos. O Sol não seria mundo habitado por seres corpóreos, mas simplesmente um lugar de reunião dos Espíritos superiores, os quais de lá irradiam seus pensamentos para os outros mundos, que eles dirigem por intermédio de Espíritos menos elevados, transmitindo-os a estes por meio do fluido universal. Considerado do ponto de vista da sua constituição física, o Sol seria um foco de eletricidade. Todos os sóis como que estariam em situação análoga.
O volume de cada um e a distância a que esteja do Sol nenhuma relação necessária guardam com o grau do seu adiantamento, pois que, do contrário, Vênus deveria ser tida por mais adiantada do que a Terra e Saturno menos do que Júpiter.
Muitos Espíritos, que na Terra animaram personalidades conhecidas, disseram estar reencarnados em Júpiter, um dos mundos mais próximos da perfeição, e há causado espanto que, nesse globo tão adiantado, estivessem homens a quem a opinião geral aqui não atribuía tanta elevação. Nisso nada há de surpreendente, desde que se atenda a que, possivelmente, certos Espíritos, habitantes daquele planeta, foram mandados à Terra para desempenharem aí certa missão que, aos nossos olhos, os não colocava na primeira plana. Em segundo lugar, deve-se atender a que, entre a existência que tiveram na Terra e a que passaram a ter em Júpiter, podem eles ter tido outras intermédias, em que se melhoraram. Finalmente, cumpre se considere que, naquele mundo, como no nosso, múltiplos são os graus de desenvolvimento e que, entre esses graus, pode mediar lá a distância que vai, entre nós, do selvagem ao homem civilizado. Assim, do fato de um Espírito habitar Júpiter não se segue que esteja no nível dos seres mais adiantados, do mesmo modo que ninguém pode considerar-se na categoria de um sábio do Instituto, só porque resida em Paris.
As condições de longevidade não são, tampouco, em qualquer parte, as mesmas que na Terra e as idades não se podem comparar. Evocado, um Espírito que desencarnara havia alguns anos, disse que, desde seis meses antes, estava encarnado em mundo cujo nome nos é desconhecido. Interrogado sobre a idade que tinha nesse mundo, disse: “Não posso avaliá-lo, porque não contamos o tempo como contais. Depois, os modos de existência não são idênticos. Nós, lá, nos desenvolvemos muito mais rapidamente. Entretanto, se bem não haja mais de seis dos vossos meses que lá estou, posso dizer que, quanto à inteligência, tenho trinta anos da idade que tive na Terra”.
Muitas respostas análogas foram dadas por outros Espíritos e o fato nada apresenta de inverossímil. Não vemos que, na Terra, uma imensidade de animais em poucos meses adquire o desenvolvimento normal? Por que não se poderia dar o mesmo com o homem noutras esferas? Notemos, além disso, que o desenvolvimento que o homem alcança na Terra aos trinta anos talvez não passe de uma espécie de infância, comparado com o que lhe cumpre atingir. Bem curto de vista se revela quem nos toma em tudo por protótipos da Criação, assim como é rebaixar a Divindade o imaginar-se que, fora o homem, nada mais seja possível a Deus.










28/03/2020


Olá!

Segue nosso estudo do sábado fraterno - às 16:30
Tema livre




leitura inicial:

Vida Feliz

Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo Pereira Franco

 1
Saúda o teu dia com a oração de reconhecimento. 
Tu estás vivo. 
Enquanto a vida se expressa, multiplicam-se as oportunidades de crescer e ser feliz. 
Cada dia é uma bênção nova que Deus te concede, dando-te prova de amor. 
Acompanha a sucessão das horas cultivando otimismo e bem - estar.

 Fonte: Livro Vida Feliz, Editora LEAL – 16ª edição – 2012

Trechos do Estudo:

O Livro dos Espíritos – Parte terceira – Capitulo VI – Da lei da destruição

728. É lei da Natureza a destruição?
“Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Porque, o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos.”

737. Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores?
“Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento?

738. Para conseguir a melhora da Humanidade, não podia Deus empregar outros meios que não os flagelos destruidores?
“Pode e os emprega todos os dias, pois que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O homem, porém não se aproveita desses meios. Necessário, portanto, se torna que seja castigado no seu orgulho e que se lhe faça sentir a sua fraqueza.”


Pessoal, fica abaixo a recomendação de dois livros q citei no estudo de hoje. Boa leitura!


Leitura complementar:

Capítulo 20 " Maria de Magdala", do Livro Boa Nova , Chico Xavier pelo Espírito Humberto de Campos, Ed. FEB - 8ª edição - 2017




Livro Paulo e Estevão, Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, Ed. FEB - 45ª edição - 2017





Abraços fraternos!








27/03/2020

Olá!

Segue nosso estudo de sexta-feira às 20 hs.
O Livro dos Espíritos - Parte quarta - Cap.I - q.939 e 940



Leitura inicial:

Vida Feliz

Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo Pereira Franco

17

Mantém os teus pensamentos em ritmos de saúde e otimismo.
A mente é dínamo poderoso.
Conforme pensares, atrairás respostas vibratórias equivalentes.
Quem cultiva doença sempre padece problemas dessa natureza.
Quem preserva a saúde sempre supera as enfermidades.
Pensa corretamente e serás inspirado por Deus a encontrar as soluções melhores.
O pensamento edificante e bom é também uma oração sem palavras, que se faz sempre ouvida.

Fonte: Livro Vida Feliz, Editora LEAL – 16ª edição - 2012


Trecho do Livro dos Espíritos:


Parte Quarta – Das Esperanças e Consolações
Capítulo I – Das Penas e Gozos Terrestres

Uniões antipáticas

939. Uma vez que os Espíritos simpáticos são induzidos a unir-se, como é que, entre os encarnados, frequentemente só de um lado há afeição e que o mais sincero amor se vê acolhido com indiferença e até com repulsão? Como é, além disso, que a mais viva afeição de dois seres pode mudar-se em antipatia e mesmo em ódio?
“Não compreendes então que isso constitui uma punição, se bem que passageira? Depois, quantos não são os que acreditam amar perdidamente, porque apenas julgam pelas aparências, e que, obrigados a viver com as pessoas amadas, não tardam a reconhecer que só experimentaram um encantamento material! Não basta uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe belas qualidades. Vivendo realmente com ela é que poderá apreciá-la. Tanto assim que, em muitas uniões, que a princípio parecem destinadas a nunca ser simpáticas, acabam os que as constituíram, depois de se haverem estudado bem e de bem se conhecerem, por votar-se, reciprocamente, duradouro e terno amor, porque assente na estima! Cumpre não se esqueça de que é o Espírito quem ama e não o corpo, de sorte que, dissipada a ilusão material, o Espírito vê a realidade.
Duas espécies há de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo com frequência tomar-se uma pela outra. Quando pura e simpática, a afeição da alma é duradoura; efêmera a do corpo. Daí vem que, muitas vezes, os que julgavam amar-se com eterno amor passam a odiar-se, desde que a ilusão se desfaça”.

940. Não constitui igualmente fonte de dissabores, tanto mais amargos quanto envenenam toda a existência, a falta de simpatia entre seres destinados a viver juntos?
“Amaríssimos, com efeito. Essa, porém, é uma das infelicidades de que sois, as mais das vezes, a causa principal. Em primeiro lugar, o erro é das vossas leis. Julgas, porventura, que Deus te constranja a permanecer junto dos que te desagradam? Depois, nessas uniões, ordinariamente buscais a satisfação do orgulho e da ambição, mais do que a ventura de uma afeição mútua. Sofreis então as consequências dos vossos prejuízos”.

a) Mas, nesse caso, não há quase sempre uma vítima inocente?
“Há e para ela é uma dura expiação, mas a responsabilidade da sua desgraça recairá sobre os que lhe tiverem sido os causadores. Se a luz da verdade já lhe houver penetrado a alma, em sua fé no futuro haurirá consolação. Todavia, à medida que os preconceitos se enfraquecerem, as causas dessas desgraças íntimas também desaparecerão”.


 Fonte:O Livro dos Espíritos, Allan Kardec