25/03/2020


Olá! 
Segue nosso estudo de quarta-feira às 19hs.
Livro Cristianismo e Espiritismo 
IX - A Nova Revelação. O Espiritismo e a Ciência



Leitura inicial:

Ajuda Divina

Livro: Vida Feliz - 13
Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco

Confia sempre na ajuda divina.
Quando te sentires sitiado, sem qualquer possibilidade de libera ção, o socorro te chegará de Deus.
Nunca duvides da paternidade celeste.
Deus vela por ti, e te ajuda, nem sempre como queres, porém, da melhor forma para a tua real felicidade.
Às vezes, tens a impressão de que o auxílio superior não virá ou chegará tarde demais.
Passado o momento grave, constatarás que o recebeste alguns minutos antes, caso tenhas perseverado à sua espera.

Trecho do livro Cristianismo e Espiritismo
...

Sendo o mundo dos Espíritos, em grande parte, constituído pelas almas que viveram na Terra, e sendo as Inteligências de escol, em um meio como no outro, em diminuto número, facilmente compreenderemos que na sua maior parte as comunicações de além-túmulo sejam destituídas de grandeza e originalidade. Quase todas, entretanto, têm um caráter moral incontestável e denotam louváveis intenções. Quantas pessoas desoladas têm podido, por esse meio, receber dos que amaram e julgavam perdidos palavras de ânimo e conforto!
Quantas almas hesitantes na obscura trilha do dever têm sido animadas, desviadas do suicídio, fortalecidas contra as paixões, mediante exortações vindas do outro mundo!
Acima ainda dessas manifestações, cuja utilidade é tão evidente e cujo efeito moral é tão intenso, é preciso colocar certas comunicações extraordinárias, subscritas por modestos nomes ou termos alegóricos, mas animadas de um sopro vigoroso e que trazem, em sua forma e ensinos, o cunho de Espíritos verdadeiramente superiores. Foi com documentos dessa natureza que se constituiu a doutrina do Espiritismo. Allan Kardec recolheu grande número deles. Mesmo depois, não se estancaram essas fontes do pensamento sobre-humano; elas têm continuado a fluir para a Humanidade.
Os fenômenos de escrita direta ou automática são completados e confirmados pelos fatos de incorporação. Neste, os Espíritos já se não contentam com órgãos de um médium adormecido. Este, por eles mergulhado em sono magnético, abandona o seu invólucro a personalidades invisíveis, que dele se apoderam para conversar com os assistentes. Por esse meio, sugestivas conversações são entabuladas entre os habitantes do espaço e os parentes e amigos que deixaram na Terra.

Nas manifestações da escrita mecânica, já a identidade dos Espíritos se verifica pela forma dos caracteres traçados, pela analogia das assinaturas, pelo estilo e até pelos erros de grafia habituais a esses Espíritos e que reaparecem nas suas comunicações. Nos fenômenos de incorporação, essa identidade ainda se torna mais evidente. Pelas suas atitudes, gestos e dizeres, o Espírito se revela tal qual era na Terra. Os que o conheceram em sua precedente encarnação reconheceram-no integralmente o mesmo; a sua individualidade reaparece em locuções características, em expressões que lhe eram familiares, em mil particularidades psicológicas que escapam à análise e só podem ser apreciadas pelos que estudaram de perto esse fenômeno.
Nada mais emocionante, por exemplo, que ouvir uma mãe, vinda do além-túmulo, exortar e reanimar os filhos que deixou neste mundo. Nada mais curioso que ver Espíritos das mais diversas categorias animar sucessivamente o invólucro de um médium e manifestar-se aos assistentes, pela palavra e pelo gesto. A cada um deles a fisionomia do sensitivo se transforma, a voz muda, a expressão fisionômica se modifica. Pela linguagem e atitudes a personalidade do Espírito se revela, antes mesmo que dê o nome.
Tivemos, por muito tempo, em um círculo de experimentação a cujos trabalhos presidíamos, dois médiuns de incorporação. Um servia de órgão aos Espíritos protetores do grupo.
Quando um destes o animava, as linhas do seu rosto adquiriam expressão Angélica, a voz se suavizava, tornava-se melodiosa. A linguagem revestia formas de pureza, poesia, elevação muito acima das faculdades pessoais do sensitivo. Sua vista parecia penetrar fundo o coração dos assistentes. Lia-lhes os pensamentos; dirigia, nominalmente a cada um, avisos, advertências relativamente ao seu estado moral e à sua vida privada, o que denotava, logo à primeira vista, conhecimento perfeito do caráter e do estado de consciência de todos. Palestrava sobre coisas íntimas, só deles conhecidas. Impunha-se a todos pelo seu ar majestoso, do mesmo modo que pela sabedoria e doçura das expressões. A impressão produzida era profunda. Tudo parecia vibrar e iluminar-se, em torno desse Espírito. Ao retirar-se, sentíamos que alguma coisa de grande passara entre nós.

Quase sempre um segundo Espírito, de certa elevação, mas de caráter muito diferente, lhe sucedia no corpo do médium. Esse Espírito tinha a palavra rápida e forte, o gesto enérgico e dominador. Sua ciência era vasta. Aceitara o encargo de dirigir os estudos morais e filosóficos do grupo e sabia resolver os mais difíceis problemas. Nós o tínhamos em grande consideração e nos comprazíamos em lhe obedecer. Para qualquer recém-chegado, porém, era um espetáculo estranho ver sucederem, no frágil invólucro de uma senhora de maneiras tímidas e modestos conhecimentos, dois Espíritos de caráter tão elevado e tão dessemelhantes.
O segundo médium não oferecia, nas manifestações de que era agente, menor interesse. Era uma senhora elegante e instruída, esposa de um oficial superior e que parecia, à primeira vista, reunir as melhores condições para fenômenos de caráter transcendente. Ora, na prática, era exatamente o contrário que se verificava. Essa senhora servia habitualmente de instrumento a Espíritos pouco adiantados, que haviam ocupado na Terra diversas posições. Interessante ouvir, por exemplo, uma ex-vendedora de legumes de Amiens exprimir-se em algaravia picarda, pela voz de uma pessoa de maneiras distintas e que nunca estivera na Picardia. A linguagem da médium, correta e escolhida quando desperta, tornava-se confusa, arrastada, semeada de lapsos e de expressões regionais durante o sono magnético, quando o Espírito de Sofia intervinha em nossas sessões. Desde que este se afastava, outros Espíritos o vinham substituir desfilando, por assim dizer, no invólucro da sensitiva e apresentando-nos sucessivamente os tipos mais disparatados: um antigo sacristão de voz untuosa e arrastada, emitida em tom baixo, como se estivesse na igreja; um ex-procurador de gesto imperioso e ares escarninhos, palavra ríspida e decisiva, etc.

Outras vezes, eram cenas tocantes, de arrancar lágrimas aos assistentes. Amigos de além-túmulo vinham lembrar recordações da infância, serviços prestados, erros cometidos; expor seu modo de vida no espaço, falar das alegrias ou dos sofrimentos morais colhidos depois da morte, conforme a sua norma de vida na Terra. Assistíamos a animadas conversações entre Espíritos, comovedoras dissertações sobre os mistérios da vida e da morte, sobre todos os grandes problemas do Universo, e, de cada vez, sentimo-nos emocionados e fortalecidos. Essa íntima comunhão com o mundo invisível descerrava infinitas perspectivas ao nosso pensamento; influía em todos os nossos atos, esclarecia-nos com uma luz intensa a trilha da existência ainda tão obscura e tortuosa para a multidão dos que a percorrem. Dia virá em que a Humanidade conhecerá o valor desses ensinos e deles participará. Nesse dia, ter-se-á renovado a face do mundo.
Depois de haver passado em revista os principais fenômenos que servem de base ao moderno Espiritualismo, ficaria incompleto o nosso resumo se não disséssemos algumas palavras acerca das objeções apresentadas e das teorias adversas, com que se tem procurado explicá-los.
Há, em primeiro lugar, a negação absoluta. O Espiritismo - têm dito - não é mais que conjunto de fraudes e de embustes. Todos os fatos extraordinários em que se baseia são simulados.
É verdade que alguns impostores têm procurado imitar esses fenômenos; mas os artífices têm sido facilmente descobertos e os espíritas foram os primeiros a indicá-los. Em quase todos os casos mencionados acima: levitação, aparições, materialização de Espíritos, os médiuns foram ligados, amarrados à própria cadeira; freqüentemente, os experimentadores lhes seguravam os pés e as mãos. Às vezes, foram mesmo colocados em casinholas fechadas, especialmente preparadas para esse fim, e cuja chave ficava em poder dos operadores, enfileirados ao redor do médium. Foi em tais condições que numerosos casos de materialização de fantasmas se produziram.

Em suma, as imposturas foram quase sempre desmascaradas e muitos fenômenos jamais foram imitados, pela simples razão de que escapam a toda imitação.
Os fenômenos espíritas têm sido observados, verificados, inspecionados por sábios cépticos, que passaram por todos os graus da incredulidade e cuja convicção não se formou senão pouco a pouco, sob a pressão dos fatos.
Esses sábios eram homens de laboratório, físicos e químicos experimentados, médicos e magistrados. Possuíam todos os requisitos necessários, toda a competência para desmascarar as mais hábeis fraudes, para frustrar as mais bem urdidas tramas.
Seus nomes pertencem ao número dos que são para toda a Humanidade objeto de respeito e veneração. Ao lado desses homens ilustres, todos os que se têm entregado a um estudo paciente, consciencioso e perseverante desses fenômenos, vêm afirmar a sua realidade; ao passo que a crítica e a negação emanam de pessoas cujo pronunciamento, baseado em insuficientes noções, só pode ser superficial.
Aconteceu a alguns deles o que muitas vezes acontece aos observadores inconstantes. Não obtiveram mais que medíocres resultados, às vezes mesmo negativos, e se tornaram mais cépticos que dantes. Não quiseram tomar em consideração uma coisa essencial: que o fenômeno espírita é regido por leis, submetido a condições que importa conhecer e observar. Sua paciência cansou muito depressa. As provas que exigem não se obtêm em poucos dias. W Crookes, Russell Wallace, Zõllner, Aksakof, Dale Owen, Robert Hare, Myers, Lombroso, Oliver Lodge e outros muitos sábios estudaram a questão longos anos. Não se contentaram com assistir a algumas sessões mais ou menos bem dirigidas e em que bons médiuns funcionassem. Deram-se, eles próprios, ao trabalho de investigar os fatos, de os acumular e analisar; penetraram até ao fundo das coisas. Por isso, foi a sua perseverança coroada de êxito e o seu método de investigação pode ser oferecido como exemplo a todo pesquisador severo."