25/10/2020



Olá!
Ouçam abaixo o estudo do livro
Médiuns e Mediunidades - Capítulo XV - 
Rivalidade entre os Médiuns e Mediunidades




Leitura inicial:

130 
Amai­vos  

“Não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras  e em verdade.”  
João (I João, 3:18)  

Por norma de fraternidade pura e sincera, recomenda a Palavra Divina: “Amai-­vos uns aos outros.” Não determina seleções. Não exalta conveniências. Não impõe condicionais. Não desfavorece os infelizes. Não menoscaba os fracos. Não faz privilégios. Não pede o afastamento dos maus. Não desconsidera os filhos do lar alheio. Não destaca a parentela consangüínea. Não menospreza os adversários. E o apóstolo acrescenta: “Não amemos de palavra, mas através das obras, com todo o fervor do coração.” O Universo é o nosso domicílio. A Humanidade é a nossa família. Aproximemo-­nos dos piores, para ajudar. Aproxime-mo-­nos dos melhores, para aprender. Amarmo-­nos, servindo uns aos outros, não de boca, mas de coração, constitui para nós todos o glorioso caminho de ascensão.

Fonte: Livro Vinha de Luz, por Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

Trecho do estudo:

Remanescente dos instintos agressivos, a rivalidade é presença negativa no caráter humano, humano, que a criatura deve superar.
Se a competição saudável é estimuladora para desenvolver os valores humanos, potenciais, momentaneamente adormecidos, a rivalidade decorre do primarismo animal, que atira as criaturas umas contra as outras. 
O rival é antagonista apaixonado, a um passo da violência, na qual derrapa facilmente, facultando-se a explosão de danos graves para si mesmo, bem como para os outros. 
Infelizmente, perturbando a sociedade, na luta pela predominância do egoísmo, a rivalidade entre os homens leva-os aos estados belicosos, quando a solidariedade os engrandeceria, propiciando bênçãos a toda a comunidade. 
É natural que, também entre os médiuns, o morbo das rivalidades injustificáveis irrompa, virulento, enfermando quantos lhe permitem o contágio. 
Invigilantes, olvidam-se da terapia do amor e deixam-se infelicitar, asfixiados pela inveja, pela mágoa, pelo ciúme, contribuindo para as lutas inglórias que, lamentavelmente, se instalam nos grupos, nos quais estes se encontram a serviço. 
No contubémio que se estabelece, a rede da insensatez divide os membros do trabalho, que passam a antagonizar-se, embora abraçando os ideais da liberdade, da tolerância, do amor, da caridade. 
Tais rivalidades têm sido responsáveis pelo malogro de empreendimentos significativos, elaborados com carinho através dos anos, e que se desgastam e se desorganizam com facilidade, tornando-se redutos de decepções e amarguras. 
A rivalidade é um mal que aguarda solução, combate de urgência. 
Surge de forma sutil; instala-se com suavidade, qual erva parasita em tronco generoso, e passa a roubar a energia de que se nutre, terminando por prejudicar o hospedeiro que lhe dá guarida. 
O médium deve ser um servidor da Vida, a benefício de todas as vidas.
A sua há que tomar-se a luta pelo auto-aprimoramento, observando as mazelas e estudando as deficiências, a fim de mais crescer na escala dos valores morais, de modo a sintonizar com as entidades venerandas, nem sempre as que se tomaram famosas no mundo, mas que construíram as bases da felicidade pelo amanho do solo dos corações na execução do bem. 
A ele cabe disputar a honra de servir e não a de aparecer; de ceder e nunca a de impor; de amar e jamais a de fruir, apagando- se, para que resplandeça a luz da verdade imortal de que se faz instrumento. 
Como do homem de bem se esperam a preservação e vivência dos valores éticos, do instrumento mediúnico se aguarda o perfeito entrosamento emocional e existencial entre o de que se faz portador e o comportamento cotidiano. 
O médium espírita é simples, sem afetação, desprovido do tormento de provar a sua honestidade aos outros, porque sabe que, no mundo, somente se experimentam aflições, conforme ensinou Jesus. Ademais, ele reconhece que está a serviço do bem, ao qual lhe cumpre atender com naturalidade e paz. Médiuns rivais são antagonistas em justas infelizes, buscando vitória em nome das vaidades que corrompem o coração e envenenam a razão. 
Se alguém se apresenta mais aquinhoado para o serviço mediúnico, mais endividado certamente o será, porquanto a mediunidade a serviço do bem é via de acesso e de redenção para o espírito, e não moldura brilhante para as fulgurações terrestres. 
Ao invés de rivalidade competitiva, fomentemos a oração e o auxílio fraternal entre todos, a fim de que o êxito se apresente, não pelo aplauso humano, porém pela abnegação e largo trabalho de edificação do bem entre os homens. 




16/10/2020

                                                                                     Olá!

Segue nosso estudo de sábado às 10 h
A sós com os outros




Leitura inicial:

Não sejas um deles 

BEZERRA DE MENEZES 

Um dos aspectos marcantes na vida do companheiro de fé, ainda encarnado, é a formação do ambiente espírita. O seguidor do Espiritismo não pode existir isolado; à face disso, o meio doutrinário para ele se revela importantíssimo, por indispensável. 
Nesse meio há-de necessariamente granjear a euforia cristã e a oportunidade de servir, com o devido apoio espiritual na defesa de si próprio. 
Há elevado número de irmãos relegados à margem das tarefas do bem, por ainda não haverem conquistado ambiente fraterno onde desabotoar o coração; paralisa-os a timidez, detêm-nos variadas inibições e a ausência de comunicabilidade lhes fre-na, lamentavelmente, o impulso criativo. Não sejas um deles. 
De maneira invariável, é óbvio que partilhamos verdadeira eficiência em serviço tão só no grupo humano em que nos integramos, segundo os princípios da afinidade; urge, no entanto, fazer concessões de nossa parte. Nada nos fará deparar com cenáculos de anjos na Terra, mas seremos indubitavelmente atraídos para os ninhos de todos aqueles cujos pensamentos sintonizam com os nossos. 
Do mesmo modo que os Espíritos evoluem e se aprimoram em falanges entrelaçadas pela semelhança de gostos, tendências, idéias e princípios, o homem, pela própria condição da existência terrestre, vê-se obrigado a pertencer a certo clã social, e o espírita, por sua vez, é impelido para determinado círculo doutrinário. Entretanto, não nos é lícito imitar a tartaruga na carapaça.. . 
Somos convidados a sair de nós próprios, a compreender, a edificar, a extravasarmo-nos nas boas obras... Por essa razão, guardemos o júbilo espontâneo de expandir-nos na fraternidade para a descoberta incessante de novas luzes; cultivemos amizades por tesouros da alma; concretizemos as próprias convicções na vida prática. Quem se isola furta-se de cooperar no rendimento da vida; além disso, faz-se órfão de alegria, na posição de tutelado constante do sofrimento. 
Observa, pois, se já constituíste o teu ambiente doutrinário. 
Analisa a ti mesmo, repara se desfrutas euforia natural nesse ambiente, se te reconfortas dentro dele e esforça-te para desenvolver com eficiência a parte de serviço que te compete na equipe de ação redentora a que pertences. Habitua-te, desde agora, a trabalhar em conjunto na condição de peça útil e essencial no mecanismo do bem, porque somente assim alcançarás, um dia, o ingresso venturoso à Vida Espiritual, como Obreiro do Bem, ante os sóis do Infinito. 

Fonte: livro Seareiros de Volta, Waldo Vieira, por Espíritos Diversos

Trecho do estudo:

Não te creias a sós, embrulhando os sonhos que acalentavas nos pesados tecidos da revolta.
Há tantos solitários que não se resolvem a arrebentar as amarras do egoísmo para serem úteis a alguém!...
Sê tu quem consiga esse fanal.
O lago plácido e sonhador, que reflete o céu de astros pulverizado qual espelho precioso, desfaz-se ante o batráquio que nele se arremessa, apagando a ilusão da beleza. Desejarias felicidade contemplativa cercado de carinhos, inútil, refletindo sonhos impossíveis. 
No entanto, enquanto te crês solitário e triste, frustrado nos anseios que acalentavas, perdes os olhos nas tintas carregadas do pessimismo e não vês aqueles olhos que te fitam inquietos, desejando acercar-se de ti, sem oportunidade de fazê-lo. 
A semente que se sente desventurada numa arca de mogno e bronze valiosos, desdobra-se em bênçãos para muitos, quando acolhida pelo solo que lhe oferece destino. 
A água morta entre sombras alimenta a vida, se vai depurada. 
O monturo desprezível enriquece-se de perfume, quando agasalha os bulbos do lírio.
O coração ao teu lado, na vida diária, é a sublime meta da tua oportunidade no corpo. Mata a solidão, asfixiando-a nos tecidos leves da cordialidade para com os outros. 
Não creias que haja um abismo entre ti e os outros. 
Se o vês ou o sentes, lança a ponte da afabilidade e atapeta-a de doçura. 
Escorregarão muitos seres imersos no personalismo atormentado das vacuidades da Terra, que se aconchegarão ao país da tua alma, sedentos, necessitados e amigos teus, dando carinho também. Compreenderás que o receber é efeito do dar, tanto quanto o colher é o resultado do plantar. 
A lagarta que teme a metamorfose jamais plainará como borboleta leve no azul do ar. 
A flor que receia o desgaste nunca atingirá a semente que a perpetua.
O amor que se enclausura não amadurecerá em dádivas renovadoras. 


Aparecendo à pecadora de Magdala, após a Ressurreição, o Mestre premiou o esforço de quem tanto deu à causa da Mensagem Viva da Fé, a ponto de, vencendo-se a si mesma, oferecer-se entre tormentos íntimos de paixões sem nome que sublimou para renascer dos escombros qual Circe de luz... E Maria o mereceu, pois que, esquecida do próprio eu, cindiu a casca da autopiedade e da falsa solidão a que muitos a si se impõem para atirar-se à glória do serviço ao próximo sem fronteira nem limite por amor a Ele.





12/10/2020

                                                                                   Olá!

Segue nosso estudo de segunda-feira às 16:30 h.
Médiuns e mediunidades
Capítulo XIV
Mistificações na Mediunidade




Leitura inicial:

75 Murmurações 

 “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas.” 

Paulo (Filipenses, 2:14)  

Nunca se viu contenda que não fosse precedida de murmurações inferiores. É hábito antigo da leviandade procurar a ingratidão, a miséria moral, o orgulho, a vaidade e todos os flagelos que arruínam almas neste mundo para organizar as palestras da sombra, onde o bem, o amor e a verdade são focalizados com malícia. 
Quando alguém comece a encontrar motivos fáceis para muitas queixas, é justo proceder a rigoroso auto­exame, de modo a verificar se não está padecendo da terrível enfermidade das murmurações. Os que cumprem seus deveres, na pauta das atividades justas, certamente não poderão cultivar ensejo a reclamações. 
É indispensável conservar-­se o discípulo em guarda contra esses acumuladores de energias destrutivas, porque, de maneira geral, sua influência perniciosa invade quase todos os lugares de luta do Planeta. 
É fácil identificá-­los. Para eles, tudo está errado, nada serve, não se deve esperar algo de melhor em coisa alguma. Seu  verbo  é irritação permanente, suas observações são injustas e desanimam. Lutemos, quanto estiver em nossas forças, contra essas humilhantes atitudes mentais.
Confiados em Deus, dilatemos todas as nossas esperanças, certos de que, conforme asseveram os velhos Provérbios, o coração otimista é medicamento de paz e de alegria.

Livro: Pão Nosso, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel


Trecho do estudo:

O exercício da mediunidade correta impõe disciplinas que não podem ser desconsideradas,
seriedade e honradez que lhe conferem firmeza de propósitos com elevada qualidade para o ministério.

Porque independe dos requisitos morais do intermediário, este há de elevar-se espiritualmente, a fim de atrair as entidades respeitáveis que o podem promover, auxiliando-o na execução do delicado programa a que se deve ajustar.

Pelo fato de radicar-se no organismo, o seu uso há que ser controlado e posto em regime de regularidade, evitando-se o abuso da função, que lhe desgasta as forças mantenedoras, como a ausência da ação, que lhe obstrui mais amplas aptidões que somente se desenvolvem mediante equilibrada aplicação.

Em face da sintonia psíquica responsável pela atração daqueles que se comunicam, a questão da moralidade do médium é de relevante importância, preponderando, inclusive, sobre os requisitos culturais, porquanto estes últimos podem constituir-lhe uma provação, jamais um impedimento, enquanto a primeira favorece a união com os Espíritos de igual nível evolutivo.

Embora os cuidados que o exercício da mediunidade exige, nenhum sensitivo está isento de ser veículo de burla, de mistificação. Esta pode, portanto, ter várias procedências: a) dos Espíritos que se comunicam, denunciando a sua inferioridade e demonstrando falhas no comportamento do medianeiro, que lhes ensejou a farsa; às vezes, apesar das qualidades morais relevantes do médium, este pode ser vítima de embuste, que é permitido pelos seus instrutores desencarnados com o fim de pôr-lhe à prova a humildade, a vigilância e o equilíbrio; b) involuntariamente, quando o próprio Espírito do médium não logra ser um fiel intérprete da mensagem, por se encontrar em aturdimento, com estafa, desgaste e desajustado emocionalmente; c) inconscientemente, em razão da liberação dos arquivos da memória – animismo – ou por captação telepática direta ou indireta; d) por fim, quando se sentindo sem a presença dos comunicantes e sem valor moral para explicar a ocorrência, apela para a mistificação consciente e infeliz, derrapando no gravame moral significativo.

Eis por que o médium se deve preservar dos abusos, não exorbitando das energias que lhe permitem a ação da faculdade, porquanto esta, à semelhança de outra qualquer, sofre as alternâncias do cansaço e do repouso, da boa ou da má utilização.

A prática mediúnica impõe, como condições ético-morais, o idealismo e a dedicação desinteressada de quaisquer recompensas, pois que o mercantilismo e a simonia transformam-na em campo de exploração perniciosa. Não se beneficiando com as retribuições que são encaminhadas aos médiuns, os Espíritos nobres os deixam à própria sorte, sendo assim substituídos pelos interesseiros e vãos, que passam ao comércio das forças psíquicas em processo de vampirismo cruel, terminando por apropriar-se da casa mental do irresponsável em conúbio danoso. Outras vezes, sentindo-se obrigado a atender o consulente que lhe compra o horário, o sensitivo assume a responsabilidade da mensagem, mistificando em consciência, na crença de que ao outro está enganando, sem se dar conta das consequências funestas que o gesto lhe acarreta e que se apresentarão no momento próprio.

A venda, porém, da mediunidade, não se dá, exclusivamente, mediante a moeda de contado, mas, também, por meio dos presentes de alto preço, da bajulação chula, do destaque vão com que se busca distinguir os médiuns, exaltando-lhes o orgulho e a vaidade.

É austera e irretocável a recomendação de Jesus quanto ao “dar de graça o que de graça se recebe”, valorizando-se o conteúdo da concessão superior, honrando-a com carinho e respeito, em razão da sua procedência, quanto do seu destino.

A mistificação mediúnica de qualquer natureza tem muito a ver com o caráter moral do médium, que, consciente ou não, é responsável pelas ocorrências normais e paranormais da sua existência.


A mediunidade é para ser exercida com responsabilidade e pureza de sentimentos, não se lhe permitindo macular com as enganosas paixões inferiores da condição humana das criaturas.

Com a sua vulgarização e a multiplicação dos médiuns, estes, desejando valorizar-se e dar brilho especial às suas faculdades, apelam para superstições e exotismos do agrado das pessoas frívolas e ignorantes, que os incorporam às suas ações, caindo, desse modo, em mistificações da forma, mediante os processos escusos com os quais visam a impressionar os incautos.

A prática mediúnica dispensa todo e qualquer rito, indumentária, práxis, condição, por estribar-se em valores metafísicos que as formas exteriores não podem alcançar.

O mau uso da faculdade mediúnica pode entorpecê-la e até mesmo fazê-la desaparecer, tornando-se, para o seu portador, um verdadeiro prejuízo, uma rude provação.


Algumas vezes, como advertência, interrompe-se-lhe o fluxo medianímico, e os Espíritos superiores, por afeição ao médium, permitem que ele o perceba, a fim de mais se adestrar, buscando descobrir a falha que propiciou a suspensão e restaurando o equilíbrio; outras vezes, é-lhe concedida com o objetivo de facultar-lhe algum repouso e refazimento.


A mistificação é um dos graves escolhos à mediunidade, todavia, fácil de se evitar, como de se identificar.

A convivência com o médium dará ao observador a dimensão dos seus valores morais, e será por estes que se poderá medir a qualidade e as resistências mediúnicas do mesmo, a possibilidade dele ser vítima ou responsável por mistificações.







03/10/2020

                                                                                   Olá!

Segue nosso estudo de sábado às 10 h
Examinando o Sofrimento



Leitura inicial:

180 
Crê e segue 

 “Assim  como tu me enviaste  ao mundo, também eu os  enviei ao mundo.”  
Jesus (João, 17:18)  

Se abraçaste, meu  amigo, a tarefa espiritista­-cristã, em nome da fé sublimada, sedento de vida superior, recorda que o  Mestre te enviou  o coração  renovado ao vasto campo do mundo para servi­lo. 
Não só ensinarás o bom caminho. Agirás de acordo com os princípios elevados que apregoas. 
Ditarás diretrizes nobres para os outros, contudo, marcharás dentro delas, por tua vez. 
Proclamarás a necessidade de bom ânimo, mas seguindo, estrada afora, semeando alegrias e bênçãos, ainda mesmo quando incompreendido de todos. 
Não te contentarás em distribuir moedas e benefícios imediatos. Darás sempre algo de ti mesmo ao que necessita. 
Não somente perdoarás. 
Compreenderás o ofensor, auxiliando-o a reerguer­  se. 
Não criticarás. Encontrarás recursos inesperados de ser útil. Não deblaterarás. Valer-­te-­ás do tempo para materializar os bons pensamentos que te dirigem. 
Não disputarás inutilmente. 
Encontrarás o caminho do serviço  aos semelhantes em qualquer parte. Não viverás simplesmente no combate palavroso contra o mal. Reterás o  bem, semeando­-o com todos. Não condenarás. Descobrirás a luz do amor para fazê-­la brilhar  em teu  coração, até o sacrifício. 
Ora e vigia. Ama e espera. Serve e renuncia. 
Se não te dispões a aproveitar a lição do Mestre Divino, afeiçoando  a própria vida aos seus ensinamentos, a tua fé terá sido vã.

Fonte : Livro Pão Nosso, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

Trecho do estudo:

Fugir da aflição!
 Libertar-se da dor!
Esquecer... Esquecer que se sofre! – Exclamam os simplistas que pensam em solucionar o magno e palpitante problema do sofrimento não o considerando, como se, ignorando a enfermidade e a dor, a dor e a enfermidade ignorassem o homem.

Muitos dos que se filiaram às diversas correntes religiosas do Cristianismo procuram, por processo de transferência, librar-se acima das águas tumultuadas do sofrer, orando e, na prece, exorando libertação gratuita, como se o papel da Divindade fosse o de arrolar solicitações e atendê-las indiscriminadamente, longe da consideração aos títulos característicos do mérito e do demérito.


Alguns, vinculados às correntes do materialismo filosófico ou científico, fogem em busca do prazer como se este, entorpecendo o caráter, pudesse anular a sede dos registros do passado culposo, libertando os infratores sem a regularização dos seus débitos. E como o prazer não consegue atender a sede de gozo e o gozo da fuga, fogem, desvairados, para os labirintos das drogas estupefacientes, procurando, na consciência em desalinho e em exaltação, uma felicidade a que não fazem jus, uma paz que não merecem.

E o sofrimento – esse ignoto servidor da alma – continua imperturbável no afã de sacudir e despertar mentes, realizando o impositivo divino de reequilíbrio da Lei.

Reponta aqui e surge adiante, de mil formas, falando vigorosa linguagem que somente raros conseguem escutar e entender.


*

Zenão de Cítio, o filósofo grego do IV século antes de Cristo, contemplando o panorama de dor que se apresentava afligente em todo lugar, elaborou o estoicismo, através do qual o desdém às coisas materiais e o culto das virtudes seriam os meios únicos de promover o equilíbrio no homem, desse modo valorizado para vencer a dor, enfrentando-a com nobreza e fé.

Sócrates, o célebre pai da Escola maiêutica e considerado o maior filósofo da Humanidade, encarcerado pela intolerância do ignóbil julgamento dos Heliastas preceituava, mesmo da prisão, o culto da moral e da virtude para vencer o sofrimento, suportando com estoicismo a injusta posição. 

Francisco de Assis, o pobrezinho, desdenhando todas as coisas da Terra, experimentou a zombaria e sofreu aflições sem nome, mantendo a força do amor no exercício das virtudes cristãs, como chave do enigma angustiante do sofrimento. E bendizia a dor!

 Joana D’Arc, encarcerada por circunstâncias óbvias procurou escutar as suas vozes e, animada pelos amigos espirituais que a norteavam, suportou o cárcere, a humilhação e o opróbrio, queimada, após infamante e arbitrário julgamento, chamando por Jesus e superando a própria dor...

Sofrimento é alta concessão divina. 

Dor é moeda de resgate. 

Aflição é exercício para fixação do bem. 

Sem eles ignoraríamos a paz, desconsideraríamos a alegria, maldiríamos a saúde. 

Aquele que sofre está sendo aquinhoado com os exercícios–lições de fixação do bem nas telas mentais.

No leito de dor, na cadeira de rodas, nas amarras ortopédicas; sob os acúleos morais, nos tormentos familiares, nos cipós limitativos das aspirações; no corpo, na mente, na alma; na família, em sociedade, no trabalho; onde esteja a arder e queimar a brasa do sofrimento, agradece a Deus a oportunidade sazonada de reaprender e reparar.

Considera que, enquanto doam as tuas chagas abertas, queimadas por ácidos destruidores, outros companheiros desavisados atiram-se impertinentes pelas sendas da irresponsabilidade, dirigidos por irrefreável loucura, e acalma-te, embora a tormenta que te vergasta...

*

Jesus, tendo elegido o sofrimento como amigo de todas as horas, ensinou-nos sem verbalismo nem retórica que sofrer é ser feliz, e em todos os instantes, sofrendo, exaltou o amor e a bondade como rota de iluminação, pacífico e excelso, prosseguindo imperturbável. 

Mesmo que o teu céu esteja carregado de cúmulos em forma de dores e preocupações, e aparentemente te encontres amesquinhado por angústias ultrizes, caminhando em terrível soledade, levanta, estoico e cristão, a cabeça, descrispa as mãos e torna-as asas de amor para com elas louvar o Senhor no trabalho e no bem com os quais alçarás voo às regiões da liberdade após o resgate que o sofrimento te enseja. 

Recebe-o, pois, com amor e não desvaries.



02/10/2020

 Olá amigos!

Ouçam mais uma poesia de Auta de Souza



Repara a terra pobre, humilde e boa,
Enlameada ao temporal violento... 
A golpes rudes de granizo e vento, 
Olvida em paz a injúria que a magoa. 

Depois, a vida tece-lhe a coroa 
De pétalas luzindo ao firmamento... 
E, feliz ante o mundo desatento, 
Mais se embeleza quanto mais perdoa. 

Assim também, esquece o lodo e a ofensa. 
Que a tormenta de trevas te não vença 
A nobreza dos sonhos redentores!...

Seja o perdão o apoio a que te arrimes, 
E desabrocharás em dons sublimes 
Como a terra insultada ri-se, em flores.

Fonte: Livro Auta de Souza, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Auta de Souza

01/10/2020

Boa noite companheiros queridos! 

Estamos cansados? Ouçamos Mayse Braga e reflitamos sobre o nosso cansaço.




Auta de Souza

“D era estrela à raiz dava,
vibra esta lei do Senhor:
o tempo apenas conserva
o que se faz por amor.

Ofensa, pedrada, espinho,
injúria, maldade ou lama…
Tudo vence no caminho
o coração de quem ama.

A morte não vence a vida
por muito que a desarrume.
Tomba a rosa fenecida,
o céu recolhe o perfume.

Embora desiludida,
alma cansada e sincera,
por muito te doa a vida,
não desanimes !…Espera !

Arte nobre, ativa e bela
venha de crentes ou ateus,
é sempre luz que revela
a Providência de Deus”.

Francisco Cândido Xavier