27/08/2022

 Olá amigos!

Segue nosso estudo da Tarde Fraterna

Tema: Pneumatografia


 

LEITURA INICIAL – LIVRO VIDA FELIZ 103

 

Examina quanto tempo diariamente dedicas à tua vida espiritual.

Trabalhas, veste-te, distrai-te, alimenta-te, dormes e reservas breves minutos ao espírito encarnado, mediante uma rápida oração, uma pequena leitura, ou ouves uma palestra, às vezes nenhuma destas concessões lhe facultas.

O homem não é somente o corpo-mente. Antes de tudo é o ser espiritual, que conduz os implementos corpo-mente e exige atendimento espiritual para bem executar as tarefas que lhe dizem respeito.

O corpo necessita de cuidados para viver, mas, a alma, também.

 

PNEUMATOGRAFIA – Fonte: Teoria da Mediunidade

 

Comunicação que se realiza por meio da escrita direta do Espírito, ou seja, sem o uso da mão do médium e de qualquer material ou instrumento visíveis.

Daí, a pneumatografia (do gr. pneuma, sopro, espírito + logia) ser também conhecida como escrita direta.

Colocando-se, por exemplo, uma ou mais folhas de papel branco entre as páginas de um livro, sobre uma mesa, numa gaveta ou em qualquer lugar, ao cabo de algum tempo, encontrar-se-ão traçados no papel, letras, sinais, palavras, frases e, às vezes, textos inteiros.(1).

 

(1)  Alguns médiuns operaram, também, com ardósias. Por vezes, com ardósias duplas amarradas e, até, lacradas, como, por exemplo, ocorria com o famoso médium inglês Henry Slade.

 

O fenômeno da escrita direta é, não há negar, um dos mais extraordinários do Espiritismo; mas, por muito anormal que pareça, à primeira vista, constitui hoje, fato averiguado e incontestável”, já, assinalava KARDEC em 1861. (2).

 

(2) KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, p. 192, item 146, Cap. XII.

 

Como todos os fenômenos mediúnicos, as manifestações pneumatográficas estiveram presentes desde a Antiguidade. Nos tempos modernos, coube ao Barão de GULDENSTUBBÉ (1820-1873), o mérito de ter feito as experiências pioneiras e a publicação do primeiro livro sobre o tema.(3).

 

(3) La Realité des Esprits et du phénomène merveilleux de l’ecriture direct. (A Realidade dos Espíritos e do maravilhoso fenômeno da escrita direta), Paris: LEYMARIE, 1957.

 

GULDENSTUBBÉ, que seria o introdutor das “mesas girantes” na França, escreveu, também, Pneumatologie positive et experimental (Pneumatologia positiva e experimental).

Referindo-se ao relato de GULDENSTUBBÉ sobre essas experiências, escreve DELANNE:

Em um belo dia (1o de agosto de 1856), veio-lhe o pensamento de experimentar se os Espíritos podiam escrever diretamente, sem o auxílio de um médium. Conhecendo a escrita direta misteriosa do Decálogo, segundo Moisés, a escrita igualmente direta e misteriosa na sala do festim do Rei Baltazar, segundo Daniel, (4) e tendo também ouvido falar dos mistérios modernos de Straford, na América, onde se acharam certos caracteres ilegíveis e estranhos traçados num pedaço de papel e que não pareciam provir dos médiuns, o autor quis certificar-se da realidade de um fenômeno cujo alcance seria imenso, se fosse verdadeiro”.

 

(4) A citação de Guldenstubbé refere-se ao Livro de Daniel, Cap. 5.10 - 29 a 29, O festim de Baltasar.

Conforme o texto, durante esse festim, oferecido pelo rei Baltasar, filho de Nabucodonosor, materializou-se uma mão escrevendo, em aramaico, numa das paredes do palácio real, as palavras, Mane, Tecel e Parsin.

Diante da incapacidade mostrada pelos sábios da corte, de encontrar o significado dessas palavras, foi consultado Daniel, que as traduziu: “Mane - Deus contou os anos do teu reinado e nele põe um fim; Tecel  foste pesado na balança e considerado deficiente; Parsin - teu reino foi dividido e entregue aos medos e aos persas”.

 

Colocou, portanto, uma folha de papel em branco e um lápis aparado dentro de uma caixinha fechada a chave, guardando sempre essa chave consigo e a ninguém dando parte da sua experiência.

Durante doze dias, esperou inutilmente, sem observar o menor traço no papel, mas, a 13 de agosto de 1856, o seu espanto foi grande quando notou certos caracteres misteriosos no papel; apenas sucedeu tal fato, ele repetiu por dez vezes a experiência no mesmo dia, para sempre memorável, colocando, no fim de cada meia hora, uma nova folha de papel em branco na caixinha. A experiência foi coroada de êxito completo.

No dia imediato, 14 de agosto, fez de novo umas vinte experiências, deixando a caixinha aberta e não a perdendo de vista; viu, então, que caracteres e palavras na língua estônia formavam-se ou eram gravados no papel, sem que o lápis se movesse. Desde então, vendo a inutilidade do lápis, cessou de pô-lo sobre o papel e, colocando simplesmente uma folha de papel dentro de uma gaveta, em sua casa, obteve também comunicações. (No fím da obra do Barão de Guldenstubbé encontram-se fac-similes dessas escritas).

O Barão de Guldenstubbé repetiu a experiência em presença do Conde d’Ourches, e este obteve uma comunicação de sua mãe, cuja assinatura e letra foram reconhecidas como autênticas, quando comparadas com as dos autógrafos que o Conde possuía.

Esses primeiros ensaios foram seguidos de muitos outros (...).” (5).

 

(5) DELANNE, Gabriel. O Fenômeno Espírita. (Orig. Le Phénomène Spirite). 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1992, pp. 120 e 121. Trad. Francisco Raymundo Ewerton de Quadros.

 

Observa Léon DENIS, a respeito, que, GULDENSTUBBÉ obteve numerosas mensagens escritas, nas mais diversas condições.

Anota o venerável mestre de Tour:

Sem o concurso de pessoa alguma, sendo ele próprio indubitavelmente médium, obteve, em variadíssimas condições, numerosas mensagens escritas. Suas mais notáveis experiências foram efetuadas no Louvre, no Museu de Versalhes, na basílica de Saint- Denis, na abadia de Westminster, no British Museum e em diversas igrejas ou monumentos, em ruínas, da França, da Alemanha e da Inglaterra.

Entre as testemunhas desses fatos cita ele o Sr. Delamare, redator-chefe de ‘La Patrie’; Croisselat, redator do ‘Universo’; R. Dale Owen, Lacordaire, irmão do grande orador, o historiador De Bonnechose, o Príncipe Leopoldo Galitzin, o Reverendo W. Mountfort, cujo depoimento a esse respeito foi publicado pelo ‘The Spiritualist’, de 21 de dezembro de 1877.

O barão colocava algumas folhas de seu próprio canhenho em lugares ocultos, sem lápis nem coisa alguma que servisse para escrever. Afastava-se alguns passos, sem perder de vista um só instante o objeto da experimentação, e depois retirava o papel, em que se achavam escritas mensagens inteligíveis.” (6).

 

(6) DENIS, Léon. No Invisível. 15. ed. Rio de janeiro: FEB, pp. 219 e 220.

 

Com a repercussão dos resultados alcançados por GULDENSTUBBÉ na Europa, renomados cientistas dedicaram-se ao exame de tais fenômenos (CROOKES, ZÖLLNER, BARRET, WALLACE, RICHET, GIBIERe outros), operando com médiuns tão notáveis como EGLINTON, SLADE, MONCK, WATKINS, Eusápia PALADINO, Kate FOX-JENCKEN, Sra. EVERITT, Mary MARSHALL, dentre outros.

Dado interessante é que a escrita direta pode ser produzida em cores e, também, em outras superfícies.

A famosa médium inglesa Mary MARSHALL, por exemplo, produziu a escrita em lâminas de vidro.

E com a médium húngara Lujza Linezegh IGNATH, em Oslo, a escrita chegou a ser produzida sobre tabletes de cera, em uma caixa fechada! (7).

 

(7) Annales des Sciences Psychiques, 1907. Apud FODOR, Nandor. An Ençyclopaedia of Psichic Sciences, p. 96.

 

* * *

 

Necessário ressaltar que, seguidamente, o fenômeno da escrita direta tem sido confundido com o da materialização.

Na pneumografia, propriamente, os Espíritos dispensam a colocação, junto com o papel ou a ardósia, de qualquer lápis, giz ou outro elemento que possa ser usado para a escrita. O material usado deriva da manipulação do ectoplasma.

Observou KARDEC:

“Julgou-se, a princípio, ser preciso colocar-se aqui ou ali um lápis com o papel (...). Não tardou, porém, se reconhecesse que o lápis era dispensável; que bastava um pedaço de papel, dobrado ou não, para que, ao cabo de alguns minutos, se achassem nele grafadas as letras. (...) Para escrever dessa maneira, o Espírito não se serve das nossas substâncias, nem de nossos instrumentos. Ele próprio fabrica a matéria e os instrumentos (...) Possível lhe é, portanto, fabricar tanto o lápis vermelho, a tinta de imprimir, a tinta comum, como o lápis preto, ou, até, caracteres tipográficos bastante resistentes para darem relevo à escrita, conforme temos tido o ensejo de verificar.” (8).

 

(8) KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, p. 195, item 148, Cap. XII.

 

Anotava, a propósito, o conhecido médium e escritor Stainton MOSES, que, em 1876, depois de ser informado de que não era necessário aos médiuns contarem com qualquer material para a escrita direta, MAGUS, um de seus mentores espirituais, escreveu em azul quando não havia nenhum lápis azul na sala e produziu uma mensagem em vermelho num livro fechado. Quando foi pedida uma mensagem colorida, os nomes de cinco pesquisadores apareceram num livro fechado, em vermelho, azul e preto.(9).

 

(9)  Annales des Sciences Psychiques, 1907. Apud FODOR, Nandor. An Ençyclopaedia of Psichic Sciences, p. 97.




20/08/2022

 Olá amigos!

Segue nosso estudo de hoje:

Dimensões da Verdade - 52.Dentro do Lar

Leitura inicial - Fonte Viva, item 164, Diante de Deus