30/06/2019

1 Coríntios – Capítulo 3



I Coríntios, 3.



1 Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo.

2 Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais.

3 Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?

4 Quando, pois, alguém diz: Eu sou de Paulo, e outro: Eu, de Apolo, não é evidente que andais segundo os homens?

5 Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um.

6 Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus.

7 De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.

26/06/2019

FUTURO DO ESPIRITISMO


“Obras Póstumas” - Allan Kardec

S E G U N D A P A R T E
Extratos, inextenso, do livro das
Previsões

CONCERNENTES AO ESPIRITISMO

manuscrito composto com especial cuidado por
Allan Kardec e do qual nenhum capítulo fora
ainda publicado.



15 de abril de 1860
(Marselha; médium: Sr. Jorge Genouillat)
(Comunicação transmitida pelo Sr. Brion Dorgeval)


“Obras Póstumas” - Allan Kardec

S E G U N D A P A R T E
Extratos, inextenso, do livro das
Previsões

CONCERNENTES AO ESPIRITISMO

manuscrito composto com especial cuidado por
Allan Kardec e do qual nenhum capítulo fora
ainda publicado.



15 de abril de 1860
(Marselha; médium: Sr. Jorge Genouillat)
(Comunicação transmitida pelo Sr. Brion Dorgeval)


FUTURO DO ESPIRITISMO


O Espiritismo é chamado a desempenhar imenso papel na Terra. Ele reformará a legislação ainda tão frequentemente contrária às leis divinas; retificará os erros da História; restaurará a religião do Cristo, que se tornou, nas mãos dos padres, objeto de comércio e de tráfico vil; instituirá a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai diretamente a Deus, sem se deter nas franjas de uma sotaina, ou nos degraus de um altar.

Extinguirá para sempre o ateísmo e o materialismo, aos quais alguns homens foram levados pelos incessantes abusos dos que se dizem ministros de Deus, pregam a caridade com uma espada em cada mão, sacrificam às suas ambições e ao espírito de dominação os mais sagrados direitos da Humanidade.



Um Espírito





“O Livro dos Médiuns” - Allan Kardec
Cap. XXXIDissertações Espíritas - Sobre os Médiuns   


XII

Deus me encarregou de desempenhar uma missão junto dos crentes a quem ele favorece com o mediumato. Quanto mais graça recebem eles do Altíssimo, mais perigos correm e tanto maiores são esses perigos, quando se originam dos favores mesmos que Deus lhes concede.

As faculdades de que gozam os médiuns lhes granjeiam os elogios dos homens. As felicitações, as adulações, eis, para eles, o escolho. Rápido esquecem a anterior incapacidade que lhes devia estar sempre presente à lembrança.

Fazem mais: o que só devem a Deus atribuem-no a seus próprios méritos. Que acontece então? Os bons Espíritos os abandonam, eles se tornam joguete dos maus e ficam sem bússola para se guiarem. Quanto mais capazes se tornam, mais impelidos são a se atribuírem um mérito que lhes não pertence, até que Deus os puna, afinal, retirando-lhes uma faculdade que, desde então, somente fatal lhes pode ser.

Nunca me cansarei de recomendar-vos que vos confieis ao vosso anjo guardião, para que vos ajude a estar sempre em guarda contra o vosso mais cruel inimigo, que é o orgulho.

Lembrai-vos bem, vós que tendes a ventura de ser intérpretes dos Espíritos para os homens, de que severamente punidos sereis, porque mais favorecidos fostes.

Espero que esta comunicação produza frutos e desejo que ela possa ajudar os médiuns a se terem em guarda contra o escolho que os faria naufragar. Esse escolho, já o disse, é o orgulho.

Joana d‘Arc.


25/06/2019

Pai acorda de coma a tempo de ver parto do filho pelo celular


Da Universa

O norte-americano Andrew, 28, protagonizou uma história bastante inusitada no Estado de Minnesota nos Estados Unidos. Depois de ficar em um coma induzido por conta de sofrer um ataque cardíaco, ele conseguiu acordar dois dias antes da sua esposa entrar em trabalho de parto, podendo acompanhar todo o processo por uma ligação de vídeo feita pelo celular.

Tudo começou no último dia 16, quando Ashley  Goette, grávida de 39 semanas, se incomodou com os barulhos do marido durante a noite. Foi só minutos mais tarde que ela percebeu que ele estava, na verdade, sofrendo um ataque cardíaco. A futura mamãe foi instruída por paramédicos pelo telefone a fazer massagens no tórax do marido no intuito de reanimá-lo, mas sem sucesso. O coração de Andrew voltou a bater só com a chegada dos paramédicos e o uso do desfibrilador, mas o corpo do homem teve que ser resfriado para reduzir possíveis danos cerebrais.

Goette, por sua vez, foi preparada para o pior. De acordo com entrevista cedida ao jornal local, "Star Tribune", os médicos recomendaram a ela que já pensasse em medidas paliativas e também sobre encerrar ou não com o suporte para a vida do marido. "Me recusei a acreditar que chegaria a esse ponto. Não queria pensar em ter um bebê sem ele. Eu o conheço desde os 15 anos e não me lembro da minha vida antes dele - e não queria pensar em como seria a minha vida sem ele", comentou a jovem.

A história, por outro lado, teve um final feliz. No dia seguinte o corpo do homem foi reaquecido e ele conseguiu abrir os olhos. Dois dias mais tarde foi a vez de sua mulher, no mesmo hospital, ser atendida. Goette entrou em um trabalho de parto induzido e, já que o seu marido não poderia levantar da cama, a solução foi gravar todo o processo via FaceTime.

A criança nasceu saudável e Andrew agora enfrentará uma nova rotina em casa, depois de ter sido diagnosticado com uma síndrome que pode aumentar a arritmia cardíaca. Entretanto, a nova mamãe está positiva: "Ele está voltando para casa e isso é a única coisa que importa".
Notícia publicada no BOL Notícias, em 26 de outubro de 2018.


Breno Henrique de Sousa* comenta

Avanços da humanidade

Nessa bela história, nos chama a atenção como os avanços da tecnologia humana têm nos possibilitado sobreviver e viver com mais qualidade. Nesse caso, primeiro a ciência médica salvou a vida de Andrew e depois a tecnologia eletrônica permitiu-lhe acompanhar o emocionante momento do nascimento do seu filho. A tecnologia salva vidas e aproxima pessoas, mas também devemos estar alertas ao seu mau uso que pode ter efeito contrário; um exemplo disso são as sofisticadas armas de guerra ou, em nosso dia a dia, o uso exagerado das redes sociais.

Hoje em dia estamos tão cercados das maravilhas tecnológicas que nem sequer nos damos conta de sua presença e de seus benefícios; o remédio que compramos na farmácia e o computador que usamos para ler essa notícia e escrever este comentário representam a soma de avanços significativos da humanidade. Certamente avançamos mais lentamente nos aspectos éticos e morais, porém são inegáveis os exponenciais avanços tecnológicos.

O avanço tecnológico deve possibilitar ao ser humano livrar-se pouco a pouco do trabalho manual ou repetitivo e empregar seus esforços no trabalho intelectual e criativo; isso possibilitará que, ao avançarmos intelectualmente, tenhamos também a compreensão mais profunda dos aspectos éticos e morais. É isso o que diz O Livro dos Espíritos na questão 780:

O progresso moral acompanha sempre o progresso intelectual?
“Decorre deste, mas nem sempre o segue imediatamente.”

a) - Como pode o progresso intelectual engendrar o progresso moral?

“Fazendo compreensíveis o bem e o mal. O homem, desde então, pode escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio acompanha o da inteligência e aumenta a responsabilidade dos atos.”

b) - Como é, nesse caso, que, muitas vezes, sucede serem os povos mais instruídos os mais pervertidos também?

“O progresso completo constitui o objetivo. Os povos, porém, como os indivíduos, só passo a passo o atingem. Enquanto não se lhes haja desenvolvido o senso moral, pode mesmo acontecer que se sirvam da inteligência para a prática do mal. O moral e a inteligência são duas forças que só com o tempo chegam a equilibrar-se.”

Apesar da nossa expectativa de que a humanidade melhore moralmente tanto quanto avançamos intelectualmente, trabalhemos por isso e tenhamos confiança nos planos do criador.

* Breno Henrique de Sousa é paraibano, professor da Universidade Federal da Paraíba nas áreas de Ciências Agrárias e Meio Ambiente. Está no movimento Espírita desde 1994, sendo articulista e expositor. Atualmente faz parte da Federação Espírita Paraibana e atua em diversas instituições na sua região.

22/06/2019

38

O SONO INIMIGO 


A disciplina mental constitui fator decisivo para o êxito de qualquer empreendimento. Sem uma equilibrada ordem de ideias, hábito salutar de meditação, exercício de fixação do pensamento nos informes, atenção cuidadosa, os tentames para a liberação do pessimismo e dos pontos de vista arraigados fazem-se precários, quando não totalmente inóquos.

Isto porque a acomodação natural ao "já sabido" predispõe o homem a uma indiferença pelo conhecimento novo, quando não lhe ocorre a obliteração do discernimento, através de uma anestesia nos centros da razão. No que tange ao estudo e à assimilação do Espiritismo, o fenômeno amiúde se repete desanimador. A quase generalidade de adeptos acostumados às expressões do culto exterior das religiões, ao transporem a ponte para a comunhão direta, sem as fórmulas nem os condicionamentos externos a que se habituaram, padecem estranhos mal-estares, inquietação e derrapam no sono dominador. 

Ultrapassados os primeiros momentos de deslumbramento e entusiasmo, sutilmente a modorra se lhes instala e os desprevenidos aprendizes tombam vitimados pelos vapores entorpecentes. A questão exige de imediato uma cuidadosa e contínua reação, a fim de impedir-se o agravamento do mal. O estudo de qualquer doutrina impõe o contributo do esforço e da persistência. Para uma perfeita aprendizagem do conteúdo da Doutrina Espírita, uma leitura apressada e interrompida não produz o resultado desejado. 

Não obstante a quase totalidade das suas lições morais poder ser armazenada em decorrência de breves exames, os seus complexos mecanismos filosóficos e científicos — base para a valorização do comportamento religioso — exigem maior soma de esforços. Isto, porém, somente será possível mediante um estudo metódico, organizado, contínuo, através do qual se abarcam os conhecimentos libertadores, fonte da perfeita integração nas nobres informações de sabor insuperável que são os princípios doutrinários. 

A inúmeros candidatos, dotados de fé natural, parece não interessar as complexidades doutrinárias, atendo-se, naturalmente, à elevada feição ético-religiosa com que se enriquecem de paz. Dedicam-se à prática da caridade, por todos os meios possíveis, participam dos trabalhos práticos, promovem Cultos Evangélicos do Lar; todavia, logo se candidatam ao esclarecimento pela leitura ou audição das mensagens, nas conferências, são tomados pela insuportável sonolência. De início, deve-se levar em conta o cansaço, a monotonia da voz que lê ou a falta de motivação do ensino dado pelo palestrante. 

Além disso, convém salientar-se a psicosfera do recinto, saturada, quiçá, de fluidos perniciosos. Todavia, não se deve considerar secundária a interferência de mentes viciosas do Mundo Espiritual, adversárias algumas dos candidatos à renovação, que o intoxicam, perturbam ou produzem hipnose de longo alcance com que os impedem de aprender, melhorar e progredir. Apresentam-se esses companheiros loquazes bem dispostos, enquanto se movimentam. 

Logo, porém, se aquietam, ao invés da interação mental na concentração, assimilam o torpor que os invade, e dormem, avassalados pela força que lhes parece superlativa.

Pessoas asseveram que se encontram atentas e melindram-se quando admoestadas, informando "estar ouvindo tudo". Outras justificam que se trata de fenômeno de "desprendimento mediúnico para trabalhar em parcial desdobramento". Terceiras alegam que em "espírito aprendem melhor, adquirindo cabedal que retorna à consciência no momento próprio". São alegações desculpistas, sem fundamento, carecentes de lógica. Impostergável o esforço de combater a "epidemia da sonolência" nas atividades e estudos da Doutrina Consoladora. 

Ensejar-se um relax antes de dirigir-se à Sociedade Espírita é condição valiosa para predispor-se convenientemente. Poupar-se à alimentação exagerada ou de difícil assimilação, a fim de não ser molestado pelo fenômeno orgânico da digestão. Motivar-se interiormente para o que vai Ver ou ouvir, participando dinamicamente, ao invés de deixar-se apenas arrastar, reflexionando, discutindo mentalmente o assunto exposto. Sentar-se bem, não, porém, comodamente em exagero, que propicia, pela má postura, o fácil adormecimento. 

Orar antes dos sinais da indisposição, renovando a paisagem psíquica. Sorver água fresca ou borrifar a face com água fria quando a ocorrência suceder no lar e reencetar a tarefa. Acima de todas as regras expostas, insistir, porfiar, trabalhar-se até criar condições salutares, hábito novo para as ideias revitalizadoras e abençoadas de que não pode prescindir no compromisso da evolução espiritual. 

O sono à hora em que se impõe a vigília torna-se inimigo cruel. Nenhuma chance deve-se dar ao sono, nos recintos de estudo e aprendizagem, locais de meditação e prece. Santuários do intercâmbio mediúnico e de iluminação interior. Ou o candidato vence o sono ou o sono desta ou daquela procedência, especialmente o produzido pelos Espíritos Inferiores, inutiliza e vence o aprendiz das lições superiores, impedindo-o temporariamente de avançar e com ele se comprazendo, retidos na retaguarda.

Livro: "Enfoques Espíritas" - Espírito Vianna de Carvalho
                                                      Divaldo Franco

OS ESPÍRITAS VERDADEIROS



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OS ESPÍRITAS VERDADEIROS



A função filosófica e moral do Espiritismo é, primordialmente, produzir a transformação pessoal do seu adepto para melhor. Não o conseguindo, permanece portador de grande beleza, no entanto inócuo nos seus resultados, qual orquídea deslumbrante, mas apenas isso...

O Espiritismo possui os elementos indispensáveis para operar a mudança social, isto é, criar os recursos hábeis, através dos quais, iluminando a criatura, esta se encarregará de promover o progresso da sociedade e acelerar a fraternidade, a vivência do bem.

Ciência estruturada em fatos demonstráveis à saciedade, desperta interesse nos investigadores, enquanto propicia a confirmação experimental dos seus paradigmas. Mediante a sua repetição constante elimina quaisquer hipóteses outras que se arquitetem com o fim de negá-lo.

Ao mesmo tempo a sua filosofia, que resultou dessas comunicações mediúnicas, possui um repositório de sabedoria que enfrenta o materialismo de maneira estóica, respondendo a todas questões perturbadoras do pensamento, firmadas na lógica e na razão.

Dispensando quaisquer sinais exteriores de identificação, os seus profitentes fazem-se conhecidos pela conduta moral e as ações de caridade em que se empenham.

Não obstante, a fenomenologia, mesmo convencendo os seus experimentadores, nem sempre consegue produzir espíritas verdadeiros, sinceros, devotados, mantendo-se na torpe situação de investigador exigente, não definindo a sua adesão à Causa.

Da mesma forma, outros tantos, que se convencem da sua realidade mediante a aceitação dos seus postulados portadores de argumentação de bronze, embora a certeza da sua legitimidade, não são introjetados no comportamento.

Somente um número algo reduzido de estudiosos e investigadores assume a postura de trabalhar em favor da sua divulgação, ampliando os horizontes terrestres para propiciar-lhes a felicidade através da renovação moral dos seus membros. São esses os espíritos verdadeiros ou espíritas cristãos, pela sua aceitação e prática do código moral estatuído por Jesus.

Enxameiam, entretanto, aqueles adeptos que se creem portadores de méritos que estão distantes de possuir, pensando que a sua adesão à Doutrina Espírita credencia-os a permanecerem exigentes, impermeáveis, sempre impondo condições novas para a aceitação total dos ensinamentos.

E se dizem, também, espíritas, que o são, porém, apenas como experimentadores.

Outro número muito expressivo de crentes assim demora porque a Doutrina repletou-os a todos de respostas legítimas, preenchendo-lhes as lacunas filosóficas, culturais e atendendo-lhes as mil questões tormentosas em que se debatiam. Apesar disso, não abandonam os velhos hábitos, estribados em egoísmo avassalador e em soberba injustificável.

Compreendem esses adeptos os ensinamentos exarados na Codificação Espírita e nas obras que lhe são subsidiárias, mas prosseguem acomodados nos seus gabinetes de reflexões e de vaidades, quando não se fazem renitentes nas paixões em que se comprazem.

Esperam sempre soluções para os dramas que fomentam e aguardam distinções a que não fazem jus. Normalmente são hábeis na censura aos demais com facilidade, exigindo perfeição que não possuem; invejam a ascensão dos companheiros, atirando-lhes petardos acusatórios, sem produzirem significativa alteração de conduta, tornando-a exemplar; combatem a prodigalidade do próximo, aferrados à avareza pessoal; estabelecem diretrizes que desejam ser vivenciadas pelo próximo, facultando-se justificativas impeditivas para introjetá-las...

Caracterizam-se por desejar, sem muita convicção, que o outro se revele em condição moral superior, suportando o seu azedume e a sua petulância, enquanto apenas
apontam os erros...

Geram dissidências, apegando-se a detalhes de forma, sem a preocupação de examinarem os conteúdos, sempre vigorosos na exibição da cultura em detrimento da conduta, apegados à letra e longe do espírito da mensagem.

Compreende-se esse fenômeno humano, considerando-se o estágio inferior no qual estagia a grande massa, incluindo, naturalmente, algumas elites sociais, econômicas e intelectuais...

Transitando com dificuldade na indumentária física sob a pesada carga de compromissos infelizes, não conseguem, após o encantamento inicial com o Espiritismo, vivenciar as suas lições.

Muitos debandam das suas fileiras, porque em realidade jamais se impregnaram dos ensinos espíritas, havendo sido frequentadores de reuniões ou admiradores de pessoas de destaque no grupo, sem que experimentassem um sentimento de simpatia pela Doutrina em si mesma e interesse pela sua evolução espiritual. São os simpatizantes temporários e que esperam somente fruir de benefícios propiciados pelos Espíritos ou do conhecimento doutrinário, mas sem a resposta competente do sacrifício pessoal.

Acreditam na vida futura, sem dúvida, no entanto, retêm-se vigorosamente nos impositivos da existência presente, gozando e desfrutando de tudo quanto lhes é lícito ou não, desde que não desejam perder a oportunidade do prazer...

O espírita de coração, aquele no qual o Espiritismo encontra ressonância produzindo uma revolução para melhor, abre-se ao seu conteúdo e aprende a ser feliz, elegendo a caridade como a estrada moral a palmilhar sem cansaço.

O verdadeiro espírita compreende todas essas ocorrências negativas e infelizes do Movimento no qual labora, sem desanimar nem rebelar-se. Sabe que as defecções de muitos companheiros resulta da sua imaturidade espiritual e, em vez de exprobrá-los, permanece fraterno, mesmo quando hostilizado ou perseguido.

É manso sem emaranhar-se no cipoal da hipocrisia ou do servilismo perturbador. A sua energia manifesta-se através da perseverança nas atividades doutrinárias que abraça.

Não tem a veleidade de impor-se, de converter os demais. São os seus atos que despertam a atenção, a crença que vivenciam. O seu entusiasmo é encantador, nunca exaltado, porquanto aqueles que pretendem inocular nos demais a convicção de que se fazem portadores, proporcionam mais males à divulgação do Espiritismo que benefícios.

O espírita verdadeiro não se sente completado, mas em construção evolutiva. Estuda sempre, observando as ocorrências e buscando retirar o melhor proveito, a fim de crescer emocionalmente sempre mais.

Certamente encontramos na sociedade homens e mulheres nobres e bons, que sem conhecimento dos fatos e dos ensinamentos do Espiritismo, podem ser considerados como espíritas, pois creem em Deus, na imortalidade do Espírito e na sua comunicação, na Justiça Divina, no processo da evolução
paulatina, seguindo a moral evangélica...

No entanto, o discípulo sincero da Doutrina, que a vive e a ensina em palavras e em atos, é conscientemente espírita e verdadeiro cristão, conforme elucida o caroável mestre Allan Kardec, no Capítulo III, de O Livro dos Médiuns, item 28.

Livro: "Espiritismo e Vida" - Espírito Vianna de Carvalho 
                                            Divaldo Franco


16/06/2019

Além do sono - Artur Valadares

Núcleo de Estudo e Pesquisa do Evangelho "Paulo de Tarso" (NEPE) 


                

15/06/2019

Rádio Rio de Janeiro Am





                                      



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14/06/2019

Missão dos espíritas

Missão dos espíritas

Não mais vos assusteis! As línguas de fogo estão sobre as vossas cabeças. Ó verdadeiros adeptos do Espiritismo!... sois os escolhidos de Deus! Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar à sua propagação os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas ocupações fúteis. Ide e pregai. Convosco estão os Espíritos elevados. Certamente falareis a criaturas que não quererão escutar a voz de Deus, porque essa voz as exorta incessantemente à abnegação. Pregareis o desinteresse aos avaros, a abstinência aos dissolutos, a mansidão aos tiranos domésticos, como aos déspotas! Palavras perdidas, eu o sei; mas não importa. Faz-se mister regueis com os vossos suores o terreno onde tendes de semear, porquanto ele não frutificará e não produzirá senão sob os reiterados golpes da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai!


Ó todos vós, homens de boa-fé, conscientes da vossa inferioridade em face dos mundos disseminados pelo Infinito!... lançai-vos em cruzada contra a injustiça e a iniquidade. Ide e proscrevei esse culto do bezerro de ouro, que cada dia mais se alastra. Ide, Deus vos guia! Homens simples e ignorantes, vossas línguas se soltarão e falareis como nenhum orador fala. Ide e pregai, que as populações atentas recolherão ditosas as vossas palavras de consolação, de fraternidade, de esperança e de paz.


Que importam as emboscadas que vos armem pelo caminho! Somente lobos caem em armadilhas para lobos, porquanto o pastor saberá defender suas ovelhas das fogueiras imoladoras.

Ide, homens, que, grandes diante de Deus, mais ditosos do que Tomé, credes sem fazerdes questão de ver e aceitais os fatos da mediunidade, mesmo quando não tenhais conseguido obtê-los por vós mesmos; ide, o Espírito de Deus vos conduz.

Marcha, pois, avante, falange imponente pela tua fé! Diante de ti os grandes batalhões dos incrédulos se dissiparão, como a bruma da manhã aos primeiros raios do sol nascente.


“A fé é a virtude que desloca montanhas”, disse Jesus. Todavia, mais pesados do que as maiores montanhas, jazem depositados nos corações dos homens a impureza e todos os vícios que derivam da impureza. Parti, então, cheios de coragem, para removerdes essa montanha de iniquidades que as futuras gerações só deverão conhecer como lenda, do mesmo modo que vós, que só muito imperfeitamente conheceis os tempos que antecederam a civilização pagã.


Sim, em todos os pontos do globo vão produzir-se as subversões morais e filosóficas; aproxima-se a hora em que a luz divina se espargirá sobre os dois mundos.

Ide, pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que exigirão provas, aos pequenos e simples que a aceitarão; porque, principalmente entre os mártires do trabalho, desta provação terrena, encontrareis fervor e fé. Ide; estes receberão, com hinos de gratidão e louvores a Deus, a santa consolação que lhes levareis, e baixarão a fronte, rendendo-lhe graças pelas aflições que a Terra lhes destina.


Arme-se a vossa falange de decisão e coragem! Mãos à obra! o arado está pronto; a terra espera; arai!


Ide e agradecei a Deus a gloriosa tarefa que Ele vos confiou; mas atenção! entre os chamados para o Espiritismo muitos se transviaram; reparai, pois, vosso caminho e segui a verdade.


Pergunta. – Se, entre os chamados para o Espiritismo, muitos se transviaram, quais os sinais pelos quais reconheceremos os que se acham no bom caminho?


Resposta. – Reconhecê-los-eis pelos princípios da verdadeira caridade que eles ensinarão e praticarão. Reconhecê-los-eis pelo número de aflitos a que levem consolo; reconhecê-los-eis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal; reconhecê-los-eis, finalmente, pelo triunfo de seus princípios, porque Deus quer o triunfo de sua lei; os que seguem sua lei, esses são os escolhidos e Ele lhes dará a vitória; mas Ele destruirá aqueles que falseiam o espírito dessa lei e fazem dela degrau para contentar sua vaidade e sua ambição. – Erasto, anjo da guarda do médium. (Paris, 1863.)

"O Evangelho segundo o Espiritismo" - Allan Kardec
Cap. XX - item 4.

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‘Ser humano é o que te torna herói’, diz criança em carta para o irmão com síndrome rara, na PB

  
Publicado em 2 de junho de 2019

Paulo Fernando, de 11 anos, foi premiado em concurso de cartas dos Correios com carta feita para o herói dele, o irmão Pedro, de 4 anos, curado da Síndrome de West em maio deste ano.

Por Érica Ribeiro*, G1 PB — Campina Grande





O paraibano Paulo Fernando Neto, de 11 anos, é admirador dos heróis de histórias em quadrinhos. No entanto, existe um herói que acompanha de perto, dentro de casa. Sem poderes, mas capaz de grandes feitos, Pedro, de 4 anos, curado da rara Síndrome de West há pouco menos de um mês, é o herói favorito do irmão mais velho.

“Vejo em você, irmão, a força da fé de todas as religiões unidas, e as histórias de quem, mesmo doente, não fugiu da luta. Ser humano é o que te torna herói”, afirma Paulo, na carta.

A revelação da trajetória do "mocinho" dessa história foi escrita em uma carta de quatro parágrafos, que levou o estudante de uma escola de Campina Grande a ser premiado em 2º lugar na etapa estadual do 48º Concurso Internacional de Redação de Cartas, realizado pelos Correios.

A inspiração do jovem escritor veio ao acompanhar a batalha travada pelo irmão mais novo, Pedro, que ele viu nascer e crescer. O menino foi diagnosticado, aos oito meses, com esta forma rara de epilepsia, que leva à desaceleração no desenvolvimento psicomotor da criança e causa "espasmos".

“Você não tem a fama do Batman ou do Homem-Aranha, nunca apareceu nos quadrinhos. Seu esconderijo é no coração de nossa família e no seu sorriso simples”, diz trecho da carta feita por Paulo, para o irmão, Pedro.

A edição deste ano do Concurso Internacional de Redação de Cartas pediu para que os participantes escrevessem algo para o herói deles. Paulo conta que, para escrever a carta, pensou em muitos heróis, mas depois percebeu que a história do irmão era a mais importante.

“Eu gosto de histórias em quadrinhos, mas eu também gosto de livros que contam histórias reais, sabe, como biografias, e pra mim herói é alguém que faz ou fez grandes feitos, então meu irmão é um herói, porque ele é tão novinho e já conseguiu superar tanta coisa”, explica.

Um herói em casa

O herói de Paulo sempre esteve dentro de casa. Dividindo o quarto. Compartilhando segredos. Como relata na carta, foi aos oito meses de vida que veio o diagnóstico do irmão: Síndrome de West, uma forma de epilepsia. Pedro, que ficava eufórico todas as vezes em que via o irmão, foi deixando de sorrir e precisava agora iniciar um tratamento.

“Pedro nasceu normal, saudável e, então, por volta dos oito meses, a gente descobriu a síndrome, porque ele passou a ter convulsões. Até então, ele sorria muito, principalmente quando via o irmão, Paulo, aí eu fui percebendo que tinha algo estranho. Levei pro pediatra, depois pra um neurologista, e então constatamos”, lembra a mãe, Marília Ramos.

“Apenas sete anos separam o início da nossa existência, mas eu acompanhei de perto o nascimento do meu herói. Pude acompanhar a melhora da sua saúde, ver seus primeiros passos e suas tentativas de balbuciar o meu nome”, escreveu o estudante para o irmão.

A maior vitória de todas

Paulo revela que fez a carta pensando em guardar e ler para o irmão no futuro. Ele lembra a primeira vez que seu herói, hoje aos 4 anos, aprendeu a falar. “Depois de descobrir a síndrome, ninguém acreditava que ele ia aprender a falar e, quando ele conseguiu falar pela primeira vez, eu lembro que foi no dia das mães, do ano passado, aí ele começou a dizer ‘mamãe’ e depois ele já tava dizendo meu nome também”.

O estudante escreveu a carta para o irmão no dia 28 de fevereiro de 2019, quando ainda tinha 10 anos. Hoje, com 11, ele recorda que as histórias de outros heróis citadas por ele na carta foram contadas por um primo, que foi quem o perguntou sobre qual herói ele iria escrever.

“Meu primo me contou sobre grandes heróis: homens que cruzaram os oceanos e descobriram novas terras, mulheres cuja força derrubou o machismo e líderes contra separação de todos os tipos. No entanto, Cristóvão Colombo, Joana d’Arc e Martin Luther King não conquistaram a maior vitória de todas. Nenhuma dessas pessoas conseguiu unir a nossa família como você, e serei eternamente grato por isso”, escreveu Paulo na carta.

“O Fábio, meu primo, pediu pra que eu lembrasse de algum herói para fazer a carta e eu ainda pensei em vários, mas depois cheguei à conclusão que eu precisava escrever sobre o meu herói de verdade, o meu irmão Pedro, porque heróis são aqueles que fazem grandes feitos, e ele fez”, comenta.

“As pessoas não presenciaram você, meu herói, crescer de perto, nem as guerras que precisou vencer na sua infância inacabada, mas as suas histórias são dignas do infinito”, diz Paulo na carta para o irmão.

Descoberta do 'inimigo' e luta pela vida

Ao descobrir que Pedro era portador da Síndrome de West, a mãe, Marília, conta que levou o filho para Recife (PE), em busca de um tratamento mais eficiente. “Aqui [em Campina Grande], mesmo depois de descobrir a síndrome, eu não consegui uma boa assistência médica pro meu filho. Então, após o diagnóstico, eu procurei um especialista e, apesar de todos falarem que não tinha jeito, eu fui pra Recife buscar um tratamento mais de perto”.

Marília relata que, após descobrir a síndrome, Pedro, o herói de Paulo, passou dois meses seguidos tendo espasmos musculares. E, então, vieram as sessões de fisioterapia e a medicação diária, várias vezes ao dia. “Foram dias que torcemos pra não viver novamente, meu filho tão pequeno tendo que tomar tanto remédio, mas a gente sempre teve fé de que isso acabaria”, recorda.

Para a alegria da família, a cura da síndrome de Pedro aconteceu em maio deste ano. “O último remédio que ele tomou, desde que começou o tratamento aos oito meses de vida, foi no dia das mães deste ano. Foi um dos dias mais felizes das nossas vidas”, lembra a mãe, segurando as lágrimas.

Ainda conforme Marília, a cura da síndrome de Pedro só foi possível porque a descoberta aconteceu cedo. “Como o diagnóstico dele foi no início, mesmo o tratamento durando tanto tempo, a cura veio. E hoje a gente aprendeu a dar mais valor às coisas simples da vida, sabe, então só temos que agradecer a Deus por tudo”, comemora.

Vencida a principal batalha, a vida em família voltou à normalidade. O encontro entre fã e herói voltou a ser barulhento e feliz. Em casa, na escola, nos corredores, na vida. Paulo lê livros de aventura e ação e Pedro está sempre ao lado, ouvindo as histórias. “Eu sou fã dele e ele é meu fã. E quando estou brincando com meus amigos, ele fica com ciúmes, mas eu sempre tento dar atenção a ele também”, conta Paulo.

“Quando eu li a carta que o Paulo fez pro Pedro eu me emocionei muito, porque é tão simples e ao mesmo tempo tão real, sabe, tão verdadeiro, é tudo que a gente viveu até aqui”, diz a mãe.

Carta em concurso dos Correios

Para o Concurso Internacional de Redação de Cartas 2019, Paulo, que contou com a orientação da professora de português, Flávia Brito, precisou passar primeiro por uma etapa escolar, em que o concurso foi realizado entre os alunos de Escola Virgem de Lourdes. O estudante ficou em 1º lugar, o que o levou para a etapa estadual da competição.

Paulo Fernando foi o único estudante de Campina Grande premiado na edição 2019 do concurso, promovido anualmente pela União Postal Universal (UPU), com o objetivo de incentivar a criatividade e melhorar os conhecimentos linguísticos.

O estudante revela que, hoje, a família e os amigos pedem a cópia da carta com a assinatura dele. “Eu ainda não sei o que quero ser quando crescer, mas eu penso em escrever outras cartas e vou guardar essa que fiz pra ler pro meu irmão no futuro”, conclui.

Síndrome de West

Conforme a neuropediatra Larissa Coutinho, médica em uma clínica particular de Campina Grande, a síndrome de West é uma forma de epilepsia infantil caracterizada por uma série de espasmos. Ela leva, geralmente, a uma desaceleração no desenvolvimento psicomotor da criança.

“É uma síndrome eletroclínica que acontece em bebês de três a seis meses, que causa na criança uma alteração de eletroencefalograma, associada a um tipo específico de crise, que são chamados de espasmos”, explica.

A médica explica que a Síndrome de West normalmente está auxiliada a outra doença. “Às vezes, mesmo sem tratamento, ela pode desaparecer. Mas, em alguns casos, se não for tratada, ela pode evoluir pra uma síndrome de Lennox-Gastaut, por exemplo, que é a mais grave, ou pra outros tipos de epilepsia, então depende muito de um atendimento precoce”.

Tratamento e cura para Síndrome de West

Conforme a médica, a síndrome é uma emergência neurológica. “O tratamento é medicamentoso, o mais preconizado é um tratamento com corticoide em altas doses ou um hormônio chamado ACTH, que age tratando essas crises e medicações antiepiléticas, mas isso varia de caso em caso”, frisa.

“Esse tipo de crise é tão sutil e discreta, que a criança normalmente não apresenta a crise epilética conhecida por todo mundo e aí a família acha que pode ser cólica, infecção intestinal, de urina, porque a crise é curta, tem casos que dura até um ou dois segundos, então é bem difícil de perceber”, destaca Larissa Coutinho.

As causas da síndrome podem ser variadas e influenciam na gravidade da doença. “Podem ser inúmeras causas, as mais comuns são escleroses tuberosas, malformações cerebrais, alterações genética e hipóxia neonatal”, salienta.

Em crianças de 3 a 6 meses, o ideal é se procurar um neurologista pediátrico. “É importante, em quadros de atrasos de desenvolvimento, procurar um neurologista para investigar a causa desse atraso e poder avaliar se é de fato a Síndrome de West”, conclui.

*Sob supervisão de Taiguara Rangel

Leia a carta na íntegra
Xangai, 28 de fevereiro de 2019.

Querido irmão,

Gostaria de usar todas as saudações possíveis nesta carta, mas, infelizmente, você não entenderia. Nem sequer fala. Na verdade, irmão, você nos faz estar longe de todos os padrões em que poderíamos viver, e, mesmo assim, permaneço feliz ao teu lado. O tempo nunca foi limite para o nosso amor… Você não tem a forma do Batman ou do Homem-Aranha, nunca apareceu nos quadrinhos. Seu esconderijo é no coração de nossa família e no seu sorriso simples. Você também tem o coração enorme, irmão, esse é o motivo para ser meu herói.”

Meu primo me contou sobre grandes heróis: homens que cruzaram os oceanos e descobriram novas terras, mulheres cuja força derrubou o machismo e líderes contra separação de todos os tipos. No entanto, Cristóvão Colombo, Joana d’Arc e Martin Luther King não conquistaram a maior vitória de todas. Nenhuma dessas pessoas conseguiu unir a nossa família como você, e serei eternamente grato por isso. Embora você ainda seja jovem, sua batalha pela vida começou aos oito meses. Foi nesse período que seu corpo tremia e eu tinha medo, mas eu engolia o choro para não assustar ninguém. A médica deu o diagnóstico: Síndrome de West. Até hoje não sei muito sobre a doença, o que sei é da luta diária dos meus pais para pagarem os remédios necessários no seu passado, presente e futuro. Os esforços do pequeno guerreiro nunca se esgotaram!

Apenas sete anos separam o início da nossa existência, mas eu acompanhei de perto o nascimento do meu herói. Pude acompanhar a melhora da sua saúde, ver seus primeiros passos e suas tentativas de balbuciar o meu nome. As pessoas não presenciaram você, meu herói, crescer de perto, nem as guerras que precisou vencer na sua infância inacabada, mas as suas histórias são dignas do infinito. Reconheço que o mundo não está perdido. Anne Frank sempre acreditou na bondade humana e eu creio na ternura de todo ser vivo. Assim como nela, vejo em você, irmão, a força da fé de todas as religiões unidas, e as histórias de quem, mesmo doente, não fugiu da luta. Ser humano é o que te torna herói.

Eu poderia escrever milhões de páginas para contar a todos sobre os feitos de outras pessoas lembradas pela história, mas nada equivale ao futuro, pois é nele que você e o amor estão. Escrevo essa carta pensando no amanhã, e na cura do meu herói. Aqui guardo uma parte de mim e todo o carinho de um garoto que salvará ainda mais pessoas, e fará o mundo sorrir. Acredite nos seus sonhos, como acredito em você.

Com afeto,

O fã de um grande herói,

Yeshua.

Notícia publicada no Portal G1, em 2 de junho de 2019.

Glória Alves** comenta

Começo nosso comentário com as palavras de Paulo, um menino de 11 anos que comoveu o estado da Paraíba e todos nós que lemos a sua carta: “pra mim herói é alguém que faz ou fez grandes feitos”.

Como o tema da Redação de Cartas tratava de heróis, Paulo deveria escrever algo para o seu herói favorito. Ora, na concepção dele um herói é aquela pessoa que faz ou fez grandes feitos relatados na história da Humanidade, entretanto, ele tem um herói dentro de sua casa, seu irmão.

Escrever sobre o seu herói de verdade, seu irmão de 4 anos, que na época lutava contra uma síndrome rara, a Síndrome de West. O entendimento de Paulo é uma visão ampliada da vida, das lutas que todos nós travamos no dia a dia. Paulo, tão jovem, uma criança, em sua simplicidade, conseguiu perceber as nuances, as sutilezas das dores que acabrunhavam seu irmão, e descobriu que no sofrimento também há uma luta pela sobrevivência: “meu irmão é um herói, porque ele é tão novinho e já conseguiu superar tanta coisa”.

A superação pelo amor. Ah! A força do amor, essa energia poderosa e que não temos a capacidade de medir sua grandeza, é de essência divina, é força criadora que “levanta as energias alquebradas, e torna-se essencial para a preservação da vida”.(1) Envolvidos numa atmosfera de amor, a família de Paulo alimenta-se, envolve-se, contagiando-se, e dessa forma aprendem a lidar com as dificuldades da enfermidade do filho mais novo vencendo e superando os próprios limites pela força insuperável do amor.

O que vale nessa bela história não é julgarmos as causas atuais ou anteriores dos sofrimentos de Pedro e da família, mas, sobretudo, aprendermos ou reaprendermos que a família é a base fundamental da fraternidade universal, é nela que vamos passo a passo nos desfazendo do egoísmo e do orgulho que nos distancia uns dos outros, porque há de chegar um dia em que todos na Terra estaremos vivendo o vero amor, a energia divina que está em nós, destacando-se do Foco Central a irradiar-se e alcançando cada coração; unindo-nos num só sentimento de fraternidade e amor, estaremos diante da família universal.

Essa história, como muitas outras que já ouvimos e que continuaremos a escutar ou ler, hoje nos chega através de uma criança, aliás duas, pois uma é a ação e a outra superação; ensina-nos ou reaviva em nossa mente que todos possuímos em gérmen a centelha desse fogo sagrado, o amor, a essência divina.

Refletindo sobre essa história, me pergunto quem é o meu herói. Quem são os nossos heróis? Quem elegemos como modelo a seguir, visto que muitos de nós se espelham em homens e mulheres das mídias sociais, jovens que copiam modelos em que inspiram sua vida e seu modo de ser. Atitudes equivocadas, muitas vezes, que escolhidas como grandes verdades e que no final das contas terminam como decepções ou em situações dolorosas para eles mesmos e a família. Aparentam felicidade quando na realidade esses heróis são frágeis seres humanos que só de aparência vivem.

Paulo, que na época da doença de Pedro tinha 10 anos de idade, se inspirou no irmão de 4 anos, e viu nele a força e a coragem, um guerreiro que valia e vale a pena seguir e imitar. Diz ele: “vejo em você, irmão, a força da fé de todas as religiões unidas, e as histórias de quem, mesmo doente, não fugiu da luta. Ser humano é o que te torna herói”, afirma Paulo, em sua carta.

A força da fé de todas as religiões unidas. Paulo tem a clarividência de quem tem a compreensão dos ensinamentos que o Guia e Modelo da Humanidade terrestre, Jesus, nos deixou quando nos exorta a amarmo-nos uns aos outros conforme Ele nos ama. “Todas as expressões religiosas nascidas do Cristianismo se identificam pela seiva de amor do tronco que as congrega, apesar dos erros humanos de seus expositores.”(2) “A religião é o sentimento divino que prende o homem ao Criador. As religiões são organizações dos homens, falíveis e imperfeitas como eles próprios.”(3)

Concluo com as palavras do Espírito Emmanuel: “No dia em que a evolução dispensar o concurso de religiosos para a solução dos grandes problemas educativos da alma do homem, a Humanidade inteira estará integrada na religião, que é a própria verdade, encontrando-se unida a Deus, pela Fé e pela Ciência então irmanadas.”(4)

“Ele não é um peso, ele é meu irmão. O bem-estar dele é a minha preocupação. Ele não é nenhum fardo para aguentar.” Essa é a letra de uma canção antiga, dizem que foi inspirada em uma história real, e que o grupo The Hollies imortalizou. Assim como essa música inspirou muitas pessoas a praticar o bem, que essa história de Pedro e Paulo nos inspire a nos olharmos com os olhos do coração.

Referências bibliográficas:

(1) “Momentos Enriquecedores” - Espírito Joanna de Ângelis - Divaldo Franco - O Poder do amor;

(2) “O Consolador” - Espírito Emmanuel - Chico Xavier - Q. 294;

(3) “Emmanuel” - Espírito Emmanuel - Chico Xavier - 1ª Parte - Religião e Religiões;

(4) “Emmanuel” - Espírito Emmanuel - Chico Xavier - 1ª Parte - Experiência que Fracassaria.

Comentário de Notícias https://www.espiritismo.net/noticias/201906