Olá!
Segue nosso estudo de segunda-feira às 15 hs.
O Livro dos Espíritos - Parte segunda - Cap.IV - q.172 a 188
Leitura inicial:
Vida Feliz
Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo Pereira Franco
196
Quando estiveres a ponto de desistir de uma ação edificante, ora e continua até o fim.
Quando te encontrares no momento de cometeres um erro, ora e desiste com tranquilidade.
Quando perceberes que as forças não te auxiliarão no trabalho do bem, ora e reanima-te, chegando ao termo planejado.
Quando fores aliciado para uma situação vexatória, ora e retoma o teu equilíbrio.
Quando te sentires abandonado pela pessoa em quem confias ou a quem amas, ora e tem paciência, permanecendo no teu posto.
Quando, desarvorado desejes tombar, sem mais estímulo, ora e te serão concedidas as resistências para o triunfo.
Não deixes nunca de orar.
Fonte: Editora LEAL – 16ª edição - 2012
Trecho do estudo:
O Livro dos Espíritos
Allan Kardec
Parte Segunda – Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos
Capítulo IV – Da pluralidade das existências
Encarnação
nos diferentes mundos
172. As nossas diversas existências
corporais se verificam todas na Terra?
“Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que
aqui passamos não são as primeiras, nem as últimas; são, porém, das mais
materiais e das mais distantes da perfeição”.
173. A cada nova existência corporal a
alma passa de um mundo para outro, ou pode ter muitas no mesmo globo?
“Pode viver muitas vezes no mesmo globo, se não
se adiantou bastante para passar a um mundo superior”.
a) Podemos então reaparecer muitas
vezes na Terra?
“Certamente”.
b) Podemos voltar a este, depois de
termos vivido em outros mundos?
“Sem dúvida. É possível que já tenhais vivido
algures e na Terra”.
174. Tornar a viver na Terra constitui
uma necessidade?
“Não; mas, se não progredistes, podereis ir
para outro mundo que não valha mais do que a Terra e que talvez até seja pior
do que ela”.
175. Haverá alguma vantagem em voltar-se
a habitar a Terra?
“Nenhuma vantagem particular, a menos que seja
em missão, caso em que se progride aí como em qualquer outro planeta”.
a) Não se seria mais feliz permanecendo
na condição de Espírito?
“Não, não; estacionar-se-ia e o que se quer é
caminhar para Deus”.
176. Depois de haverem encarnado noutros
mundos, podem os Espíritos encarnar neste, sem que jamais aí tenham estado?
“Sim, do mesmo modo que vós em outros. Todos os
mundos são solidários: o que não se faz num faz-se noutro”.
a) Assim, homens há que estão na Terra
pela primeira vez?
“Muitos, e em graus diversos de adiantamento”.
b) Pode-se reconhecer, por um indício
qualquer, que um Espírito está pela primeira vez na Terra?
“Nenhuma utilidade teria isso”.
177. Para chegar à perfeição e à suprema
felicidade, destino final de todos os homens, tem o Espírito que passar pela
fieira de todos os mundos existentes no Universo?
“Não, porquanto muitos são os mundos
correspondentes a cada grau da respectiva escala e o Espírito, saindo de um
deles, nenhuma coisa nova aprenderia nos outros do mesmo grau”.
a) Como se explica então a pluralidade
de suas existências em um mesmo globo?
“De cada vez poderá ocupar posição diferente
das anteriores e nessas diversas posições se lhe deparam outras tantas ocasiões
de adquirir experiência”.
178. Podem os Espíritos encarnar em um
mundo relativamente inferior a outro onde já viveram?
“Sim, quando em missão, com o objetivo de
auxiliarem o progresso, caso em que aceitam alegres as tribulações de tal
existência, por lhes proporcionar meio de se adiantarem”.
a) Mas não pode dar-se também por
expiação? Não pode Deus degredar para mundos inferiores Espíritos rebeldes?
“Os Espíritos podem conservar-se estacionários,
mas não retrogradam. Em caso de estacionamento, a punição deles consiste em não
avançarem, em recomeçarem, no meio conveniente à sua natureza, as existências
mal-empregadas”.
b) Quais os que têm de recomeçar a
mesma existência?
“Os que faliram em suas missões ou em suas
provas”.
179. Os seres que habitam cada mundo hão
todos alcançado o mesmo nível de perfeição?
“Não; dá-se em cada um o que ocorre na Terra:
uns Espíritos são mais adiantados do que outros”.
180. Passando deste planeta para outro,
conserva o Espírito a inteligência que aqui tinha?
“Sem dúvida; a inteligência não se perde. Pode,
porém, acontecer que ele não disponha dos mesmos meios para manifestá-la,
dependendo isto da sua superioridade e das condições do corpo que tomar”. (Veja-se: “Influência do
organismo”, cap. VII, Parte 2a.)
181. Os seres que habitam os diferentes
mundos têm corpos semelhantes aos nossos?
“É fora de dúvida que têm corpos, porque o
Espírito precisa estar revestido de matéria para atuar sobre a matéria. Esse
envoltório, porém, é mais ou menos material, conforme o grau de pureza a que
chegaram os Espíritos. É isso o que assinala a diferença entre os mundos que
temos de percorrer, porquanto muitas moradas há na casa de nosso Pai, sendo,
conseguintemente, de muitos graus essas moradas. Alguns o sabem e desse fato
têm consciência na Terra; com outros, no entanto, o mesmo não se dá”.
182. É-nos possível conhecer exatamente o
estado físico e moral dos diferentes mundos?
“Nós, Espíritos, só podemos responder de acordo
com o grau de adiantamento em que vos achais. Quer dizer que não devemos revelar
estas coisas a todos, porque nem todos estão em estado de compreendê-las e
semelhante revelação os perturbaria”.
À medida que o Espírito se purifica, o
corpo que o reveste se aproxima igualmente da natureza espírita. Torna-se-lhe
menos densa a matéria, deixa de rastejar penosamente pela superfície do solo,
menos grosseiras se lhe fazem as necessidades físicas, não mais sendo preciso
que os seres vivos se destruam mutuamente para se nutrirem. O Espírito se acha
mais livre e tem, das coisas longínquas, percepções que desconhecemos. Vê com
os olhos do corpo o que só pelo pensamento entrevemos.
Da purificação do Espírito decorre o
aperfeiçoamento moral, para os seres que eles constituem, quando encarnados. As
paixões animais se enfraquecem e o egoísmo cede lugar ao sentimento da
fraternidade. Assim é que, nos mundos superiores ao nosso, se desconhecem as
guerras, carecendo de objeto os ódios e as discórdias, porque ninguém pensa em causar
dano ao seu semelhante. A intuição que seus habitantes têm do futuro, a
segurança que uma consciência isenta de remorsos lhes dá, fazem que a morte
nenhuma apreensão lhes cause. Encaram-na de frente, sem temor, como simples
transformação.
A duração da vida, nos diferentes
mundos, parece guardar proporção com o grau de superioridade física e moral de
cada um, o que é perfeitamente racional. Quanto menos material o corpo, menos
sujeito às vicissitudes que o desorganizam. Quanto mais puro o Espírito, menos paixões
a miná-lo. É essa ainda uma graça da Providência, que desse modo abrevia os
sofrimentos.
183. Indo de um mundo para outro, o
Espírito passa por nova infância?
“Em toda parte a infância é uma transição
necessária, mas não é, em toda parte, tão obtusa como no vosso mundo”.
184. Tem o Espírito a faculdade de
escolher o mundo em que passe a habitar?
“Nem sempre. Pode pedir que lhe seja permitido
ir para este ou aquele e pode obtê-lo, se o merecer, porquanto a acessibilidade
dos mundos, para os Espíritos, depende do grau da elevação destes”.
a) Se o Espírito nada pedir, que é o
que determina o mundo em que ele reencarnará?
“O grau da sua elevação”.
185. O estado físico e moral dos seres
vivos é perpetuamente o mesmo em cada mundo?
“Não; os mundos também estão sujeitos à lei do
progresso. Todos começaram, como o vosso, por um estado inferior e a própria Terra
sofrerá idêntica transformação. Tornar-se-á um paraíso, quando os homens se
houverem tornado bons”.
É assim que as raças, que hoje povoam a
Terra, desaparecerão um dia, substituídas por seres cada vez mais perfeitos,
pois que essas novas raças transformadas sucederão às atuais, como estas
sucederam a outras ainda mais grosseiras.
186. Haverá mundos em que o Espírito,
deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito?
“Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo
que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros”.
a) Parece resultar daí que, entre o
estado correspondente às últimas encarnações e o de Espírito puro, não há linha
divisória perfeitamente demarcada; não?
“Semelhante demarcação não existe. A diferença
entre um e outro estado se vai apagando pouco a pouco e acaba por ser
imperceptível, tal qual se dá com a noite às primeiras claridades do alvorecer”.
187. A substância do perispírito é a
mesma em todos os mundos?
“Não; é mais ou menos etérea. Passando de um
mundo a outro, o Espírito se reveste da matéria própria desse outro,
operando-se, porém, essa mudança com a rapidez do relâmpago”.
188. Os Espíritos puros habitam mundos
especiais, ou se acham no espaço universal, sem estarem mais ligados a um mundo
do que a outros?
“Habitam certos mundos, mas não lhes ficam
presos, como os homens à Terra; podem, melhor do que os outros, estar em toda parte”.10
10 Nota de Allan
Kardec: Segundo os Espíritos, de todos os mundos que compõem o nosso sistema
planetário, a Terra é dos que têm habitantes menos adiantados, física e
moralmente. Marte lhe estaria ainda abaixo, sendo-lhe Júpiter superior de
muito, a todos os respeitos. O Sol não seria mundo habitado por seres
corpóreos, mas simplesmente um lugar de reunião dos Espíritos superiores, os
quais de lá irradiam seus pensamentos para os outros mundos, que eles dirigem
por intermédio de Espíritos menos elevados, transmitindo-os a estes por meio do
fluido universal. Considerado do ponto de vista da sua constituição física, o
Sol seria um foco de eletricidade. Todos os sóis como que estariam em situação
análoga.
O volume de cada
um e a distância a que esteja do Sol nenhuma relação necessária guardam com o grau
do seu adiantamento, pois que, do contrário, Vênus deveria ser tida por mais
adiantada do que a Terra e Saturno menos do que Júpiter.
Muitos Espíritos,
que na Terra animaram personalidades conhecidas, disseram estar reencarnados em
Júpiter, um dos mundos mais próximos da perfeição, e há causado espanto que,
nesse globo tão adiantado, estivessem homens a quem a opinião geral aqui não
atribuía tanta elevação. Nisso nada há de surpreendente, desde que se atenda a
que, possivelmente, certos Espíritos, habitantes daquele planeta, foram
mandados à Terra para desempenharem aí certa missão que, aos nossos olhos, os
não colocava na primeira plana. Em segundo lugar, deve-se atender a que, entre
a existência que tiveram na Terra e a que passaram a ter em Júpiter, podem eles
ter tido outras intermédias, em que se melhoraram. Finalmente, cumpre se
considere que, naquele mundo, como no nosso, múltiplos são os graus de
desenvolvimento e que, entre esses graus, pode mediar lá a distância que vai,
entre nós, do selvagem ao homem civilizado. Assim, do fato de um Espírito
habitar Júpiter não se segue que esteja no nível dos seres mais adiantados, do
mesmo modo que ninguém pode considerar-se na categoria de um sábio do
Instituto, só porque resida em Paris.
As condições de
longevidade não são, tampouco, em qualquer parte, as mesmas que na Terra e as idades
não se podem comparar. Evocado, um Espírito que desencarnara havia alguns anos,
disse que, desde seis meses antes, estava encarnado em mundo cujo nome nos é
desconhecido. Interrogado sobre a idade que tinha nesse mundo, disse: “Não
posso avaliá-lo, porque não contamos o tempo como contais. Depois, os modos de
existência não são idênticos. Nós, lá, nos desenvolvemos muito mais
rapidamente. Entretanto, se bem não haja mais de seis dos vossos meses que lá
estou, posso dizer que, quanto à inteligência, tenho trinta anos da idade que
tive na Terra”.
Muitas respostas
análogas foram dadas por outros Espíritos e o fato nada apresenta de
inverossímil. Não vemos que, na Terra, uma imensidade de animais em poucos
meses adquire o desenvolvimento normal? Por que não se poderia dar o mesmo com
o homem noutras esferas? Notemos, além disso, que o desenvolvimento que o homem
alcança na Terra aos trinta anos talvez não passe de uma espécie de infância,
comparado com o que lhe cumpre atingir. Bem curto de vista se revela quem nos toma
em tudo por protótipos da Criação, assim como é rebaixar a Divindade o
imaginar-se que, fora o homem, nada mais seja possível a Deus.