30/03/2020

Olá!

Segue nosso estudo de segunda-feira às 16:30 hs.
Médiuns e Mediunidade
Tema : I - A religião Espírita



Leitura inicial:

Cultivar a Calma

Livro: Agenda Cristã - André Luiz

Se você está no ponto de estourar mentalmente, silencie alguns instantes para pensar;
Se o motivo é moléstia no próprio corpo, a intranquilidade traz o pior;
Se a razão é enfermidade em pessoa querida, o seu desajuste é fator agravante;
Se perdeu alguma afeição, a queixa tornará você uma pessoa menos simpática junto de outros amigos;
Se deixou alguma oportunidade valiosa para trás, a inquietação é desperdício de tempo;
Se contrariedades aparecerem, o ato de esbravejar afastará de você o consenso espontâneo;
Se você praticou um erro, o desespero é porta aberta para faltas maiores;
Se você não atingiu o que desejara, a impaciência fará mais larga a distância entre você e o objetivo a alcançar.
Seja qual for a dificuldade, conserve a calma, trabalhando porque em todo problema a serenidade é o teto da alma, pedindo o serviço para soluções.

Trecho do estudo:

I -  A Religião Espírita

O homem contemporâneo necessita viver com religiosidade, face aos avançados engenhos das modernas ciências e da tecnologia.
Embora se acusem as religiões de serem fomentadoras de guerras lamentáveis e intérminas, nas quais a crueldade atingiu as suas mais bárbaras expressões, dizimando milhões de vidas, todas possuem como fundamento a crença em um Deus-Amor, apesar de severo umas vezes e complacente outras, conforme a filosofia abordada em cada uma. Por extensão, ensinam a crença na imortalidade da alma e na justiça que não se ilude nunca, alcançando o infrator por mais este procure evadir-se.
Bem se depreende que a falência não é da fé religiosa em si mesma, porém, do homem ignorante, que se fanatiza; astuto, que se torna prepotente; malvado, que se compraz no crime; complexado, que se utiliza de qualquer recurso para atingir os acumes da vida, escondendo-se na impiedade e perversão a que se entrega.
O homem, este sim, deve ser a meta de todas as crenças religiosas, trabalhando-lhe o caráter, iluminando-lhe a consciência, dulcificando-lhe os sentimentos, de forma a fazê-lo descobrir os valores da vida ou utilizá-los com nobreza, se já os encontrou.
Cabe a cada religião buscar unir as criaturas nos seus elementos essenciais, abrindo espaço para que se alojem nos seus arraiais aqueles que se afinam com os seus postulados, sem discriminar quem, para encontrar Deus, pensa de maneira diferente.
É certo que a História apresenta inúmeros exemplos de homens que se diziam descrentes de Deus, irreligiosos, que foram excelentes benfeitores da humanidade.
Provavelmente, eles discrepavam das crenças que O apresentavam com características humanoides, apaixonadas, vinculado a tal ou qual nação e indiferente aos destinos dos demais seres e países.
Trabalhado pela cegueira nacional de alguns povos, era tão mesquinho quanto os seus adoradores, causando repulsa e indignação às mentes avançadas e lúcidas.
Não era, pois, indiferença ou rebeldia contra Deus, mas, sim, pela imagem que d’Ele faziam os religiosos enfermos da alma.
Também é verdade que os povos sofreram impiedosamente nas mãos de indivíduos incréus e profanadores, que deixaram rastros de desgraça e sangue em todos os tempos.
A religião tem por finalidade cientificar o homem a respeito da sua realidade imortal, dos fenômenos post-mortem e da conduta filosófica a viver enquanto no estágio carnal.
Mediante a estruturação de uma ética de comportamento otimista, edificante e renovadora, promove a criatura sempre, auxiliando-a com resignação na vicissitude, humildade no triunfo, amor na glória e caridade em todos os momentos, a fim de que a revolta não a cegue, a soberba não a alucine e as paixões vis não a dominem.
Se ela se apoia num alicerce científico, com mais seguros fundamentos brinda a consciência investigadora e a razão exigente, oferecendo respostas lógicas dos fatos às indagações frequentes da dúvida, do cepticismo e da descrença.
Com este conteúdo de evidências em tomo dos postulados filosóficos, o homem dispõe de equipamentos vigorosos para os empreendimentos existenciais, enfrentando quaisquer dificuldades e desafios com natural estoicismo e alegria.
A busca de Deus, hoje, é mais contínua e árdua do que antes.
Os valores humanos sofreram profundas mutações éticas, alterando-se totalmente.

Antes, a aceitação ingênua da fé bastava para uma aparente vivência religiosa.
Atualmente, as conquistas da Cibernética, da Astronáutica e de outras ciências estabeleceram recordes de conflitos psicológicos no indivíduo, exigindo da vida terapias preventivas e afirmações mais valiosas para que se possa evitar o caos.
As multidões cansadas, por outro lado, das filosofias pragmatistas, imediatas, indagam pelo que acontecerá depois, como será após logrados os objetivos próximos.
Surgem, então, ou renascem antigas crenças que se propõem a ajudar o homem saturado de lógica e técnica, que se deixa atrair pelo fantasioso, o sobrenatural, o místico, em mecanismo audacioso de fuga da realidade objetiva para o imaginário transcendente, o absurdo.
O astronauta que retoma da lua, confundido com o silêncio que pôde constatar, da solidão ante o universo e da sua pequenez no seio cósmico, mesmo que maravilhosamente equipado de forças psicológicas, pouco a pouco mergulha em profunda melancolia, vitimado por interrogações de longo alcance.
Os pilotos que atiraram os artefatos atômicos sobre as cidades-mártires, não puderam olvidar as catástrofes em que se viram envolvidos.
Os veteranos das guerras que se sucedem na Terra, não conseguem apagar as marcas da violência em que foram envolvidos, sofrendo terríveis dificuldades para se reajustarem à sociedade em paz.
Reunindo-se os diversos fatores que geram conflitos, a sociedade hodierna, que alcançou elevados níveis de conforto para alguns, dilacerou bilhões de vidas nos guetos de miséria, fome e sofrimento, nos cinturões externos das grandes cidades ou em países inteiros devorados pela ganância de outros, mais poderosos.
Como consequência, a agressividade, a indiferença e o medo tomaram conta do mundo, produzindo alarmante índice de toxicômanos, loucos, pervertidos e insensíveis emocionais, que agravam a economia da sociedade com delitos incomuns e lancinantes.

O homem passou a valer pouco na atual estrutura social massificada.
Cada qual pensa em si e nos seus, quando pensa.
O egoísmo governa as vidas e a sede pelo gozo desequilibra os sentimentos, multiplicando as vidas-sensação, em detrimento das existências-emoção.
Nesse contubérnio, a Religião é importante para conduzir a mente humana aturdida, vitimada por contínuos choques externos, conflitos psicológicos e desajustes emocionais.
Queira ou não, o homem é um ser essencialmente religioso. Por instinto crê e atém-se, mesmo inconsciente, às crenças que lhe predominam na personalidade.
A intuição da sua origem divina propele-o para o respeito e a fé no seu Criador.
Nas culturas primitivas, esse sentimento comanda suas atitudes, numa forma de consciência atávica, primária, sem análise, sem lógica racional.
Sucessivamente, graças às complexidades das civilizações por onde transita no seu processo evolutivo, surgem-lhe os conflitos e as dúvidas, que propiciaram as múltiplas escolas de pensamento e de crenças religiosas compatíveis com as suas necessidades.
Constituem-lhe, porém, meta final, libertar-se do sofrimento e fruir de paz, de felicidade.
Essa ansiedade é universal e fundamental em todas as vidas.
O que é fundamental e essencial com caráter universal ou geral torna-se uma busca de natureza religiosa.
Para preencher essa necessidade, faz-se imprescindível a existência de uma Religião com possibilidades universais, na qual os seus postulados atendam a todos os impositivos da evolução, dispondo da mesma essência.
Há, por isso mesmo, um arraigado amor à Religião.
A Religião Espírita, que respeita todas as demais doutrinas, espiritualistas ou não, possui os valores para restabelecer no homem o clima de confiança e paz de que necessita, favorecendo-o com as estruturas para a libertação da dor e a aquisição da plenitude.
Sua filosofia existencial, dignificadora, promove as aspirações íntimas, ensejando o ajustamento da conduta aos ensinamentos cristãos, nos quais apoia a sua estrutura ético-moral.
Isso porque se firma na experiência do fato, que brinda com a certeza inabalável da sobrevivência à morte, assim como da preexistência ao berço, em racional encadeamento que enseja a compreensão de quem se é, qual a meta pela frente a conquistar e por que se sofre.
Sem dogmatismo ou ritualística, é a religião cósmica do amor, aguardando a Humanidade de hoje e dos tempos futuros para conduzi-la a Deus.