Olá amigos!
Segue nosso estudo de segunda às 15 hs
O Evangelho Segundo O Espiritismo, capítulo 28
itens 38 e 39 - à hora de dormir.
Leitura inicial:
Não obstante o relacionamento afetivo e social que manténs, os testemunhos que te dimensionarão em outra posição fazem-se sempre sem condições de surpresa, colhendo as pessoas a sós.
Os afetos, os amigos, os companheiros, poderão partilhar-te as dores, porém, a tua, será sempre uma cruz pessoal.
Nem poderia ser diferente.
Ao amparo da justiça divina, cada homem resgata de acordo com a dívida e cresce de conforme a circunstância em que delinqüiu.
Equipa-te de paz é fé, preparando-te para a ascensão que se te impõe, inevitável.
Fonte: Livro Vida Feliz - 137 - Joanna de Ângelis & Divaldo Franco
Trecho do estudo:
38. PREFÁCIO. O
sono tem por fim dar repouso ao corpo; o Espírito, porém, não precisa de
repousar. Enquanto os sentidos físicos se acham entorpecidos, a alma se
desprende, em parte, da matéria e entra no gozo das faculdades do Espírito.
O sono foi dado ao homem para reparação das forças orgânicas e
também para a das forças morais. Enquanto o corpo recupera os elementos que
perdeu por efeito da atividade da vigília, o Espírito vai retemperar-se entre
os outros Espíritos. Haure, no que vê, no que ouve e nos conselhos que lhe
dão, idéias que, ao despertar, lhe surgem em estado de intuição. É a volta
temporária do exilado à sua verdadeira pátria. É o prisioneiro restituído por
momentos à liberdade.
Mas, como se dá com o presidiário perverso, acontece que nem
sempre o Espírito aproveita dessa hora de liberdade para seu adiantamento. Se
conserva instintos maus, em vez de procurar a companhia de Espíritos bons,
busca a de seus iguais e vai visitar os lugares onde possa dar livre curso aos
seus pendores.
Eleve, pois, aquele que se ache compenetrado desta verdade, o
seu pensamento a Deus, quando sinta aproximar-se o sono, e peça o conselho dos
bons Espíritos e de todos cuja memória lhe seja cara, a fim de que venham
juntar-se-lhe, nos curtos instantes de liberdade que lhe são concedidos, e, ao
despertar, sentir-se-á mais forte contra o mal, mais corajoso diante da
adversidade.
39. Prece. – Minha
alma vai estar por alguns instantes com os outros Espíritos. Venham os bons
ajudar-me com seus conselhos. Faze, meu anjo guardião, que, ao despertar, eu
conserve durável e salutar impressão desse convívio.
LEITURA COMPLEMENTAR – Livro dos Espíritos:
401. Durante o sono, a alma repousa como o corpo?
“Não, o
Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o
prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança
pelo espaço e entra em relação mais
direta com os outros Espíritos. ”
402. Como
podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono?
“Pelos sonhos.
Quando o corpo repousa, acredita-o, tem
o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e
algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior potência e pode pôr-se em
comunicação com outros Espíritos, quer
neste mundo, quer noutro. Dizes frequentemente: Tive um sonho extravagante,
um sonho horrível, mas absolutamente inverossímil. Enganas-te. É amiúde uma
recordação dos lugares e das coisas que viste ou que verás em outra existência
ou em outra ocasião. Estando entorpecido o corpo, o Espírito trata de quebrar
seus grilhões e de investigar no passado ou no futuro.
“Pobres homens, que mal conheceis os
mais vulgares fenômenos da vida!
Julgais-vos muito sábios e as coisas
mais comezinhas vos confundem. Nada sabeis responder a estas perguntas que
todas as crianças formulam: Que fazemos quando dormimos? Que são os sonhos?
“O sono
liberta a alma parcialmente do corpo. Quando dorme, o homem se acha por algum
tempo no estado em que fica permanentemente depois que morre. Tiveram sonos
inteligentes os Espíritos que, desencarnando, logo se desligam da matéria.
Esses Espíritos, quando dormem, vão
para junto dos seres que lhes são superiores. Com estes viajam, conversam e se
instruem. Trabalham mesmo em obras que se lhes deparam concluídas, quando
volvem, morrendo na Terra, ao mundo espiritual. Ainda esta circunstância é de
molde a vos ensinar que não deveis temer a morte, pois que todos os dias
morreis, como disse um santo.
“Isto, pelo
que concerne aos Espíritos elevados. Pelo que respeita ao grande número de
homens que, morrendo, têm que passar longas horas na perturbação, na incerteza
de que tantos já vos falaram, esses vão, enquanto dormem, ou a mundos
inferiores à Terra, onde os chamam velhas afeições, ou em busca de gozos quiçá
mais baixos do que os em que aqui tanto se deleitam. Vão beber doutrinas ainda
mais vis, mais ignóbeis, mais funestas do que as que professam entre vós. E o
que gera a simpatia na Terra é o fato de sentir-se o homem, ao despertar,
ligado pelo coração àqueles com quem acaba de passar oito ou nove horas de
ventura ou de prazer. Também as antipatias invencíveis se explicam pelo fato de
sentirmos em nosso íntimo que os entes com quem antipatizamos têm uma
consciência diversa da nossa. Conhecemo-los sem nunca os termos visto com os
olhos. É ainda o que explica a indiferença; há homens que não cuidam de
conquistar novos amigos, por saberem que muitos têm que os amam e lhes querem.
Numa palavra: o sono influi mais do que supondes na vossa vida.
“Graças ao
sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos
Espíritos. Por isso é que os Espíritos superiores assentem, sem grande
repugnância, em encarnar entre vós. Quis Deus que, tendo de estar em contato
com o vício, pudessem eles ir retemperar-se na fonte do bem, a fim de
igualmente não falirem, quando se propõem a instruir os outros. O sono é a
porta que Deus lhes abriu, para que possam ir ter com seus amigos do céu; é o
recreio depois do trabalho, enquanto esperam a grande libertação, a libertação
final, que os restituirá ao meio que lhes é próprio.
“O sonho é a
lembrança do que o Espírito viu durante o sono. Notai, porém, que nem sempre
sonhais, porque nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que haveis
visto, enquanto dormíeis. Vossos sonhos nem sempre
refletem a ação da alma em seu pleno desenvolvimento; são, muitas vezes, apenas
a lembrança da perturbação que experimenta à sua partida ou no seu regresso ao
corpo, acrescida da relativa ao que fizestes ou do que vos preocupa quando em
vigília. A não ser assim, como explicaríeis os sonhos absurdos, que tanto os
sábios, quanto as mais humildes e simples criaturas têm? Acontece também que os
maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas e
pusilânimes.
“De resto,
dentro em pouco vereis desenvolver-se outra espécie de sonhos. Conquanto tão
antiga como a de que vimos falando, vós a desconheceis. Refiro-me aos sonhos de
Joana, ao de Jacob, aos dos profetas judeus e aos de alguns adivinhos indianos.
São recordações guardadas por almas que se desprendem inteiramente do corpo,
recordações dessa segunda vida a que ainda há pouco aludi.
“Tratai de
distinguir essas duas espécies de sonhos, entre os de que vos lembrais, do
contrário cairíeis em contradições e em erros funestos à vossa fé.”
Os sonhos são efeito da emancipação da alma, que
mais independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma
espécie de clarividência indefinida que se alonga até aos mais afastados
lugares e até mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que traz à memória
acontecimentos da presente existência ou de existências anteriores. As
singulares imagens do que se passa ou se passou em mundos desconhecidos,
entremeados de coisas do mundo atual, é que formam esses conjuntos estranhos e
confusos, que nenhum sentido ou ligação parecem ter.
A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas
lacunas que apresenta a recordação incompleta do que nos apareceu quando
sonhávamos. É como se a uma narração se truncassem frases ou trechos ao acaso.
Reunidos depois, os fragmentos restantes nenhuma significação racional teriam.
403. Por
que não nos lembramos sempre dos sonhos?
“Naquilo que
chamas sono, só há o repouso do
corpo, visto que o Espírito está constantemente em atividade. Recobra, durante
o sono, um pouco da sua liberdade e se corresponde com os que lhe são caros,
quer neste mundo, quer em outros. Mas como é pesada e grosseira a matéria que o
compõe, o corpo tem dificuldade em conservar as impressões que o Espírito
recebeu, porque a este não chegaram por intermédio dos órgãos corporais.”