17/01/2021

 Olá amigos!

Segue nosso estudo de segunda-feira, às 15 hs

Livro dos Espíritos Q. 344 a 360 

União da alma e do corpo 


Leitura inicial:

18 - PETIÇÃO E RESPOSTA 

Entre o pedido terrestre e o Suprimento Divino, é imperioso funcione a alavanca da vontade humana, com decisão e firmeza, para que se efetive o auxílio solicitado. Buscando as concessões do Céu, desistamos de lhes opor a barreira dos nossos caprichos próprios. 

 * * * 

Suplicamos no mundo: Senhor, dá-nos a paz. Se persistimos, no entanto, a remoer conflito e ressentimento, cozinhando mágoas e esquentando desarmonia, decerto que a tranqüilidade só encontrará caminho para morar conosco, quando tivermos esquecido as farpas da dissensão. 

 * * * 

Imploramos: Senhor, dá-nos saúde. Se continuamos, porém, acalentando sintomas e solenizando quadros mentais enfermiços, é indiscutível que o remédio só terá eficácia, em nosso auxílio, quando estivermos decididos a liquidar com as idéias de lamentação e doença. 

 * * *

 Pedimos: Senhor, dá-nos prosperidade. Mas se teimamos em dilapidar o tempo, reclamando contra o destino e hospedando chorosas rebeldias, é forçoso reconhecer que só adquiriremos progresso e reconforto, quando largamos queixa e azedume, concentrando esforços em melhoria e trabalho.

 * * * 

Rogamos: Senhor, dá-nos compreensão. Se prosseguirmos, entretanto, censurando e criticando os outros, a descortinar faltas alheias, sem cogitar das próprias deficiências, é óbvio que só atingiremos a luz e a segurança do entendimento, quando nos voltarmos sinceramente para dentro de nós mesmos, verificando que somos tão humanos e tão falíveis quanto aqueles irmãos dos quais nos julgávamos muito acima. 

 * * * 

Confiemos em Deus e supliquemos o amparo de Deus, mas, se quisermos receber a Bênção Divina, procuremos esvaziar o coração de tudo aquilo que discorde das nossas petições, a fim de oferecer à Bênção Divina, clima de aceitação, base e lugar. 

Trecho do estudo:

UNIÃO DA ALMA E DO CORPO 

344. Em que momento a alma se une ao corpo? 

“A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus.”

345. É definitiva a união do Espírito com o corpo desde o momento da concepção? Durante esta primeira fase, poderia o Espírito renunciar a habitar o corpo que lhe está destinado? 

“É definitiva a união, no sentido de que outro Espírito não poderia substituir o que está designado para aquele corpo. Mas, como os laços que ao corpo o prendem são ainda muito fracos, facilmente se rompem e podem romper-se por vontade do Espírito, se este recua diante da prova que escolheu. Em tal caso, porém, a criança não vinga.”

346. Que faz o Espírito, se o corpo que ele escolheu morre antes de se verificar o nascimento? 

“Escolhe outro.” 

a) — Qual a utilidade dessas mortes prematuras? 

 “Dão-lhes causa, as mais das vezes, as imperfeições da matéria.”

347. Que utilidade encontrará um Espírito na sua encarnação em um corpo que morre poucos dias depois de nascido? 

“O ser não tem então consciência plena da sua existência. Assim, a importância da morte é quase nenhuma. Conforme já dissemos, o que há nesses casos de morte prematura é uma prova para os pais.”

348. Sabe o Espírito, previamente, que o corpo de sua escolha não tem probabilidade de viver? “Sabe-o algumas vezes; mas, se nessa circunstância reside o motivo da escolha, isso significa que está fugindo à prova.” 

349. Quando falha por qualquer causa a encarnação de um Espírito, é ela suprida imediatamente por outra existência?

 “Nem sempre o é imediatamente. Faz-se mister dar ao Espírito tempo para proceder a nova escolha, a menos que a reencarnação imediata corresponda a anterior determinação.” 

350. Uma vez unido ao corpo da criança e quando já lhe não é possível voltar atrás, sucede alguma vez deplorar o Espírito a escolha que fez? 

“Perguntas se, como homem, se queixa da vida que tem? Se desejara que outra fosse ela? Sim. Se se arrepende da escolha que fez? Não, pois não sabe ter sido sua a escolha. Depois de encarnado, não pode o Espírito lastimar uma escolha de que não tem consciência. Pode, entretanto, achar pesada demais a carga e considerá-la superior às suas forças. É quando isso acontece que recorre ao suicídio.” 

351. No intervalo que medeia da concepção ao nascimento, goza o Espírito de todas as suas faculdades? 

“Mais ou menos, conforme o ponto, em que se ache, dessa fase, porquanto ainda não está encarnado, mas apenas ligado. A partir do instante da concepção, começa o Espírito a ser tomado de perturbação, que o adverte de que lhe soou o momento de começar nova existência corpórea. Essa perturbação cresce de contínuo até ao nascimento. Nesse intervalo, seu estado é quase idêntico ao de um Espírito encarnado durante o sono. À medida que a hora do nascimento se aproxima, suas idéias se apagam, assim como a lembrança do passado, do qual deixa de ter consciência na condição de homem, logo que entra na vida. Essa lembrança, porém, lhe volta pouco a pouco ao retornar ao estado de Espírito.”

352. Imediatamente ao nascer recobra o Espírito a plenitude das suas faculdades? 

“Não, elas se desenvolvem gradualmente com os órgãos. O Espírito se acha numa existência nova; preciso é que aprenda a servir-se dos instrumentos de que dispõe. As idéias lhe voltam pouco a pouco, como a uma pessoa que desperta e se vê em situação diversa da que ocupava na véspera.” 

353. Não sendo completa a união do Espírito ao corpo, não estando definitivamente consumada, senão depois do nascimento, poder-se-á considerar o feto como dotado de alma?

 “O Espírito que o vai animar existe, de certo modo, fora dele. O feto não tem pois, propriamente falando, uma alma, visto que a encarnação está apenas em via de operar-se. Achasse, entretanto, ligado à alma que virá a possuir.”

354. Como se explica a vida intra-uterina? 

“É a da planta que vegeta. A criança vive vida animal. O homem tem a vida vegetal e a vida animal que, pelo seu nascimento, se completam com a vida espiritual.”

355. Há, de fato, como o indica a Ciência, crianças que já no seio materno não são vitais? Com que fim ocorre isso? “Freqüentemente isso se dá e Deus o permite como prova, quer para os pais do nascituro, quer para o Espírito designado a tomar lugar entre os vivos.” 

356. Entre os natimortos alguns haverá que não tenham sido destinados à encarnação de Espíritos? “Alguns há, efetivamente, a cujos corpos nunca nenhum Espírito esteve destinado. Nada tinha que se efetuar para eles. Tais crianças então só vêm por seus pais.” 

a) — Pode chegar a termo de nascimento um ser dessa natureza? 

“Algumas vezes; mas não vive.” 

b) — Segue-se daí que toda criança que vive após o nascimento tem forçosamente encarnado em si um Espírito? 

“Que seria ela, sé assim não acontecesse? Não seria um ser humano.” 

357. Que conseqüências tem para o Espírito o aborto? 

“É uma existência nulificada e que ele terá de recomeçar.”

358. Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?

 “Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.”

359. Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar- -se a primeira para salvar a segunda?

 “Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.” 

360. Será racional ter-se para com um feto as mesmas atenções que se dispensam ao corpo de uma criança que viveu algum tempo? 

“Vede em tudo isso a vontade e a obra de Deus. Não trateis, pois, desatenciosamente, coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da criação, algumas vezes incompletas por vontade do Criador? Tudo ocorre segundo os seus desígnios e ninguém é chamado para ser seu juiz.”