Olá amigos!
Segue o estudo de O Livro dos Espíritos
Q.330 a 343 - Prelúdio da volta
Leitura Inicial:
Justo lembrar: a voz humana está carregada de vibrações.
Esforça-te por evitar os gritos intempestivos e inoportunos.
Uma exclamação tonitroante equivale a uma pedrada mental.
Se alguém te dirige a palavra em tom muito alto, faze-lhe o obséquio de responder em tom mais baixo.
Os nervos dos outros são iguais aos teus: desequilibram-se facilmente.
Discussão sem proveito é desperdício de forças.
Não te digas sofrendo esgotamento e fadiga para poder lançar frases tempestuosas e ofensivas; aqueles que se encontram realmente cansados procuram repouso e silêncio.
Se te sentes à beira da irritação, estás doente e o doente exige remédio.
Barulho verbal apenas complica.
Pensa nisso: a tua voz é o teu retrato sonoro.
Fonte: Livro Calma, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel
Trecho do estudo:
PRELÚDIO DA VOLTA
330. Sabem os Espíritos em que época reencarnarão?
“Pressentem-na, como sucede ao cego que se aproxima do fogo. Sabem que têm de retomar um corpo, como
sabeis que tendes de morrer um dia, mas ignoram quando
isso se dará.”
— Então, a reencarnação é uma necessidade da vida
espírita, como a morte o é da vida corporal?
“Certamente; assim é.”
331. Todos os Espíritos se preocupam com a sua
reencarnação?
“Muitos há que em tal coisa não pensam, que nem
sequer a compreendem. Depende de estarem mais ou menos adiantados. Para alguns, a incerteza em que se acham
do futuro que os aguarda constitui punição.”
332. Pode o Espírito apressar ou retardar o momento da sua
reencarnação?
“Pode apressá-lo, atraindo-o por um desejo ardente. Pode
igualmente distanciá-lo, recuando diante da prova, pois entre os Espíritos também há covardes e indiferentes. Nenhum,
porém, assim procede impunemente, visto que sofre por
isso, como aquele que recusa o remédio capaz de curá-lo.”
333. Se se considerasse bastante feliz, numa condição mediana entre os Espíritos errantes e, conseguintemente,
não ambicionasse elevar-se, poderia um Espírito
prolongar indefinidamente esse estado?
“Indefinidamente, não. Cedo ou tarde, o Espírito sente
a necessidade de progredir. Todos têm que se elevar; esse o
destino de todos.”
334. Há predestinação na união da alma com tal ou tal
corpo, ou só à última hora é feita a escolha do corpo
que ela tomará?
“O Espírito é sempre, de antemão, designado. Tendo
escolhido a prova a que queira submeter-se, pede para
encarnar. Ora, Deus, que tudo sabe e vê, já antecipadamente sabia e vira que tal Espírito se uniria a tal corpo.”
335. Cabe ao Espírito a escolha do corpo em que encarne, ou
somente a do gênero de vida que lhe sirva de prova?
“Pode também escolher o corpo, porquanto as imperfeições que este apresente ainda serão, para o Espírito, provas que lhe auxiliarão o progresso, se vencer os obstáculos
que lhe oponha. Nem sempre, porém, lhe é permitida a escolha do seu invólucro corpóreo; mas, simplesmente,
a faculdade de pedir que seja tal ou qual.”
a) — Poderia o Espírito recusar, à última hora, tomar o
corpo por ele escolhido?
“Se recusasse, sofreria muito mais do que aquele que
não tentasse prova alguma.”
336. Poderia dar-se não haver Espírito que aceitasse
encarnar numa criança que houvesse de nascer?
“Deus a isso proveria. Quando uma criança tem que
nascer vital, está predestinada sempre a ter uma alma. Nada
se cria sem que à criação presida um desígnio.”
337. Pode a união do Espírito a determinado corpo ser
imposta por Deus?
“Certo, do mesmo modo que as diferentes provas, mormente quando ainda o Espírito não está apto a proceder a
uma escolha com conhecimento de causa. Por expiação,
pode o Espírito ser constrangido a se unir ao corpo de determinada criança que, pelo seu nascimento e pela posição
que venha a ocupar no mundo, se lhe torne instrumento de
castigo.”
338. Se acontecesse que muitos Espíritos se apresentassem
para tomar determinado corpo destinado a nascer, que
é o que decidiria sobre a qual deles pertenceria o corpo?
“Muitos podem pedi-lo; mas, em tal caso, Deus é quem
julga qual o mais capaz de desempenhar a missão a que a
criança se destina. Porém, como já eu disse, o Espírito é
designado antes que soe o instante em que haja de unir-se
ao corpo.”
339. No momento de encarnar, o Espírito sofre perturbação
semelhante à que experimenta ao desencarnar?
“Muito maior e sobretudo mais longa. Pela morte, o
Espírito sai da escravidão; pelo nascimento, entra para ela.”
340. É solene para o Espírito o instante da sua encarnação? Pratica ele esse ato considerando-o grande e
importante?
“Procede como o viajante que embarca para uma
travessia perigosa e que não sabe se encontrará ou não a
morte nas ondas que se decide a afrontar.”
O viajante que embarca sabe a que perigo se lança, mas não
sabe se naufragará. O mesmo se dá com o Espírito: conhece o
gênero das provas a que se submete, mas não sabe se sucumbirá.
Assim como, para o Espírito, a morte do corpo é uma espécie
de renascimento, a reencarnação é uma espécie de morte, ou
antes, de exílio, de clausura. Ele deixa o mundo dos Espíritos
pelo mundo corporal, como o homem deixa este mundo por aquele. Sabe que reencarnará, como o homem sabe que morrerá. Mas,
como este com relação à morte, o Espírito só no instante supremo, quando chegou o momento predestinado, tem consciência de
que vai reencarnar. Então, qual do homem em agonia, dele se
apodera a perturbação, que se prolonga até que a nova existência se ache positivamente encetada. À aproximação do momento de
reencarnar, sente uma espécie de agonia.
341. Na incerteza em que se vê, quanto às eventualidades
do seu triunfo nas provas que vai suportar na vida,
tem o Espírito uma causa de ansiedade antes da sua
encarnação?
“De ansiedade bem grande, pois que as provas da sua
existência o retardarão ou farão avançar, conforme as
suporte.”
342. No momento de reencarnar, o Espírito se acha acompanhado de outros Espíritos seus amigos, que vêm
assistir à sua partida do mundo incorpóreo, como
vêm recebê-lo quando para lá volta?
“Depende da esfera a que pertença. Se já está nas em
que reina a afeição, os Espíritos que lhe querem o acompanham até ao último momento, animam e mesmo lhe
seguem, muitas vezes, os passos pela vida em fora.”
343. Os que vemos, em sonho, que nos testemunham afeto
e que se nos apresentam com desconhecidos semblantes, são alguma vez os Espíritos amigos que nos
seguem os passos na vida?
“Muito freqüentemente são eles que vos vêm visitar,
como ides visitar um encarcerado.”