02/01/2021

 Olá amigos!

Segue o estudo do livro Dimensões da Verdade

Socorro Espiritual



Leitura inicial:


24 - VANTAGENS OCULTAS 

Todos precisamos de reconforto nos dias de aflição. Isso é justo. Importa, entretanto, observar que a Divina Providência não nos envia dificuldades sem motivo. Entendendo-se que o Senhor não nos relega ás próprias fraquezas e nem permite venhamos a carregar cruzes incompatíveis com as forças que nos caracterizam, fujamos de buscar a consolação por flor estéril. 

* * * 

Aproveitemos a bonança que surge em nós habitualmente após a tormenta íntima para fixarmos o valor que a experiência nos oferece. Não nos propomos a louvar situações embaraçosas e nem a elogiar os fabricantes de problemas, mas é preciso reconhecer as vantagens ocultas decorrentes das provações que nos visitam. Quem conseguiria configurar o abismo a que seríamos arrastados pelos caprichos, aos quais muitas vezes nos entregamos, confiantemente, se a desilusão não viesse despertar-nos? Quem poderia medir os espinheirais de discórdia em que chafurdaríamos o espírito, na equipe de trabalho a que pertencemos, se lutas e lágrimas sofridas em comum não nos ensinassem o benefício do entendimento e da união? 

* * * 

Ingratidão, em muitas circunstâncias, é o nome da bênção com que a Infinita Bondade de Deus nos afasta de ambientes determinados, a fim de que a cegueira não nos induza ao desequilíbrio. Obstáculo, no dicionário da realidade, em muitas ocasiões expressa apoio invisível para que não descambemos na direção das trevas. 

* * * 

Nossas provas - nossas bênçãos. 

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Reflete nos males maiores que nos alcançariam fatalmente amanhã, se não fosse o socorro providencial dos males menores de hoje, e reconhecerás que todo contratempo aceito com paciência e serenidade é sempre toque do amor de Deus, alertando-nos o coração e guiando-nos o caminho.


Trecho do Estudo:


Quando tropeçaste, supuseste que te faltaram socorros espirituais.

Quando caíste, acreditaste que a bondade celeste se esquecera de ti.

Quando sofreste, pensaste que carregavas imerecido fado. Quando perseguido, creste que pagavas um tributo injusto.

Quando fruías júbilos, porém, considerava-os como resultado do esforço próprio.

Quando desfrutavas saúde, acalentavas pensamentos frívolos que te punham em condição de privilégio.

Quando sorriam venturas e juventude, concordavas com a Sabedoria Divina.

Quando facilidades tropeçavam nos teus pés, nem sequer te lembraste da transitoriedade daquilo que se detém.

Agora, quando choras, precipitado, impões auxílio, clamas por atenuantes, exiges lenitivos...

Falas sobre a bondade dos Espíritos Puros que, nessa hora, parecem distantes...

No entanto, não examinaste antes de sofrer os que tropeçaram, caíram, sofreram e foram perseguidos, clamando por socorro, esperando também por ti...

* * *

Sim, eles sofrem contigo e gostariam de ajudar, porém te distanciaste dos abençoados Numes Tutelares, quando a eles infligiste a dura prova das tuas deserções.

O teu primeiro tropeço não poderiam eles evitar-to.

Levantaram barreiras, estabelecendo muralhas vibratórias, reiteradas vezes, em teu favor.

Arrebentaste-as todas a golpes de rebeldia e imprevidência.

A tua queda, adiaram-na eles, ajudando-te, infatigáveis, continuadamente.

Dificultaste-lhes a permanência a teu lado, azorragando-lhes a presença com a desordem e a falta de decoro na conduta.

As dores, as lágrimas, os débitos ajudaram-te eles quanto puderam, a fim de que fossem diminuídos todos...

Nos dias do teu contentamento, às horas da saúde e da juventude, nos momentos da facilidade, atiraste a oportunidade fora e espontaneamente te afastaste deles para a breve viagem de longa volta.

Insistiram contigo, através de mil lições que aproximaram do teu raciocínio.

Falaram-te pela intuição, em linguagem muda e poderosa.

Volutearam em torno de ti, buscando meios de ajudar-te.

Mantiveram entrevistas, além do corpo denso, nos momentos de parcial desprendimento pelo sono.

Oraram. Sofreram. Choraram. Não os quiseste ouvir.

Trocaste-os pelo império agradável da volúpia.

Foste viajar para longe do convívio deles. Sim, os Espíritos Bons não te esqueceram.

Tu os esqueceste.

Embora vibratoriamente ainda te encontres longe deles, estão eles perto de ti, aguardando...

Aguça a alma e rala as tuas imperfeições – ouvi-los-as.

* * *

Contam as anotações evangélicas, com riqueza de linguagem que, instado pelo próprio filho a receber seus pertences e ir para longe gozar, um pai lacrimoso, compreendendo lhe anseio, deixou o partir. Este se distanciou da casa do genitor e gozou... Até sofrer o convívio de animais em imunda pocilga. Experimentando acerbas dores morais, lembrou-se do pai amigo e, depois de recapitular mentalmente a loucura, juntou aos trapos ao corpo trôpego e, ele que saira sorrindo, ansioso, retornava lacrimoso, sem outro haver se não o tesouro da experiência, ao lar paterno que, embora fosse relevado à distância, sempre o aguardara.

Volta, também, após recapitulares as experiências, ao lar da benção - onde o dever tem primazia ao prazer - e deixa-te, humilde, banhar de paz, a paz que eles, os teus abnegados amigos espirituais, te podem doar.

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