01/04/2020

Olá! 
Segue nosso estudo de quarta-feira às 19hs.
Livro Cristianismo e Espiritismo 
IX - A Nova Revelação. O Espiritismo e a Ciência



Leitura inicial:

26 
ABENÇOA E AUXILIA 

 A vida oferece infalível receita em favor de nossa paz. Se a incompreensão nos aflige, abençoa e auxilia. Se a discórdia ameaça, abençoa e auxilia. Se a dificuldade aparece, abençoa e auxilia. Se a crítica nos vergasta, abençoa e auxilia. Se a maldade nos bate à porta, abençoa e auxilia. Se a irritação nos procura, abençoa e auxilia. Se o problema se agrava, abençoa e auxilia. Se o desânimo intenta arrasar-nos, abençoa e auxilia. Se a injúria nos visita, abençoa e auxilia. Se a provação surge mais exigente, abençoa e auxilia. Se o afeto de alguém nos abandona, abençoa e auxilia. Ainda mesmo nos dias em que a lágrima seja a única presença em nosso coração para o trabalho a fazer, abençoa e auxilia sempre, porque abençoando e auxiliando estaremos, em toda a parte, com o auxílio e com a benção de Deus. 

Por Bezerra de Menezes 

Fonte: Livro Coragem , Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos.


Trecho do estudo:


"Entre as teorias lançadas à circulação para explicar os fenômenos espíritas, a da alucinação ocupa sempre o maior lugar. Perdeu, entretanto, toda a razão de ser, à vista das fotografias de Espíritos obtidas por Aksakof, Crookes, Volpi, Ochorowicz, W Stead e tantos outros. Não se fotografam alucinações.
Os invisíveis não somente impressionaram as placas fotográficas, como também instrumentos de precisão, como os aparelhos Marey; levantam objetos materiais e os decompõem e recompõem; deixam impressões na parafina derretida. Estão aí outras tantas provas contra a teoria da alucinação, quer individual, quer coletiva.
Certos críticos acusam os fenômenos espíritas de vulgaridade, grosseria, trivialidade; consideram-nos ridículos. Essas apreciações provam incompetência. As manifestações não podem ser diferentes do que teriam sido, provindas do mesmo Espírito, quando na Terra. A morte não nos muda e nós somos, na outra vida, exclusivamente o que nós fizemos aqui na Terra. Daí a inferioridade de tantos seres desencarnados.
Por outro lado, essas manifestações grosseiras e triviais têm sua utilidade, porque é o que melhor nos revela a identidade do Espírito. Elas têm convencido inúmeros experimentadores da realidade da sobrevivência; pouco a pouco os levaram a observar, a estudar fenômenos de ordem mais elevada. Porque, como vimos, os fatos se encadeiam e ligam em ordem gradual, em virtude de um plano que parece indicar a ação de um poder, de uma vontade superior, que procura arrancar a Humanidade à sua indiferença e impeli-la para o estudo e a investigação dos seus destinos.
Os fenômenos físicos, mesas falantes, casas mal-assombradas, eram necessários para atrair a atenção dos homens, mas nisso é necessário apenas ver meios preliminares, um encaminhamento para mais elevados domínios do conhecimento.

Por muito tempo foi o Espiritismo considerado coisa ridícula: por muito tempo foram os espíritas achincalhados, escarnecidos, acusados de loucura. Mas, em todos os que se fizeram portadores de uma idéia, de uma força, de uma verdade nova, não aconteceu a mesma coisa? Louco! disseram de Galileu; loucos Giordano Bruno, Galvani, Watt, Palissy, Salomão de Caus!
A senda do progresso é, muitas vezes, ingrata aos inovadores. Tem sido regada por muitas lágrimas e por muito sangue. Aqueles, cujos nomes acabamos de citar, tiveram de abrir caminho através da conspiração dos interesses. Eram desprezados por uns, detestados e perseguidos por outros. Lutaram e sofreram; comparativamente com eles, os que são hoje apenas ridiculizados devem considerar sumamente benigna a sua sorte.
Foi inspirando-se nesses grandes exemplos que os espíritas aprenderam a suportar com paciência os sofrimentos. Uma coisa os tem consolado de todos os sarcasmos: é a certeza de que também são portadores de um benefício, de uma força, de uma luz à Humanidade.
Em cada século a Humanidade retifica suas apreciações. O que parecia grande torna-se pequeno, o que se figurava pequeno se agiganta. Hoje mesmo, já se começa a compreender que o Espiritismo é um dos mais consideráveis acontecimentos dos modernos tempos, uma das mais notáveis formas da evolução do pensamento, o germe de uma das maiores revoluções morais que o mundo terá, porventura, conhecido.
Quaisquer que sejam os motejos de que é objeto, é preciso reconhecer que ao Espiritismo é que a nova ciência psíquica deve o nascimento, porque sem ele, sem o impulso que lhe deu, todas as descobertas que se vinculam a essa ciência não teriam surgido.

No que concerne ao estudo das manifestações dos Espíritos, sentem-se os espíritas em muito boa companhia. Os nomes ilustres de Russell Wallace, de Crookes, Robert Hare, Mapes, Zõllner, Aksakof, Butlerof, Wagner, Flammarion, Myers, Lombroso, têm sido repetidamente citados. Vêem-se também sábios como os professores Barrett, Hyslop, Morselli, Bottazzi, William James, da Universidade de Harvard, Lodge, reitor da Universidade de Birmingham, o professor Richet, o coronel de Rochas, etc., que não consideram indignos deles tais estudos. Que pensar, depois disso, das acusações de ridículo e loucura? Que provam elas senão esta coisa contestadora: que o império da rotina subsiste em certos meios? O homem se inclina, muitíssimas vezes, a julgar os fatos no limite do acanhado horizonte dos seus preconceitos e dos seus conhecimentos. É preciso elevar mais alto, projetar mais longe o olhar e medir a sua fraqueza em face do Universo. Assim se aprenderá a ser modesto, a nada rejeitar nem condenar sem prévio exame.
Tem-se procurado explicar todos os fenômenos do Espiritismo pela sugestão e pela dupla personalidade. Nas experiências, dizem, o médium se sugestiona a si mesmo, ou, ainda, padece a influência dos assistentes.
A sugestão mental, que outra coisa não é senão a transmissão do pensamento, não obstante as dificuldades que apresenta, pode compreender-se e estabelecer-se entre dois cérebros organizados, por exemplo entre o magnetizador e o sensitivo. Pode-se, porém, acreditar que a sugestão opere sobre mesas? Pode-se admitir que objetos inanimados sejam aptos a receber e reproduzir as impressões dos assistentes?
Com essa teoria não se poderiam explicar os casos de identidade, as revelações de fatos, de datas, ignorados do médium e dos circunstantes, as quais se produzem muitíssimas vezes nas experiências, tanto como as manifestações contrárias à vontade de todos os espectadores. Algumas vezes, particularidades absolutamente ignoradas de toda criatura na Terra têm sido reveladas por médiuns e depois averiguadas e reconhecidas exatas. Disso há exemplos notáveis na obra de Aksakof, Animismo e Espiritismo e na de Russell Wallace, O Moderno Espiritualismo, assim como casos de mediunidade verificados em crianças de tenra idade, os quais, do mesmo modo que os precedentes, não poderiam ser explicados pela sugestão.

Segundo os Srs. Pierre Janet e Ferre  - e aí está uma explicação de que freqüentemente se servem os adversários do Espiritismo - deve-se comparar um médium escrevente a um sensitivo hipnotizado, ao qual se sugere uma personalidade durante o sono, e que, ao despertar, tem perdido a lembrança dessa sugestão. O sensitivo escreve inconscientemente uma carta, uma narrativa referente a essa pessoa imaginária. Aí está, dizem, a origem de todas as comunicações espíritas.
Todos os que possuem alguma experiência do Espiritismo sabem que essa explicação é inadmissível. Os médiuns, escrevendo de um modo automático, não são previamente mergulhados em sono hipnótico. É no estado de vigília, na plenitude de suas faculdades e do seu eu consciente que os médiuns escrevem, sob o impulso dos Espíritos. Nas experiências do Senhor Janet, há sempre um hipnotizador em ligação magnética com o sensitivo. Não é isso o que se dá nas sessões espíritas; nem o evocador, nem os assistentes atuam sobre o médium; este ignora absolutamente o caráter do Espírito que vai intervir. Muitas vezes mesmo, as perguntas são dirigidas aos Espíritos por incrédulos, mais dispostos a combater a manifestação do que a facilitá-la.
O fenômeno da comunicação gráfica não consiste unicamente no caráter automático do escrito, mas, sobretudo, nas provas inteligentes, nas identidades que testifica. Ora, as experiências do Senhor Janet nada de semelhante fornecem, absolutamente. As comunicações sugeridas aos sensitivos hipnotizados são sempre de acabrunhadora banalidade, ao passo que as mensagens dos Espíritos contêm, muitas vezes, indicações, revelações que se relacionam com a vida presente e passada de seres que na Terra conhecemos, que foram nossos amigos ou parentes, particularidades ignoradas do médium e que revestem cunho de certeza que os distingue, absolutamente, das experiências de hipnotismo.

Não se conseguiria, mediante a sugestão, fazer escreverem analfabetos, obter, por meio de um velador, poesias como as que recolheram o Senhor Jaubert, presidente do Tribunal de Carcassone e que obtiveram prêmios nos jogos florais de Tolosa. Nem por esse meio se poderia, igualmente, provocar a aparição de mãos, de formas humanas, nem ainda a escrita em ardósias trazidas por observadores que não as largaram um momento.
É preciso recordar que a doutrina dos Espíritos foi constituída mediante numerosas comunicações, obtidas por médiuns escreventes, aos quais eram absolutamente estranhos tais ensinos. Quase todos haviam sido embalados em sua infância pelos ensinos das igrejas, pelas idéias de inferno e paraíso. Suas convicções religiosas, as noções que sobre a vida futura possuíam, estavam em flagrante oposição com as opiniões expostas pelos Espíritos. Neles não havia idéia alguma preconcebida da reencarnação, nem das vidas sucessivas da alma, nem da verdadeira situação do Espírito depois da morte, coisas essas expostas nas comunicações obtidas. Há nisso uma objeção irrefutável à teoria da sugestão; a realidade objetiva das comunicações ressalta com tanto mais vigor, quanto os médiuns não se achavam de modo algum preparados, pela sua educação e por suas opiniões pessoais, para as concepções transmitidas pelos Espíritos.
É evidente que, no meio da enorme quantidade de fatos espíritas atualmente registrados, muitos há medíocres e pouco concludentes, outros que podem ser explicados pela sugestão ou pela exteriorização do sensitivo. Em certos grupos espíritas, são as pessoas levadas a tudo aceitar como procedente dos Espíritos e não põem convenientemente de parte os fenômenos duvidosos. Por muito ampla, porém, que seja a parte atribuída a estes, resta um imponente conjunto de manifestações inexplicáveis pela sugestão, pelo inconsciente, pela alucinação e por outras análogas teorias.

Os críticos procedem sempre de modo uniforme a respeito do Espiritismo. Não se ocupam senão de um gênero especial de fenômenos e afastam propositadamente da discussão tudo o que não podem compreender nem refutar. Desde que acreditam haver encontrado a explicação de alguns fatos insulados, apressam-se a concluir pelo absurdo do conjunto. Ora, quase sempre a sua explicação é inexata e deixam na penumbra as provas mais flagrantes da existência dos Espíritos e da sua intervenção nas coisas humanas.
Outra teoria, muitas vezes invocada pelos contraditores da idéia espírita, é a do inconsciente, ou do ego inconsciente. A ela se reportam numerosos sistemas, obscuros e complicados.
Segundo essa teoria, dois seres co-existiriam em nós: um consciente, que se conhece e se possui; outro inconsciente, que a si próprio se ignora, como é por nós ignorado e que, todavia, possui faculdades superiores às nossas, pois que lhe são atribuídos todos os fenômenos do magnetismo e do Espiritismo; e não somente haveria um segundo nós mesmos, mas um terceiro, um quarto e mais até, porque certos teóricos admitem no homem a existência de grande número de personalidades, de consciências diferentes. Esse sistema é conhecido sob o nome de policonsciência.

Conforme demonstrou o Sr. Charles Richet no seu livro O homem e a inteligência, o sonambulismo provocado, o que se denomina a dupla personalidade representa, simplesmente, os diversos estados de uma única e mesma personalidade. Assim também o inconsciente não é mais que uma forma da memória, o despertar em nós de lembranças, de faculdades, de capacidades adormecidas. Os teoristas do inconsciente pretendem, por esse meio, combater o maravilhoso e inventam um sistema ainda mais fantástico e complicado do que tudo o que colimam. Não só a sua teoria é ininteligível, mas não explica absolutamente os fenômenos espíritas, porque não se pode compreender como o inconsciente produziria formas de finados, comunicações inteligentes por meio de sons ou de pancadas e todos os fatos outros atestados por experimentadores de todos os países."