Olá amigos!
Segue nosso estudo da Tarde Fraterna
Tema: Pneumatografia
LEITURA INICIAL – LIVRO VIDA FELIZ 103
Examina quanto tempo diariamente dedicas à tua vida espiritual.
Trabalhas, veste-te, distrai-te, alimenta-te, dormes e reservas
breves minutos ao espírito encarnado, mediante uma rápida oração, uma pequena
leitura, ou ouves uma palestra, às vezes nenhuma destas concessões lhe
facultas.
O homem não é somente o corpo-mente. Antes de tudo é o ser
espiritual, que conduz os implementos corpo-mente e exige atendimento espiritual
para bem executar as tarefas que lhe dizem respeito.
O corpo necessita de cuidados para viver, mas, a alma, também.
PNEUMATOGRAFIA – Fonte:
Teoria da Mediunidade
Comunicação que se realiza por meio da escrita direta
do Espírito, ou seja, sem o uso da mão do médium e de qualquer material ou
instrumento visíveis.
Daí, a pneumatografia (do gr. pneuma, sopro, espírito
+ logia) ser também conhecida como escrita direta.
Colocando-se, por exemplo, uma ou mais folhas de papel
branco entre as páginas de um livro, sobre uma mesa, numa gaveta ou em qualquer
lugar, ao cabo de algum tempo, encontrar-se-ão traçados no papel, letras,
sinais, palavras, frases e, às vezes, textos inteiros.(1).
(1) Alguns
médiuns operaram, também, com ardósias. Por vezes, com ardósias duplas
amarradas e, até, lacradas, como, por exemplo, ocorria com o famoso médium
inglês Henry Slade.
“O fenômeno da escrita direta é, não há negar, um
dos mais extraordinários do Espiritismo; mas, por muito anormal que pareça, à
primeira vista, constitui hoje, fato averiguado e incontestável”, já,
assinalava KARDEC em 1861. (2).
(2) KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, p. 192, item
146, Cap. XII.
Como todos os fenômenos mediúnicos, as manifestações
pneumatográficas estiveram presentes desde a Antiguidade. Nos tempos modernos,
coube ao Barão de GULDENSTUBBÉ (1820-1873), o mérito de ter feito as
experiências pioneiras e a publicação do primeiro livro sobre o tema.(3).
(3) La Realité des Esprits et du phénomène merveilleux
de l’ecriture direct. (A Realidade dos Espíritos e do maravilhoso fenômeno da
escrita direta), Paris: LEYMARIE, 1957.
GULDENSTUBBÉ, que seria o introdutor das “mesas
girantes” na França, escreveu, também, Pneumatologie positive et experimental
(Pneumatologia positiva e experimental).
Referindo-se ao relato de GULDENSTUBBÉ sobre essas
experiências, escreve DELANNE:
“Em um belo dia (1o de agosto de 1856), veio-lhe o
pensamento de experimentar se os Espíritos podiam escrever diretamente, sem o
auxílio de um médium. Conhecendo a escrita direta misteriosa do Decálogo,
segundo Moisés, a escrita igualmente direta e misteriosa na sala do festim do
Rei Baltazar, segundo Daniel, (4) e tendo também ouvido falar dos mistérios
modernos de Straford, na América, onde se acharam certos caracteres ilegíveis e
estranhos traçados num pedaço de papel e que não pareciam provir dos médiuns, o
autor quis certificar-se da realidade de um fenômeno cujo alcance seria imenso,
se fosse verdadeiro”.
(4) A citação de Guldenstubbé refere-se ao Livro de
Daniel, Cap. 5.10 - 29 a 29, O festim de Baltasar.
Conforme o texto, durante esse festim, oferecido pelo
rei Baltasar, filho de Nabucodonosor, materializou-se uma mão escrevendo, em
aramaico, numa das paredes do palácio real, as palavras, Mane, Tecel e Parsin.
Diante da incapacidade mostrada pelos sábios da corte,
de encontrar o significado dessas palavras, foi consultado Daniel, que as
traduziu: “Mane - Deus contou os anos do teu reinado e nele
põe um fim; Tecel foste pesado na
balança e considerado deficiente; Parsin - teu reino foi dividido e
entregue aos medos e aos persas”.
“Colocou, portanto, uma folha de papel em branco e
um lápis aparado dentro de uma caixinha fechada a chave, guardando sempre essa
chave consigo e a ninguém dando parte da sua experiência.
Durante doze dias, esperou inutilmente, sem observar o
menor traço no papel, mas, a 13 de agosto de 1856, o seu espanto foi grande
quando notou certos caracteres misteriosos no papel; apenas sucedeu tal fato,
ele repetiu por dez vezes a experiência no mesmo dia, para sempre memorável,
colocando, no fim de cada meia hora, uma nova folha de papel em branco na
caixinha. A experiência foi coroada de êxito completo.
No dia imediato, 14 de agosto, fez de novo umas vinte
experiências, deixando a caixinha aberta e não a perdendo de vista; viu, então,
que caracteres e palavras na língua estônia formavam-se ou eram gravados no
papel, sem que o lápis se movesse. Desde então, vendo a inutilidade do lápis,
cessou de pô-lo sobre o papel e, colocando simplesmente uma folha de papel
dentro de uma gaveta, em sua casa, obteve também comunicações. (No fím da obra
do Barão de Guldenstubbé encontram-se fac-similes dessas escritas).
O Barão de Guldenstubbé repetiu a experiência em
presença do Conde d’Ourches, e este obteve uma comunicação de sua mãe, cuja
assinatura e letra foram reconhecidas como autênticas, quando comparadas com as
dos autógrafos que o Conde possuía.
Esses primeiros ensaios foram seguidos de muitos
outros (...).” (5).
(5) DELANNE, Gabriel. O Fenômeno Espírita. (Orig. Le
Phénomène Spirite). 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1992, pp. 120 e 121. Trad.
Francisco Raymundo Ewerton de Quadros.
Observa Léon DENIS, a respeito, que,
GULDENSTUBBÉ obteve numerosas mensagens escritas, nas mais diversas condições.
Anota o venerável mestre de Tour:
“Sem o concurso de pessoa alguma, sendo ele próprio
indubitavelmente médium, obteve, em variadíssimas condições, numerosas
mensagens escritas. Suas mais notáveis experiências foram efetuadas no Louvre,
no Museu de Versalhes, na basílica de Saint- Denis, na abadia de Westminster,
no British Museum e em diversas igrejas ou monumentos, em ruínas, da França, da
Alemanha e da Inglaterra.
Entre as testemunhas desses fatos cita ele o Sr.
Delamare, redator-chefe de ‘La Patrie’; Croisselat, redator do ‘Universo’; R.
Dale Owen, Lacordaire, irmão do grande orador, o historiador De Bonnechose, o
Príncipe Leopoldo Galitzin, o Reverendo W. Mountfort, cujo depoimento a esse
respeito foi publicado pelo ‘The Spiritualist’, de 21 de dezembro de 1877.
O barão colocava algumas folhas de seu próprio
canhenho em lugares ocultos, sem lápis nem coisa alguma que servisse para
escrever. Afastava-se alguns passos, sem perder de vista um só instante o
objeto da experimentação, e depois retirava o papel, em que se achavam escritas
mensagens inteligíveis.” (6).
(6) DENIS, Léon. No Invisível. 15. ed. Rio de janeiro:
FEB, pp. 219 e 220.
Com a repercussão dos resultados alcançados por
GULDENSTUBBÉ na Europa, renomados cientistas dedicaram-se ao exame de tais
fenômenos (CROOKES, ZÖLLNER, BARRET, WALLACE, RICHET, GIBIERe outros), operando
com médiuns tão notáveis como EGLINTON, SLADE, MONCK, WATKINS, Eusápia
PALADINO, Kate FOX-JENCKEN, Sra. EVERITT, Mary MARSHALL, dentre outros.
Dado interessante é que a escrita direta pode ser produzida
em cores e, também, em outras superfícies.
A famosa médium inglesa Mary MARSHALL, por exemplo,
produziu a escrita em lâminas de vidro.
E com a médium húngara Lujza Linezegh IGNATH, em Oslo,
a escrita chegou a ser produzida sobre tabletes de cera, em uma caixa fechada! (7).
(7) Annales des
Sciences Psychiques, 1907. Apud FODOR, Nandor. An Ençyclopaedia of Psichic
Sciences, p. 96.
* * *
Necessário ressaltar que, seguidamente, o fenômeno da
escrita direta tem sido confundido com o da materialização.
Na pneumografia, propriamente, os Espíritos dispensam
a colocação, junto com o papel ou a ardósia, de qualquer lápis, giz ou outro
elemento que possa ser usado para a escrita. O material usado deriva da
manipulação do ectoplasma.
Observou KARDEC:
“Julgou-se, a princípio, ser preciso colocar-se aqui
ou ali um lápis com o papel (...). Não tardou, porém, se reconhecesse que o
lápis era dispensável; que bastava um pedaço de papel, dobrado ou não, para
que, ao cabo de alguns minutos, se achassem nele grafadas as letras. (...) Para
escrever dessa maneira, o Espírito não se serve das nossas substâncias, nem de
nossos instrumentos. Ele próprio fabrica a matéria e os instrumentos (...)
Possível lhe é, portanto, fabricar tanto o lápis vermelho, a tinta de imprimir,
a tinta comum, como o lápis preto, ou, até, caracteres tipográficos bastante
resistentes para darem relevo à escrita, conforme temos tido o ensejo de
verificar.” (8).
(8) KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, p. 195, item
148, Cap. XII.
Anotava, a propósito, o conhecido médium e escritor
Stainton MOSES, que, em 1876, depois de ser informado de que não era necessário
aos médiuns contarem com qualquer material para a escrita direta, MAGUS, um de
seus mentores espirituais, escreveu em azul quando não havia nenhum lápis azul
na sala e produziu uma mensagem em vermelho num livro fechado. Quando foi
pedida uma mensagem colorida, os nomes de cinco pesquisadores apareceram num
livro fechado, em vermelho, azul e preto.(9).
(9) Annales des Sciences Psychiques, 1907. Apud
FODOR, Nandor. An Ençyclopaedia of Psichic Sciences, p. 97.