01/12/2015

NATAL

Natal! Grande bolo à mesa,

A árvore linda em festa.

O brilho da noite empresta

Regozijo ao coração...

É como se a Natureza

Trouxesse Belém de novo

Para os júbilos do povo

Em doce fulguração.

Tudo é bênção que se enflora,

De envolta na melodia

Da luminosa alegria

Que te beija e segue além...

Mas se reparas, lá fora,

O quadro que tumultua,

Verás quem passa na rua

Sem ânimo e sem ninguém.

Contemplarás pequeninos

De faces agoniadas,

Pobres mães desesperadas,

Doentes em chaga e dor...

E, ajudando aos peregrinos

Da esperança quase morta,

Talvez enxergues à porta

O Mestre pedindo amor.

É sim!... É Jesus que volta

Entre os pedestres sem nome,

Dando pão a quem tem fome,

Luz às trevas, roupa aos nus!

Anjo dos Céus sem escolta,

Embora a expressão serena,

Tem nas mãos com que te acena

Os tristes sinais da cruz.

Natal! Reparte o carinho

Que te envolve a noite santa

Veste, alimenta e levanta

O companheiro a chorar.

E, na glória do caminho

Dos teus gestos redentores,

Recorda por onde fores

Que o Cristo nasceu sem lar.

Do livro ANTOLOGIA MEDIÙNICA

DO NATAL, Francisco Cândido Xavier,

Irene S. Pinto