Emmanuel
Por
volta de 79 a.C. viveu Públio Lentulus Sura, um cônsul, um homem de muito poder
e impiedoso. Sura foi contemporâneo de Caio Júlio César, Marco Túlio Cícero,
além de aliado político do temível Sérgio Lúcius Catilina. A personalidade do
cônsul aparece claramente como a de um homem que se acreditava destinado a
governar Roma e que o teria feito se tivesse sido vitorioso na famosa rebelião
que participou como figura exponencial.
Enganado por uma profecia sobre três Cornelius governando Roma, imaginou-se como sucessor de seus parentes distantes. Um pouco mais tarde, Tertuliano o condenou à morte, estrangulado, em 5 de dezembro do ano de 63 a.C. Depois de se passarem aproximadamente 94 anos reencarna como senador do Império Romano, agora como Públio Lentulus Cornelius, bisneto de Públio Lentulus Sura, sua reencarnação anterior. Públio Lentulus era um homem orgulhoso, mas nobre.
Enganado por uma profecia sobre três Cornelius governando Roma, imaginou-se como sucessor de seus parentes distantes. Um pouco mais tarde, Tertuliano o condenou à morte, estrangulado, em 5 de dezembro do ano de 63 a.C. Depois de se passarem aproximadamente 94 anos reencarna como senador do Império Romano, agora como Públio Lentulus Cornelius, bisneto de Públio Lentulus Sura, sua reencarnação anterior. Públio Lentulus era um homem orgulhoso, mas nobre.
Casou-se
com uma excepcional mulher, Lívia, que ele tanto amou, mas que também, trouxe-lhe
grande revolta e sofrimento por haver abraçado o Cristianismo. Tinham dois
filhos, Flávia Lentúlia e Marcus. Sua filha fora atacada pelo mal da lepra,
hoje conhecido como hanseníase. Como Flávia estava muito doente, Públio
Lentulus recebeu do Imperador Tibério a designação para alto cargo público na
Palestina, onde havia um clima muito mais ameno para que a menina pudesse de
alguma forma se restabelecer.
Foi
desta forma que ele teve a grande oportunidade de encontrar Jesus. Sua esposa
Lívia, que já houvera ouvido falar do Nazareno, implorou-lhe que pudesse
procurar o profeta na esperança de uma cura definitiva para a pequenina, visto
o grande número de comentários do povo naquela época sobre as curas operadas
por Jesus. O senador aquiesceu ao pedido da esposa amada, dizendo-lhe, porém,
que iria à procura do Messias, mas que não chegaria ao cúmulo de abordá-lo
pessoalmente.
Na
cidade de Cafarnaum, na Galiléia, quando as horas mais movimentadas do dia se
escoram e o crepúsculo começou a se fazer visível, o senador então se colocou a
caminho indo em direção a um lago da cidade. Depois de mais de uma hora de
expectativa, deu-se então o encontro de Públio Lentulus com Jesus. Diante de
seus olhos ansiosos, estava uma personalidade inconfundível e única.
Lágrimas
ardentes rolaram-lhe dos olhos, que raras vezes haviam chorado, e força
misteriosa e invencível fê-lo ajoelhar-se na relva lavada em luar. Desejou
falar, mas tinha o peito sufocado e opresso. Foi quando, então, num gesto doce
e de soberana bondade, o meigo Nazareno caminhou para ele, era como se aquela
visão fosse a visão concretizada de um dos deuses de suas antigas crenças, e,
pousando carinhosamente a destra em sua fronte, exclamou em linguagem
encantadora, que Públio entendeu perfeitamente, dando-lhe inesquecível
impressão de que a palavra era de espírito para espírito, de coração para
coração.
O
senador quis falar, mas a voz estava embargada pela emoção e por profundos
sentimentos. Desejou retirar-se, porém, nesse momento, notou que o Profeta de Nazaré
se transfigurava de olhos fixos no céu.... Aquele lago, o Lago de Genesaré,
deveria ser um santuário de Suas meditações e de Suas preces, no coração
perfumado da natureza. Lágrimas copiosas lhe lavaram o rosto, banhado, então
por uma claridade branda, evidenciando a Sua beleza serena e indefinível
melancolia…
Quais
consequências desse encontro com o Divino Mestre? A cura de sua filha, Flávia.
Lívia, esposa do senador, que era uma dama patrícia, torna-se cristã. E ele,
que fora convidado pelo mestre a segui-lo, entre as opções que lhe foram
apresentadas, de servir Deus ou a Mamon, escolheu servir a Mamon, ao mundo.
Retornou às lides políticas e recusou-se a admitir ser Jesus o autor do
restabelecimento da menina. No dia em que Jesus foi julgado e condenado à morte
o patrício romano esteve ao lado de Pôncio Pilatos, mas nada disse ou fez em
benefício do nazareno.
Somente
mais tarde, Públio Lentulus viera a compreender e aceitar o Evangelho de Jesus
nos derradeiros tempos de sua romagem terrestre, quando regressou de Jerusalém
para sua residência em Pompéia. Após anos de cegueira, ele desencarnou na
polvorosa erupção do Vesúvio, em agosto do ano 79 da nossa era, entre chuvas de
cinza e pedra, explosões ensurdecedoras, relâmpagos, ondas de lama, num espetáculo
de horror...
No
prefácio do livro “Há dois mil anos” ele escreve: ”Para mim essas recordações
têm sido muito suaves, mas também muito amargas. Suaves pela rememoração das
lembranças amigas, mas profundamente dolorosas, considerando meu coração empedernido,
que não soube aproveitar o minuto radioso que soara no relógio da minha vida de
Espírito, há dois mil anos”. Em 20 de dezembro de 1971, no canal 4, da extinta
TV Tupi, no programa Pinga Fogo, Francisco Cândido Xavier confirmou que
Emmanuel fora o Padre Manoel da Nóbrega, o admirável padre que antes de
reencarnar, visitou em espírito o Brasil recém descoberto; contemplou as
florestas, apiedou-se dos indígenas e amou a Terra de Santa Cruz.
Prepara-se
para a grande missão que Deus lhe reservara. Emmanuel, este é o nome de uma das
mais luminosas entidades espirituais a figurais nos arraiais espiritistas.
Quando citamos o nome do Mentor, nos lembramos sempre do espírito humilde,
generoso, de personalidade, cujas características demonstram uma evolução intelecto-moral
equilibrada. Todavia, a participação do nobre espírito junto ao Espiritismo
antecede o transplante do Consolador para as plagas brasileiras, pois existe
uma página de sua autoria espiritual em “o Evangelho segundo o Espiritismo”, no
capítulo XI, ”Amar o próximo como a si mesmo”, no item 11, intitulada “O
egoísmo”. Ele escreveu essa mensagem em Paris, em 1861.
Dentre
as várias obras que Emmanuel psicografou por Chico, seria impossível deixar de
citar os cinco romances produzidos nas décadas de 40 e 50: “Há dois mil anos,
Cinquenta anos depois, Ave, Cristo, Paulo e Estevão e Renúncia, relatando
alguns deles, algumas de suas experiências reencarnatórias.
É
considerado no meio espírita como quinto evangelista pela superior
interpretação do pensamento de Jesus, analisando os sublimes textos do
Evangelho nos seus livros, principalmente em: Caminho, Verdade e Vida; Pão
Nosso; Vinha de Luz; Fonte Viva e Palavras de vida Eterna.
Durante
toda a elaboração da extensa obra mediúnica de Chico Xavier, Emmanuel deu
incontestáveis e intermináveis atendimentos; nas memoráveis reuniões
psicográficas de consolo, atendendo a familiares deste e do outro mundo; durante
os trabalhos assistenciais de todos os matizes; nas sessões de desobsessão e
assistência aos espíritos sofredores; nas apresentações públicas do médium e, sobretudo,
nos episódios em que foram desferidos os mais sarcásticos ataques ao tutelado e
à causa espírita. Jamais o amoroso Mentor de Chico deixou de representar a
presença marcante da proteção e da Assistência Divina, atestando sua obra
imbatível que frutifica e ainda muito frutificará, pois tem por alicerce a mensagem
rediviva do próprio Cristo de Deus.
Texto
do livro
“Emmanuel
Responde”
Psicografia
de Chico Xavier e Wagner Gomes da Paixão
Ed.
União Espírita Mineira