O homem que morreu ao ser atacado por leão que criava no quintal de casa
Publicado
em 07 de maio de 2019
Um
homem morreu ao ser atacado por um dos leões que criava no quintal de casa na
cidade de Zechov, no leste da República Tcheca.
Michal
Prasek, de 33 anos, era dono de dois leões - um macho de nove anos, autor do
ataque, e uma fêmea mais nova -, o que era motivo de preocupação dos vizinhos.
O pai
encontrou o corpo do filho dilacerado dentro da jaula na manhã de terça-feira e
contou à imprensa local que ela estava trancada por dentro.
Os
animais - que viviam em compartimentos separados - foram mortos a tiros pela
polícia, que alegou ser a única maneira de recuperar o corpo. De acordo com o
site de notícias Novinky.cz, a fêmea estava grávida.
O
corpo de Prasek foi levado para autópsia, que vai confirmar a causa da morte.
Polêmica
Prasek
adquiriu o primeiro leão em 2016 e, um ano depois, comprou uma leoa pensando na
reprodução dos animais. Ele próprio construiu as jaulas no quintal da casa onde
morava com a família.
A
criação desses animais gerou preocupação por parte dos vizinhos e resultou em
uma intervenção fracassada das autoridades, que não encontraram razões legais
para forçá-lo a desistir da ideia.
As
licenças para construção das jaulas foram negadas e, consequentemente, Prasek
foi multado pela criação ilegal de animais.
Mas o
embate chegou a um impasse depois que ele se recusou a permitir que entrassem
em sua propriedade.
Como
não havia instalações alternativas para realocar os leões, tampouco provas de
que estavam sendo maltratados, as autoridades não podiam levá-los à força.
O caso
ganhou as manchetes dos jornais locais no verão passado, quando um ciclista
colidiu com a leoa enquanto Prasek passeava com ela amarrada a uma corrente.
A
polícia interveio, mas o incidente foi considerado um acidente de trânsito.
Notícia publicada na BBC Brasil, em 6 de março de 2019.
Glória Alves comenta
“E
disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e
domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e
sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.” (Gênesis
1:26)
Um
homem morreu ao ser atacado por um dos leões que criava no quintal de casa na
cidade de Zechov, no leste da República Tcheca; assim começa a matéria da BBC
News.
Quantos
são os casos na Internet sobre animais silvestres (ou selvagens) que são
criados como animais domésticos pelos seus donos e que têm um final trágico.
Em
2018, um urso pardo mata e come um caçador russo. Sergey Grigoriyev foi morto e
devorado pelo urso que ele adotara ainda filhote e o tratara como animal de
estimação. Segundo a investigação, o urso, chamado Vorchun, escapou da jaula e
atacou Sergey. Ele também comeu um dos cães do caçador. Esses são alguns dos
muitos de casos relatados pelas mídias.
Nessa
matéria, o fim de Michal Prasek não foi diferente, acreditando poder criar
leões como se fossem pets, terminou sendo morto por um deles. Prasek era dono
de dois leões, um macho de nove anos, que o atacou, e uma fêmea mais nova, que
ele levava para passear pelas redondezas, e que foi morta pela polícia local.
As
autoridades competentes de Zechov nada puderam fazer contra Prasek porque não
havia um local apropriado para receber os animais, e tampouco provas de que os
animais estavam sendo maltratados, então, ficou o dito pelo não dito, e a tragédia
anunciada veio logo em seguida.
De
acordo com o Ministério de Meio Ambiente da República Tcheca, existem no país
vários criadouros privados, nos quais vivem 44 leões, 49 pumas, 20 tigres e
oito leopardos.
Contudo
fica uma dúvida no ar, será mesmo que não seriam provas de maus tratos, manter
um animal de vida livre na floresta em espaço e ambiente físico e social
empobrecido, fora de seu habitat natural, podendo levar esses animais ao
estresse? Segundo Ceres Berger Faraco, médica veterinária e doutora em
psicologia, o “estresse devido a manipulação humana pode desencadear agressões
inesperadas, e isto ocorre, mesmo em animais reconhecidamente dóceis como os
pandas e coalas.”
Tudo
em a natureza terrestre seguem ciclos, a nossa vida como a vida dos animais tem
seus ciclos naturais, os que os animais fazem está dentro da lei do
determinismo, do instinto; um predador quando destrói o outro é para comer e
não pelo prazer de destruir; enquanto que o homem, dotado de livre-arbítrio,
destrói sem necessidade. Manter animais que nasceram livres nas florestas em
cativeiros, causando danos em seu desenvolvimento pelo prazer de tê-los a sua
disposição, ao seu bel-prazer, fora de seu habitat natural, é uma violação das
leis de Deus.
Nenhum
de nós tem o direito ilimitado de destruição sobre os animais, como a caça, por
exemplo; o abuso nunca foi ou será um direito; os Espíritos Benfeitores da
Humanidade, em “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, esclarece que, ao
homem, “esse direito é regulado pela necessidade de prover ao seu sustento e à
sua segurança.”(1)
Dessa
forma, elucida o Espírito Erasto, que “Deus pôs os animais ao nosso lado como
auxiliares para nos nutrir, vestir, acompanhar. Deu-lhes certa dose de
inteligência porque, para nos auxiliar, necessitavam compreender, e lhes
dimensionou a inteligência aos serviços que estão chamados a prestar.”(2)
Temos
inúmeros exemplos de animais auxiliares do homem, porém os dos cães guias são
emocionantes. Adoráveis, inteligentes (inteligência da vida material) e
companheiros, como o labrador e o golden retriever ou o pastor alemão e o
border collie, que são verdadeiros companheiros. Principalmente dos deficientes
visuais.
O que
leva o homem a buscar o convívio doméstico dos animais silvestres, buscando
neles companheiros ou criando-os em cativeiros? Na Arábia Saudita virou moda
entre jovens ricos ter animais selvagens.
Conheço
algumas pessoas que dizem preferir conviver com os animais do que com o ser
humano, elas confiam mais nos animais do que nas pessoas, porque não traem e
não são falsos, não ficam magoados e não guardam rancor.
O
escritor e orador espírita Divaldo Franco, em um artigo publicado no jornal A
tarde, coluna Opinião, de 29 de novembro de 2018, Amor aos Animais, e
republicado no site da Federação Espírita Brasileira (FEB), diz: “Não me parece
feliz a troca afetiva, porque o instinto de preservação da vida também se
encontra nos animais e, graças ao instinto, em algumas vezes sucedem graves
acontecimentos entre esses e os seus cuidadores.”(3)
Os
animais têm a sua linguagem, os seus afetos, a sua inteligência rudimentar, com
atributos inumeráveis. São os nossos irmãos mais próximos, merecendo, por esse
motivo, a nossa proteção e amparo.
Retornando
ao início do nosso comentário: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves
dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se
move sobre a terra.”
O
homem está para o animal simplesmente como um superior hierárquico; “a
inteligência do homem e a dos animais emanam de um mesmo princípio, mas no
homem a inteligência passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe
no animal.”(4)
A lei
maior divina é a lei de amor. Esse amor deve se estender não só ao próximo como
a nós mesmos, mas também ao Planeta e a todas as criaturas que nele vivem. Temos
a obrigação sagrada e o dever de amparar nossos irmãos menores na escala
progressiva de suas posições variadas do Planeta, esse é o domínio dado por
Deus ao homem. Agindo desse modo cumpriremos o Maior mandamento da Lei: “Amarás
o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu
espírito.”
Referências
Bibliográficas:
(1) O Livro dos Espíritos - Da Lei de Destruição - Q. 734;
(2) Revista Espírita 1861 - Agosto - Dissertações e ensinos
espíritas - Os animais médiuns;