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Francisco
Cândido Xavier (02.04.1910 - 30.06.2002)
Filho
de João Cândido Xavier e Maria João de Deus, nasceu em Pedro Leopoldo (MG). Sua
mãe faleceu quando ele tinha apenas 5 anos. Dos nove filhos, seis foram
entregues a padrinhos e amigos. Chico sofreu muito em companhia de sua
madrinha. Conta ele, que apanhava três vezes
por dia, com vara de marmelo.
O
pai de Chico casou-se novamente; desta feita com Cidália Batista, de cujo
casamento advieram mais seis filhos (entre eles João Cândido).
Por
essa ocasião, deu-se o seu retorno à companhia do pai, dos irmãos e de sua
segunda mãe, dona Cidália, que tratava a todos com muito carinho. Sua
escolaridade vai até o curso primário, como se dizia antigamente. Trabalhou a
partir dos oito anos de idade. Chico sempre se sustentou com seu modesto
salário, não onerando a ninguém. Aposentou-se como datilógrafo subordinado ao
Ministério da Agricultura. Jamais se locupletou como médium.
Ganhava, dos mais simples
aos mais valorizados presentes (canetas, fazendas, carros), mas, de tudo se
desfazia educadamente. Dos quatrocentos e doze livros psicografados, os quais
pela lei dos homens lhe pertenciam os direitos autorais, de todos se desfez
doando-os a federativas espíritas e a instituições assistenciais beneficentes,
num verdadeiro exemplo vivo de cidadania e amor ao próximo.
Católico
até o ano de 1927, com a obsessão de uma de suas irmãs, a família teve que
recorrer ao casal Perácio, espíritas, que após algumas reuniões e o esforço da
família do Chico, viu-se curada. A partir daí, foi mantido o Culto do Evangelho
no Lar, e naquele ano de 1927, Chico, respeitosamente, despediu-se do bondoso
padre, que lhe desejou amparo e proteção no novo caminho.
No
ano de 1927, funda em Pedro Leopoldo, junto com outras pessoas, o Centro
Espírita Luiz Gonzaga. Em 8.07.1927 tem contato com Emmanuel pela primeira vez.
Em 1959 transferiu-se para Uberaba, onde viveu até seu desencarne.
A obra literária do Chico
é bastante diversificada, sendo sua produção em prosa e verso, que nós, na mera
condição de leitor, classificamo-la como: reveladora, identificadora, romances,
histórico-geográfico, contos, reportagem, infantis, humorísticos, científicos,
de mensagens, etc.
Em
“Parnaso de Além-Túmulo”, (FEB – edição de 1972) - Chico nos diz:
"A sensação que
sempre senti, ao escrevê-las (referindo-se a poesias
recebidas mediunicamente), era a de que vigorosa mão impulsionava a minha.
Doutras vezes, parecia-me ter em frente um volume imaterial, onde eu as lia e
copiava; e, doutras, que alguém mas ditava aos ouvidos, experimentando sempre
no braço, ao psicografá-las, a sensação de fluidos elétricos que o envolvessem,
acontecendo o mesmo com o cérebro, que se me afigurava invadido por
incalculável número de vibrações indefiníveis. Certas vezes, esse estado
atingia o auge, e o interessante é que parecia-me haver ficado sem o corpo, não
sentindo, por momentos, as menores impressões físicas. É o que experimento,
fisicamente, quanto ao fenômeno que se produz frequentemente comigo."
Fonte: Portal www.100anoschicoxavier.com.br