03/07/2019

Francisco Cândido Xavier









Francisco Cândido Xavier   (02.04.1910 - 30.06.2002)



Filho de João Cândido Xavier e Maria João de Deus, nasceu em Pedro Leopoldo (MG). Sua mãe faleceu quando ele tinha apenas 5 anos. Dos nove filhos, seis foram entregues a padrinhos e amigos. Chico sofreu muito em companhia de sua madrinha. Conta ele, que apanhava três vezes
por dia, com vara de marmelo. 

O pai de Chico casou-se novamente; desta feita com Cidália Batista, de cujo casamento advieram mais seis filhos (entre eles João Cândido).


Por essa ocasião, deu-se o seu retorno à companhia do pai, dos irmãos e de sua segunda mãe, dona Cidália, que tratava a todos com muito carinho. Sua escolaridade vai até o curso primário, como se dizia antigamente. Trabalhou a partir dos oito anos de idade. Chico sempre se sustentou com seu modesto salário, não onerando a ninguém. Aposentou-se como datilógrafo subordinado ao Ministério da Agricultura. Jamais se locupletou como médium.

Ganhava, dos mais simples aos mais valorizados presentes (canetas, fazendas, carros), mas, de tudo se desfazia educadamente. Dos quatrocentos e doze livros psicografados, os quais pela lei dos homens lhe pertenciam os direitos autorais, de todos se desfez doando-os a federativas espíritas e a instituições assistenciais beneficentes, num verdadeiro exemplo vivo de cidadania e amor ao próximo.

Católico até o ano de 1927, com a obsessão de uma de suas irmãs, a família teve que recorrer ao casal Perácio, espíritas, que após algumas reuniões e o esforço da família do Chico, viu-se curada. A partir daí, foi mantido o Culto do Evangelho no Lar, e naquele ano de 1927, Chico, respeitosamente, despediu-se do bondoso padre, que lhe desejou amparo e proteção no novo caminho.

No ano de 1927, funda em Pedro Leopoldo, junto com outras pessoas, o Centro Espírita Luiz Gonzaga. Em 8.07.1927 tem contato com Emmanuel pela primeira vez. Em 1959 transferiu-se para Uberaba, onde viveu até seu desencarne.

A obra literária do Chico é bastante diversificada, sendo sua produção em prosa e verso, que nós, na mera condição de leitor, classificamo-la como: reveladora, identificadora, romances, histórico-geográfico, contos, reportagem, infantis, humorísticos, científicos, de mensagens, etc.

Em “Parnaso de Além-Túmulo”, (FEB – edição de 1972) - Chico nos diz:

"A sensação que sempre senti, ao escrevê-las (referindo-se a poesias recebidas mediunicamente), era a de que vigorosa mão impulsionava a minha. Doutras vezes, parecia-me ter em frente um volume imaterial, onde eu as lia e copiava; e, doutras, que alguém mas ditava aos ouvidos, experimentando sempre no braço, ao psicografá-las, a sensação de fluidos elétricos que o envolvessem, acontecendo o mesmo com o cérebro, que se me afigurava invadido por incalculável número de vibrações indefiníveis. Certas vezes, esse estado atingia o auge, e o interessante é que parecia-me haver ficado sem o corpo, não sentindo, por momentos, as menores impressões físicas. É o que experimento, fisicamente, quanto ao fenômeno que se produz frequentemente comigo."
Fonte: Portal www.100anoschicoxavier.com.br