Olá amigos!
Segue abaixo o estudo do livro
Dimensões da Verdade
18. Desespero Injustificável
Leitura Inicial:
72
Contempla mais longe
“Porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão.” Jesus (Lucas, 6:38)
Para o esquimó, o céu é um continente de gelo, sustentado a focas.
Para o selvagem da floresta, não há outro paraíso, além da caça abundante.
Para o homem de religião sectária, a glória de além túmulo pertence exclusivamente a ele e aos que se lhe afeiçoam.
Para o sábio, este mundo e os círculos celestiais que o rodeiam são pequeninos departamentos do Universo.
Transfere a observação para o teu campo de experiência diária e não olvides que as situações externas serão retratadas em teu plano interior, segundo o material de reflexão que acolhes na consciência.
Se perseverares na cólera, todas as forças em torno te parecerão iradas.
Se preferes a tristeza, anotarás o desalento, em cada trecho do caminho.
Se duvidas de ti próprio, ninguém confia em teu esforço. Se te habituaste às perturbações e aos atritos, dificilmente saberás viver em paz contigo mesmo.
Respirarás na zona superior ou inferior, torturada ou tranqüila, em que colocas a própria mente. E, dentro da organização na qual te comprazes, viverás com os gênios que invocas. Se te deténs no repouso, poderás adquiri-lo em todos os tons e matizes, e, se te fixares no trabalho, encontrarás mil recursos diferentes de servir.
Em torno de teus passos, a paisagem que te abriga será sempre em tua apreciação aquilo que pensas dela, porque com a mesma medida que aplicares à Natureza, obra viva de Deus, a Natureza igualmente te medirá.
Fonte: Livro Pão Nosso, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel
Trecho do Estudo:
Pensas: “Aceitei, confiante, a fé, e a luta me parece mais rude. A fadiga me segue e o desespero me cerceia. Tenho a impressão de que forças tiranizantes me amesquinham, comprazendo-se com os meus tormentos.”
Analisas: “Abracei o Cristianismo Redivivo no Espiritismo, guardando a esperança de esclarecido, repousar, e edificado pelo esclarecimento, viver em paz. No entanto, com a dilatação do conhecimento, parece-me que problemas com os quais eu não contava repontam multiplicados e dissabores me assinalam as horas.”
Comentas: “Que ocorre comigo? Não desejava melhoras econômicas ao aceitar a Doutrina Renovadora, todavia surpreendo-me com tantos insucessos... Não aguardava um paraíso entre os companheiros, mas, por que a animosidade?...”
Concluis: “Desisto – eis a solução. Talvez, quem sabe? – imaginas – eu esteja deixando consumir-me pelo excesso do ideal... Vejo outros companheiros com ares felizes, bem postos, joviais... Algo, comigo, está errado...”
Sim, algo está errado: a conclusão a que chegaste.
Todo compromisso elevado exige esforço no empreendimento, luta na execução, força no ideal.
Quem pretende fruir antes de produzir conserva infantilidade mental.
O homem velho para despojar-se do manto característico não consegue fazê-lo sem uma grande revolução íntima.
O passado de cada espírito em luta, na Terra, é todo um amontoado de escombros a retirar para reconstruir, reaparelhar.
Enquanto alguém se demora em charco pestilento, acostuma-se ao rescender da podridão.
O horizonte visual é maior de quanto mais alto o contemplamos.
É, pois, compreensível que, desejoso de uma vida melhor, sejam concedidas às tuas possibilidades atuais as lutas redentoras para mais altos voos.
Com as percepções espirituais desenvolvidas e sintonizadas com as Esferas da Luz, teus inimigos desencarnados, na retaguarda, redobram a vigilância, junto aos teus movimentos e, de paixões açuladas ante a perspectiva de perderem o comensal de antigas loucuras, atiram-se, desordenadamente, “dispostos a tudo...”
Ora, porfia, estuda e ama. A oração elevar-te-á além das sombras densas. A porfia retemperará as tuas forças. O estudo dilatará a tua faculdade de discernir. E o amor te concederá as láureas da paz, oferecendo-te os tesouros inalienáveis da felicidade sem jaça.
*
Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, o Embaixador das Cortes Celestes, registrou: “Sob a influência das ideias carnais, o homem, na Terra, só vê das provas o lado penoso...” “(...) Na vida espiritual, porém, compara esses gozos fugazes e grosseiros com a inalterável felicidade que lhe é dado entrever e desde logo nenhuma impressão mais lhe causam os passageiros sofrimentos terrenos...” “(...) Não é possível, no estado de imperfeição em que se encontra, gozar de uma vida isenta de amarguras. Ele o percebe e, precisamente para chegar a fruí-la, é que trata de se melhorar.”
Pereira Franco, Divaldo; de Ângelis, Joanna. Dimensões da Verdade . Editora Leal. Edição do Kindle.