25/09/2021

 Tarde Fraterna

Tema Livre: Nossa semelhança com Jesus





Leitura de harmonização:

"Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência."

Fonte: O Evangelho Segundo O Espiritismo, Capítulo IX, item 7 - A paciência


Texto Referência do estudo:

35 - RETIROU-SE, ELE SÓ

"Quando Jesus se fazia acompanhar pela multidão, na manhã rutilante, refletia, amorosamente, consigo mesmo :  

...

Agradecia ao Pai aquelas bênçãos maravilhosas de luz e vida e continuava meditando. - Porque tamanha cegueira espiritual nos seres humanos? não viam, porventura, a condição paradisíaca do mundo? porque se furtavam ao concerto de graças da manhã? Como não se uniam todos ao hino da paz e da gratidão que se evolava de todas as coisas? Ah! toda aquela multidão que o seguia precisava de amor, a fim de que a vida se lhe tornasse mais bela. Ensiná-la-ia a conferir a cada situação o justo valor. Quem era César senão um trabalhador da Providência, sujeito às vicissitudes terrestres, como outro homem qualquer? não mereceria compreensão fraternal o imperador dos romanos, responsável por milhões de criatura? algemado às obrigações sociais e políticas, atento ao superficialismo das coisas, não era razoável que errasse muito, merecendo, por isso mesmo, mais compaixão? E os chefes do Sinédrio? não estavam sufocados pelas orgulhosas tradições da raça? poderiam, acaso, raciocinar sensatamente, se permaneciam fascinados pelo autoritarismo do mundo? Oh! refletia o Mestre – como seria infeliz o dominador romano, a julgar-se efetivamente rei para sempre, distraído da lição dura da morte! Como seria desventurado o Sumo Sacerdote que supunha poder substituir o próprio Deus!... Sim, Jesus ensinaria aos seus seguidores a sublime sabedoria do entendimento fraternal!

...

Durante longas horas, os membros da multidão recriminaram o imperador romano, atacaram patrícios ilustres que nunca haviam visto de perto, condenaram os sacerdotes do Templo, caluniaram autoridades ausentes, feriram reputações, invadiram assuntos que não lhes pertenciam, acusaram companheiros e criticaram acerbamente as condições da vida e os elemento atmosféricos... Por fim, quando muito tempo se havia escoado, alguns discípulos vieram anunciar-lhe a fome que castigava homens, mulheres e crianças. André e Filipe comentaram calorosamente a situação. Jesus fitou-os de modo significativo, e respondeu, melancólico: – Pudera! Há muitas horas não fazem outra coisa senão murmurar inutilmente!

Em seguida, espraiou o olhar através das centenas de pessoas que o acompanhavam, e falou comovidamente: – Tenho para todos o Pão do Céu, mas estão excessivamente preocupados com o estômago para compreender-me. E tomado de profunda piedade, ante a multidão ignorante, valeu-se dos pequenos pães de que dispunha, abençoou-os e multiplicou-os, saciando a fome dos populares aflitos. Enquanto os discípulos recolhiam o sobejo abundante, muitos galileus batiam com a mão direita no ventre e afirmavam: – Agora, sim! estamos satisfeitos! Contemplou-os o Mestre, em silêncio, com angustiada tristeza, e, depois de alguns minutos, entregou o povo aos discípulos e, segundo a narração evangélica, “tornou a retirar-se, ele só, para o monte”. 

Fonte: Livro Lázaro Redivivo, Chico Xavier pelo Espírito Irmão X