01/12/2017

Informativo Dezembro GEAS

GRUPO ESPÍRITA AUTA DE SOUZA
Informativo nº 172 - Ano 15 -   dezembro de 2017
Rua Almirante João Cândido Brasil, 335 - Maracanã – Rio de Janeiro - RJ

Telefone: (21) 2571-3998           http://autapoetisa.blogspot.com.br




Vinde, vós que desejais crer. Os Espíritos celestes acorrem a vos anunciar grandes coisas. Deus, meus filhos, abre os seus tesouros, para vos outorgar seus benefícios. Homens incrédulos! Se soubésseis quão grande bem faz a fé no coração e como induz a alma ao arrependimento e à prece! A prece! Ah! ... como são tocantes as palavras que saem da boca daquele que ora! A prece é o orvalho divino que aplaca o calor excessivo das paixões. Filha primogênita da fé, ela nos encaminha para a senda que conduz a Deus. Para vós, já não há mistérios; eles se vos desvendam. Apóstolos do pensamento, é para vós a vida. Vossa alma se desprende da matéria e rola por esses mundos infinitos e etéreos, que os pobres humanos desconhecem.

Avançai, avançai pelas veredas da prece e ouvireis as vozes dos anjos. Que harmonia! Já não são o ruído confuso e os sons estrídulos da Terra; são as liras dos arcanjos; são as vozes brandas e suaves dos serafins, mais delicadas que as brisas matinais, quando brincam na folhagem dos vossos bosques. Por entre que delícias não caminhareis! A vossa linguagem não poderá exprimir essa ventura, tão rápida entra ela por todos os vossos poros, tão vivo e refrigerante é o manancial em que, orando, se bebe. Dulçurosas vozes, inebriantes perfumes, que a alma ouve e aspira, quando se lança, pela prece, às esferas desconhecidas e habitadas! Sem mescla de desejos carnais, são divinas todas as aspirações. Também vós, orai como o Cristo, levando a sua cruz e sentireis as doces emoções que lhe perpassem nalma, se bem que vergado ao peso de um madeiro infame. Ele ia morrer, mas para viver a vida celestial na morada de seu Pai.
Santo Agostinho
Paris, 1861




Oremos agindo
Vigiai e orai para que não entres
em tentação... – Jesus
Marcos, 14:38

Diante da prova, orar, envidando meios de transformá-la em experiência benéfica.

Diante da penúria, orar, desenvolvendo serviço que a desfaça.

Diante da ignorância, orar acendendo luz que dissipe a sombra.

Diante da enfermidade, orar, procurando medicação que lhe afaste os prejuízos.

Diante do desastre, orar, empreendendo ações que lhe anulem os efeitos.

Diante da dificuldade, orar, aproveitando a lição dos obstáculos de modo a evita-los futuramente.

Diante do sofrimento, orar, construindo caminhos para a devida libertação.

Diante da discórdia, orar, edificando recursos para o estabelecimento da paz.

Orar sempre, mas agir cada vez mais para que se realize o melhor.

Disse-nos o Senhor: vigiai e orai para que não entreis em tentação... e, realmente, acima de tudo vigiam e oram aqueles que ativamente se esforçam para que, em tudo, se faça o bem que nos cabe fazer.

Emmanuel


Por que teria Jesus aconselhado perdoar “setenta vezes sete”?

- A Terra é um plano de experiências e resgates por vezes bastante penosos, e aquele que se sinta ofendido por alguém, não deve esquecer que ele próprio pode também errar setenta vezes sete.
Emmanuel
“O Consolador” Religião/Amor/Perdão, questão 338– F. C. Xavier – FEB


Do livro Benção de Paz, psicografia de F. C. Xavier; editora GEEM – Mensagem 59





O NATAL E OS ESPÍRITAS

Deolindo Amorim

N
ATAL é a festa da confraternização espiritual. Assim, pelo menos, deve ser entendido. Já sabemos que o NATAL está muito desfigurado pelas extravagâncias e pela ausência de espiritualidade na maior parte dos festejos. Mas ao Movimento Espírita, que se empenha de todos os modos na preservação dos ensinos evangélicos, não ao pé da letra, mas em seu vero sentido espiritual, cabe intensificar um trabalho constante de educação e esclarecimento. É certo que a comemoração do Natal nos vem de uma tradição, que se consolidou e consagrou através dos tempos, mas também é certo que essa tradição foi absorvida por diversos cultos e, hoje, na realidade, o NATAL é um incentivo à confraternização em todas as comunidades cristãs.

A Doutrina Espírita, como se sabe, está inteiramente identificada com a moral ensinada e exemplificada pelo Cristo, pois o seu programa implícito é a restauração da pureza da Mensagem Evangélica. Uma razão forte, portanto, para que o Movimento Espírita se interesse cada vez mais pela nobreza e grandeza desse acontecimento. Então, o NATAL, para os espíritas, não deve ser uma festa vulgar, mas um motivo de meditação acerca do ensino básico do Meigo Nazareno. Que haja alegria, pois a lembrança do Cristo já é por si um estímulo espiritual a reflexões mais profundas; que se promovam festas na família, nas instituições ou nos ambientes de nossa convivência, mas que a alegria tenha um sentido mais elevado, não se deixe desvirtuar pelos desperdícios e pelos abusos que comprometem o corpo e o espírito. Seria o caso de dizer, apesar do pleonasmo: procuremos cristianizar mais o NATAL, pois ele, de ano para ano, está ficando muito longe do Cristo, em determinadas formas de comemoração.

Saudemos, pois, em coro, a grande oportunidade do ensejo natalino, mas procuremos dignificar a nossa alegria pelo sentimento da presença do Cristo, que se traduz em afirmações de amor, exame de consciência e ação construtiva! NATAL de renovação íntima! NATAL de reafirmação da fé, justamente aquela fé viva, que “encara a razão face a face”. NATAL de paz interior!


Extraído de “Reflexões de Natal” – Autores Diversos – Instituto Maria (Juiz de Fora – MG)




Prece de Natal

S
enhor, desses caminhos cor de neve
De onde desceste um dia para o mundo,
Numa visão radiosa, linda e breve
De amor terno e profundo,
Das amplidões augustas dos Espaços,
No teu natal de eternos esplendores,
Abriga nos teus braços
A multidão dos seres sofredores! ...

Q
ue em teu nome
Receba um pão o pobre que tem fome,
Um trapo o nu, o aflito uma esperança.
Que em teu natal a Terra se transforme
Num caminho sublime, santo e enorme
De alegria e bonança!

A
pesar dos exemplos da humildade
Do teu amor a toda a Humanidade,
A Terra é o mundo amargo dos gemidos,
De tortura, de treva e impenitência,
Que a luz do amor de tua providência
Ampare os seres tristes e abatidos.

E
 em teu natal, reunidos nós queremos,
Mesmo no mundo dos desencarnados,
Esquecer nossas dores e pecados,
Nos afetos mais doces, mais extremos,
Reviver a efeméride bendita
Da tua aparição na Terra aflita,
Unir a nossa voz à dos pastores,
Lembrando os milagrosos esplendores
Da estrela de Belém,
Pensando em ti, reunindo-nos no Bem
Na mais pura e divina vibração,
Fazendo da humildade
Nosso caminho de felicidade,
Estrada de ouro para a Perfeição!

Carmen Cinira

Extraído do livro “Antologia Mediúnica do Natal” de Francisco Cândido Xavier - FEB





INTERPRETAÇÃO

O Discípulo acercou-se do Divino Mestre e inquiriu:

- Mestre, como devo interpretar os adversários?

O Eterno Benfeitor sorriu e considerou:

- Filho, os inimigos são filhos de Deus, tanto quanto nós, mas geralmente são pessoas que não pensam por nossa cabeça.



DEUS VIGIA

Nas grandes provações, não te afastes da fé.
Nos pequenos contratempos, cultiva a paciência.
Agradece à Divina Bondade a bênção de cada dia.
Trabalha sempre.
Serve desinteressadamente, aos outros, quanto puderes.
Esquece injúrias e ofensas.
Não lastimes o passado.
Não censures a ninguém.
Segue sempre para diante e não temas.
Deus vigia.




Extraído do livro “Recados do Além” de Emmanuel/Francisco C. Xavier – IDEAL


Adoração dos Reis Magos


Jesus sorri. Que ternura,
Que doce favo de luz
Vejo brilhar na candura
Dos seus dois olhos azuis!

Chegam os Magos. De joelhos,
Cheios de unção e de amor,
Beijam o pezinho vermelho
Do pequenino Senhor.

Trazem-lhe mesmo um tesouro
Lembrando glória e tormento:
Caçoilas de incenso e ouro
É a mirra do sofrimento.


Ó reis do Grande Oriente,
Por que lembraste, então
À mãe do louro inocente
A dor sem fim da Paixão?

Não vedes que a Virgem chora
Olhando a mirra cruel?
É que ela se lembra agora
Da esponja embebida em fel.

Talvez não vísseis o lindo
Bando gentil de pastores
Que o rodearam sorrindo,
Mas só lhe trouxeram flores!

Auta de Souza
da 2ª edição do “Horto” (1910)



Extraído do livro “Horto, outros poemas e ressonâncias” de Auta de Souza – EDUFRN (2009)