GRUPO ESPÍRITA AUTA DE SOUZA
Informativo nº 172
- Ano 15 - dezembro de 2017
Rua Almirante João
Cândido Brasil, 335 - Maracanã – Rio de Janeiro - RJ
Vinde, vós que desejais crer. Os
Espíritos celestes acorrem a vos anunciar grandes coisas. Deus, meus filhos,
abre os seus tesouros, para vos outorgar seus benefícios. Homens incrédulos! Se
soubésseis quão grande bem faz a fé no coração e como induz a alma ao
arrependimento e à prece! A prece! Ah! ... como são tocantes as palavras que
saem da boca daquele que ora! A prece é o orvalho divino que aplaca o calor
excessivo das paixões. Filha primogênita da fé, ela nos encaminha para a senda
que conduz a Deus. Para vós, já não há mistérios; eles se vos desvendam.
Apóstolos do pensamento, é para vós a vida. Vossa alma se desprende da matéria
e rola por esses mundos infinitos e etéreos, que os pobres humanos desconhecem.
Avançai, avançai pelas veredas da prece
e ouvireis as vozes dos anjos. Que harmonia! Já não são o ruído confuso e os
sons estrídulos da Terra; são as liras dos arcanjos; são as vozes brandas e
suaves dos serafins, mais delicadas que as brisas matinais, quando brincam na
folhagem dos vossos bosques. Por entre que delícias não caminhareis! A vossa
linguagem não poderá exprimir essa ventura, tão rápida entra ela por todos os
vossos poros, tão vivo e refrigerante é o manancial em que, orando, se bebe.
Dulçurosas vozes, inebriantes perfumes, que a alma ouve e aspira, quando se
lança, pela prece, às esferas desconhecidas e habitadas! Sem mescla de desejos
carnais, são divinas todas as aspirações. Também vós, orai como o Cristo,
levando a sua cruz e sentireis as doces emoções que lhe perpassem nalma, se bem
que vergado ao peso de um madeiro infame. Ele ia morrer, mas para viver a vida
celestial na morada de seu Pai.
Santo Agostinho
Paris, 1861
Oremos agindo
Vigiai e orai para que não entres
em tentação... – Jesus
Marcos, 14:38
Diante da prova, orar, envidando meios de transformá-la
em experiência benéfica.
Diante da penúria, orar, desenvolvendo serviço que a
desfaça.
Diante da ignorância, orar acendendo luz que dissipe a
sombra.
Diante da enfermidade, orar, procurando medicação que
lhe afaste os prejuízos.
Diante do desastre, orar, empreendendo ações que lhe
anulem os efeitos.
Diante da dificuldade, orar, aproveitando a lição dos
obstáculos de modo a evita-los futuramente.
Diante do sofrimento, orar, construindo caminhos para a
devida libertação.
Diante da discórdia, orar, edificando recursos para o
estabelecimento da paz.
Orar sempre, mas agir cada vez mais para que se realize
o melhor.
Disse-nos o Senhor: vigiai e orai para que não entreis
em tentação... e, realmente, acima de tudo vigiam e oram aqueles que ativamente
se esforçam para que, em tudo, se faça o bem que nos cabe fazer.
Emmanuel
Por que teria Jesus aconselhado perdoar
“setenta vezes sete”?
- A Terra é um plano de
experiências e resgates por vezes bastante penosos, e aquele que se sinta
ofendido por alguém, não deve esquecer que ele próprio pode também errar
setenta vezes sete.
Emmanuel
“O Consolador” Religião/Amor/Perdão, questão 338–
F. C. Xavier – FEB
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O NATAL E OS ESPÍRITAS
Deolindo Amorim
N
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ATAL
é a festa da confraternização espiritual. Assim, pelo menos, deve ser
entendido. Já sabemos que o NATAL está muito desfigurado pelas extravagâncias e
pela ausência de espiritualidade na maior parte dos festejos. Mas ao Movimento
Espírita, que se empenha de todos os modos na preservação dos ensinos
evangélicos, não ao pé da letra, mas em seu vero sentido espiritual, cabe
intensificar um trabalho constante de educação e esclarecimento. É certo que a
comemoração do Natal nos vem de uma tradição, que se consolidou e consagrou
através dos tempos, mas também é certo que essa tradição foi absorvida por
diversos cultos e, hoje, na realidade, o NATAL é um incentivo à
confraternização em todas as comunidades cristãs.
A Doutrina Espírita, como se sabe, está inteiramente
identificada com a moral ensinada e exemplificada pelo Cristo, pois o seu
programa implícito é a restauração da pureza da Mensagem Evangélica. Uma razão
forte, portanto, para que o Movimento Espírita se interesse cada vez mais pela
nobreza e grandeza desse acontecimento. Então, o NATAL, para os espíritas, não
deve ser uma festa vulgar, mas um motivo de meditação acerca do ensino básico
do Meigo Nazareno. Que haja alegria, pois a lembrança do Cristo já é por si um
estímulo espiritual a reflexões mais profundas; que se promovam festas na
família, nas instituições ou nos ambientes de nossa convivência, mas que a
alegria tenha um sentido mais elevado, não se deixe desvirtuar pelos
desperdícios e pelos abusos que comprometem o corpo e o espírito. Seria o caso
de dizer, apesar do pleonasmo: procuremos cristianizar
mais o NATAL, pois ele, de ano para ano, está ficando muito longe do Cristo, em
determinadas formas de comemoração.
Saudemos, pois, em coro, a grande
oportunidade do ensejo natalino, mas procuremos dignificar a nossa alegria pelo
sentimento da presença do Cristo, que se traduz em afirmações de amor, exame de
consciência e ação construtiva! NATAL de renovação íntima! NATAL de reafirmação
da fé, justamente aquela fé viva, que “encara a razão face a face”. NATAL de
paz interior!
Extraído de “Reflexões de Natal” – Autores Diversos –
Instituto Maria (Juiz de Fora – MG)
Prece de Natal
S
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enhor,
desses caminhos cor de neve
De
onde desceste um dia para o mundo,
Numa visão radiosa, linda e breve
De amor terno e profundo,
Das amplidões augustas dos Espaços,
No teu natal de eternos esplendores,
Abriga nos teus braços
A multidão dos seres sofredores! ...
Q
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ue
em teu nome
Receba
um pão o pobre que tem fome,
Um trapo o nu, o aflito uma esperança.
Que em teu natal a Terra se transforme
Num caminho sublime, santo e enorme
De alegria e bonança!
A
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pesar
dos exemplos da humildade
Do
teu amor a toda a Humanidade,
A Terra é o mundo amargo dos gemidos,
De tortura, de treva e impenitência,
Que a luz do amor de tua providência
Ampare os seres tristes e abatidos.
E
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em teu natal, reunidos nós queremos,
Mesmo
no mundo dos desencarnados,
Esquecer nossas dores e pecados,
Nos afetos mais doces, mais extremos,
Reviver a efeméride bendita
Da tua aparição na Terra aflita,
Unir a nossa voz à dos pastores,
Lembrando os milagrosos esplendores
Da estrela de Belém,
Pensando em ti, reunindo-nos no Bem
Na mais pura e divina vibração,
Fazendo da humildade
Nosso caminho de felicidade,
Estrada de ouro para a Perfeição!
Carmen Cinira
Extraído
do livro “Antologia Mediúnica do Natal” de Francisco Cândido Xavier - FEB
INTERPRETAÇÃO
O
Discípulo acercou-se do Divino Mestre e inquiriu:
-
Mestre, como devo interpretar os adversários?
O
Eterno Benfeitor sorriu e considerou:
-
Filho, os inimigos são filhos de Deus, tanto quanto nós, mas geralmente são
pessoas que não pensam por nossa cabeça.
DEUS VIGIA
Nas grandes provações, não te afastes da
fé.
Nos pequenos contratempos, cultiva a
paciência.
Agradece à Divina Bondade a bênção de
cada dia.
Trabalha sempre.
Serve desinteressadamente, aos outros,
quanto puderes.
Esquece injúrias e ofensas.
Não lastimes o passado.
Não censures a ninguém.
Segue sempre para diante e não temas.
Deus vigia.
Extraído
do livro “Recados do Além” de Emmanuel/Francisco C. Xavier – IDEAL
Adoração dos Reis Magos
Jesus
sorri. Que ternura,
Que
doce favo de luz
Vejo
brilhar na candura
Dos
seus dois olhos azuis!
Chegam
os Magos. De joelhos,
Cheios
de unção e de amor,
Beijam
o pezinho vermelho
Do
pequenino Senhor.
Trazem-lhe
mesmo um tesouro
Lembrando
glória e tormento:
Caçoilas
de incenso e ouro
É
a mirra do sofrimento.
Ó
reis do Grande Oriente,
Por
que lembraste, então
À
mãe do louro inocente
A
dor sem fim da Paixão?
Não
vedes que a Virgem chora
Olhando
a mirra cruel?
É
que ela se lembra agora
Da
esponja embebida em fel.
Talvez
não vísseis o lindo
Bando
gentil de pastores
Que
o rodearam sorrindo,
Mas
só lhe trouxeram flores!
Auta de Souza
da
2ª edição do “Horto” (1910)
Extraído
do livro “Horto, outros poemas e ressonâncias” de Auta de Souza – EDUFRN (2009)