30/12/2017

GRUPO ESPÍRITA AUTA DE SOUZA
Informativo nº 173 - Ano 15 -   janeiro de 2018
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Caráter da revelação espírita 

Assim como a Ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do princípio material, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual. Ora, como este último princípio é uma das forças da natureza, a reagir incessantemente sobre o princípio material e reciprocamente, segue-se que o conhecimento de um não pode estar completo sem o conhecimento do outro. 

O Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente; a Ciência sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação. O estudo das leis da matéria tinha de preceder o da espiritualidade, porque a matéria é que primeiro fere os sentidos. Se o Espiritismo tivesse vindo antes das descobertas científicas, teria abortado, como tudo quanto surge antes do tempo.

O Espiritismo, tendo por objeto o estudo de um dos elementos constitutivos do universo, toca forçosamente na maior parte das ciências; só podia, portanto, vir depois da elaboração delas; nasceu pela força mesma das coisas, pela impossibilidade de tudo explicar com o auxílio apenas das leis da matéria.

Acusam-no de parentesco com a magia e a feitiçaria; porém esquecem que a Astronomia tem por irmã mais velha a Astrologia judiciária, ainda não muito distante de nós; que a Química é filha da Alquimia, com a qual nenhum homem sensato ousaria hoje ocupar-se. Ninguém nega, entretanto, que na Astrologia e na Alquimia estivesse o gérmen das verdades de que saíram as ciências atuais. Apesar das suas ridículas fórmulas a Alquimia encaminhou a descoberta dos corpos simples e da lei das afinidades. 

A Astrologia se apoiava na posição e movimento dos astros, que ela estudara; mas na ignorância das verdadeiras leis que regem o mecanismo do universo, os astros eram, para o vulgo, seres misteriosos aos quais a superstição atribuía uma influência moral e um sentido revelador. Quando Galileu, Newton e Kepler tornaram conhecidas essas leis, quando o telescópio rasgou o véu e mergulhou nas profundezas do espaço um olhar que algumas criaturas acharam indiscreto, os planetas apareceram como simples mundos semelhantes ao nosso e todo o castelo do maravilhoso desmoronou.

O mesmo se dá com o Espiritismo, relativamente à magia e à feitiçaria, que se apoiavam também na manifestação dos Espíritos, como a Astrologia no movimento dos astros; mas, ignorantes das leis que regem o mundo espiritual, a magia e a feitiçaria misturavam nessas relações espirituais práticas e crenças ridículas, com as quais o moderno Espiritismo, fruto da experiência e da observação, acabou. 

Certamente, a distância que separa o Espiritismo da magia e da feitiçaria é maior do que a que existe entre a Astronomia e a Astrologia, a Química e a Alquimia. Confundi-las é provar que de nenhuma se sabe patavina.

A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo – A Gênese segundo o Espiritismo - Capítulo I (trechos selecionados) – Allan Kardec – FEB – 53ª edição (2013)



Ciência e amor

A ciência incha, mas o amor edifica – Paulo (I Coríntios, 8:1)

A ciência pode estar cheia de poder, mas só o amor beneficia. A ciência em todas as épocas, conseguiu inúmeras expressões evolutivas. Vemo-la no mundo, exibindo realizações que pareciam quase inatingíveis. Máquinas enormes cruzam os ares e o fundo dos oceanos. A palavra é transmitida, sem fios, a longas distâncias. A imprensa difunde raciocínios mundiais. Mas, para esta mesma ciência pouco lhe importa que o homem lhe use os frutos para o bem ou para o mal. Não compreende o desinteresse, nem as finalidades santas.

O amor, porém, aproxima-se de seus labores e retifica-os, conferindo-lhe a consciência do bem. Ensina que cada máquina deve servir como utilidade divina, no caminho dos homens para Deus, que somente se deveria transmitir a palavra edificante como dádiva do Altíssimo, que apenas seria justa a publicação dos raciocínios elevados para o esforço redentor das criaturas.

Se a ciência descobre explosivos, esclarece o amor quanto à utilização deles na abertura de estradas que ligam os povos; se a primeira confecciona um livro, ensina o segundo como gravar a verdade consoladora. A ciência pode concretizar muitas obras úteis, mas só o amor institui as obras mais altas. Não duvidamos que a primeira, bem interpretada, possa dotar o homem de um coração corajoso; entretanto, somente o segundo pode dar um coração iluminado.

O mundo permanece em obscuridade e sofrimento, porque a ciência foi assalariada pelo ódio, que aniquila e perverte, e só alcançará o porto de segurança quando se render plenamente ao amor de Jesus Cristo.

Emmanuel




“Em todos os lugares, muitos ensinam com as palavras, entretanto, raros atendem ao espírito eterno. ”
Veneranda

Do livro “Coletânea do Além”, psicografia de F. C. Xavier - FEB
Do livro Caminho, Verdade e Vida, psicografia de F. C. Xavier; editora FEB – 29ª edição – 2015



O Espírito e sua forma

Léon Denis

Em todo homem vive um espírito.

Por espírito deve-se entender a alma revestida de seu envoltório fluídico, que tem a forma do corpo físico e participa da imortalidade da alma, de que é inseparável.

Da essência da alma apenas sabemos uma coisa: que, sendo indivisível, é imperecível. A alma se revela por seus pensamentos, e também por seus atos; para que possa, porém, agir e nos impressionar os sentidos físicos, preciso lhe é um intermediário semimaterial, sem o qual nos pareceria incompreensível a sua ação. É o perispírito, nome dado ao invólucro fluídico, imponderável, invisível. Em sua intervenção é que se pode encontrar a chave explicativa dos fenômenos espíritas.

O corpo fluídico, que possui o homem, é o transmissor de nossas impressões, sensações e lembranças. Anterior à vida atual, inacessível à destruição pela morte, é o admirável instrumento que para si mesma a alma constrói e que aperfeiçoa através dos tempos; é o resultado de seu longo passado. Nele se conservam os instintos, se acumulam as forças, se fixam as aquisições de nossas múltiplas existências, os frutos de nossa lenta e penosa evolução.

A substância do perispírito é extremamente sutil, é a matéria em seu estado mais quintessenciado, é mais rarefeita que o éter; suas vibrações, seus movimentos, ultrapassam em rapidez e penetração os das mais ativas substâncias. Daí a facilidade de os Espíritos atravessarem os corpos opacos, os obstáculos materiais e transporem consideráveis distâncias com a rapidez do pensamento.

Insensível às causas de desagregação e destruição que afetam o corpo físico, o perispírito assegura a estabilidade da vida em meio da contínua renovação das células. É o modelo invisível através do qual passam e se sucedem as partículas orgânicas, obedecendo a linhas de força, reconhecido por Claude Bernard como necessário para manter a forma humana em meio a constantes modificações e da renovação dos átomos.


Continua no informativo do GEAS de março de 2018

Do livro No Invisível, de Léon Denis – Primeira Parte-Capítulo III; FEB – 7ª edição – 1973




Eis que o semeador saiu a semear.  Mateus, 13:3


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