Olá amigos!
Segue nosso estudo de sábado
Livro Dimensões da Verdade
21. Mortos e Mortos
Leitura inicial:
46
Na Cruz
“Ele salvou a muitos e a si mesmo não pôde salvar-se.” (Mateus, 27:42)
Sim, ele redimira a muitos... Estendera o amor e a verdade, a paz e a luz, levantara enfermos e ressuscitara mortos. Entretanto, para ele mesmo erguia-se a cruz entre ladrões.
Em verdade, para quem se exaltara tanto, para quem atingira o pináculo, sugerindo indiretamente a própria condição de Redentor e Rei, a queda era enorme...
Era o Príncipe da Paz e achava-se vencido pela guerra dos interesses inferiores.
Era o Salvador e não se salvava.
Era o Justo e padecia a suprema injustiça.
Jazia o Senhor flagelado e vencido.
Para o consenso humano era a extrema perda.
Caíra, todavia, na cruz. Sangrando, mas de pé. Supliciado, mas de braços abertos.
Relegado ao sofrimento, mas suspenso da Terra.
Rodeado de ódio e sarcasmo, mas de coração içado ao Amor.
Tombara, vilipendiado e esquecido, mas, no outro dia, transformava a própria dor em glória divina. Pendera-lhe a fronte, em pastada de sangue, no madeiro, e ressurgia, à luz do sol, ao hálito de um jardim. Convertia-se a derrota escura em vitória resplandecente.
Cobria-se o lenho afrontoso de claridades celestiais para a Terra inteira.
Assim também ocorre no círculo de nossas vidas.
Não tropeces no fácil triunfo ou na auréola barata dos crucificadores.
Toda vez que as circunstâncias te compelirem a modificar o roteiro da própria vida, prefere o sacrifício de ti mesmo, transformando a tua dor em auxílio para muitos, porque todos aqueles que recebem a cruz, em favor dos semelhantes, descobrem o trilho da eterna ressurreição.
Trecho do estudo:
Não importa a condição social em que os encontres. Uns deambulam, ilustres, embora a indumentária carnal, cadaverizados pelo egoísmo. Outros jornadeiam, bem acondicionados, mumificados pelo orgulho. Mais outros passam, superficiais e inermes ante a ação corruptora da impudicícia. Alguns movimentam-se, hipnotizados pelo prazer, a ele entregues. Diversos aparecem inertes, aprisionados na indignidade. Outros tantos escorregam, dominados pelo torpor do gozo animalizante. Vários transitam aligeirados, abrançando a cobiça. Grande número constitui-se de presunçosos, apodrecendo no ócio a que se entregam... Mortos, todos eles, embora estejam no corpo físico. E há aqueles que, considerados mortos, continuam vivos. Mortos que estão levantando as bases morais da sociedade sob o influxo da misericórdia de Jesus Cristo, o Excelso triunfador da morte. Mortos que amam e retomam ao cativeiro da carne para que suas vozes falem sobre a vida. Mortos que sofrem e voltam para anunciar, agônicos, as surpresas que experimentaram depois da travessia... Mortos que trabalham e distendem braços incorpóreos na direção da dor alheia e socorrem. Mortos que dilatam o Reino de Amor e Benignidade nos corações e nos espíritos ao império do clamor da Verdade. Sim, mortos e mortos. Os primeiros estão ao teu lado, em toda parte, e os vês, falam contigo e os escutas. Examina-os de perto, usando as luzes com que a Doutrina Espírita te clareia o discernimento. Os segundos também estão ao teu lado, em toda parte, embora nem sempre os vejas e, falando contigo, não os escutes. Aqueles são os chamados vivos e atuantes, enquanto estes teimosamente são considerados mortos.
Medita! Considerando a tua própria situação, em face dos ensinos do Espiritismo cristão, examina como vives, como ages, que pretendes. Se, em verdade, és do grupo que vive caminhando para a Vida, não te detenhas no charco das lamentações nem pares no poço escuro da revolta; arrebenta as algemas do erro, aproveita a preciosa gema da oportunidade e faze-te atuante instrumento desses mortos diligentes em quem crês, a quem amas, de quem te fala a mensagem espiritista, oferecendo a contribuição valiosa do teu esforço para que também tu, depois da morte sejas um desses incansáveis mortos...