27/12/2020

 Olá amigos!

Segue nosso estudo do livro Médiuns e Mediunidades

Cap XI - Problemas da Mediunidade 






Leitura Inicial:

Estás doente?  

“E  a  oração  da  fé  salvará  o  doente,  e  o  Senhor  o  levantará.” 

(Tiago, 5:15)  



Todas as criaturas humanas adoecem, todavia, são raros aqueles que cogitam de cura real. 
Se te encontras enfermo, não acredites que a ação medicamentosa, através da boca ou dos poros, te possa restaurar integralmente. 
O comprimido ajuda, a injeção melhora, entretanto, nunca te esqueças de que os verdadeiros males procedem do coração. 
A mente é fonte criadora. 
A vida, pouco a pouco, plasma em torno de teus passos aquilo que desejas. 
De que vale a medicação exterior, se prossegues triste, acabrunhado ou insubmisso? 
De outras vezes, pedes o socorro de médicos humanos ou de benfeitores espirituais, mas, ao surgirem as primeiras melhoras, abandonas o remédio ou o conselho salutar e voltas aos mesmos abusos que te conduziram à enfermidade. 
Como regenerar a saúde, se perdes longas horas na posição da cólera ou do desânimo? 
A indignação rara, quando justa e construtiva no interesse geral, é sempre um bem, quando sabemos orientá-­la em serviços de elevação; contudo, a indignação diária, a propósito de tudo, de todos e de nós mesmos, é um hábito pernicioso, de conseqüências imprevisíveis. 
O desalento, por sua vez, é clima anestesiante, que entorpece e destrói. 
E que falar da maledicência ou da inutilidade, com as quais despendes tempo valioso e longo em conversação infrutífera, extinguindo as tuas forças? 
Que gênio milagroso te doará o equilíbrio orgânico, se não sabes calar, nem desculpar, se não ajudas, nem compreendes, se não te humilhas para os desígnios superiores, nem procuras harmonia com os homens? 
Por mais se apressem socorristas da Terra e do Plano Espiritual, em teu favor, devoras as próprias energias, vítima imprevidente do suicídio indireto. 
Se estás doente, meu amigo.. acima de qualquer medicação, aprende a orar e a entender, a auxiliar e a preparar o coração para Grande Mudança. 
Desapega-­te de bens transitórios que te foram emprestados pelo Poder Divino, de acordo com a Lei do Uso, e lembra-­te de que serás, agora ou depois, reconduzido à Vida Maior, onde encontramos sempre a própria consciência. Foge à brutalidade. 
Enriquece os teus fatores de simpatia pessoal, pela prática do amor fraterno. 
Busca a intimidade com a sabedoria, pelo estudo e pela meditação. 
Não manches teu caminho. 
Serve sempre.

Trecho do estudo:

11 
Problemas da Mediunidade 

Prognosticam, alarmadas, pessoas que ignoram a excelência do conteúdo da doutrina espírita, que o exercício da mediunidade gera várias desordens emocionais, comprometendo o equilíbrio psicológico do homem. 
Repetem, sem que se dêem conta, velhos chavões que â experiência dos fatos demonstrou ultrapassados, porque destituídos da legitimidade. 
A mediunidade, como qualquer outra faculdade orgânica, exige cuidados específicos para um desempenho eficaz quão tranqüilo. 
Os distúrbios que lhe são atribuídos decorrem das distonias emocionais do seu portador que, espírito endividado, reencama-se enredado no cipoal das próprias imperfeições, das quais derivam seus conflitos, suas perturbações, sua intranqüilidade. Pessoas nervosas apresentam-se inquietas, instáveis em qualquer lugar, não em razão do que fazem, porém, pelo fato de serem enfermas.
Atribuir-se, no entanto, à mediunidade a psicogênese das nevropatias é dar um perigoso e largo passo na área da conceituação equivocada. 
O homem deseducado apresenta-se estúrdio e incorreto onde se encontre. Nada tem a ver essa conduta com a filosofia, a aptidão e o trabalho a que se entrega, porquanto o comportamento resulta dos seus hábitos e não do campo onde se localiza. 
Justificam, os acusadores, que os médiuns sempre se apresentam com episódios de desequilíbrio, de depressão ou exaltação, sem complementarem que os mesmos são inerentes à personalidade humana e não componentes das faculdades psíquicas. 
Outrossim, estabelecem que os médiuns são portadores de personificações arbitrárias, duplas ou várias, liberando-as durante o transe, favorecendo, assim, as catarses psicanalíticas. Se o fora, eis uma salutar terapia liberativa que poderia propiciar benefícios incontáveis aos enfermos mentais. Todavia, dá-se exatamente o contrário: não se tratam de personalidades esdrúxulas do inconsciente as que se apresentam nas comunicações, mas de individualidades independentes que retornam ao convívio humano procedentes do mundo espiritual, demonstrando a sobrevivência à morte e fazendo-se identificar de forma insuspeita, consolando vidas, e, nos casos das obsessões, trazendo valioso contributo às ciências da mente, interessadas na saúde do homem. 
Evidentemente, aparecem manifestações da personalidade ou anímicas que não são confundidas com as de natureza mediúnica, decorrentes das fixações que permanecem no inconsciente do indivíduo. Na área dos fenômenos intelectuais, tanto quanto dos físicos, os dados se acumulam, confirmando a imortalidade do ser, que se despe dos subterfúgios para surgir com tranqüila fisionomia de vida plena. Certamente, ocorrem, no médium, estados oscilantes de comportamento psicológico, o que é perfeitamente compreensível e normal, já que a mediunidade não o libera da sua condição humana e frágil. A interação espírito-matéria, cérebro-mente, sofre influências naturais, inquietantes, quando se lhes associam, psiquicamente, outras mentes, em particular aquelas que se encontram em sofrimento, vitimadas pelo ódio, portadoras de rebeldia, de desequilíbrio. A tempestade vergasta a natureza, que logo se recompõe, passada a ação danosa. Também no médium, cessada a força perturbadora, atuante, desaparecem-lhe os efeitos perniciosos. Isso igualmente acontece entre os indivíduos não dotados de mediunidade ostensiva, em razão dos mecanismos de sintonia psíquica. Na mediunidade, em razão dela mesma, a ocorrência cessa, face aos recursos de que se faz objeto, ensejando um intercâmbio lúcido e um diálogo feliz com o agente causador da desordem transitória. 
O espiritismo é o único antídoto para tais perturbações, pelas orientações que proporciona e por peiletrar na tecedura da faculdade mediúnica, esclarecendo-lhe o mecanismo e, ao mesmo tempo, dando-lhe sentido, direção. Independendo de escola de pensamento, de fé e de credo, a mediunidade, ínsita no homem, merece ser educada pelos métodos espíritas, a fim de atender às nobres finalidades para as quais se destina, como instrumento de elevação do seu portador e de largos benefícios para as demais criaturas. Não há problemas decorrentes do exercício saudável da mediunidade. 
Assim, portanto, não se justificam as acusações que fazem à aplicação das forças mediúnicas, no cotidiano espírita.
O exercício correto da mediunidade, a educação das forças nervosas, a canalização dos valores morais para o bem, brindam o indivíduo com equilíbrio, harmonia, dele fazendo mensageiro da esperança, operário da caridade e agente do amor, onde quer que se encontre, a serviço da própria elevação espiritual.