Auta de Souza – A Poetisa
do Evangelho
Auta de Souza nasceu no Estado do Rio Grande do Norte, na
pequena cidade de Macaíba, em 12 de setembro de 1876. Quarto filho do casal
Elói Castriciano de Souza e Henriqueta Leopoldina Rodrigues de Souza, Auta teve
como irmãos mais velhos Henrique Castriciano, Irineu e o Júnior, e, como
caçula, o João Câncio.
.......................................................
De 1888 a 1890, a jovem Auta estuda, recita, verseja, ajuda
as Irmãs do Colégio, aprimora a beleza de sua fé na leitura constante do
Evangelho, entretece amizades fiéis entre as colegas e as professoras queridas.
Três anos após a desencarnação trágica do irmãozinho
querido, ainda no educandário da Estância, em 1890, manifestam-se os primeiros
sinais da enfermidade que iria consumir seu frágil organismo. "Foi sempre
fraquinha" – revelaria mais tarde seu irmão Henrique a Câmara Cascudo.
Auta era uma jovem de 14 anos: a princesinha de Elói e Henriqueta
iniciava novos e doridos passos do seu calvário...
Auta escreve, relaciona-se com os seus conterrâneos mais e mais,
ensina às crianças as primeiras noções de religião, mas a enfermidade avança....
É preciso buscar o interior, ansiando melhoras em clima seco... E começam as peregrinações,
molestosas e tristes, mas sob o amparo angelical da Dindinha: Fazenda Jardim, Araçá,
Angicos, Nova Cruz, Utinga, São Gonçalo, com intervalos em Macaíba e Natal, e
ainda na Serra da Raiz, na Paraíba...
Quando seu "Horto" sai do prelo, Auta está em
Natal: 20 de junho de 1900. Conta seu biógrafo que, ao receber o volume,
"Auta desfez o invólucro, olhou o livro e disse, alto, como um cerimonial:
"Horto! “E depois o apertou ao coração...” Em sessenta dias estava
esgotada a edição.
A enfermidade, entretanto, prossegue seu assédio. Auta
atravessa ermos e carrascais. A jovem poetisa jamais conhecerá “la via en
rose... ” Continuamente medita o Evangelho e mais e mais se aproxima de Cristo:
Na madrugada de 7 de fevereiro de 1901 – uma hora e quinze minutos
da madrugada – desatam-se finalmente os laços que a prendiam ao corpo enfermo e
cansado.
Do livro: “Auta de Souza” - Francisco Cândido Xavier - ditado pelo Espírito
Auta de Souza