04/06/2015




                        Auta de Souza – A Poetisa do Evangelho

Auta de Souza nasceu no Estado do Rio Grande do Norte, na pequena cidade de Macaíba, em 12 de setembro de 1876. Quarto filho do casal Elói Castriciano de Souza e Henriqueta Leopoldina Rodrigues de Souza, Auta teve como irmãos mais velhos Henrique Castriciano, Irineu e o Júnior, e, como caçula, o João Câncio.
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De 1888 a 1890, a jovem Auta estuda, recita, verseja, ajuda as Irmãs do Colégio, aprimora a beleza de sua fé na leitura constante do Evangelho, entretece amizades fiéis entre as colegas e as professoras queridas.

Três anos após a desencarnação trágica do irmãozinho querido, ainda no educandário da Estância, em 1890, manifestam-se os primeiros sinais da enfermidade que iria consumir seu frágil organismo. "Foi sempre fraquinha" – revelaria mais tarde seu irmão Henrique a Câmara Cascudo. Auta era uma jovem de 14 anos: a princesinha de Elói e Henriqueta iniciava novos e doridos passos do seu calvário...

Auta escreve, relaciona-se com os seus conterrâneos mais e mais, ensina às crianças as primeiras noções de religião, mas a enfermidade avança.... É preciso buscar o interior, ansiando melhoras em clima seco... E começam as peregrinações, molestosas e tristes, mas sob o amparo angelical da Dindinha: Fazenda Jardim, Araçá, Angicos, Nova Cruz, Utinga, São Gonçalo, com intervalos em Macaíba e Natal, e ainda na Serra da Raiz, na Paraíba...

Quando seu "Horto" sai do prelo, Auta está em Natal: 20 de junho de 1900. Conta seu biógrafo que, ao receber o volume, "Auta desfez o invólucro, olhou o livro e disse, alto, como um cerimonial: "Horto! “E depois o apertou ao coração...” Em sessenta dias estava esgotada a edição.

A enfermidade, entretanto, prossegue seu assédio. Auta atravessa ermos e carrascais. A jovem poetisa jamais conhecerá “la via en rose... ” Continuamente medita o Evangelho e mais e mais se aproxima de Cristo:

Na madrugada de 7 de fevereiro de 1901 – uma hora e quinze minutos da madrugada – desatam-se finalmente os laços que a prendiam ao corpo enfermo e cansado.

Do livro: “Auta de Souza” - Francisco Cândido Xavier - ditado pelo Espírito Auta de Souza