Olá!
30/09/2020
Segue nosso estudo de quarta feira às 19 h.
A Gênese
Capítulo IV - Papel da Ciência na Gênese
Leitura inicial:
24 - VANTAGENS OCULTAS
Todos precisamos de reconforto nos dias de aflição.
Isso é justo.
Importa, entretanto, observar que a Divina Providência não nos envia dificuldades
sem motivo.
Entendendo-se que o Senhor não nos relega ás próprias fraquezas e nem permite
venhamos a carregar cruzes incompatíveis com as forças que nos caracterizam, fujamos
de buscar a consolação por flor estéril.
* * *
Aproveitemos a bonança que surge em nós habitualmente após a tormenta íntima para
fixarmos o valor que a experiência nos oferece.
Não nos propomos a louvar situações embaraçosas e nem a elogiar os fabricantes
de problemas, mas é preciso reconhecer as vantagens ocultas decorrentes das provações
que nos visitam.
Quem conseguiria configurar o abismo a que seríamos arrastados pelos caprichos,
aos quais muitas vezes nos entregamos, confiantemente, se a desilusão não viesse
despertar-nos?
Quem poderia medir os espinheirais de discórdia em que chafurdaríamos o espírito,
na equipe de trabalho a que pertencemos, se lutas e lágrimas sofridas em comum não
nos ensinassem o benefício do entendimento e da união?
* * *
Ingratidão, em muitas circunstâncias, é o nome da bênção com que a Infinita Bondade de
Deus nos afasta de ambientes determinados, a fim de que a cegueira não nos induza ao
desequilíbrio.
Obstáculo, no dicionário da realidade, em muitas ocasiões expressa apoio invisível
para que não descambemos na direção das trevas.
* * *
Nossas provas - nossas bênçãos.
* * *
Reflete nos males maiores que nos alcançariam fatalmente amanhã, se não fosse o
socorro providencial dos males menores de hoje, e reconhecerás que todo contratempo
aceito com paciência e serenidade é sempre toque do amor de Deus, alertando-nos o
coração e guiando-nos o caminho.
Fonte: Livro Rumo Certo, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel
Trecho do estudo:
1. A história da origem de quase todos os povos antigos se confunde
com a da sua religião, é por isso que seus primeiros livros versavam sobre
religião. E como todas as religiões se ligam ao princípio das coisas, que é
também o da humanidade, elas deram, sobre a formação e a ordem do
universo, explicações em concordância com o estado dos conhecimentos
da época e de seus fundadores. Daí resultou que os primeiros livros sagrados foram ao mesmo tempo os primeiros livros de ciência, como foram,
durante largo período, o código único das leis civis.
2. Nas eras primitivas, sendo necessariamente muito imperfeitos
os meios de observação, muito eivadas de erros grosseiros haviam de ser
as primeiras teorias sobre o sistema do mundo. Mas, ainda quando esses
meios fossem tão completos quanto o são hoje, os homens não teriam sabido utilizá-los. Aliás, tais meios não podiam ser senão fruto do desenvolvimento da inteligência e do consequente conhecimento das leis da natureza.
À medida que o homem se foi adiantando no conhecimento dessas leis,
também foi penetrando os mistérios da criação e retificando as ideias que
formara acerca da origem das coisas.
3. Impotente se mostrou o homem para resolver o problema da
Criação, até o momento em que a Ciência lhe forneceu para isso a chave.
Teve de esperar que a Astronomia lhe abrisse as portas do espaço infinito
e lhe permitisse mergulhar aí o olhar; que, pelo poder de cálculo, determinasse com rigorosa exatidão o movimento, a posição, o volume, a natureza
e o papel dos corpos celestes; que a Física lhe revelasse as leis da gravitação,
do calor, da luz e da eletricidade; que a Química lhe mostrasse as transformações da matéria e a Mineralogia os materiais que formam a superfície do globo; que a Geologia lhe ensinasse a ler, nas camadas terrestres, a formação gradual desse mesmo globo. À Botânica, à Zoologia, à Paleontologia,
à Antropologia coube iniciá-lo na filiação e sucessão dos seres organizados.
Com a Arqueologia pôde ele acompanhar os traços que a humanidade
deixou através das idades. Numa palavra, completando-se umas às outras,
todas as ciências houveram de contribuir com o que era indispensável para
o conhecimento da história do mundo. Em falta dessas contribuições, teve
o homem como guia as suas primeiras hipóteses.
Por isso, antes que ele entrasse na posse daqueles elementos de apreciação, todos os comentadores da Gênese, cuja razão esbarrava em impossibilidades materiais, giravam dentro de um círculo, sem conseguirem
dele sair. Só o lograram, quando a Ciência abriu caminho, fendendo o velho edifício das crenças. Tudo então mudou de aspecto. Uma vez achado
o fio condutor, as dificuldades prontamente se aplanaram. Em vez de uma
Gênese imaginária, surgiu uma Gênese positiva e, de certo modo, experimental. O campo do universo se distendeu ao infinito. Acompanhou-se a
formação gradual da Terra e dos astros, segundo leis eternas e imutáveis,
que demonstram muito melhor a grandeza e a sabedoria de Deus, do que
uma criação miraculosa, tirada repentinamente do nada, qual mutação
à vista, por efeito de súbita ideia da Divindade, após uma eternidade de
inação.
Pois que é impossível se conceba a Gênese sem os dados que a Ciência fornece, pode dizer-se com inteira verdade que: a Ciência é chamada a
constituir a verdadeira Gênese, segundo a lei da natureza
4. No ponto a que chegou no século XIX, venceu a Ciência todas as
dificuldades do problema da Gênese?
Não, decerto; mas não há contestar que destruiu, sem remissão, todos os erros capitais e lhe lançou os fundamentos essenciais sobre dados
irrecusáveis. Os pontos ainda duvidosos não passam, a bem dizer, de questões de minúcias, que a sua solução, qualquer que venha a ser no futuro,
não poderá prejudicar o conjunto. Ademais, malgrado os recursos que ela
há tido à sua disposição, faltou-lhe, até agora, um elemento importante,
sem o qual jamais a obra poderia completar-se.
5. De todas as Gêneses antigas, a que mais se aproxima dos modernos dados científicos, apesar dos erros que contém, que são demonstrados
hoje até a evidência, é incontestavelmente a de Moisés. Alguns desses erros são mesmo mais aparentes do que reais e provêm, ou de falsa interpretação
atribuída a certos termos, cuja primitiva significação se perdeu, ao passarem de língua em língua pela tradução, ou a acepção deles mudou com os
costumes dos povos, ou, também, decorrem da forma alegórica peculiar ao
estilo oriental e que foi tomada ao pé da letra, em vez de se lhe procurar o
espírito, o significado mais fiel.
6. A Bíblia, evidentemente, encerra fatos que a razão, desenvolvida
pela Ciência, não poderia hoje aceitar e outros que parecem estranhos e repugnantes, pois derivam de costumes que já não são os nossos. Mas, a par
disso, haveria parcialidade em se não reconhecer que ela guarda grandes e
belas coisas. A alegoria ocupa ali considerável espaço, ocultando sob o seu
véu sublimes verdades, que se patenteiam, desde que se desça ao âmago do
pensamento, pois que logo desaparece o absurdo.
Por que então não se lhe ergueu mais cedo o véu? De um lado, por
falta de luzes que só a Ciência e uma sã filosofia podiam fornecer e, de outro lado, pelo princípio da imutabilidade absoluta da fé, consequência de
um respeito demasiado cego pela letra, ao qual a razão deveria se submeter,
e, assim, pelo temor de comprometer a estrutura das crenças, erguida sobre o sentido literal. Partindo tais crenças de um ponto primitivo, houve
o receio de que, se se rompesse o primeiro anel da cadeia, todas as malhas
da rede acabassem separando-se. Eis por que, apesar de tudo, os olhos
se fecharam, mas fechar os olhos ao perigo não é evitá-lo. Quando uma
construção se inclina, não manda a prudência que se substituam imediatamente as pedras ruins por pedras boas, em vez de se esperar, pelo respeito
que infunda a vetustez do edifício, que o mal se torne irremediável e que se
faça preciso reconstruí-lo de cima a baixo?
7. Levando suas investigações às entranhas da Terra e às profundezas
dos céus, demonstrou a Ciência, de maneira irrefragável, os erros da Gênese moisaica tomada ao pé da letra e a impossibilidade material de se terem
as coisas passado como são ali textualmente referidas. Assim procedendo,
a Ciência desferiu fundo golpe nas crenças seculares. A fé ortodoxa ficou
combalida, porque julgou que lhe tiravam a pedra fundamental. Mas com
quem havia de estar a razão: com a Ciência, que caminhava prudente e
progressivamente pelos terrenos sólidos dos algarismos e da observação,
sem nada afirmar antes de ter em mãos as provas, ou com uma narrativa
escrita quando faltavam absolutamente os meios de observação? No fim de contas, quem há de levar a melhor: aquele que diz 2 e 2 fazem 5 e se nega
a verificar, ou aquele que diz que 2 e 2 fazem 4 e o prova?
8. Mas, objetam, se a Bíblia é uma revelação divina, então Deus se
enganou. Se não é uma revelação divina, carece de autoridade e a religião
desmorona, à falta de base.
Uma de duas: ou a Ciência está em erro, ou tem razão. Se tem razão,
não pode fazer seja verdadeira uma opinião que lhe é contrária. Não há
revelação que se possa sobrepor à autoridade dos fatos.
Incontestavelmente, não é possível que Deus, sendo todo verdade,
induza os homens em erro, nem ciente, nem inscientemente, pois, do contrário, não seria Deus.
Logo, se os fatos contradizem as palavras que são
atribuídas a Ele, o que se deve logicamente concluir é que Ele não as pronunciou, ou que tais palavras foram entendidas em sentido oposto ao que
lhes é próprio.
Se, com semelhantes contradições, a religião sofre dano, a culpa não
é da Ciência, que não pode fazer que o que é deixe de ser; mas dos homens
por haverem prematuramente estabelecido dogmas absolutos, de cujo prevalecimento hão feito questão de vida ou de morte, sobre hipóteses suscetíveis de serem desmentidas pela experiência.
Há coisas com cujo sacrifício temos de resignar-nos, bom ou mau
grado nosso, quando não consigamos evitá-lo. Desde que o mundo marcha, sem que a vontade de alguns possa detê-lo, o mais sensato é que o
acompanhemos e nos acomodemos com o novo estado de coisas, em vez
de nos agarrarmos ao passado que se esboroa, com o risco de sermos arrastados na queda.
9. Por guardar respeito aos textos recebidos como sagrados, dever-se-
-ia obrigar a Ciência a calar-se? Fora tão impossível isso, como impedir que
a Terra gire. As religiões, sejam quais forem, jamais ganharam coisa alguma
em sustentar erros manifestos. A Ciência tem por missão descobrir as leis
da natureza. Ora, sendo essas leis obra de Deus, não podem ser contrárias
a religiões que se baseiem na verdade. Lançar anátema ao progresso, por
atentatório à religião, é lançá-lo à própria obra de Deus. É ademais, trabalho inútil, porquanto nem todos os anátemas do mundo seriam capazes de
obstar a que a Ciência avance e a que a verdade abra caminho. Se a Religião
se nega a avançar com a Ciência, esta avançará sozinha.
10. Somente as religiões estacionárias podem temer as descobertas
da Ciência, as quais só são funestas às que se deixam distanciar pelas ideias
progressistas, imobilizando-se no absolutismo de suas crenças. Elas, em
geral, fazem tão mesquinha ideia da Divindade, que não compreendem
que assimilar as leis da natureza, que a Ciência revela, é glorificar a Deus
em suas obras. Na sua cegueira, porém, essas religiões preferem render
homenagem ao Espírito do mal, atribuindo-lhe essas leis. Uma religião que
não estivesse, por nenhum ponto, em contradição com as leis da natureza, nada
teria que temer do progresso e seria invulnerável.
11. A Gênese se divide em duas partes: a história da formação do
mundo material e da humanidade considerada em seu duplo princípio,
corporal e espiritual. A Ciência se tem limitado à pesquisa das leis que
regem a matéria. No próprio homem, ela apenas há estudado o envoltório
carnal. Por esse lado, chegou a inteirar-se, com exatidão, das partes principais do mecanismo do universo e do organismo humano. Assim, sobre esse
ponto capital, pôde completar a Gênese de Moisés e retificar-lhe as partes
defeituosas.
Mas a história do homem, considerado como ser espiritual, se prende a uma ordem especial de ideias, que não são do domínio da Ciência
propriamente dita e das quais, por este motivo, não tem ela feito objeto de
suas investigações. A Filosofia, a cujas atribuições pertence, de modo mais
particular, esse gênero de estudos, apenas há formulado, sobre o ponto,
sistemas contraditórios, que vão desde a mais pura espiritualidade, até a
negação do princípio espiritual e mesmo de Deus, sem outras bases, afora
as ideias pessoais de seus autores. Tem, pois, deixado sem decisão a questão, por falta de verificação suficiente
12. Esta questão, no entanto, é a mais importante para o homem,
por isso que envolve o problema do seu passado e do seu futuro. A do
mundo material apenas indiretamente o afeta. O que lhe importa saber,
antes de tudo, é donde ele veio e para onde vai, se já viveu e se ainda viverá,
qual a sorte que lhe está reservada.
Sobre todos esses pontos, a Ciência se conserva muda.
A Filosofia
apenas emite opiniões que concluem em sentido diametralmente oposto,
mas que, pelo menos, permitem se discuta, o que faz com que muitas
pessoas se lhe coloquem do lado, de preferência a seguirem a religião, que
não discute.
13. Todas as religiões são acordes quanto ao princípio da existência
da alma, sem, contudo, o demonstrarem. Não o são, porém, nem quanto à sua origem, nem com relação ao seu passado e ao seu futuro, nem,
principalmente, e isso é o essencial, quanto às condições de que depende
a sua sorte vindoura. Em sua maioria, elas apresentam como o futuro
da alma, e impõem à crença de seus adeptos, um quadro que somente a
fé cega pode aceitar, visto que não suporta exame sério. Ligado aos seus
dogmas, às ideias que nos tempos primitivos se faziam do mundo material e do mecanismo do universo, o destino que elas atribuem à alma não
se concilia com o estado atual dos conhecimentos. Não podendo, pois,
senão perder com o exame e a discussão, as religiões acham mais simples
proscrever um e outra
14. Dessas divergências no tocante ao futuro do homem nasceram
a dúvida e a incredulidade. Entretanto, a incredulidade dá lugar a um
penoso vácuo. O homem encara com ansiedade o desconhecido em que
tem fatalmente de penetrar. Gela-o a ideia do nada. Diz-lhe a consciência
que alguma coisa lhe está reservada para além do presente. Que será? Sua
razão, com o desenvolvimento que alcançou, já lhe não permite admitir as
histórias com que o acalentaram na infância, nem aceitar como realidade
a alegoria. Qual o sentido dessa alegoria? A Ciência lhe rasgou um canto
do véu; não lhe revelou, porém, o que mais lhe importa saber. O homem
interroga em vão, nada lhe responde ela de maneira peremptória e apropriada a lhe acalmar as apreensões. Por toda parte depara com a afirmação
a se chocar com a negação, sem que de um lado ou de outro se apresentem
provas positivas. Daí a incerteza, e a incerteza sobre o que concerne à vida
futura faz que o homem se atire, tomado de uma espécie de frenesi, para as
coisas da vida material.
Esse o inevitável efeito das épocas de transição: rui o edifício do passado, sem que ainda o do futuro se ache construído. O homem se assemelha ao adolescente que, já não tendo a crença ingênua dos seus primeiros
anos, ainda não possui os conhecimentos próprios da maturidade. Apenas
sente vagas aspirações, que não sabe definir.
15. Se a questão do homem espiritual permaneceu, até os dias
atuais, em estado de teoria, é que faltavam os meios de observação direta,
existentes para comprovar o estado do mundo material, conservando-se,
portanto, aberto o campo às concepções do espírito humano. Enquanto o homem não conheceu as leis que regem a matéria e não pôde aplicar o
método experimental, andou a errar de sistema em sistema, no tocante ao
mecanismo do universo e à formação da Terra. O que se deu na ordem
física, deu-se também na ordem moral. Para fixar as ideias, faltou o elemento essencial: o conhecimento das leis a que se acha sujeito o princípio
espiritual. Estava reservado à nossa época esse conhecimento, como o esteve aos dois últimos séculos24 o das leis da matéria
16. Até o presente, o estudo do princípio espiritual, compreendido na Metafísica, foi puramente especulativo e teórico. No Espiritismo,
esse estudo é inteiramente experimental. Com o auxílio da faculdade
mediúnica, mais desenvolvida presentemente e, sobretudo, generalizada e
mais bem estudada, o homem se achou de posse de um novo instrumento
de observação. A mediunidade foi, para o mundo espiritual, o que o telescópio foi para o mundo astral e o microscópio para o dos infinitamente
pequenos. Permitiu se explorassem, estudassem, por assim dizer, de visu,
25
as relações do mundo espiritual com o mundo corpóreo; que, no homem
vivo, se destacasse do ser material o ser inteligente e que se observassem
os dois a atuar separadamente. Uma vez estabelecidas relações com os habitantes do mundo espiritual, possível se tornou ao homem seguir a alma
em sua marcha ascendente, em suas migrações, em suas transformações.
Pode-se, enfim, estudar o elemento espiritual. Eis aí o de que careciam os
anteriores comentadores da Gênese, para a compreenderem e lhe retificarem os erros.
17. Estando o mundo espiritual e o mundo material em incessante
contato, os dois são solidários um com o outro; ambos têm a sua parcela
de ação na Gênese. Sem o conhecimento das leis que regem o primeiro,
tão impossível seria constituir-se uma Gênese completa, quanto a um estatuário dar vida a uma estátua. Somente agora, conquanto nem a Ciência
material, nem a Ciência espiritual hajam dito a última palavra, possui o
homem os dois elementos próprios a lançar luz sobre esse imenso problema. Eram-lhe absolutamente indispensáveis essas duas chaves para chegar
a uma solução, ainda que aproximativa.
Olá
Ouçam mais uma poesia de Auta de Souza
ESSA MIGALHA
Auta de Souza
No reino de teu lar em paz celeste,
Repara quantas sobras de fartura!...
O pão dormido que ninguém procura,
O trapo humilde que não mais se veste...
Do que gastaste, tudo quanto reste,
Arrebata o melhor à varredura
E socorre a aflição e a desventura
Que respiram gemendo em noite agreste!...
Teu gesto amigo florirá perfume,
Bênção, consolo, providência e lume
Na multidão que segue ao desalinho...
E quando o mundo te não mais conforte,
Essa leve migalha, além da morte,
Fulgirá como estrela em teu caminho.
Fonte: Livro Auta de Souza, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Auta de Souza
26/09/2020
Olá!
Segue nosso estudo do sábado fraterno
Não é necessário que a morte abra as portas de tribunais supremos para que o homem seja julgado em definitivo.
* * *
A vida faz a análise todos os dias e a luta é o grande movimento seletivo, através do qual observamos diversas sentenças a se evidenciarem nos variados setores da atividade humana.
A moléstia julga os excessos.
A exaustão corrige os abusos.
A dúvida retifica a leviandade.
A aflição reajusta os desvios.
O tédio pune a licença.
O remorso castiga as culpas.
A sombra domina os que fogem à luz.
O isolamento fere o orgulho.
A desilusão golpeia o egoísmo.
As chagas selecionam as células do corpo.
Cada sofrimento humano é aresto do Juízo Divino em função na vida contingente da Terra.
Cada criatura padece determinadas sanções em seu campo de experiência.
* * *
Compreendendo a justiça imanente do Senhor em todas as circunstâncias e em todas as cousas, atendamos a sementeira do bem aqui e agora, na certeza de que, segundo a palavra do Mestre, cada espírito receberá os bens e os males do Patrimônio Infinito da Vida, de conformidade com as próprias obras.
Fonte :Livro Taça de Luz / Emmanuel & Francisco Cândido Xavier
Textos de referência para o estudo:
História de uma Sessão
Organizado a sessão de estudo evangélico, os Espíritos Benfeitores, através das doces intimações da prece, foram convidados à execução de regular empreitada.
520 orientações a companheiros doentes com especificações e conselhos técnicos.
50 passes magnéticos, em benefício de enfermos encarnados.
200 intervenções de socorro a entidades sofredoras, ausentes do equipamento físico.
35 visitas de assistência a lares distantes.
150 notas socorristas para desligamento de obsessores e inimigos inconscientes.
E devem ainda eliminar dois suicídios potenciais, evitar um homicídio provável, afastar as possibilidades de dois divórcios infelizes e ajustar mais de cem entendimentos, em favor da fraternidade, da harmonia e da reencarnação.
Em troca, os componentes da assembléia deviam dar de si mesmos um pouco de alegria, de fé viva, de serenidade e de paciência, com algumas palavras de carinho e amizade para sustentarem o clima vibratório, necessário à realização das tarefas indicadas aos colaboradores invisíveis que começaram a atuar.
Iniciada a empresa, porém, depois de alguns raros amigos haverem atendido heroicamente aos encargos que lhes competiam, eis que a reunião se veste de sombras.
O nevoeiro da ociosidade mental invadiu quase todos os departamentos da casa.
Dois prestimosos cooperadores passaram a visitar o pensamento dos companheiros encarnados, rogando concurso urgente, mas o silêncio e a inércia continuaram operando.
Consultando, em espírito, com respeito à contribuição de que se faziam devedores, cada qual respondia a seu modo, falando mentalmente.
Um cavalheiro deu-se pressa em esclarecer que era ignorante e imprestável.
Um jovem tribuno do Evangelho afirmou-se doente e incapaz.
Um companheiro de serviço alegou que se sentia envergonhado e inapto para qualquer comentário construtivo.
Uma senhora perguntou se os Espíritos Amigos não poderiam solucionar os compromissos da sessão em cinco minutos.
Um lidador juvenil explicou que se sentia diminuído à frente dos mentores e experimentava o receio de falar sem brilho, depois deles.
Um antigo beneficiário solicitou a concessão de maca em que pudesse confiar-se ao repouso.
Um ouvinte preocupado adiantou-se consultando o relógio e bocejou entediado.
Uma robusta irmã pediu fosse colocada uma cadeira preguiçosa em lugar do banco áspero que a servia.
E quase todos, incluindo jovens e adultos letrados e indoutos, necessitados ou curiosos, descansaram na improdutividade, acreditando que é sempre melhor observar sem responsabilidade, à espera do fim.
E a sessão, que deveria ser manancial cantante de bênçãos com alegria e paz, união e entendimento de corações fraternos e calorosos na fé, prosseguiram até à fase final, qual se os companheiros estivessem situados num velório de grande estilo, cercados pelo crepe arroxeado da tristeza e do luto, queimando o incenso precioso do tempo em câmara funerária.
Que entre nós, meus amigos, assim não aconteçam.
Espiritismo é amor e contentamento.
Sempre que desejardes a vitória do bem, auxiliai o bem e plantai-o.
Trazei até nós o concurso da boa vontade, que é a alavanca de todos os prodígios do progresso, enriquecendo-nos o santuário comum com os dons da saúde e da esperança, do otimismo e da fé.
Permutemos experiências e corações.
Amparemo-nos aos outros.
A nossa Doutrina Consoladora é Sol e não devemos esquecer que a vida é ação permanente, porque a inércia, em toda parte, é sempre a antecâmara da estagnação ou da morte.
Livro: Apostilas da Vida - 20
André Luiz & Francisco Cândido Xavier
TEXTO COMPLEMENTAR:
Irriga o teu organismo com pensamentos saudáveis.
A ação da mente sobre a emoção, o corpo e toda a aparelhagem fisiológica é incontestável.
Grande número de enfermidades se deve à ociosidade mental, ao desânimo, à revolta, às idéias autodestrutivas.
Canaliza o teu modo de pensar para as questões agradáveis, salutares, otimistas, e viverás sob o seu reflexo, desfrutando do bem-estar que se irradiará a outros mimetizando e produzindo paz
Livro: VIDA
FELIZ
Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco
24/09/2020
Olá!
Ouçam abaixo uma poesia de Auta de Souza
Auxilia
Auta de Souza
Ouve!... Ruge, lá fora, a ventania...
E enquanto o lar ditoso te acalenta,
Há quem padece os golpes da tormenta
Suportando a ansiedade e a noite fria.
Repara a estrada longa, erma e sombria...
Eis que a dor te acompanha, amarga e atenta.
Desce do altar de luz que te apascenta
E socorre a miséria que te espia.
Ajuda e sentirás em resplendores
Luzes e auroras, júbilos e flores
A brotar dos charcos em que pises!...
Estrelas fulgirão sobre os teus passos...
É que o Cristo do amor te estende os braços
Junto às chagas dos grandes infelizes!...
Fonte: Livro Auta de Souza, Francisco Cândido Xavier , pelo Espírito Auta de Souza
23/09/2020
Olá!
Segue nosso estudo de quarta feira às 19 h.
A Gênese
Capítulo III - Destruição dos seres vivos uns pelos outros
Leitura inicial:
26
Trabalhos imediatos
“Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo
cuidado dele, não por força, mas espontaneamente, segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de ânimo
pronto.”
(I Pedro, 5:2)
Naturalmente, na pauta das possibilidades justas, ninguém deverá negar
amparo ou assistência aos companheiros que acenam de longe com solicitações
razoáveis; entretanto, constitui-nos obrigação atender ao ensinamento de Pedro, quanto aos nossos trabalhos imediatos.
Há criaturas que se entregam gostosamente à volúpia da inquietação por
acontecimentos nefastos, planejados pela mente enfermiça dos outros e que, provavelmente, nunca sobrevirão. Perdem longo tempo receitando fórmulas de ação ou desferindo lamentos
inúteis.
A lavoura alheia e as ocorrências futuras, para serem examinadas, exigem
sempre grandes qualidades de ponderação. Além do mais, é imprescindível reconhecer que o problema difícil, ao nosso
lado ou a distância de nós, tem a finalidade de enriquecer-nos a experiência própria, habilitando-nos à solução dos mais intrincados enigmas do caminho.
Eis a razão pela qual a nota de Simão Pedro é profunda e oportuna, para
todos os tempos e situações. Atendamos aos imperativos do serviço divino que se localiza em nossa
paisagem individual, não através de constrangimento, mas pela boa vontade
espontânea, fugindo cada vez mais aos nossos interesses particularistas e de ânimo
firme e pronto para servir ao bem, tanto quanto nos seja possível. Às vezes, é razoável preocupar-se o homem com a situação mundial, com a
regeneração das coletividades, com as posições e responsabilidades dos outros, mas
não é justo esquecermo-nos daquele “rebanho de Deus que está entre nós”.
Fonte: Livro Pão Nosso, de Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel
Trecho do estudo:
20. A destruição recíproca dos seres vivos é, dentre as leis da natureza, uma das que, à primeira vista, menos parecem conciliar-se com
a Bondade de Deus. Pergunta-se por que lhes criou Ele a necessidade de
mutuamente se destruírem, para se alimentarem uns à custa dos outros.
Para quem apenas vê a matéria e restringe à vida presente a sua visão, há de isso, com efeito, parecer uma imperfeição na obra divina. É
que, em geral, os homens apreciam a perfeição de Deus do ponto de vista
humano; medindo-lhe a sabedoria pelo juízo que dela formam, pensam
que Deus não poderia fazer coisa melhor do que eles próprios fariam. Não
lhes permitindo a curta visão, de que dispõem, apreciar o conjunto, não
compreendem que um bem real possa decorrer de um mal aparente. Só
o conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira
essência, e o da grande lei de unidade, que constitui a harmonia da Criação, pode dar ao homem a chave desse mistério e mostrar-lhe a sabedoria
providencial e a harmonia, exatamente onde apenas vê uma anomalia e
uma contradição.
21. A verdadeira vida, tanto do animal como do homem, não está no
invólucro corporal, do mesmo que não está no vestuário. Está no princípio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo. Esse princípio necessita do corpo
para se desenvolver pelo trabalho que lhe cumpre realizar sobre a matéria
bruta. O corpo se consome nesse trabalho, mas o Espírito não se gasta;
ao contrário, sai dele cada vez mais forte, mais lúcido e mais apto. Que
importa, pois, que o Espírito mude mais ou menos frequentemente de
envoltório?! Não deixa por isso de ser Espírito. É precisamente como se
um homem mudasse cem vezes no ano as suas vestes. Não deixaria por isso
de ser homem.
Por meio do incessante espetáculo da destruição, ensina Deus aos
homens o pouco caso que devem fazer do envoltório material e lhes suscita
a ideia da vida espiritual, fazendo que a desejem como uma compensação.
Objetar-se-á: não podia Deus chegar ao mesmo resultado por outros
meios, sem constranger os seres vivos a se destruírem mutuamente? Desde
que na sua obra tudo é sabedoria, devemos supor que esta sabedoria não
existirá mais num ponto do que noutros; se não o compreendemos assim,
devemos atribuí-lo à nossa falta de adiantamento. Contudo, podemos procurar a pesquisa da razão do que nos pareça defeituoso, tomando por bússola este princípio: Deus há de ser infinitamente justo e sábio. Procuremos,
portanto, em tudo, a sua justiça e a sua sabedoria e curvemo-nos diante do
que ultrapasse o nosso entendimento
22. Uma primeira utilidade, que se apresenta de tal destruição, utilidade, sem dúvida, puramente física, é esta: os corpos orgânicos só se conservam com o auxílio das matérias orgânicas, matérias que contêm os elementos nutritivos necessários à sua transformação. Como instrumentos de ação
do princípio inteligente, os corpos precisam ser constantemente renovados,
a Providência faz que sirvam à sua mútua manutenção. Eis por que os seres
se nutrem uns dos outros. Mas é o corpo que se nutre do corpo, sem que
o Espírito se aniquile ou altere, fica apenas despojado do seu envoltório.(22) 23. Há também considerações morais de ordem elevada
É necessária a luta para o desenvolvimento do Espírito. Na luta é
que ele exercita suas faculdades. O que ataca em busca do alimento e o
que se defende para conservar a vida usam de habilidade e inteligência,
aumentando, em consequência, suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe; mas, em realidade, que foi o que o mais forte ou o mais destro
tirou ao mais fraco? A veste de carne, nada mais; ulteriormente, o Espírito,
que não morreu, tomará outra.
24. Nos seres inferiores da Criação, naqueles a quem ainda falta o
senso moral, nos quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a
luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação.
Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma
presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular. É nesse
primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida.
No homem, há um período de transição em que ele mal se distingue
do bruto. Nas primeiras idades, domina o instinto animal e a luta ainda
tem por móvel a satisfação das necessidades materiais. Mais tarde, contrabalançam-se o instinto animal e o sentimento moral; luta então o homem,
não mais para se alimentar, porém, para satisfazer à sua ambição, ao seu orgulho, a sua necessidade de dominar. Para isso, ainda lhe é preciso destruir.
Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por
se tornar odiosa essa necessidade. O homem ganha horror ao sangue.
Contudo, a luta é sempre necessária ao desenvolvimento do Espírito, pois, mesmo chegando a esse ponto, que nos parece culminante, ele
ainda está longe de ser perfeito. Só à custa de sua atividade que o Espírito
adquire conhecimento, experiência e se despoja dos últimos vestígios da
animalidade. Mas, nessa ocasião, a luta, de sangrenta e brutal que era, se
torna puramente intelectual. O homem luta contra as dificuldades, não
mais contra os seus semelhantes.(23)
(22)Nota de Allan Kardec: Veja-se: Revista espírita, agosto de 1864, Extinção das raças.
(23) 23 Nota de Allan Kardec: Sem prejulgar das consequências que se possam tirar desse princípio, apenas
quisemos demonstrar, mediante essa explicação, que a destruição de uns seres vivos por outros em
nada infirma a sabedoria divina e que, nas leis da natureza, tudo se encadeia. Esse encadeamento
forçosamente se quebra, desde que se abstraia do princípio espiritual, razão por que muitas questões
permanecem insolúveis, por só se levar em conta a matéria.
As doutrinas materialistas trazem em si o princípio de sua própria destruição; têm contra si não
só o antagonismo em que se acham com as aspirações da universalidade dos homens e suas
consequências morais, que farão sejam elas, as doutrinas, repelidas como dissolventes da sociedade,
mas também a necessidade que o homem experimenta de se inteirar de tudo o que resulta do progresso. O desenvolvimento intelectual conduz o homem à pesquisa das causas. Ora, por pouco que
ele reflita, não tardará a reconhecer a impotência do materialismo para tudo explicar. Como é possível
que doutrinas que não satisfazem ao coração, nem a razão, nem à inteligência, que deixam problemáticas as mais vitais questões, venham a prevalecer? O progresso das ideias matará o materialismo,
como matou o fanatismo.
22/09/2020
Olá!
Ouçam abaixo uma poesia de Auta de Souza
Ao sol do campo
Auta de Souza
Prossegue, semeador, alçando monte acima,
A plantação da fé na gleba da esperança,
Ara, semeia, aduba, e, intimorato, avança,
Consagrando a servir no sonho que te arrima.
Não aguarde lauréis de transitória estima
E se a nuvem de angústia e lágrimas te alcança,
Deténs na própria fé refúgio e segurança,
No grande espinheiral de amor que te sublima.
Vara vento, granizo, injúria, lama, prova
E espalha, aqui e além, a paz que te renova,
No tempo a recordar solo vivo e fecundo.
Ama, serve e constrói!... Onde lidas e esperas,
Trazes contigo a luz dos gênios de outras eras
Que promovem, com Cristo, a redenção do mundo.
Fonte: livro Auta de Souza, Francisco Cândido Xavier por Auta de Souza
19/09/2020
Olá!
Segue nosso estudo de sábado às 10 h
Labor Intransferível
Leitura inicial:
Rendimento
Leve auxílio que estendas:
Mais apoio a servir-te.
A esperança que espalhas
É uma estrela a esperar-te.
Dor que tires dos outros,
Prova de que te afastas.
Doar felicidade
é retratá-la em nós.
Olha a semente humilde
e a colheita dos frutos.
Todo bem rende
o bem
pelas contas de Deus
Fonte: Livro Migalha, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emanuel
Trecho do estudo:
Clareado intimamente pelas fulgurações da fé que hoje banha de suaves consolações o teu espírito, começa a tarefa imediata de insculpir no coração e na mente as diretivas que te deslumbram, vivendo desde agora a Era de felicidade de que te falam as excelsas mensagens da Verdade.
Encontrarás quem diga que a conquista do Reino dos Céus, na Terra, é loucura e estremecerás atemorizado.
Ouvirás diatribes e bocas mordazes que emitirão conceitos deprimentes, referindo-se à tua conduta “fora de época”.
Chamar-te-ão para apresentarem os dados negativos sobre os que, na atualidade, intentaram vida cristã correta, como marginais da sociedade.
Acompanharás com inquietudes íntimas os que facilmente galgam os degraus da fama, demorando-te no anonimato, em luta renhida.
No entanto, não sucumbas ante a noite prenhe de desencantos.
Aguarda a clara face da madrugada e prossegue pelo oceano de luz do dia.
O que deves fazer, faze-o.
Sabes que a vida espiritual é a essência do existir.
A Revelação Espírita inscreveu no teu cérebro conceitos vibrantes que renovaram tuas concepções sobre a vida.
Já não segues a esmo, sem roteiro.
Todavia, é conveniente não encarcerares a palavra libertadora nos cofres do imediatismo, convertendo a convicção que se enfloresce, agora, em moedas para as comezinhas necessidades...
Utiliza a lição vigorosa da imortalidade para a própria imortalidade.
Caminharás depois da morte com os tesouros que reunires antes dela.
Os benfeitores espirituais, a quem dizes amar, não poderão fazer por ti mais do que seja lícito receberes.
São eles amigos mais experientes e mais sábios é certo, em função pedagógica de didática espiritual. Também eles avançam no rumo de cimos mais altos, também eles têm meta a alcançar, eles também obedecem às leis soberanas da Criação.
Prepara-te de logo, acumulando nos depósitos sagrados da experiência carnal os valores de uma conduta reta, uma consciência tranquila e um coração afável.
O momento que vives é momento do corretor da eternidade.
Eternidade, infinito que se confunde no minuto célere que passa, no elétron que te escapa.
Harmoniza fé e ação, remove obstáculos e atrações retentoras, usando o buril constantemente e cinzela-te para que, insculpido no teu espírito, se demore como normativa eficiente o dever para todo dia, toda hora.
***
Atraída pelo verbo do manso Rabi, a obsidiada de Magdala lapidou-se para viver a mensagem salutar.
Arrependido da dúvida soez que o atormentou à hora do testemunho, Simão Pedro doou-se à cruz das renúncias e da ação santificante em favor dos desalentados e sofredores, lutando contra as próprias dificuldades até o sacrifício supremo.
João, arrebatado, desde a mais verde juventude pelo Excelso Libertador, prosseguiu servindo, infatigável, até idade provecta, a repetir: – Amai-vos...
Tiago, convicto do significado da ação cristã, após vacilações tormentosas, testemunha a excelência dos seus propósitos evangélicos, vitimado pela espada dos esbirros de Agripa I...
E depois deles, torrentes de heróis, levantados do pó da aflição, entregaram-se à laboriosa construção de um mundo melhor, guiados pelo Imarcescível Galileu.
*
Com o Espiritismo, recém-chegado ao discernimento humano, em hora crucial de soçobros morais e delinquências sociais, ressurgem as luminosas oportunidades de exercitar o Cristo íntimo, no trabalho de renovação pessoal intransferível e inadiável.
Opera, com o auxílio divino, a própria transformação para o bem e a virtude, e, desde agora, experimenta a glória da ressurreição e da felicidade que te aguardam depois de todas as lutas, além da noite do túmulo, do desespero da ansiedade e da aflição decorrentes do pavor da morte.
17/09/2020
Olá!
Ouçam abaixo uma poesia de Auta de Souza
ALMA QUERIDA
Auta de Souza
Alma da caridade, viva e pura,
Que abres a mão fraterna de mansinho,
Jesus recolhe a gota de carinho,
Que derramas na chaga da amargura.
Essa doce migalha de ternura
Para quem luta e chora no caminho,
É como a rosa perfumando o espinho
Ou como a estrela para a noite escura.
Como crês?
Ninguém sabe... o mundo apenas.
Sabe que és luz nas aflições terrenas,
Pela consolação que te abençoa.
Seja qual for o templo que te exprime,
Deus te proteja o coração sublime
Alma querida e bela, humilde e boa.
16/09/2020
Olá!
Segue nosso estudo de quarta feira às 19 h.
A Gênese
Cap. III - O bem e o mal
O instinto e a inteligência
Leitura inicial:
Confiando Sempre
Peçamos ao Senhor que nos sustente
as forças na desincumbência dos
compromissos assumidos e que
prossigamos adiante no campo de
nossas abençoadas lutas, com a
certeza de que o Divino Benfeitor
jamais nos abandona.
fonte: livro Migalha, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel
Trecho do estudo:
11. Qual a diferença entre o instinto e a inteligência? Onde acaba
um e o outro começa? Será o instinto uma inteligência rudimentar, ou será
uma faculdade distinta, um atributo exclusivo da matéria?
O instinto é a força oculta que solicita os seres orgânicos a atos espontâneos e involuntários, tendo em vista a conservação deles. Nos atos instintivos
não há reflexão, nem combinação, nem premeditação. É assim que a planta procura o ar, se volta para a luz, dirige suas raízes para a água e para a
terra nutriente; que a flor se abre e fecha alternadamente, conforme se lhe
faz necessário; que as plantas trepadeiras se enroscam em torno daquilo
que lhes serve de apoio, ou se lhe agarram com as gavinhas. É pelo instinto
que os animais são avisados do que lhes é útil ou nocivo; que buscam, conforme a estação, os climas propícios; que constroem, sem ensino prévio,
com mais ou menos arte, segundo as espécies, leitos macios e abrigos para as suas progênies, armadilhas para apanhar a presa de que se nutrem; que
manejam destramente as armas ofensivas e defensivas de que são providos;
que os sexos se aproximam; que a mãe choca os filhos e que estes procuram
o seio materno. No homem, no começo da vida o instinto domina com exclusividade; é por instinto que a criança faz os primeiros movimentos, que
toma o alimento, que grita para exprimir as suas necessidades, que imita o
som da voz, que tenta falar e andar. No próprio adulto, certos atos são instintivos, tais como os movimentos espontâneos para evitar um risco, para
fugir a um perigo, para manter o equilíbrio do corpo; tais ainda o piscar
das pálpebras para moderar o brilho da luz, a respiração etc.
12. A inteligência se revela por atos voluntários, refletidos, premeditados, combinados, de acordo com a oportunidade das circunstâncias. É incontestavelmente um atributo exclusivo da alma.
Todo ato maquinal é instintivo; o ato que denota reflexão, combinação,
deliberação é inteligente. Um é livre, o outro não o é.
O instinto é guia seguro, que nunca se engana; a inteligência, pelo
simples fato de ser livre, está, por vezes, sujeita a errar.
Ao ato instintivo falta o caráter do ato inteligente; revela, entretanto,
uma causa inteligente, essencialmente apta a prever. Se se admitir que o
instinto procede da matéria, ter-se-á de admitir que a matéria é inteligente,
até mesmo bem mais inteligente e previdente do que a alma, pois que o
instinto não se engana, ao passo que a inteligência se equivoca.
Se se considerar o instinto uma inteligência rudimentar, como se há
de explicar que, em certos casos, seja superior à inteligência que raciocina? Como explicar que torne possível se executem atos que esta não pode
realizar? Se ele é atributo de um princípio espiritual de especial natureza,
qual vem a ser esse princípio? Pois que o instinto se apaga, dar-se-á que
esse princípio se destrua? Se os animais são dotados apenas de instinto, não
tem solução o destino deles e nenhuma compensação os seus sofrimentos,
o que não estaria de acordo nem com a justiça, nem com a bondade de
Deus. (Cap. II, 19.)
13. Segundo outros sistemas, o instinto e a inteligência procederiam
de um único princípio. Chegado a certo grau de desenvolvimento, esse
princípio, que primeiramente apenas tivera as qualidades do instinto, passaria por uma transformação que lhe daria as da inteligência livre.
Se fosse assim, no homem inteligente que perde a razão e entra a ser
guiado exclusivamente pelo instinto, a inteligência voltaria ao seu estado
primitivo e, quando o homem recobrasse a razão, o instinto se tornaria
inteligência e assim alternadamente, a cada acesso, o que não é admissível.
Aliás, muitas vezes o instinto e a inteligência se revelam simultaneamente no mesmo ato. No caminhar, por exemplo, o movimento das
pernas é instintivo; o homem põe maquinalmente um pé à frente do outro,
sem nisso pensar; quando, porém, ele quer acelerar ou demorar o passo,
levantar o pé ou desviar-se de um tropeço, há cálculo, combinação; ele age
com deliberado propósito. A impulsão involuntária do movimento é o ato
instintivo; a calculada direção do movimento é o ato inteligente. O animal
carnívoro é impelido pelo instinto a se alimentar de carne, mas as precauções que toma e que variam conforme as circunstâncias, para segurar a
presa, a sua previdência das eventualidades são atos da inteligência.
14. Outra hipótese que, em suma, se conjuga perfeitamente à ideia
da unidade de princípio, ressalta do caráter essencialmente previdente do
instinto e concorda com o que o Espiritismo ensina, no tocante às relações
do mundo espiritual com o mundo corpóreo.
Sabe-se agora que muitos Espíritos desencarnados têm por missão
velar pelos encarnados, dos quais se constituem protetores e guias; que os
envolvem nos seus eflúvios fluídicos; que o homem age muitas vezes de
modo inconsciente, sob a ação desses eflúvios.
Sabe-se, ademais, que o instinto, que por si mesmo produz atos inconscientes, predomina nas crianças e, em geral, nos seres cuja razão é
fraca. Ora, segundo esta hipótese, o instinto não seria atributo nem da
alma, nem da matéria; não pertenceria propriamente ao ser vivo, seria efeito da ação direta dos protetores invisíveis que supririam a imperfeição da
inteligência, provocando os atos inconscientes necessários à conservação
do ser. Seria qual a andadeira com que se amparam as crianças que ainda
não sabem andar. Então, do mesmo modo que se deixa gradualmente de
usar a andadeira, à medida que a criança se equilibra sozinha, os Espíritos
protetores deixam entregues a si mesmos os seus protegidos, à medida que
estes se tornam aptos a guiar-se pela própria inteligência.
Assim, o instinto, longe de ser produto de uma inteligência rudimentar e incompleta, sê-lo-ia de uma inteligência estranha, na plenitude
da sua força, inteligência protetora, que supriria a insuficiência, quer de uma inteligência mais jovem, que aquela compeliria a fazer, inconscientemente, para seu bem, o que ainda fosse incapaz de fazer por si mesma,
quer de uma inteligência madura, porém, momentaneamente tolhida no
uso de suas faculdades, como se dá com o homem na infância e nos casos
de idiotia e de afecções mentais.
Diz-se proverbialmente que há um deus para as crianças, para os
loucos e para os ébrios. É mais veraz do que se supõe esse ditado. Aquele
deus, outro não é senão o Espírito protetor, que vela pelo ser incapaz de se
proteger, utilizando-se da sua própria razão.
15. Nesta ordem de ideias, ainda mais longe se pode ir. Por muito
racional que seja, essa teoria não resolve todas as dificuldades da questão.
Se observarmos os efeitos do instinto, notaremos, em primeiro lugar,
uma unidade de vistas e de conjunto, uma segurança de resultados, que
cessam logo que a inteligência livre substitui o instinto. Demais, reconheceremos profunda sabedoria na apropriação tão perfeita e tão constante das
faculdades instintivas às necessidades de cada espécie. Semelhante unidade
de vistas não poderia existir sem a unidade de pensamento e esta é incompatível com a diversidade das aptidões individuais; só ela poderia produzir
esse conjunto tão harmonioso que se realiza desde a origem dos tempos
e em todos os climas, com uma regularidade, uma precisão matemáticas,
cuja ausência jamais se nota. A uniformidade no que resulta das faculdades
instintivas é um fato característico, que forçosamente implica a unidade
da causa. Se a causa fosse inerente a cada individualidade, haveria tantas
variedades de instintos quantos fossem os indivíduos, desde a planta até o
homem. Um efeito geral, uniforme e constante, há de ter uma causa geral,
uniforme e constante; um efeito que atesta sabedoria e previdência há de
ter uma causa sábia e previdente. Ora, uma causa dessa natureza, sendo por
força inteligente, não pode ser exclusivamente material.
Não se nos deparando nas criaturas, encarnadas ou desencarnadas,
as qualidades necessárias à produção de tal resultado, temos que subir mais
alto, isto é, ao próprio Criador. Se nos reportamos à explicação dada sobre
a maneira por que se pode conceber a ação providencial (cap. II, item 24);
se figurarmos todos os seres penetrados do fluido divino, soberanamente
inteligente, compreenderemos a sabedoria previdente e a unidade de vistas
que presidem a todos os movimentos instintivos que se efetuam para o
bem de cada indivíduo. Tanto mais ativa é essa solicitude, quanto menos recursos tem o indivíduo em si mesmo e na sua inteligência. Por isso é que
ela se mostra maior e mais absoluta nos animais e nos seres inferiores, do
que no homem.
Segundo essa teoria, compreende-se que o instinto seja um guia seguro. O instinto materno, o mais nobre de todos, que o materialismo rebaixa
ao nível das forças atrativas da matéria, fica realçado e enobrecido. Em
razão das suas consequências, não devia ele ser entregue às eventualidades
caprichosas da inteligência e do livre-arbítrio. Por intermédio da mãe, o
próprio Deus vela pelas suas criaturas que nascem.
16. Esta teoria de nenhum modo anula o papel dos Espíritos protetores, cujo concurso é fato observado e comprovado pela experiência;
mas deve-se notar que a ação desses Espíritos é essencialmente individual;
que se modifica segundo as qualidades próprias do protetor e do protegido e que em parte nenhuma apresenta a uniformidade e a generalidade
do instinto. Deus, em sua sabedoria, conduz Ele próprio os cegos, porém
confia a inteligências livres o cuidado de guiar os clarividentes, para deixar
a cada um a responsabilidade de seus atos. A missão dos Espíritos protetores constitui um dever que eles aceitam voluntariamente e lhes é um
meio de se adiantarem, dependendo o adiantamento da forma por que o
desempenhem.
17. Todas essas maneiras de considerar o instinto são forçosamente
hipotéticas e nenhuma apresenta caráter seguro de autenticidade, para ser
tida como solução definitiva. A questão, sem dúvida, será resolvida um dia,
quando se houverem reunido os elementos de observação que ainda faltam.
Até lá, temos que limitar-nos a submeter as diversas opiniões ao cadinho da
razão e da lógica e esperar que a luz se faça. A solução que mais se aproxima
da verdade será decerto a que melhor condiga com os atributos de Deus,
isto é, com a bondade suprema e a suprema justiça. (Cap. II, item 19.)
18. Sendo o instinto o guia e as paixões as molas da alma no período
inicial do seu desenvolvimento, por vezes aquele e estas se confundem nos
efeitos. Há, contudo, entre esses dois princípios, diferenças que muito importa se considerem.
O instinto é guia seguro, sempre bom. Pode, ao cabo de certo tempo, tornar-se inútil, porém nunca prejudicial. Enfraquece-se pela predominância da inteligência.
As paixões, nas primeiras idades da alma, têm de comum com o
instinto o serem as criaturas solicitadas por uma força igualmente inconsciente. As paixões nascem principalmente das necessidades do corpo e dependem, mais do que o instinto, do organismo. O que, acima de tudo,
as distingue do instinto é que são individuais e não produzem, como este
último, efeitos gerais e uniformes; variam, ao contrário, de intensidade e
de natureza, conforme os indivíduos. São úteis, como estimulante, até a
eclosão do senso moral, que faz nasça de um ser passivo, um ser racional.
Nesse momento, as paixões tornam-se não só inúteis, como nocivas ao
progresso do Espírito, cuja desmaterialização retardam. Abrandam-se com
o desenvolvimento da razão.
19. O homem que constantemente só agisse pelo instinto poderia
ser muito bom, mas conservaria adormecida a sua inteligência. Seria qual
criança que não deixasse as andadeiras e não soubesse utilizar-se de seus
membros. Aquele que não domina as suas paixões pode ser muito inteligente, porém, ao mesmo tempo, muito mau. O instinto se aniquila por si
mesmo; as paixões somente pelo esforço da vontade podem domar-se.