23/08/2020


 Olá!

Segue nosso estudo de segunda-feira às 16:30 h.
Médiuns e mediunidades
Capítulo XI
Problemas da Mediunidade



leitura inicial:

 TAREFA ABENÇOADA

 Bezerra de Menezes 

É o trabalho espiritual a que te dedicas. Dentro dele, sempre o melhor. Não permitas que as tuas imperfeições empanem a brilho das tarefas sob a tua responsabilidade. Apaga-te quanto possas, para que a Luz do Senhor resplandeça. Anula-te, para que o Cristo consiga viver por ti e em ti. Não tenhas outra aspiração que não seja a de cumprir com os teus deveres, em louvor do ideal que abraçaste. Sê a palavra de bom ânimo aos companheiros desalentados, o amigo que compreende e auxilia sem nada exigir. As boas obras reclamam a perseverança dos que a elas se entregam. Porfia no Bem de todos e a vida se te fará um caminho de luz. Nunca desconsideres ninguém. Lembra-te de que toda tarefa de amor, para se firmar entre os homens, não dispensa o concurso sábio do tempo. Ainda hoje, o Cristo prossegue lutando pela edificação do Reino Divino na Terra. Ante incompreensões, serve mais. Ante críticas, silencia. Sofrendo, ora e espera por Deus. A oportunidade que desfrutas agora no serviço do Evangelho, nas bênçãos da Doutrina Espírita, é a melhor de todas as que já tiveste para escalar os degraus da redenção. 

Livro: Palavras da Coragem – Editora: Ideal – SP ,Médium: Francisco Cândido Xavier

Trecho do estudo:

Prognosticam, alarmadas, pessoas que ignoram a excelência do conteúdo da Doutrina Espírita, que o exercício da mediunidade gera várias desordens emocionais, comprometendo o equilíbrio psicológico do homem.

Repetem, sem que se deem conta, velhos chavões que a experiência dos fatos demonstrou ultrapassados, porque destituídos da legitimidade.

A mediunidade, como qualquer outra faculdade orgânica, exige cuidados específicos para um desempenho eficaz quão tranquilo.

Os distúrbios que lhe são atribuídos decorrem das distonias emocionais do seu portador que, Espírito endividado, reencarna-se enredado no cipoal das próprias imperfeições, das quais derivam seus conflitos, suas perturbações, sua intranquilidade.

Pessoas nervosas apresentam-se inquietas, instáveis em qualquer lugar, não em razão do que fazem, porém, pelo fato de serem enfermas.

Atribuir-se, no entanto, à mediunidade a psicogênese das nevropatias é dar um perigoso e largo passo na área da conceituação equivocada.

O homem deseducado apresenta-se estúrdio e incorreto onde se encontre. Nada tem a ver essa conduta com a filosofia, a aptidão e o trabalho a que se entrega, porquanto o comportamento resulta dos seus hábitos e não do campo onde se localiza.

Justificam, os acusadores, que os médiuns sempre se apresentam com episódios de desequilíbrio, de depressão ou exaltação, sem complementarem que os mesmos são inerentes à personalidade humana e não componentes das faculdades psíquicas.

Outrossim, estabelecem que os médiuns são portadores de personificações arbitrárias, duplas ou várias, liberando-as durante o transe, favorecendo, assim, as catarses psicanalíticas. Se o fora, eis uma salutar terapia liberativa que poderia propiciar benefícios incontáveis aos enfermos mentais. Todavia, dá-se exatamente o contrário: não se tratam de personalidades esdrúxulas do inconsciente as que se apresentam nas comunicações, mas de individualidades independentes que retornam ao convívio humano procedentes do mundo espiritual, demonstrando a sobrevivência à morte e fazendo-se identificar de forma insuspeita, consolando vidas, e, nos casos das obsessões, trazendo valioso contributo às ciências da mente interessadas na saúde do homem.

Evidentemente, aparecem manifestações da personalidade ou anímicas que não são confundidas com as de natureza mediúnica, decorrentes das fixações que permanecem no inconsciente do indivíduo.

Na área dos fenômenos intelectuais, tanto quanto dos físicos, os dados se acumulam, confirmando confirmando a imortalidade do ser, que se despe dos subterfúgios para surgir com tranquila fisionomia de vida plena.

Certamente, ocorrem, no médium, estados oscilantes de comportamento psicológico, o que é perfeitamente compreensível e normal, já que a mediunidade não o libera da sua condição humana e frágil.

A interação Espírito/matéria, cérebro-mente, sofre influências naturais, inquietantes, quando se lhes associam, psiquicamente, outras mentes, em particular aquelas que se encontram em sofrimento, vitimadas pelo ódio, portadoras de rebeldia, de desequilíbrio.

A tempestade vergasta a Natureza, que logo se recompõe, passada a ação danosa. Também no médium, cessada a força perturbadora, atuante, desaparecem-lhe os efeitos perniciosos.

Isso igualmente acontece entre os indivíduos não dotados de mediunidade ostensiva, em razão dos mecanismos de sintonia psíquica.

Na mediunidade, em razão dela mesma, a ocorrência cessa, em face dos recursos de que se faz objeto, ensejando um intercâmbio lúcido e um diálogo feliz com o agente causador da desordem transitória.

O Espiritismo é o único antídoto para tais perturbações, pelas orientações que proporciona e por penetrar na tecedura da faculdade mediúnica, esclarecendo-lhe o mecanismo e, ao mesmo tempo, dando-lhe sentido, direção.

Independendo de escola de pensamento, de fé e de credo, a mediunidade, ínsita no homem, merece ser educada pelos métodos espíritas, a fim de atender às nobres finalidades para as quais se destina, como instrumento de elevação do seu portador e de largos benefícios para as demais criaturas.

Não há problemas decorrentes do exercício saudável da mediunidade.

Assim, portanto, não se justificam as acusações que fazem à aplicação das forças mediúnicas no cotidiano espírita.

O exercício correto da mediunidade, a educação das forças nervosas, a canalização dos valores morais para o bem, brindam o indivíduo com equilíbrio, harmonia, dele fazendo mensageiro da esperança, operário da caridade e agente do amor, onde quer que se encontre, a serviço da própria elevação espiritual.