07/08/2020

 Olá!


Segue nosso estudo de sexta-feira às 19 h.
Livro Ação e Reação  
Capítulo 20 - Comovente Surpresa


Leitura inicial:

Vida Feliz
188

Nunca te omitas ante a tarefa de auxiliar.
Não somente com o dinheiro, a posição social relevante, o poder que se dispõe de
recursos para ajudar.
A palavra gentil é geradora de estímulos e valores que logram resultados preciosos.
O verbo tem erguido civilizações, como levado multidões à guerra, à destruição.
Usa a palavra para socorrer, emulando as pessoas caídas a levantar-se, os que dormem a
despertar, os errados a corrigir-se, os agressivos a acalmar-se.
Fala com elevação e bondade, tornando-te o microfone fiel a serviço do bem.

Fonte: Livro Vida feliz, Psicografia de Divaldo Pereira Franco, 
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis

Trecho do estudo:

Durante três anos estivemos quase que diariamente na “Mansão Paz”, estudando lições
preciosas e aprendendo a servir.
Ali, ao pé de Druso, na comunhão fraternal de Silas e junto de outros amigos prestimosos,
recolhemos experiências e apontamentos sublimes.
Em verdade, o sofrimento, naquele pouso castigado de extrema luta, era a nota constante
em todas as direções.
Muitas vezes, a casa tremia nos alicerces sob convulsões magnéticas indescritíveis,
noutras ocasiões, sob o ataque de legiões ferozes, assemelhava-se a fortaleza, em regime de
sítio inquietante, que só a Misericórdia Divina poderia salvar.
Todavia, em quaisquer emergências, Druso convocava-nos a todos à oração e nossas
preces nunca ficaram sem resposta. Suprimentos e recursos, diretrizes e bálsamos, fluíam
invariavelmente dos Planos Superiores, amparando-nos a necessidade ou subtraindo-nos a
indecisão.
O orientador da casa constituía para nós o mais elevado padrão de intangibilidade moral,
não obstante a humildade com que pautava todas as atitudes.
Nunca lhe surpreendemos o mínimo gesto em desacordo com o nobre e extenso mandato
de que dispunha. Sabia ser firme sem rispidez, justo sem parcialidade, bondoso sem fraqueza.
Valorizava não apenas o conselho dos grandes Espíritos que nos visitavam o Cenáculo, mas
também os votos humildes dos míseros sofredores que nos batiam à porta. Mantinha amorosa
reverência diante dos supervisores da Mansão, a cujos avisos atendia, presto, tanto quanto
mostrava o melhor carinho no desvelo incessante em favor dos infelizes que nos rogavam
concurso e entendimento. Desdobrava-se. Não se circunscrevia ao venerável mister do
administrador central, a quem devíamos homenagem constante. Era o conselheiro devotado de
todos os assessores, o médico dos internados, o mentor das expedições e o enfermeiro tolerante
e simples, sempre que as circunstâncias o exigissem.
Contudo, onde lhe notávamos a mais impressionante assiduidade era justamente à
cabeceira dos desditosos irmãos, recolhidos nos tenebrosos desfiladeiros em que se situava a
instituição.
Noite a noite, sempre que desejássemos, podíamos acompanhar-lhe os serviços
magnéticos, junto de Silas, identificando criaturas infortunadas que, a se desvairarem nas
sombras, haviam perdido a noção de si mesmas, dementadas pela viciação ou transtornadas pelo
próprio desespero.
Era sempre doloroso encarar os companheiros disformes e irreconhecíveis que a
flagelação mental ensandecera.
Por mais de uma vez, Hilário e eu desfizéramo-nos em pranto, à frente daquelas torvas
fisionomias que o extremo desequilíbrio imobilizava em terrível prostração ou amotinava em
crises de loucura.
Druso, porém, inclinava-se sobre todos os infelizes, sempre com a mesma ternura. Depois
da oração costumeira, articulava operações magnéticas assistenciais e, logo após, com a devida
segurança, interrogava os recém-recolhidos, enquanto fixávamos anotações diversas, atinentes à
colaboração que nos cabia desenvolver.
Duas, três, quatro horas despendia ele, pessoalmente, cada noite, no trabalho socorrista
que considerava sagrado, sem que nenhum dos companheiros encontrasse a menor
oportunidade de substituí-lo. À exceção dele, todos nos revezávamos na cooperação solicitada ou
espontânea, no serviço de amparo e consulta aos irmãos que o mergulho indiscriminado nas
sombras havia enlouquecido.

Foi assim que, certa noite para nós inesquecível, pobre mulher cadaverizada foi trazida
pelos enfermeiros à sala de nossas atividades habituais para o socorro necessário.
O corpo seviciado, que imundos trapos mal cobriam, as mãos cujos dedos terminavam em
forma de garras e o semblante completamente alterado por terrível hipertrofia falavam sem
palavras dos longos tormentos de que fora vítima.
Embora preliminarmente atendida pela enfermagem da Mansão, a infortunada criatura
exalava nauseante bafio.
Druso, no entanto, qual acontecia noutros casos, afagava-lhe a fronte com paternal
carinho.
Finda a prece com que assinalava o início da tarefa assistencial, começou a aplicação de
passes, acordando-lhe as energias. Em seguida, notando que fundos gemidos se lhe
exteriorizavam do peito, o abnegado amigo concentrou os seus potenciais de força magnética no
cérebro da infeliz, que começou a mover-se, subitamente reanimada.