08/06/2020

Olá!

Segue nosso estudo de segunda-feira às 15 hs.
O Livro dos Espíritos - Q 207 a 217
Parecenças físicas e morais





Leitura inicial:

Tua experiência é um valor que logras através do tempo, vivendo as lições da vida, no teu processo de evolução.
Estrada percorrida, caminho conhecido.
Face a tal conquista, descobres que há uma grande distância entre a teoria e a prática.
Medita mais, antes de agires, tomando decisões tranquilas e alentadoras.
Quando ages por impulso, estás sujeito a erros graves.
Há acontecimentos que sucedem no momento próprio, no entanto, é o homem sábio quem estabelece a hora para as realizações superiores.

Fonte: Livro Vida Feliz - 62 / Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco

Trecho do estudo:

PARECENÇAS FÍSICAS E MORAIS 

207. Freqüentemente, os pais transmitem aos filhos a parecença física. Transmitirão também alguma parecença moral? 
“Não, que diferentes são as almas ou Espíritos de uns e outros. O corpo deriva do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito. Entre os descendentes das raças apenas há consangüinidade.” 

a) — Donde se originam as parecenças morais que costuma haver entre pais e filhos? 
“É que uns e outros são Espíritos simpáticos, que reciprocamente se atraíram pela analogia dos pendores.” 

208. Nenhuma influência exercem os Espíritos dos pais sobre o filho depois do nascimento deste? 
“Ao contrário: bem grande influência exercem. Conforme já dissemos, os Espíritos têm que contribuir para o progresso uns dos outros. Pois bem, os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho.” 

209. Por que é que de pais bons e virtuosos nascem filhos de natureza perversa? Por outra: por que é que as boas qualidades dos pais nem sempre atraem, por simpatia, um bom Espírito para lhes animar o filho? 
“Não é raro que um mau Espírito peça lhe sejam dados bons pais, na esperança de que seus conselhos o encaminhem por melhor senda e muitas vezes Deus lhe concede o que deseja.” 

210. Pelos seus pensamentos e preces podem os pais atrair para o corpo, em formação, do filho um bom Espírito, de preferência a um inferior? 
“Não, mas podem melhorar o Espírito do filho que lhes nasceu e está confiado. Esse o dever deles. Os maus filhos são uma provação para os pais.” 

211. Donde deriva a semelhança de caráter que muitas vezes existe entre dois irmãos, mormente se gêmeos? 
“São Espíritos simpáticos que se aproximam por analogia de sentimentos e se sentem felizes por estar juntos.” 

212. Há dois Espíritos, ou, por outra, duas almas, nas crianças cujos corpos nascem ligados, tendo comuns alguns órgãos? 
“Sim, mas a semelhança entre elas é tal que faz vos pareçam, em muitos casos, uma só.” 

213. Pois que nos gêmeos os Espíritos encarnam por simpatia, donde provém a aversão que às vezes se nota entre eles? 
“Não é de regra que sejam simpáticos os Espíritos dos gêmeos. Acontece também que Espíritos maus entendam de lutar juntos no palco da vida.” 

214. Que se deve pensar dessas histórias de crianças que lutam no seio materno? “Lendas! Para significarem quão inveterado era o ódio que reciprocamente se votavam, figuram-no a se fazer sentir antes do nascimento delas. Em geral, não levais muito em conta as imagens poéticas.” 

215. Que é o que dá origem ao caráter distintivo que se nota em cada povo?
 “Também os Espíritos se grupam em famílias, formando-as pela analogia de seus pendores mais ou menos puros, conforme a elevação que tenham alcançado. Pois bem! um povo é uma grande família formada pela reunião de Espíritos simpáticos. Na tendência que apresentam os membros dessas famílias, para se unirem, é que está a origem da semelhança que, existindo entre os indivíduos, constitui o caráter distintivo de cada povo. Julgas que Espíritos bons e humanitários procurem, para nele encarnar, um povo rude e grosseiro? Não. Os Espíritos simpatizam com as coletividades, como simpatizam com os indivíduos. Naquelas em cujo seio se encontrem, eles se acham no meio que lhes é próprio.” 

216. Em suas novas existências conservará o Espírito traços do caráter moral de suas existências anteriores? 
“Isso pode dar-se. Mas, melhorando-se, ele muda. Pode também acontecer que sua posição social venha a ser outra. Se de senhor passa a escravo, inteiramente diversos serão os seus gostos e dificilmente o reconheceríeis. Sendo o Espírito sempre o mesmo nas diversas encarnações, podem existir certas analogias entre as suas manifestações, se bem que modificadas pelos hábitos da posição que ocupe, até que um aperfeiçoamento notável lhe haja mudado completamente o caráter, porquanto, de orgulhoso e mau, pode tornar-se humilde e bondoso, se se arrependeu.” 

217. E do caráter físico de suas existências pretéritas conserva o Espírito traços nas suas existências posteriores? 
 “O novo corpo que ele toma nenhuma relação tem com o que foi anteriormente destruído. Entretanto, o Espírito se reflete no corpo. Sem dúvida que este é unicamente matéria, porém, nada obstante, se modela pelas capacidades do Espírito, que lhe imprime certo cunho, sobretudo ao rosto, pelo que é verdadeiro dizer-se que os olhos são o espelho da alma, isto é, que o semblante do indivíduo lhe reflete de modo particular a alma. Assim é que uma pessoa excessivamente feia, quando nela habita um Espírito bom, criterioso, humanitário, tem qualquer coisa que agrada, ao passo que há rostos belíssimos que nenhuma impressão te causam, que até chegam a inspirar-te repulsão. Poderias supor que somente corpos bem moldados servem de envoltório aos mais perfeitos Espíritos, quando o certo é que todos os dias deparas com homens de bem, sob um exterior disforme. Sem que haja pronunciada parecença, a semelhança dos gostos e das inclinações pode, portanto, dar lugar ao que se chama ‘um ar de família’.” 

Nenhuma relação essencial guardando o corpo que a alma toma numa encarnação com o de que se revestiu em encarnação anterior, visto que aquele lhe pode vir de procedência muito diversa da deste, fora absurdo pretender-se que, numa série de existências, haja uma semelhança que é inteiramente fortuita. Todavia, as qualidades do Espírito freqüentemente modificam os órgãos que lhe servem para as manifestações e lhe imprimem ao semblante físico e até ao conjunto de suas maneiras um cunho especial. É assim que, sob um envoltório corporal da mais humilde aparência, se pode deparar a expressão da grandeza e da dignidade, enquanto sob um envoltório de aspecto senhoril se percebe freqüentemente a da baixeza e da ignomínia. Não é pouco freqüente observar-se que certas pessoas, elevando-se da mais ínfima posição, tomam sem esforços os hábitos e as maneiras da alta sociedade. Parece que elas aí vêm a achar-se de novo no seu elemento. Outras, contrariamente, apesar do nascimento e da educação, se mostram sempre deslocadas em tal meio. De que modo se há de explicar esse fato, senão como reflexo daquilo que o Espírito foi antes?