Olá!
Segue nosso estudo de sexta-feira às 20 hs.
O Livro dos Espíritos
Conclusão
Leitura inicial:
1
Ante a lição
"Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo."
Paulo (II Timóteo, 2:7)
Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes
que recebes. Quem fita o céu, de relance, sem contemplá-lo, não enxerga as estrelas; e
quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas
divinas. Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não
descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita
daquela.
Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção
dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto
porque não dispensam maior trato à lição ouvida, demorando-se longo tempo na
província da distração e da leviandade. Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à
janela para que o sol nos visite. Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as
suas graças. O apóstolo dos gentios é claro na observação. "Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo."
Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.
Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos apontamentos
do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boa vontade, dar-nos-á
entendimento em tudo.
Fonte: Livro Fonte viva, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel
Trecho do estudo:
I
Quem, de magnetismo terrestre, apenas conhecesse o
brinquedo dos patinhos imantados que, sob a ação do ímã,
se movimentam em todas as direções numa bacia com água,
dificilmente poderia compreender que ali está o segredo do
mecanismo do Universo e da marcha dos mundos. O mesmo se dá com quem, do Espiritismo, apenas conhece o
movimento das mesas, em o qual só vê um divertimento,
um passatempo, sem compreender que esse fenômeno tão
simples e vulgar, que a antiguidade e até povos semi-selvagens conheceram, possa ter ligação com as mais graves
questões da ordem social. Efetivamente, para o observador
superficial, que relação pode ter com a moral e o futuro da
Humanidade uma mesa que se move? Quem quer, porém,
que reflita se lembrará de que de uma simples panela a
ferver e cuja tampa se erguia continuamente, fato que também ocorre desde toda a antiguidade, saiu o possante motor com que o homem transpõe o espaço e suprime as
distâncias.
Pois bem! sabei, vós que não credes senão no que
pertence ao mundo material, que dessa mesa, que gira e vos faz sorrir desdenhosamente, saiu uma ciência, assim
como a solução dos problemas que nenhuma filosofia pudera ainda resolver. Apelo para todos os adversários de boa-
-fé e os adjuro a que digam se se deram ao trabalho de
estudar o que criticam. Porque, em boa lógica, a crítica só
tem valor quando o crítico é conhecedor daquilo de que
fala. Zombar de uma coisa que se não conhece, que se não
sondou com o escalpelo do observador consciencioso, não
é criticar, é dar prova de leviandade e triste mostra de falta
de critério. Certamente que, se houvéssemos apresentado
esta filosofia como obra de um cérebro humano, menos
desdenhoso tratamento encontraria e teria merecido as
honras do exame dos que pretendem dirigir a opinião. Vem
ela, porém, dos Espíritos. Que absurdo! Mal lhe dispensam
um simples olhar. Julgam-na pelo título, como o macaco
da fábula julgava da noz pela casca.
Fazei, se quiserdes, abstração da sua origem. Suponde
que este livro é obra de um homem e dizei, do íntimo e em
consciência, se, depois de o terdes lido seriamente, achais
nele matéria para zombaria.
II
O Espiritismo é o mais terrível antagonista do materialismo. Não é, pois, de admirar que tenha por adversários
os materialistas. Mas, como o materialismo é uma doutrina cujos adeptos mal ousam confessar que o são (prova de
que não se consideram muito fortes e têm a dominá-los a
consciência), eles se acobertam com o manto da razão e da
ciência. E, coisa estranha, os mais cépticos chegam a falar
em nome da religião, que não conhecem e não compreendem melhor que ao Espiritismo. Por ponto de mira tomam
o maravilhoso e o sobrenatural, que não admitem. Ora,
dizem, pois que o Espiritismo se funda no maravilhoso, não
pode deixar de ser uma suposição ridícula. Não refletem
que, condenando, sem restrições, o maravilhoso e o sobrenatural, também condenam a religião.
Com efeito, a religião se funda na revelação e nos milagres. Ora, que é a revelação, senão um conjunto de comunicações extraterrenas? Todos os autores sagrados, desde
Moisés, têm falado dessa espécie de comunicações. Que
são os milagres, senão fatos maravilhosos e sobrenaturais,
por excelência, visto que, no sentido litúrgico, constituem
derrogações das leis da Natureza? Logo, rejeitando o maravilhoso e o sobrenatural, eles rejeitam as bases mesmas da
religião. Não é deste ponto de vista, porém, que devemos
encarar a questão.
Ao Espiritismo não compete examinar se há ou não
milagres, isto é, se em certos casos houve Deus por bem
derrogar as leis eternas que regem o Universo. Permite, a
este respeito, inteira liberdade de crença. Diz e prova que
os fenômenos em que se baseia, de sobrenaturais só têm a
aparência. E parecem tais a algumas pessoas, apenas porque são insólitos e diferentes dos fatos conhecidos. Não
são, contudo, mais sobrenaturais do que todos os fenômenos, cuja explicação a Ciência hoje dá e que pareceram
maravilhosos noutra época. Todos os fenômenos espíritas,
sem exceção, resultam de leis gerais. Revelam-nos uma das
forças da Natureza, força desconhecida, ou, por melhor
dizer, incompreendida até agora, mas que a observação
demonstra estar na ordem das coisas.
Assim, pois, o Espiritismo se apóia menos no maravilhoso e no sobrenatural do que a própria religião. Conseguintemente, os que o atacam por esse lado mostram que o
não conhecem e, ainda quando fossem os maiores sábios,
lhes diríamos: se a vossa ciência, que vos instruiu em
tantas coisas, não vos ensinou que o domínio da Natureza
é infinito, sois apenas meio sábios.
III
Dizeis que desejais curar o vosso século de uma mania
que ameaça invadir o mundo. Preferiríeis que o mundo fosse invadido pela incredulidade que procurais propagar? A
que se deve atribuir o relaxamento dos laços de família e
a maior parte das desordens que minam a sociedade, senão à ausência de toda crença? Demonstrando a existência
e a imortalidade da alma, o Espiritismo reaviva a fé no futuro, levanta os ânimos abatidos, faz suportar com resignação as vicissitudes da vida. Ousaríeis chamar a isto um
mal? Duas doutrinas se defrontam: uma, que nega o futuro; outra, que lhe proclama e prova a existência; uma, que
nada explica, outra, que explica tudo e que, por isso mesmo, se dirige à razão; uma, que é a sanção do egoísmo;
outra, que oferece base à justiça, à caridade e ao amor do
próximo. A primeira somente mostra o presente e aniquila
toda esperança; a segunda consola e desvenda o vasto campo do futuro. Qual a mais preciosa?
Algumas pessoas, dentre as mais cépticas, se fazem
apóstolos da fraternidade e do progresso. Mas, a fraternidade pressupõe desinteresse, abnegação da personalidade.
Onde há verdadeira fraternidade, o orgulho é uma anomalia. Com que direito impondes um sacrifício àquele a quem
dizeis que, com a morte, tudo se lhe acabará; que amanhã,
talvez, ele não será mais do que uma velha máquina desmantelada e atirada ao monturo? Que razões terá ele para
impor a si mesmo uma privação qualquer? Não será mais
natural que trate de viver o melhor possível, durante os
breves instantes que lhe concedeis? Daí o desejo de possuir
muito para melhor gozar. Do desejo nasce a inveja dos que
possuem mais e, dessa inveja à vontade de apoderar-se do
que a estes pertence, o passo é curto. Que é que o detém? A
lei? A lei, porém, não abrange todos os casos. Direis que a
consciência, o sentimento do dever. Mas, em que baseais o
sentimento do dever? Terá razão de ser esse sentimento, de
par com a crença de que tudo se acaba com a vida? Onde
essa crença exista, uma só máxima é racional: cada um
por si, não passando de vãs palavras as idéias de fraternidade, de consciência, de dever, de humanidade, mesmo de
progresso.
Oh! vós, que proclamais semelhantes doutrinas, não
sabeis quão grande é o mal que fazeis à sociedade, nem de
quantos crimes assumis a responsabilidade! Para o céptico,
tal coisa não existe. Só à matéria rende ele homenagem.
IV
O progresso da Humanidade tem seu princípio na aplicação da lei de justiça, de amor e de caridade, lei que se
funda na certeza do futuro. Tirai-lhe essa certeza e lhe
tirareis a pedra fundamental. Dessa lei derivam todas as
outras, porque ela encerra todas as condições da felicidade
do homem. Só ela pode curar as chagas da sociedade. Comparando as idades e os povos, pode ele avaliar quanto
a sua condição melhora, à medida que essa lei vai sendo
mais bem compreendida e praticada. Ora, se, aplicando-a
parcial e incompletamente, aufere o homem tanto bem, que
não conseguirá quando fizer dela a base de todas as suas
instituições sociais! Será isso possível? Certo, porquanto,
desde que ele já deu dez passos, possível lhe é dar vinte e
assim por diante.
Do futuro se pode, pois, julgar pelo passado. Já vemos
que pouco a pouco se extinguem as antipatias de povo para
povo. Diante da civilização, diminuem as barreiras que os
separavam. De um extremo a outro do mundo, eles se estendem as mãos. Maior justiça preside à elaboração das
leis internacionais. As guerras se tornam cada vez mais
raras e não excluem os sentimentos de humanidade. Nas
relações, a uniformidade se vai estabelecendo. Apagam-se
as distinções de raças e de castas e os que professam crenças diversas impõem silêncio aos prejuízos de seita, para se
confundirem na adoração de um único Deus. Falamos dos
povos que marcham à testa da civilização. (789-793)
A todos estes respeitos, no entanto, longe ainda estamos
da perfeição e muitas ruínas antigas ainda se têm que abater, até que não restem mais vestígios da barbaria. Poderão
acaso essas ruínas sustentar-se contra a força irresistível
do progresso, contra essa força viva que é, em si mesma,
uma lei da Natureza? Sendo a geração atual mais adiantada do que a anterior, por que não o será mais do que a
presente a que lhe há de suceder? Sê-lo-á, pela força das
coisas. Primeiro, porque, com as gerações, todos os dias se
extinguem alguns campeões dos velhos abusos, o que permite à sociedade formar-se de elementos novos, livres dos
velhos preconceitos. Em segundo lugar, porque, desejando
o progresso, o homem estuda os obstáculos e se aplica a
removê-los.
Desde que é incontestável o movimento progressivo,
não há que duvidar do progresso vindouro. O homem quer
ser feliz e é natural esse desejo. Ora, buscando progredir, o
que ele procura é aumentar a soma da sua felicidade, sem
o que o progresso careceria de objeto. Em que consistiria
para ele o progresso, se lhe não devesse melhorar a posição?
Quando, porém, conseguir a soma de gozos que o progresso intelectual lhe pode proporcionar, verificará que não
está completa a sua felicidade. Reconhecerá ser esta impossível, sem a segurança nas relações sociais, segurança
que somente no progresso moral lhe será dado achar. Logo,
pela força mesma das coisas, ele próprio dirigirá o progresso para essa senda e o Espiritismo lhe oferecerá a mais
poderosa alavanca para alcançar tal objetivo.
V
Os que dizem que as crenças espíritas ameaçam invadir o mundo, proclamam, ipso facto, a força do Espiritismo,
porque jamais poderia tornar-se universal uma idéia sem
fundamento e destituída de lógica. Assim, se o Espiritismo
se implanta por toda parte, se, principalmente nas classes
cultas, recruta adeptos, como todos facilmente reconhecerão, é que tem um fundo de verdade. Baldados, contra essa
tendência, serão todos os esforços dos seus detratores e a
prova é que o próprio ridículo, de que procuram cobri-lo, longe de lhe amortecer o ímpeto, parece ter-lhe dado novo
vigor, resultado que plenamente justifica o que repetidas
vezes os Espíritos hão dito: “Não vos inquieteis com a oposição; tudo o que contra vós fizerem se tornará a vosso
favor e os vossos maiores adversários, sem o quererem, servirão à vossa causa. Contra a vontade de Deus não poderá
prevalecer a má vontade dos homens.”
Por meio do Espiritismo, a Humanidade tem que entrar numa nova fase, a do progresso moral que lhe é conseqüência inevitável. Não mais, pois, vos espanteis da rapidez com que as idéias espíritas se propagam. A causa dessa
celeridade reside na satisfação que trazem a todos os que
as aprofundam e que nelas vêem alguma coisa mais do
que fútil passatempo. Ora, como cada um o que acima de
tudo quer é a sua felicidade, nada há de surpreendente em
que cada um se apegue a uma idéia que faz ditosos os que
a esposam.
Três períodos distintos apresenta o desenvolvimento
dessas idéias: primeiro, o da curiosidade, que a singularidade dos fenômenos produzidos desperta; segundo, o do
raciocínio e da filosofia; terceiro, o da aplicação e das conseqüências. O período da curiosidade passou; a curiosidade dura pouco. Uma vez satisfeita, muda de objeto. O mesmo não acontece com o que desafia a meditação séria e o
raciocínio. Começou o segundo período, o terceiro virá
inevitavelmente.
O Espiritismo progrediu principalmente depois que foi
sendo mais bem compreendido na sua essência íntima,
depois que lhe perceberam o alcance, porque tange a corda
mais sensível do homem: a da sua felicidade, mesmo neste mundo. Aí a causa da sua propagação, o segredo da força
que o fará triunfar. Enquanto a sua influência não atinge
as massas, ele vai felicitando os que o compreendem. Mesmo os que nenhum fenômeno têm testemunhado, dizem: à
parte esses fenômenos, há a filosofia, que me explica o que
NENHUMA OUTRA me havia explicado. Nela encontro, por
meio unicamente do raciocínio, uma solução racional para
os problemas que no mais alto grau interessam ao meu
futuro. Ela me dá calma, firmeza, confiança; livra-me do
tormento da incerteza. Ao lado de tudo isto, secundária se
torna a questão dos fatos materiais.
Quereis, vós todos que o atacais, um meio de combatê-
-lo com êxito? Aqui o tendes. Substituí-o por alguma coisa
melhor; indicai solução MAIS FILOSÓFICA para todas as
questões que ele resolveu; dai ao homem OUTRA CERTEZA
que o faça mais feliz, porém compreendei bem o alcance
desta palavra certeza, porquanto o homem não aceita, como
certo, senão o que lhe parece lógico. Não vos contenteis
com dizer: isto não é assim; demasiado fácil é semelhante
afirmativa. Provai, não por negação, mas por fatos, que isto
não é real, nunca o foi e NÃO PODE ser. Se não é, dizei o
que o é, em seu lugar. Provai, finalmente, que as conseqüências do Espiritismo não são tornar melhor o homem e,
portanto, mais feliz, pela prática da mais pura moral evangélica, moral a que se tecem muitos louvores, mas que muito
pouco se pratica. Quando houverdes feito isso, tereis o
direito de o atacar.
O Espiritismo é forte porque assenta sobre as próprias
bases da religião: Deus, a alma, as penas e as recompensas
futuras; sobretudo, porque mostra que essas penas e recompensas são corolários naturais da vida terrestre e, ainda, porque, no quadro que apresenta do futuro, nada há
que a razão mais exigente possa recusar.
Que compensação ofereceis aos sofrimentos deste
mundo, vós cuja doutrina consiste unicamente na negação
do futuro? Enquanto vos apoiais na incredulidade, ele se
apóia na confiança em Deus; ao passo que convida os homens à felicidade, à esperança, à verdadeira fraternidade,
vós lhes ofereceis o nada por perspectiva e o egoísmo por
consolação. Ele tudo explica, vós nada explicais. Ele prova
pelos fatos, vós nada provais. Como quereis que se hesite
entre as duas doutrinas?
VI
Falsíssima idéia formaria do Espiritismo quem julgasse que a sua força lhe vem da prática das manifestações
materiais e que, portanto, obstando-se a tais manifestações, se lhe terá minado a base. Sua força está na sua filosofia, no apelo que dirige à razão, ao bom-senso. Na antiguidade, era objeto de estudos misteriosos, que cuidadosamente
se ocultavam do vulgo. Hoje, para ninguém tem segredos.
Fala uma linguagem clara, sem ambigüidades. Nada há nele
de místico, nada de alegorias suscetíveis de falsas interpretações. Quer ser por todos compreendido, porque chegados
são os tempos de fazer-se que os homens conheçam a verdade. Longe de se opor à difusão da luz, deseja-a para todo
o mundo. Não reclama crença cega; quer que o homem saiba por que crê. Apoiando-se na razão, será sempre mais
forte do que os que se apóiam no nada.
Os obstáculos que tentassem oferecer à liberdade das
manifestações poderiam pôr-lhe fim? Não, porque produziriam o efeito de todas as perseguições: o de excitar a
curiosidade e o desejo de conhecer o que foi proibido. De
outro lado, se as manifestações espíritas fossem privilégio
de um único homem, sem dúvida que, segregado esse homem, as manifestações cessariam. Infelizmente para os seus
adversários, elas estão ao alcance de toda gente e todos a
elas recorrem, desde o mais pequenino até o mais graduado, desde o palácio até a mansarda. Poderão proibir que
sejam obtidas em público. Sabe-se, porém, precisamente
que em público não é onde melhor se dão e sim na intimidade. Ora, podendo todos ser médiuns, quem poderá impedir que uma família, no seu lar; um indivíduo, no silêncio
de seu gabinete; o prisioneiro, no seu cubículo, entrem em
comunicação com os Espíritos, a despeito dos esbirros e
mesmo na presença deles? Se as proibirem num país, poderão obstar a que se verifiquem nos países vizinhos, no
mundo inteiro, uma vez que nos dois hemisférios não há
lugar onde não existam médiuns? Para se encarcerarem
todos os médiuns, preciso fora que se encarcerasse a metade do gênero humano. Chegassem mesmo, o que não seria
mais fácil, a queimar todos os livros espíritas e no dia seguinte estariam reproduzidos, porque inatacável é a fonte
donde dimanam e porque ninguém pode encarcerar ou
queimar os Espíritos, seus verdadeiros autores.
O Espiritismo não é obra de um homem. Ninguém pode
inculcar-se como seu criador, pois tão antigo é ele quanto a
criação. Encontramo-lo por toda parte, em todas as religiões,
principalmente na religião Católica e aí com mais autoridade do que em todas as outras, porquanto nela se nos depara o princípio de tudo que há nele: os Espíritos em todos os
graus de elevação, suas relações ocultas e ostensivas com os homens, os anjos guardiães, a reencarnação, a emancipação da alma durante a vida, a dupla vista, todos os gêneros de manifestações, as aparições e até as aparições tangíveis. Quanto aos demônios, esses não são senão os maus
Espíritos e, salvo a crença de que aqueles foram destinados
a permanecer perpetuamente no mal, ao passo que a senda
do progresso se conserva aberta aos segundos, não há
entre uns e outros mais do que simples diferença de
nomes.
Que faz a moderna ciência espírita? Reúne em corpo
de doutrina o que estava esparso; explica, com os termos
próprios, o que só era dito em linguagem alegórica; poda o
que a superstição e a ignorância engendraram, para só deixar o que é real e positivo. Esse o seu papel. O de fundadora não lhe pertence. Mostra o que existe, coordena, porém
não cria, por isso que suas bases são de todos os tempos e
de todos os lugares. Quem, pois, ousaria considerar-se bastante forte para abafá-la com sarcasmos, ou, ainda, com
perseguições? Se a proscreverem de um lado, renascerá
noutras partes, no próprio terreno donde a tenham banido,
porque ela está em a Natureza e ao homem não é dado
aniquilar uma força da Natureza, nem opor veto aos decretos de Deus.
Que interesse, ao demais, haveria em obstar-se a propagação das idéias espíritas? É exato que elas se erguem
contra os abusos que nascem do orgulho e do egoísmo.
Mas, se é certo que desses abusos há quem aproveite, à
coletividade humana eles prejudicam. A coletividade, portanto, será favorável a tais idéias, contando-se-lhes por
adversários sérios apenas os interessados em manter aqueles abusos. As idéias espíritas, ao contrário, são um penhor de ordem e tranqüilidade, porque, pela sua influência, os homens se tornam melhores uns para com os outros, menos ávidos das coisas materiais e mais resignados
aos decretos da Providência.
VII
O Espiritismo se apresenta sob três aspectos diferentes: o das manifestações, o dos princípios e da filosofia que
delas decorrem e o da aplicação desses princípios. Daí, três
classes, ou, antes, três graus de adeptos: 1º os que crêem
nas manifestações e se limitam a comprová-las; para esses, o Espiritismo é uma ciência experimental; 2º os que
lhe percebem as conseqüências morais; 3º os que praticam
ou se esforçam por praticar essa moral. Qualquer que seja
o ponto de vista, científico ou moral, sob que considerem
esses estranhos fenômenos, todos compreendem constituírem eles uma ordem, inteiramente nova de idéias, que
surge e da qual não pode deixar de resultar uma profunda
modificação no estado da Humanidade e compreendem
igualmente que essa modificação não pode deixar, de
operar-se no sentido do bem.
Quanto aos adversários, também podemos classificá-los
em três categorias. 1ª — A dos que negam sistematicamente tudo o que é novo, ou deles não venha, e que falam
sem conhecimento de causa. A esta classe pertencem todos
os que não admitem senão o que possa ter o testemunho
dos sentidos. Nada viram, nada querem ver e ainda menos
aprofundar. Ficariam mesmo aborrecidos se vissem as coisas muito claramente, porque forçoso lhes seria convir em
que não têm razão. Para eles, o Espiritismo é uma quimera, uma loucura, uma utopia, não existe: está dito tudo. São
os incrédulos de caso pensado. Ao lado desses, podem colocar-se os que não se dignam de dar aos fatos a mínima
atenção, sequer por desencargo de consciência, a fim de
poderem dizer: Quis ver e nada vi. Não compreendem que
seja preciso mais de meia hora para alguém se inteirar de
uma ciência. 2ª — A dos que, sabendo muito bem o que
pensar da realidade dos fatos, os combatem, todavia, por
motivos de interesse pessoal. Para estes, o Espiritismo existe,
mas lhe receiam as conseqüências. Atacam-no como a um
inimigo. 3ª — A dos que acham na moral espírita uma censura por demais severa aos seus atos ou às suas tendências.
Tomado ao sério, o Espiritismo os embaraçaria; não o rejeitam, nem o aprovam: preferem fechar os olhos. Os primeiros são movidos pelo orgulho e pela presunção; os segundos, pela ambição; os terceiros, pelo egoísmo. Concebe-se
que, nenhuma solidez tendo, essas causas de oposição venham a desaparecer com o tempo, pois em vão procuraríamos uma quarta classe de antagonistas, a dos que em patentes provas contrárias se apoiassem demonstrando estudo
laborioso e porfiado da questão. Todos apenas opõem a
negação, nenhum aduz demonstração séria e irrefutável.
Fora presumir demais da natureza humana supor que
ela possa transformar-se de súbito, por efeito das idéias
espíritas. A ação que estas exercem não é certamente idêntica, nem do mesmo grau, em todos os que as professam.
Mas, o resultado dessa ação, qualquer que seja, ainda que
extremamente fraco, representa sempre uma melhora. Será,
quando menos, o de dar a prova da existência de um mundo extracorpóreo, o que implica a negação das doutrinas
materialistas. Isto deriva da só observação dos fatos, porém, para os que compreendem o Espiritismo filosófico e
nele vêem outra coisa, que não somente fenômenos mais
ou menos curiosos, diversos são os seus efeitos.
O primeiro e mais geral consiste em desenvolver o sentimento religioso até naquele que, sem ser materialista, olha
com absoluta indiferença para as questões espirituais. Daí
lhe advém o desprezo pela morte. Não dizemos o desejo de
morrer; longe disso, porquanto o espírita defenderá sua vida
como qualquer outro, mas uma indiferença que o leva a
aceitar, sem queixa, nem pesar, uma morte inevitável, como
coisa mais de alegrar do que de temer, pela certeza que tem
do estado que se lhe segue.
O segundo efeito, quase tão geral quanto o primeiro, é
a resignação nas vicissitudes da vida. O Espiritismo dá a
ver as coisas de tão alto, que, perdendo a vida terrena três
quartas partes da sua importância, o homem não se aflige
tanto com as tribulações que a acompanham. Daí, mais
coragem nas aflições, mais moderação nos desejos. Daí,
também, o banimento da idéia de abreviar os dias da existência, por isso que a ciência espírita ensina que, pelo suicídio, sempre se perde o que se queria ganhar. A certeza de
um futuro, que temos a faculdade de tornar feliz, a possibilidade de estabelecermos relações com os entes que nos
são caros, oferecem ao espírita suprema consolação. O
horizonte se lhe dilata ao infinito, graças ao espetáculo, a
que assiste incessantemente, da vida de além-túmulo, cujas
misteriosas profundezas lhe é facultado sondar.
O terceiro efeito é o de estimular no homem a indulgência para com os defeitos alheios. Todavia, cumpre dizê-lo, o
princípio egoísta e tudo que dele decorre são o que há de mais tenaz no homem e, por conseguinte, de mais difícil de
desarraigar. Toda gente faz voluntariamente sacrifícios,
contanto que nada custem e de nada privem. Para a maioria dos homens, o dinheiro tem ainda irresistível atrativo e
bem poucos compreendem a palavra supérfluo, quando de
suas pessoas se trata. Por isso mesmo, a abnegação da
personalidade constitui sinal de grandíssimo progresso.
VIII
Perguntam algumas pessoas: Ensinam os Espíritos
qualquer moral nova, qualquer coisa superior ao que disse
o Cristo? Se a moral deles não é senão a do Evangelho, de
que serve o Espiritismo? Este raciocínio se assemelha notavelmente ao do califa Omar, com relação à biblioteca de
Alexandria: “Se ela não contém, dizia ele, mais do que o
que está no Alcorão, é inútil. Logo deve ser queimada.
Se contém coisa diversa, é nociva. Logo, também deve ser
queimada.”
Não, o Espiritismo não traz moral diferente da de Jesus. Mas, perguntamos, por nossa vez: Antes que viesse o
Cristo, não tinham os homens a lei dada por Deus a Moisés?
A doutrina do Cristo não se acha contida no Decálogo? Dir-
-se-á, por isso, que a moral de Jesus era inútil? Perguntaremos, ainda, aos que negam utilidade à moral espírita:
Por que tão pouco praticada é a do Cristo? E por que, exatamente os que com justiça lhe proclamam a sublimidade,
são os primeiros a violar-lhe o preceito capital: o da caridade universal? Os Espíritos vêm não só confirmá-la, mas
também mostrar-nos a sua utilidade prática. Tornam inteligíveis e patentes verdades que haviam sido ensinadas sob a
forma alegórica. E, justamente com a moral, trazem-nos a
definição dos mais abstratos problemas da psicologia.
Jesus veio mostrar aos homens o caminho do verdadeiro bem. Por que, tendo-o enviado para fazer lembrada
sua lei que estava esquecida, não havia Deus de enviar hoje
os Espíritos, a fim de a lembrarem novamente aos homens,
e com maior precisão, quando eles a olvidam, para tudo
sacrificar ao orgulho e à cobiça? Quem ousaria pôr limites
ao poder de Deus e traçar-lhe normas? Quem nos diz que,
como o afirmam os Espíritos, não estão chegados os tempos preditos e que não chegamos aos em que verdades mal
compreendidas, ou falsamente interpretadas, devam ser
ostensivamente reveladas ao gênero humano, para lhe
apressar o adiantamento? Não haverá alguma coisa de providencial nessas manifestações que se produzem simultaneamente em todos os pontos do globo?
Não é um único homem, um profeta quem nos vem
advertir. A luz surge por toda parte. É todo um mundo novo
que se desdobra às nossas vistas. Assim como a invenção
do microscópio nos revelou o mundo dos infinitamente pequenos, de que não suspeitávamos; assim como o telescópio nos revelou milhões de mundos de cuja existência
também não suspeitávamos, as comunicações espíritas nos
revelam o mundo invisível que nos cerca, nos acotovela
constantemente e que, à nossa revelia, toma parte em tudo
o que fazemos.
Decorrido que seja mais algum tempo, a existência
desse mundo, que nos espera, se tornará tão incontestável
como a do mundo microscópico e dos globos disseminados pelo espaço. Nada, então, valerá o nos terem feito conhecer
um mundo todo; o nos haverem iniciado nos mistérios da
vida de além-túmulo? É exato que essas descobertas, se se
lhes pode dar este nome, contrariam algum tanto certas
idéias aceitas. Mas, não é real que todas as grandes descobertas científicas hão igualmente modificado, subvertido até,
as mais correntes idéias? E o nosso amor-próprio não teve
que se curvar diante da evidência? O mesmo acontecerá
com relação ao Espiritismo, que, em breve, gozará do direito de cidade entre os conhecimentos humanos.
As comunicações com os seres de além-túmulo deram
em resultado fazer-nos compreender a vida futura, fazer- nos vê-la, iniciar-nos no conhecimento das penas e gozos
que nos estão reservados, de acordo com os nossos méritos
e, desse modo, encaminhar para o espiritualismo os que no
homem somente viam a matéria, a máquina organizada.
Razão, portanto, tivemos para dizer que o Espiritismo, com
os fatos, matou o materialismo. Fosse este único resultado
por ele produzido e já muita gratidão lhe deveria a ordem
social. Ele, porém, faz mais: mostra os inevitáveis efeitos
do mal e, conseguintemente, a necessidade do bem. Muito
maior do que se pensa é, e cresce todos os dias, o número
daqueles em que ele há melhorado os sentimentos, neutralizado as más tendências e desviado do mal. É que para
esses o futuro deixou de ser coisa imprecisa, simples esperança, por se haver tornado uma verdade que se compreende e explica, quando se vêem e ouvem os que partiram lamentar-se ou felicitar-se pelo que fizeram na Terra. Quem
disso é testemunha entra a refletir e sente a necessidade de
a si mesmo se conhecer, julgar e emendar.
IX
Os adversários do Espiritismo não se esqueceram de
armar-se contra ele de algumas divergências de opiniões
sobre certos pontos de doutrina. Não é de admirar que, no
início de uma ciência, quando ainda são incompletas as
observações e cada um a considera do seu ponto de vista,
apareçam sistemas contraditórios. Mas, já três quartos desses sistemas caíram diante de um estudo mais aprofundado,
a começar pelo que atribuía todas as comunicações ao Espírito do mal, como se a Deus fora impossível enviar bons
Espíritos aos homens: doutrina absurda, porque os fatos a
desmentem; ímpia, porque importa na negação do poder e
da bondade do Criador.
Os Espíritos sempre disseram que nos não inquietássemos com essas divergências e que a unidade se estabeleceria. Ora, a unidade já se fez quanto à maioria dos pontos
e as divergências tendem cada vez mais a desaparecer. Tendo-se-lhes perguntado: Enquanto se não faz a unidade,
sobre que pode o homem, imparcial e desinteressado,
basear-se para formar juízo? Eles responderam:
“Nuvem alguma obscurece a luz verdadeiramente pura;
o diamante sem jaça é o que tem mais valor: julgai, pois,
dos Espíritos pela pureza de seus ensinos. Não olvideis que,
entre eles, há os que ainda se não despojaram das idéias
que levaram da vida terrena. Sabei distingui-los pela linguagem de que usam. Julgai-os pelo conjunto do que vos
dizem, vede se há encadeamento lógico nas suas idéias; se
nestas nada revela ignorância, orgulho ou malevolência;
em suma, se suas palavras trazem todas o cunho de sabedoria que a verdadeira superioridade manifesta. Se o vosso mundo fosse inacessível ao erro, seria perfeito, e longe disso se acha ele. Ainda estais aprendendo a distinguir do erro
a verdade. Faltam-vos as lições da experiência para exercitar o vosso juízo e fazer-vos avançar. A unidade se produzirá do lado em que o bem jamais esteve de mistura com o
mal; desse lado é que os homens se coligarão pela força
mesma das coisas, porquanto reconhecerão que aí é que
está a verdade.
“Aliás, que importam algumas dissidências, mais de
forma que de fundo! Notai que os princípios fundamentais
são os mesmos por toda parte e vos hão de unir num pensamento comum: o amor de Deus e a prática do bem. Quaisquer que se suponham ser o modo de progressão ou as
condições normais da existência futura, o objetivo final é
um só: fazer o bem. Ora, não há duas maneiras de fazê-lo.”
Se é certo que, entre os adeptos do Espiritismo, se contam os que divergem de opinião sobre alguns pontos da
teoria, menos certo não é que todos estão de acordo quanto
aos pontos fundamentais. Há, portanto, unidade, excluídos apenas os que, em número muito reduzido, ainda não
admitem a intervenção dos Espíritos nas manifestações; os
que as atribuem a causas puramente físicas, o que é contrário a este axioma: Todo efeito inteligente há de ter uma
causa inteligente; ou ainda a um reflexo do nosso próprio
pensamento, o que os fatos desmentem. Os outros pontos
são secundários e em nada comprometem as bases fundamentais. Pode, pois, haver escolas que procurem esclarecer-se acerca das partes ainda controvertidas da ciência;
não deve haver seitas rivais umas das outras. Antagonismo
só poderia existir entre os que querem o bem e os que quisessem ou praticassem o mal. Ora, não há espírita sincero e compenetrado das grandes máximas morais, ensinadas
pelos Espíritos, que possa querer o mal, nem desejar mal
ao seu próximo, sem distinção de opiniões. Se errônea for
alguma destas, cedo ou tarde a luz para ela brilhará, se a
buscar de boa-fé e sem prevenções. Enquanto isso não se
dá, um laço comum existe que as deve unir a todos num só
pensamento; uma só meta para todas. Pouco, por conseguinte, importa qual seja o caminho, uma vez que conduza
a essa meta. Nenhuma deve impor-se por meio do constrangimento material ou moral e em caminho falso estaria
unicamente aquela que lançasse anátema sobre outra, porque então procederia evidentemente sob a influência de maus
Espíritos.
O argumento supremo deve ser a razão. A moderação
garantirá melhor a vitória da verdade do que as diatribes
envenenadas pela inveja e pelo ciúme. Os bons Espíritos só
pregam a união e o amor ao próximo, e nunca um pensamento malévolo ou contrário à caridade pode provir de
fonte pura. Ouçamos sobre este assunto, e para terminar,
os conselhos do Espírito Santo Agostinho:
“Por bem largo tempo, os homens se têm estraçalhado e
anatematizado mutuamente em nome de um Deus de paz e
misericórdia, ofendendo-o com semelhante sacrilégio. O
Espiritismo é o laço que um dia os unirá, porque lhes mostrará onde está a verdade, onde o erro. Durante muito tempo, porém, ainda haverá escribas e fariseus que o negarão,
como negaram o Cristo. Quereis saber sob a influência de
que Espíritos estão as diversas seitas que entre si fizeram
partilha do mundo? Julgai-o pelas suas obras e pelos seus
princípios. Jamais os bons Espíritos foram os instigadores do mal; jamais aconselharam ou legitimaram o assassínio
e a violência; jamais estimularam os ódios dos partidos,
nem a sede das riquezas e das honras, nem a avidez dos
bens da Terra. Os que são bons, humanitários e benevolentes para com todos, esses os seus prediletos e prediletos de
Jesus, porque seguem a estrada que este lhes indicou para
chegarem até ele.”
SANTO AGOSTINHO
NOTA ESPECIAL Nº l (à 34ª edição, em 1974), a que faz remissão à
pág. 51: A definição dada na resposta à questão nº l de O Livro dos
Espíritos – cause première – vem sendo tradicionalmente registrada nas traduções publicadas pela FEB, ou sob sua licença e responsabilidade, em língua portuguesa, como causa primária, embora haja quem prefira grafá-la como causa primeira, solução
alternativa para mero caso de semântica. Além da de Guillon Ribeiro, foram examinadas as traduções das edições publicadas em 1904
e 1899, bem assim a de Fortúnio – pseudônimo de Joaquim Carlos
Travassos – (B. L. Garnier, Editor, Rio, 1875), que é a da lª edição
em língua portuguesa lançada no Brasil (vide Reformador de 1952,
págs. 98/99, e de 1973, págs. 230 e segs.), todas norteadas por
idêntico critério quanto ao detalhe citado. Com os melhores
dicionaristas, no caso, está Domingos de Azevedo, autor do Grande
Dicionário Francês-Português, Livraria Bertrand, Lisboa, 1952, 2º
volume, pág. 1160: “premier, ière (...) || Fig. La cause première,
a causa primária, Deus.”
NOTA ESPECIAL Nº 2 (à 34ª edição, em 1974), referida à pág. 472:
Em edições anteriores a esta, as questões nos 1012 a 1019 figuraram sob os nos 1011 a 1018, respectivamente, sem ter sido
atribuído número à questão imediatamente seguinte à de nº 1010,
mantendo-se, não obstante, o texto em sua incolumidade original.
O lapso nasceu, no passado, de compreensível equívoco, pois na seqüência da numeração das questões o Codificador salteou o
nº 1011 na 2ª edição francesa, definitiva, de março de 1860. Todavia,
o texto foi mantido assim, mesmo nas quatorze edições que
se seguiram até a desencarnação de Allan Kardec.