21/05/2020

Olá amigos!
Ouçam abaixo trecho do livro A Veneranda Joanna de Ângelis


A PARÁBOLA 

Em 1962, Divaldo passou por uma grande provação, ficando vários dias sem condições de conciliar o sono, hora nenhuma, o que lhe trouxera constante dor de cabeça. Numa ocasião, não suportando mais, quando Joanna lhe apareceu, ele lhe falou: 
- Minha irmã, a senhora sabe que eu estou passando por um grande problema, uma grande injustiça, e não me diz nada? 
- Por isso mesmo eu não te digo nada, porque é uma injustiça. E como é uma injustiça, não tem valor, Divaldo. Tu és quem está dando valor e quem dá valor a mentira, deve sofrer o efeito da mentira. Se tu sabes que não é verdade, por que estás sofrendo? Eu não já escrevi por tuas mãos: “Não valorizes o mal?!” Não tenho outro conselho a dar-te. 
- Mas, minha irmã, pelo menos me diga umas palavras de conforto moral, porque eu não tenho a quem pedir. Então, ela falou: 
- Vou dar-te palavras de conforto. Não esperes muito. E contou-lhe a seguinte parábola: 
- Havia uma fonte pequena e insignificante, que estava perdida num bosque. Um dia, alguém por ali passando, com sede, atirou um balde e retirou água, sorvendo-a, e em seguida se foi. A fonte ficou tão feliz que disse de si para consigo: 
- Como eu gostaria de poder dessedentar os viandantes, já que sou uma água preciosa! E orou a Deus: — Ajuda-me a dessedentar! Deus deu-lhe o poder. A fonte cresceu e veio à borda. As aves e os animais começaram a sorvê-la e ela ficou feliz. A fonte propôs: 
— Que bom é ser útil, matar a sede. Eu gostaria de pedir a Deus que me levasse além dos meus limites, para umedecer as raízes das árvores e correr a céu aberto. Veio então a chuva, ela transbordou e tornou-se um córrego. Animais, aves, homens, crianças e plantas beneficiaram-se dela. A fonte falou: 
— Meu Deus, que bom é ser um córrego! Como eu gostaria de chegar ao mar! E Deus fez chover abundantemente, informando: 
— Segue, porque a fatalidade dos córregos e dos rios é alcançar o delta e atingir o mar. Vai! E o riacho tornou-se um rio, o rio avolumou as águas. Mas, numa curva do caminho, havia um toro de madeira. O rio encontrou o seu primeiro impedimento. Em vez de se queixar, tentou passar por baixo, contornar, mas o toro de madeira cerceava-lhe os passos. Ele parou, cresceu e o transpôs tranquilamente. Adiante, havia seixos, pequeninas pedras que ele carregou e outras inamovíveis, cujo volume ele não poderia remover. Ele parou, cresceu e as transpôs, até que chegou ao mar. Compreendeste? 
— Mais ou menos. 

“Todos nós somos fontes de Deus — disse ela — e como alguém um dia bebeu da linfa que tu carregavas, pediste para chegar à borda, e Deus, que é amor, atendeu-te. Quiseste atender aos sedentos, e Deus te mandou os amigos espirituais para tanto. Desejaste crescer, para alcançar o mar e Deus fez que a Sua misericórdia te impelisse na direção do oceano; estavas feliz. Agora, que surgem empecilhos, por que reclamas? Não te permitas queixas. Se surge um impedimento no teu caminho, cala, cresce, transpõe-no, porque a tua fatalidade é o mar , se é que queres alcançar o oceano da Misericórdia Divina. Nunca mais te lamentes a respeito de nada.

Fonte: Livro A veneranda Joanna de Angelis, Celeste Santos e Divaldo Franco