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Segue nosso estudo de quarta-feira às 19hs.
Livro Cristianismo e Espiritismo
Capítulo X - A Nova revelação. A Doutrina dos Espíritos
Leitura inicial:
Vida Feliz
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Se tua palavra não tiver o objetivo de auxiliar, não a apresentes para criticar.
Há dois tipos de comportamento: o daqueles que fazem e o daqueloutros que ficam de palanque, apontando erros, criticando, atormentando a vida das pessoas.
Faze quanto te seja possível, sem aguardar aplauso, nem temer pedradas.
Torna-te membro do grupo que opera e fala como objetivo superior de ser útil.
Se os que dizem saber como se fazem as coisas deixassem de opinar e as executassem, o mundo mudaria de feição.
Fonte: Do Livro “Vida Feliz” de Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo P. Franco – LEAL – 16ª edição - 2012
Trecho do estudo:
*
A pluralidade das
existências da alma e sua ascensão na escala dos mundos constituem o ponto
essencial dos ensinos do moderno espiritualismo. Nós vivemos antes do
nascimento e reviveremos depois da morte. Nossas vidas são paradas sucessivas
da grande viagem que empreendemos em nosso itinerário para o bem, para a
verdade, para a beleza eterna.
Com a doutrina das
preexistências e das reencarnações, tudo se liga, se esclarece e compreende; a
justiça divina se patenteia; a harmonia se estabelece no Universo e no destino.
A alma já não é formada com todas as peças por
um Deus caprichoso, que distribui, ao acaso e bel-prazer, o vício ou a virtude,
a imbecilidade ou o gênio. Criada simples e ignorante, ela se eleva pelas
próprias obras, a si mesma se enriquece, colhendo no presente o que em vidas
anteriores semeou. E continua semeando para as futuras encarnações.
A alma, por
conseguinte, constrói o próprio destino; degrau a degrau, sobe do estado
rudimentar e inferior à mais alta personalidade; da inconsciência do selvagem
ao estado desses sublimes seres que iluminam a rota da História e passam pela
Terra como lampejo divino.
Assim considerada, a
reencarnação torna-se consoladora e fortificante verdade, um símbolo de paz
entre os homens; a todos indica a senda do progresso, a grande equidade de um
Deus que não pune eternamente, mas permite ao culpado resgatar-se pela dor.
Posto que inflexível, essa lei sabe proporcionar a reparação à falta e, depois
do resgate, faculta a reabilitação. Fortalece a fraternidade humana, ensinando
àqueles a quem pudessem causar estranheza as desigualdades sociais e as
diferenças de condição, que os homens todos têm, realmente, a mesma origem e o
mesmo futuro. Não há deserdados nem privilegiados, pois o resultado final será
o mesmo para todos, desde que o saibam conquistar.
A lei de reencarnação
põe um freio às paixões, mostrando as consequências dos nossos atos, das nossas
palavras, dos nossos pensamentos a recaírem sobre a nossa vida atual e sobre as
futuras vidas, nelas semeando germens de felicidade ou de infortúnio. Graças a
ela cada qual aprende a vigiar-se a si mesmo, a acautelar-se, a preparar
cuidadoso o seu futuro.
O homem que uma vez
compreendeu toda a grandeza dessa doutrina, não mais poderá acusar Deus de
injustiça e parcialidade. Saberá que cada qual, no mundo, ocupa o seu lugar,
que toda alma está sujeita às provações que mereceu ou desejou. Agradecerá ao
Eterno o lhe proporcionar, com os renascimentos; o meio de reparar as faltas e
adquirir, mediante trabalho constante, uma parcela do seu poder, um reflexo da
sua sabedoria, uma centelha do seu amor.
Tal o destino da alma
humana, nascida na fraqueza, na penúria das faculdades e dos meios de ação, mas
chamada, elevando-se, a realizar a vida em si mesma, em toda a plenitude; a
alcançar todas as riquezas da inteligência, todas as delicadezas do sentimento,
tornando-se um dia colaboradora de Deus.
Essa a missão do ser e
o seu grandioso objetivo: colaborador de Deus, isto é, destinado a realizar em
torno de si, em missões cada vez mais grandiosas, a ordem, a justiça, a
harmonia; a atrair seus irmãos inferiores, a conduzi-los às divinas eminências;
a subir com eles, de esfera em esfera, para o supremo objetivo, para Deus – o
Ser perfeito, lei viva e consciente do Universo, eterno foco de vida e de amor.
Essa participação na
obra infinita é, de começo, assaz inconsciente; o ser colabora sem o saber e,
às vezes, até sem o querer, na ordem universal; depois, à medida que percorre a
rota, essa colaboração se torna cada vez mais consciente. Pouco a pouco a razão
se lhe esclarece; a alma apreende a profunda harmonia das coisas, penetra as
suas leis, a elas se associa intimamente por seus atos. Quanto mais se
desenvolvem as suas faculdades e aumentam as suas qualidades afetivas, tanto mais
se afirma e acentua a sua participação no divino concerto dos seres e dos
mundos.
Essa ascensão da alma,
edificando ela própria o seu futuro e conquistando os seus postos, esse
espetáculo da vida individual e coletiva, prosseguindo de estádio em estádio,
na superfície das terras do espaço, progredindo e aperfeiçoando-se sempre, a
elevar-se para Deus, melhor nos faz compreender a utilidade da lula, a
necessidade da dor para a educação e purificação dos seres.
Todas as almas que
vivem nas regiões materiais acham-se imersas numa espécie de letargia. A
inteligência dormita entorpecida, ou, indiferente, flutua ao sabor de todos os
ventos da paixão. Muito poucas divisam a sua finalidade. É preciso, entretanto,
que essas inteligências se descerrem às sensações do bem e do belo. Devem todas
atingir as mesmas culminâncias, desabrochar e expandir-se aos raios do sol
divino. Ora, que seria uma existência única, isolada, para a realização de
semelhante labor? Daí a necessidade das estâncias numerosas, das vidas de provações
e dificuldades, a fim de que essas almas se acrisolem e as potências nelas
adormecidas acordem e entrem em ação.
É com o aguilhão da
luta e das necessidades, mediante as alternativas de dor e alegria, mediante os
cuidados, pesares, remorsos de que se tece a vida humana; é através das quedas
e reabilitações, recuos e ascensões, adejos em pleno azul e resvalamentos
bruscos no abismo; é por todas essas formas que a alma se desenvolve, que as
humanidades emergem da sua ganga de bestialidade e ignorância. Com o sofrimento
as almas se apuram, se nobilitam e elevam à alta concepção das coisas e das
leis, abrindo-se à piedade e à bondade.
Assim se resolve o
problema do mal. O mal não é mais que um efeito de contraste; não tem
existência própria. O mal é, para o bem, o que a sombra é para a luz. Não
apreciamos esta senão depois de havermos dela sido privados; do mesmo modo, sem
o sofrimento não poderíamos conhecer a alegria; sem a privação não poderíamos
verdadeiramente saborear o bem adquirido, as satisfações obtidas.
Tudo se explica e se
esclarece na obra divina, quando a contemplamos do alto. A lei do progresso
rege a vida infinita e faz o esplendor do Universo. As lutas do Espírito contra
a matéria, sua ascensão pela dor, tal a grandiosa epopeia que os céus contam à
Terra e que a voz dos invisíveis repete a todos os que têm sede de verdade. É o
ensino que é preciso difundir, a fim de que o encadeamento dos efeitos e das
causas a todos se patenteie e, com ele, a solidariedade dos seres e o amor
divino que envolve toda a Criação.
Assim encarado, não é o
problema do destino mais que a aplicação lógica e a consagração dessa lei de
evolução, cuja intuição confusa ou visão clara, conforme o seu estado de
espírito, têm tido, em nossa época, tantos pensadores. É a lei superior que
rege todas as coisas.
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Do Livro “Cristianismo e
Espiritismo” de Léon Denis – FEB – 6ª edição - 1971