Olá amigos!
Ouçam abaixo um trecho do livro Paulo e Estevão
"...Irritados com o êxito inexcedível do empreendimento de Paulo de Tarso,
que se demorava na cidade já por um ano e sei s meses, tendo fundado um
verdadeiro e perfeito abrigo para os “filhos do Calvário”, os judeus de Corinto
tramaram um movimento terrível de perseguição ao Apóstolo. A sinagoga
esvaziava-se. Era necessário extinguir a causa do seu desprestígio social. O
ex-rabino de Jerusalém pagaria muito caro a audácia da propaganda do
Messias Nazareno em detrimento de Moisés.
Era procônsul da Acaia, com residência em Corinto, um romano generoso e
ilustre, que costumava agir sem pre de acordo com a justiça, em sua vida
pública. Irmão de Sêneca, Júnio Gálio era homem de grande bondade e fina
educação. O processo iniciado contra o ex -rabino foi às suas mãos, sem que
Paulo tivesse a mínima notícia e era tão grande a bagagem de acusações
levantadas pelos israelitas, que o administrador foi compelido a determinar a
prisão do Apóstolo para o inquérito inicial. A sina goga pediu, com particular
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empenho, que lhe fosse delegada a tarefa de conduzir o acusado ao tribunal.
Longe de conhecer o móvel do pedido, o procônsul concedeu a permissão
necessária, determinando o comparecimento dos interessados à audiência
pública do dia seguinte.
De posse da ordem, os israelitas mais exaltados deliberaram prender Paulo
na véspera, num momento em que o fato pudesse escandalizar toda a
comunidade.
A noite, justamente quando o ex -rabino comentava o Evangelho, tomado
de profundas inspirações, o grupo armado parou à porta, destacando -se alguns
judeus mais eminentes que se dirigiram ao interior.
Paulo ouviu a voz de prisão, com extrema serenidade. Outro tanto, porém,
não aconteceu com a assembléia. Houve grande tumulto no recinto. Alguns
moços mais exaltados apagaram as tochas, mas o Apóstolo valoroso, num
apelo solene -e comovedor, bradou alto:
— Irmãos, acaso quereis o Cristo sem testemunho?
A pergunta ressoou no ambiente, contendo todos os ânimos. Sempre
sereno, o ex-rabino ordenou que acendessem as luzes e, estendendo os
pulsos para os judeus admirados, disse com acento inesquecível:
— Estou pronto!...
Um componente do grupo, despeitado com aquela superioridade espiritual,
avançou e deu-lhe com os açoites em pleno rosto.
Alguns cristãos protestaram, os portadores da ordem de Gálio revidaram
com aspereza, mas o prisioneiro, sem demonstrar a mais leve revolta, clamou
em voz mais alta:
— Irmãos, regozijemo-nos em Cristo Jesus. Estejamos tranqüilos e
jubilosos porque o Senhor nos julgou dignos!...
Grande serenidade estabeleceu -se, então, na assembléia. Várias mulheres
soluçavam baixinho. Áquila e a es posa dirigiram ao Apóstolo um inolvidável
olhar e a pequena caravana demandou o cárcere, na sombra da noite. Atirado
ao fundo de uma enxovia úmida, Paulo foi atado ao tronco do suplício e houve
de suportar a flagelação dos trinta e nove açoites. Ele próprio estava
surpreendido. Sublime paz banhava-lhe o coração de brandos consolos. Não
obstante sentir-se sozinho, entre perseguidores cruéis, experimentava nova
confiança no Cristo. Nessas disposições, não lhe doíam as vergastadas
impiedosas; debalde os verdugos espicaçavam -lhe o espírito ardente, com
insultos e ironias. Na prova rude e dolorosa, compreendeu, alegremente, que
havia atingido a região de paz divina, no mundo interior, que Deus concede a
seus filhos depois das lutas acerbas e incessantes por eles mantidas na
conquista de si mesmos. "
Fonte: Livro Paulo e Estevão, Francisco Candido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, Segunda parte - Capítulo Sete.
Trecho da Segunda Carta ao Coríntios:
Capítulo 11
"25 Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo;
26 Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha naçäo, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmäos;
27 Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez."
Trecho da Carta aos Felipenses:
Capítulo 4
"13 Tudo posso naquele que me fortalece"