06/05/2020

Olá! 
Segue nosso estudo de quarta-feira às 19hs.
Livro Cristianismo e Espiritismo 
Capítulo X -  A Nova revelação. A Doutrina dos Espíritos




Leitura inicial:


Espíritas, Instrui-vos!

 “Mas aquele Consolador, a Santo Espírito que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” 
JESUS - JOAO, 14:26, 

“Espíritas, amai-vos! Este o primeiro ensino! Instrui-vos, este o segundo.” 
- Cap. V1, 5. 

Prevenir e recuperar são atitudes que se ampliam entre os homens, à medida. que se acentua o progresso da Humanidade. 

Aparecem noções de civilização e responsabilidade e levantam-se idéias de burilamento e defesa. 

Quanto pudermos, porém, não os restrinjamos ao amparo de superfície.

Imperioso tratar as águas da fonte, no entanto, cansar-nos-emos debalde, se não lhe resguardarmos a limpeza no nascedouro. 

Educação e reeducação constituem a síntese de toda obra consagrada ao aprimoramento do mundo. 

Gastam-se verbas fabulosas em apetrechos bélicos e raro surge alguém com bastante abnegação para despender algum dinheiro na assistência gratuita aos semelhantes, para que se lhes pacifique o raciocínio conflagrado. 

Espantamo-nos, diante do desajustamento juvenil, a desbordar-se em tragédias de todos os tipos, e pouco realizamos, a fim de que a criança encontre no lar o necessário desenvolvimento com segurança de espírito. 

Monumentalizamos instituições destinadas à cura dos desequilíbrios mentais e quase nada fazemos por afastar de nós mesmos os vícios do pensamento, com que nos candidatamos ao controle da obsessão. 

Clamamos contra os desregramentos de muitos, afirmando que a Terra está em vias de desintegração pela ausência de valores morais e, na maioria das circunstâncias, somos dos primeiros a exigir lugar na carruagem do excesso, reclamando direitos e privilégios, com absoluto esquecimento de comezinhos deveres que a vida nos preceitua. 

Combatamos, sim, o câncer e a poliomielite, a ulceração e a verminose, mas busquemos igualmente extinguir o aborto e a toxicomania, a preguiça e a intemperança que, muitas vezes, preparam. a delinqüência e a enfermidade por crises agudas de ignorância. 

Para isso e para que nos disponhamos A conquista da vida. vitoriosa é que o Espírito de Verdade, nos primórdios da. Codificação Kardequiana, nos advertiu claramente “Espíritas, instruí-vos”

Fonte: Livro da Esperança, Francisco Candido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

Trecho do estudo:

A Doutrina dos Espíritos 0 moderno espiritualismo, dissemo-lo, é uma nova forma da revelação eterna. Para nós, revelação significa simplesmente ação de levantar um véu e descobrir coisas ocultas. Neste ponto de vista, todas as ciências são revelações; há, porém, uma ainda mais alta das verdades morais que nos vem por intermédio dos celestes missionários, e, mais freqüentemente, pelas aspirações da consciência. Todos os tempos e todos os povos tiveram sua parcela de revelação. Esta não é, como alguns acreditam, um fato realizado em dada época, em determinado meio e para sempre. E perpétua, incessante; é obra do espírito humano em seus esforços para elevar-se, sob a influência do espírito divino ao conhecimento integral das coisas e das leis. Essa influência muitas vezes se produz sem que a perceba o homem. É mediante intervenções humanas que Deus age sobre a Humanidade, tanto no domínio dos fatos históricos, como no do pensamento e da Ciência. À medida que se desenvolve a História, à medida que se estende através dos séculos à imensa caravana da Humanidade, uma luz mais viva se faz em nós e ao redor de nós. A Potência invisível que do seio dos espaços acompanha essa marcha, conforme o nosso grau de evolução e compreensão, oferece-nos novos dados sobre o problema da vida e do Universo. As revelações dos séculos passados fizeram a sua obra. Todas realizaram um progresso, uma sobre as outras, assim assinalando períodos sucessivos da Humanidade; mas já não correspondem às necessidades da hora presente, porque a lei do progresso opera sem cessar, e, à medida que o homem avança e se eleva, seus horizontes devem dilatar-se. Por isso uma dispensação mais completa do que as outras se efetua agora no mundo. É necessário também recordar uma coisa, a saber: se cada época notável teve os seus reveladores; se espíritos eminentes vieram trazer aos homens, conforme os tempos e lugares, elementos de verdade e progresso, os germes por eles semeados ficaram estéreis, muitas vezes. Sua doutrinas, mal compreendidas, deram origem a religiões que se excluem e se condenam injustamente, porque todas são irmãs e repousam sobre duas bases comuns: Deus e a imortalidade. Cedo ou tarde, elas se fundirão em vasta unidade, quando as névoas que envolvem o pensamento humano se houverem dissipado ao sol brilhante da verdade. Ao lado desses divinos mensageiros, muitos falsos profetas têm surgido. Pretensos reveladores têm querido impor-se às multidões; doutrinas confusas e contraditórias se têm divulgado em proveito aparente de alguns, mas realmente em prejuízo de todos. É por isso, para evitar abusos tais, que a nova revelação reveste um caráter inteiramente diferente. Não é mais uma obra individual, nem se produz num meio circunscrito. É dada em todos os pontos do globo, aos que a procuram, por intermédio de pessoas de todas as idades, condições e nacionalidades, mediante inúmeras comunicações, cujo valor tem sido submetido a mais rigorosa verificação. Obra dos grandes Espíritos do espaço, que vêm aos milhares' instruir e moralizar a Humanidade, apresenta um cunho impessoal e universal. Sua missão é esclarecer, coordenar todas as revelações do passado, contidas nos livros sagrados das diversas raças humanas e veladas sob a parábola e o símbolo. A nova revelação, livre de qualquer forma material, manifesta-se diretamente à Humanidade, cuja evolução intelectual tornou-se apta para abordar os altos problemas do destino. Preparada pelo trabalho das ciências naturais, sobre as quais se apóia, e pelos conhecimentos lentamente adquiridos pelo espírito humano, fecunda esses trabalhos e conhecimentos e os liga por forte vínculo, formando um todo sólido. A revelação cristã havia sucedido à revelação mosaica; a revelação dos Espíritos vem completá-la. 0 Cristo a anunciou(124), e pode acrescentar-se que ele próprio preside a esse novo surto do pensamento. Como essa revelação não se efetua pelo veículo da ortodoxia, vemos combaterem-na as igrejas estabelecidas; o mesmo, porém, se deu com a revelação cristã, relativamente ao sacerdócio judaico. O clero se encontra hoje na mesma posição dos sacerdotes de Israel, há dois mil anos, a respeito do Cristianismo. Essa aproximação histórica deve fazê-lo refletir. A nova revelação manifesta-se fora e acima das igrejas. Seu ensino dirige-se a todas as raças da Terra. Por toda parte os Espíritos proclamam os princípios em que ela se apóia. Por sobre todas as regiões do globo perpassa a grande voz que convida o homem a meditar em Deus e na vida futura. Acima das estéreis agitações e das discussões fúteis dos partidos, acima das lutas de interesse e do conflito das paixões, a voz profunda desce do espaço e vem oferecer a todos, com o ensinamento da Palavra, a divina esperança e a paz do coração. É a revelação dos tempos preditos. Todos os ensinos do passado, parciais, restritos, limitados na ação que exerciam, são por ela ultrapassados, envolvidos. Ela utiliza os materiais acumulados; reúne-os, solidifica-os para formar um vasto edifício em que o pensamento, à vontade, possa expandir-se. Abre uma fase nova e decisiva à ascensão da Humanidade. * Não podemos, todavia, calar as inúmeras objeções que se levantaram contra a doutrina dos Espíritos. Malgrados ao caráter imponente da nova revelação, muitos nela não viram mais que um sistema, uma teoria especulativa. Mesmo entre os que admitiam a realidade dos fenômenos, houve quem acusasse os espíritas de haver edificado sobre tais fatos uma doutrina prematura, assim restringindo o caráter positivo do moderno espiritualismo. Os que empregam essa linguagem, não compreenderam a verdadeira natureza do Espiritismo. Este não é, como pretendem, uma doutrina previamente elaborada e menos ainda uma teoria preconcebida; é apenas a conseqüência lógica dos fatos, o seu complemento necessário. Há meio século, as comunicações estabelecidas com o mundo invisível não têm cessado de nos fornecer indicações, tão numerosas quão positivas, sobre as condições da vida nesse mundo. Os Espíritos, nas mensagens que nos dão em abundância, mediante, quer a escrita automática, quer os ditados tipológicos, ou, ainda, no curso de palestras entretidas por via de incorporação; por todos os meios enfim ao seu alcance; os Espíritos, repetimo-lo, de todas as categorias, fazem descrições muito circunstanciadas do seu modo de existência depois da morte. Descrevem as impressões ou alegrias que experimentaram, conforme a sua norma de vida na Terra. De todas essas descrições, comparadas, cotejadas entre si, resulta um conhecimento muito claro da vida futura e das leis que a regem. As Inteligências superiores, em suas relações mediúnicas com os homens, vêm completar essas indicações. Confirmam os ensinos ministrados pelos Espíritos menos adiantados; elevando-se a maior altura, expõem o seu modo de ver, as suas opiniões sobre todos os grandes problemas da vida e da morte, a evolução geral dos seres, as leis superiores do Universo. Todas essas revelações concordam e se unem para constituir uma filosofia admirável. Acreditaram descobrir certas divergências de opiniões no ensino dos Espíritos; mas essas divergências são muito mais aparentes que reais. Consistem, as mais das vezes, na forma, na expressão das idéias e não afetam a própria essência do assunto. Elas se dissipam à luz de um amadurecido exame. Disso temos um exemplo no que se refere à doutrina das sucessivas reencarnações da alma. Tem-se feito dessa questão uma arma contra o Espiritismo, porque certos Espíritos, em países anglosaxônios, parecem negar a reencarnação das almas na Terra. Notaremos que, em toda parte, os Espíritos afirmam o princípio das existências sucessivas, com esta única reserva, no meio muito circunscrito, de que falamos, de que a reencarnação se efetuaria, não na Terra, mas noutros mundos. Não há nisso, pois, senão uma diferença de lugar; o princípio permanece intacto. Se os Espíritos, em alguns países eivados de tenazes preconceitos, entenderam dever passar em silêncio, ao começo, alguns pontos do seu ensino, não era isso, como eles mesmos o reconheceram, para contemporizar com certos preconceitos de raça ou de cor? O que bastaria para o provar é o número dos espiritualistas antireencarnacionistas, na América como na Inglaterra, a diminuir dia a dia, ao passo que o dos partidários da reencarnação não tem cessado de aumentar. Os Espíritos que se manifestam, objeta-se ainda, não são todos de ordem elevada. Alguns patenteiam opiniões muito restritas, conhecimentos muito imperfeitos acerca de todas as coisas. Outros se mostram ainda imbuídos dos preconceitos terrestres, suas concepções apresentam o reflexo dos meios em que viveram aqui na Terra. A morte não nos muda em quase nada, como dissemos(125). Não se opera, em nossa infinita trajetória, transformação alguma brusca. É lentamente, na seqüência de numerosas existências, que o Espírito se liberta de suas paixões, de seus erros e fraquezas, e ascende para a sabedoria e para a luz. Desse estado de coisas resulta, necessariamente, uma grande variedade, uma extrema diversidade de situações entre os invisíveis. As comunicações dos habitantes do espaço, como os seus autores, são de valor muito desigual e sujeitas à verificação. Devem ser joeiradas pela razão e pelo bom senso. Por isso, o moderno espiritualismo não dogmatiza nem se imobiliza. Não alimenta pretensão alguma à infalibilidade. Posto que superior aos que o precederam, o ensino espírita é progressivo como os próprios Espíritos. Ele se desenvolve e completa à medida que, com a experiência, se efetua o progresso nas duas humanidades, a da Terra e a do espaço - humanidades que se penetram mutuamente e das quais cada um de vós deve, alternativamente, fazer parte. Os princípios do moderno espiritualismo foram expostos, estabelecidos, fixados por numerosos documentos, que emanavam das mais diversas fontes mediúnicas e apresentavam entre si perfeita concordância. Allan Kardee e, depois dele, todos os escritores espíritas, aplicaram-se a um longo e minucioso exame das comunicações de além-túmulo. Foi reunindo, coordenando o que estes tinham de comum, que eles acumularam os elementos de um ensino racional, que fornece satisfatória explicação de todos os problemas insolúveis antes dele. Esse ensino, além de tudo, é sempre verificável, pois que a fonte donde emana é inesgotável. A comunicação estabelecida entre os homens e os Espíritos é permanente e universal; ela se acentuará cada vez mais com os progressos da Humanidade. Se é verdade que são numerosos, em torno de nós, os Espíritos tenebrosos e atrasados, é preciso não esquecer que as almas elevadas, descidas das esferas de luz, também vêm trazer a Terra esses sublimes ensinamentos, que, uma vez ouvidos, nunca mais esquecemos. Ninguém se poderia eximir à sua influência. Todos os que têm tido a fortuna de ouvir as suas instruções, conservam por muito tempo a sua lembrança e impressão. É fácil compreender que a sua linguagem não é deste mundo, vem de regiões mais altas. A esses radiantes Espíritos se associam, às vezes, as almas dos nossos parentes, dos que amamos neste mundo e a cuja sorte não podemos ficar indiferentes. Desde que aos nossos olhos se evidencia a identidade desses seres, tão caros para nós; desde que a sua personalidade se afirma por mil modos, não se nos desperta uma necessidade imperiosa de conhecer as condições de sua nova vida? Como permanecer indiferentes, insensíveis à voz dos que nos embalaram, dos que, em seus braços nos acalentaram, foram a nossa carne e o nosso sangue? Esse afeto que nos une aos nossos mortos, esse sentimento que nos eleva acima da poeira terrestre e nos distingue do animal, não nos impõe o dever de piedosamente recolher, examinar e propagar tudo o que eles nos revelam relativamente a esses graves problemas do destino, suspensos há tantos séculos por sobre o pensamento humano? Os que não querem ver no moderno espiritualismo senão o lado experimental, o fato físico, que desdenham as suas conseqüências, não preferem a casca à polpa da noz, a encadernação ao conteúdo do livro? Não desprezam o sábio conselho de Rabelais: "Parti o osso e sugai a medula"? É realmente uma substância fortificante esse ensino; cura-nos do terror da morte, apercebe-nos para as lutas fecundas, para a conquista das elevadas culminâncias intelectuais. O Espiritismo tem um lado inteiramente científico; repousa sobre provas palpáveis, sobre fatos incontestáveis, mas são principalmente as suas conseqüências morais que interessam à grande maioria dos homens. A experimentação, a minuciosa análise dos fatos, não está ao alcance de todos. Quando mesmo não faltasse o tempo, seriam precisos os agentes, os meios de ação e de verificação. Os pequeninos, os humildes, os que constituem a massa popular, nem sempre dispõem do necessário para o estudo dos fenômenos, e são precisamente esses os que têm maior necessidade de conhecer todos os seus resultados, todo o seu alcance.