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Segue nosso estudo de quarta-feira às 19hs.
Livro Cristianismo e Espiritismo
Capítulo X - A Nova revelação. A Doutrina dos Espíritos
Leitura inicial:
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Segue Servindo
Aceita o chão de pedras em que pises
E sob o teu pesar, sofrendo embora,
Sê a força de fé para quem chora
Nas privações de múltiplos matizes.
Segue servindo ao bem, estrada afora,
Sem exibir as próprias cicatrizes.
Ouve a mágoa dos grandes infelizes
Que lhes parece noite sem aurora.
Fita os irmãos nas trilhas que receias
E ante o quadro das lágrimas alheias,
Eis que o teu pranto, enfim, desaparece...
Compreenderás, então, no fel de prova
O recurso do Céu que te renova,
Nas bênçãos de Jesus que não te esquece.
Auta de Souza
Fonte: Livro Páginas de Fé, Francisco Cândido Xavier e Carlos Bacceli
Trecho do estudo:
A doutrina dos Espíritos pode resumir-se em três
pontos essenciais: a natureza do ser, os seus destinos, as
leis superiores do Universo. Aborda-los-emos
sucessivamente.
0 estudo mais necessário, para nós, é o de nós
mesmos. 0 que, antes de tudo, nos importa saber, é o que
somos. Ora, de todos era esse o problema que mais
obscuro permanecia até agora. Hoje, o conhecimento da
natureza íntima do homem se destaca tão perfeitamente
das comunicações ditadas pelos Espíritos, como da
observação direta dos fenômenos do espiritismo, e do
sonambulismo.
0 homem possui dois corpos: um de matéria
grosseira, que o põe em relação com o mundo físico;
outro fluídico, por meio do qual entra em relação com o
mundo invisível.
O corpo físico é perecível e se desagrega na morte; é
um trajo vestido para a duração da viagem terrestre. 0
corpo fluídico é indestrutível, mas purifica-se e se eteriza
com os progressos da alma, de que é invólucro
inseparável, permanente. Deve ser considerado o
verdadeiro corpo, o tipo da criação corporal, o esboço em
que se desenvolve o plano da vida física. É nele que se
modelam os órgãos, que as células se agrupam; é ele que
lhes assegura o mecanismo funcional. 0 perispírito, ou
corpo fluídico, é o agente de todas as manifestações da
vida, tanto na Terra, para o homem, como no espaço,
para o Espírito. Ele contém a soma de vitalidade
necessária ao indivíduo para renascer e desenvolver-se.
Os conhecimentos acumulados no decurso das
encarnações anteriores, as recordações das passadas
existências se capitalizam e registram no perispírito.
Isento das constantes mutações padecidas pelo corpo
material, é ele a sede imperecível da memória e assegura
a sua conservação.
0 admirável plano da vida revela-se na constituição
intima do ser humano. Destinado a habitar,
alternativamente, dois mundos diferentes, devia o seu
organismo conter todos os elementos suscetíveis de o pôr
em relação com esses mundos e neles facilitar a obra do
seu progresso. Não somente os nossos sentidos atuais são
chamados a desenvolver-se, mas ainda o perispirito
encerra, além disso, os germes de novos sentidos que hão
de desabrochar e se manifestar no decurso das futuras
existências, dilatando cada vez mais o campo das nossas
sensações.
Nossos modos de percepção acham-se em correlação
com o grau do nosso adiantamento e em relação direta
com o meio em que habitamos. Tudo se encadeia e se
harmoniza na natureza física, como na ordem moral das
coisas. Um organismo superior ao nosso, não teria razão
de ser no ambiente em que o homem vem ensaiar os
primeiros passos, percorrer os primeiros estádios do seu
infinito itinerário. Nossos sentidos são, porém, suscetíveis
de aperfeiçoamento ilimitado. O homem atual possui
todos os elementos da sua grandeza futura; em
progressão crescente verá ele manifestarem-se, em torno
de si, em todas as coisas, propriedades, qualidades que
ainda lhe são desconhecidas. Aprenderá a conhecer
potências, forças, cuja existência nem sequer suspeita,
porque não há possibilidade de relações entre elas e o
organismo imperfeito de que dispõe atualmente.
O estudo do perispírito nos revela, desde já, como
pode o homem viver simultaneamente da vida física e da
vida livre do espaço. Os fenômenos do sonambulismo, do
desdobramento, da visão, da ação à distância, constituem
outros tantos modos dessa vida exterior, de que não
temos consciência alguma durante a vigília. O Espírito,
na carne, é qual prisioneiro no cárcere; o estado de
sonambulismo e de mediunidade o faz sair dela e lhe
permite, mais ou menos, dilatar o círculo de suas
percepções, conservando-o preso por um laço ao seu
invólucro. A morte é a libertação integral.
A essas diversas formas da vida, correspondem
diversos graus de consciência e conhecimento, tanto mais
elevados quanto mais livre e adiantado o Espírito na
escala das perfeições.
É observando assiduamente esses vários aspectos da
existência que se chegará ao perfeito conhecimento do
ser. 0 homem deixará de ser para si mesmo um mistério
vivo, já não será, como hoje, privado de noções exatas
sobre a sua natureza íntima e o seu futuro.
A ciência oficial tem o dever de estudar as fontes
profundas da vida; enquanto limitar suas observações ao
corpo físico, que é simplesmente a sua manifestação
exterior, superficial, a Fisiologia e a Medicina
permanecerão, até certo ponto, impotentes e estéreis.
Vimos, por certas experiências de fotografias e de
materialização, como o corpo fluídico emite vibrações,
radiações variantes de forma e intensidade, conforme o
estado mental do operador. É a demonstração positiva
deste fato, afirmado pelas mensagens de além-túmulo: o
poder de irradiação do Espírito e a extensão de suas
percepções, são sempre proporcionais ao grau de sua
elevação. A pureza, a transparência do invólucro fluídico
são, no espaço, o irrefragável testemunho do valor da
alma; a rarefação dos seus elementos constitutivos, a
amplitude das suas vibrações aumentam com essa
purificação. À medida que a moralidade se desenvolve,
novas condições físicas se produzem no corpo fluídico.
Os pensamentos, os atos do indivíduo, reagem
constantemente sobre o seu invólucro e, conforme a sua
natureza, o tornam mais denso ou mais sutil. 0 estudo
perseverante, a prática do bem, o cumprimento do dever
em todas as condições sociais, são outros tantos fatores
que facilitam a ascensão da alma e aumentam o campo
das sensações e a soma dos gozos. Mediante prolongado
adestramento moral e intelectual, mediante existências
meritórias, aspirações generosas e grandes sacrifícios, a
irradiação do Espírito se dilata gradualmente; ativam-se
as vibrações perispirituais; seu brilho se torna mais vivo,
ao mesmo tempo em que diminui a densidade do
invólucro.
Esses fenômenos se produzem em sentido inverso nos
seres inclinados às paixões violentas ou aos prazeres
sensuais; seu modo de vida determina no corpo fluídico
um aumento de densidade, uma redução das velocidades
vibratórias, donde resultam o obscurecimento dos
sentidos e a diminuição das percepções na vida do
espaço. Persistindo no mal, pode assim o Espírito vicioso
fazer do seu organismo um verdadeiro túmulo, em que se
encontre como que sepultado depois da morte, até nova
encarnação.
Dependendo o poder, a felicidade, a irradiação do
Espírito da purificação do seu invólucro, a qual é, de si
mesma, a conseqüência do seu adiantamento moral,
compreender-se-á então como o ser é o artífice da sua
própria desgraça ou felicidade, do seu rebaixamento ou
elevação. 0 homem prepara, com os seus atos, o próprio
destino; a distribuição das faculdades e virtudes não é
mais que o resultado matemático dos merecimentos,
dos esforços e longos trabalhos de cada um de nós.
0 homem possui dois corpos - dizíamos -; mas esses
"corpos não são mais que invólucros, revestimentos, um
persistente e sutil, outro grosseiro e de efêmera duração.
A alma do homem é que é o seu "eu" pensante e
consciente.
Chamamos Espírito à alma revestida do seu corpo
fluídico. A alma é o centro de vida do perispírito, como
este é o centro de vida do organismo físico. Ela que sente,
pensa e quer; o corpo físico constitui, com o corpo
fluídico, o duplo organismo por cujo intermédio ela atua
no mundo da matéria.
A morte é a operação mediante a qual esses elementos
se separam. O corpo físico se desagrega e volta a terra. A
alma, revestida de sua forma fluídica, encontra-se
novamente livre, independente, tal como a si mesma se
fez, moral e intelectualmente, no decurso das existências
percorridas. A morte não a modifica, apenas lhe restitui,
com a liberdade, a plenitude de suas faculdades, de seus
conhecimentos, e a lembrança das encarnações
anteriores. Franqueia-lhe os domínios do espaço. 0
Espírito nele se precipita e se eleva, tanto mais alto
quanto mais sutilizada é a sua essência, menos
sobrecarregada dos impuros elementos que nela
acumulam as paixões terrestres e os hábitos materiais.
Há, conseguintemente, para o Espírito humano, três
estados de vida: a vida na carne; o estado de
desprendimento ou desencarnação parcial durante o
sono; a vida livre do espaço. Esses estados correspondem
aos meios em que a alma deve trabalhar, na sua
constante progressão: o mundo material e o mundo
fluídico, ou mundo superior. É percorrendo-os, através
dos séculos sem fim, que ela chega à realização, em si e
em torno de si, do belo, do bem, do verdadeiro,
adquirindo o amor que a faz aproximar-se de Deus.
Textos complementares:
521. Podem certos Espíritos auxiliar o progresso das artes,
protegendo os que às artes se dedicam?
“Há Espíritos protetores especiais e que assistem os
que os invocam, quando dignos dessa assistência. Que queres, porém, que façam com os que julgam ser o que não
são? Não lhes cabe fazer que os cegos vejam, nem que os
surdos ouçam.”
Os antigos fizeram, desses Espíritos, divindades especiais.
As Musas não eram senão a personificação alegórica dos Espíritos protetores das ciências e das artes, como os deuses Lares e
Penates simbolizavam os Espíritos protetores da família. Também modernamente, as artes, as diferentes indústrias, as cidades, os países têm seus patronos, que mais não são do que Espíritos superiores, sob várias designações.
Tendo todo homem Espíritos que com ele simpatizam, claro
é que, nos corpos coletivos, a generalidade dos Espíritos que lhes
votam simpatia está em proporção com a generalidade dos indivíduos; que os Espíritos estranhos são atraídos para essas coletividades pela identidade dos gostos e das idéias; em suma, que esses agregados de pessoas, tanto quanto os indivíduos, são mais
ou menos bem assistidos e influenciados, de acordo com a natureza dos sentimentos dominantes entre os elementos que os
compõem.
Nos povos, determinam a atração dos Espíritos os costumes, os hábitos, o caráter dominante e as leis, as leis sobretudo,
porque o caráter de uma nação se reflete nas suas leis. Fazendo
reinar em seu seio a justiça, os homens combatem a influência
dos maus Espíritos. Onde quer que as leis consagrem coisas injustas, contrárias à Humanidade, os bons Espíritos ficam em
minoria e a multidão, que aflui, dos maus mantém a nação aferrada às suas idéias e paralisa as boas influências parciais, que
ficam perdidas no conjunto, como insuladas espigas entre espinheiros. Estudando-se os costumes dos povos ou de qualquer
reunião de homens, facilmente se forma idéia da população oculta que se lhes imiscui no modo de pensar e nos atos.
Livro Fonte Viva, Choc Xavier, pelo Espírito Emmanuel
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Demonstrações do céu
“Disseram- lhe, pois:
que sinal fazes tu para que o
vejamos, e creiamos em ti?”
(João, 6:30)
Em todos os tempos, quando alguém na Terra se refere às coisas do Céu,
verdadeira multidão de indagadores se adianta pedindo demonstrações objetivas das
verdades anunciadas.
Assim é que os médiuns modernos são constantemente assediados pelas
exigências de quantos se colocam à procura da vida espiritual. Esse é vidente e deve dar provas daquilo que identifica. Aquele escreve em condições supranormais e é constrangido a fornecer
testemunho das fontes de sua inspiração. Aquele outro materializa os desencarnados e por isso, é convocado ao teste
público. Todavia, muita gente se esquece de que todas as criaturas do Senhor
exteriorizam os sinais que lhes dizem respeito. O mineral é reconhecido pela utilidade. A árvore é selecionada pelos frutos. O firmamento espalha mensagens de luz. A água dá notícias do seu trabalho incessante. O ar esparge informações, sem palavras, do seu poder na manutenção da
vida. E entre os homens prevalecem os mesmos imperativos. Cada irmão de luta é examinado pelas suas características. O tolo dá-se a conhecer pelas puerilidades. O entendido revela mostras de prudência. O melhor demonstra as virtudes que lhe são peculiares. Desse modo, o aprendiz do Evangelho, ao solicitar revelações do Céu para
a jornada da Terra, não deve olvidar as necessidades de revelar-se firmemente
disposto a caminhar para o Céu. Houve dia em que a turba vulgar dirigiu-se ao próprio Salvador que a
beneficiava, perguntando: — “que sinal fazes tu para que o vejamos, e creiamos em
ti?
”
Imagina, pois, que se ao Senhor da Vida foi dirigida semelhante
interrogativa, que indagação não se fará do Alto a nós outros, toda vez que rogarmos
sinais do Céu, a fim de atendermos ao nosso simples dever?