13/05/2020


Olá! 
Segue nosso estudo de quarta-feira às 19hs.
Livro Cristianismo e Espiritismo 
Capítulo X -  A Nova revelação. A Doutrina dos Espíritos




Leitura inicial:
Segue Servindo 

Aceita o chão de pedras em que pises 
E sob o teu pesar, sofrendo embora, 
Sê a força de fé para quem chora 
Nas privações de múltiplos matizes. 

Segue servindo ao bem, estrada afora, 
Sem exibir as próprias cicatrizes. 
Ouve a mágoa dos grandes infelizes 
Que lhes parece noite sem aurora. 

Fita os irmãos nas trilhas que receias 
E ante o quadro das lágrimas alheias, 
Eis que o teu pranto, enfim, desaparece... 

Compreenderás, então, no fel de prova 
O recurso do Céu que te renova, 
Nas bênçãos de Jesus que não te esquece. 

Auta de Souza

Fonte: Livro Páginas de Fé, Francisco Cândido Xavier e Carlos Bacceli

Trecho do estudo:

A doutrina dos Espíritos pode resumir-se em três pontos essenciais: a natureza do ser, os seus destinos, as leis superiores do Universo. Aborda-los-emos sucessivamente. 0 estudo mais necessário, para nós, é o de nós mesmos. 0 que, antes de tudo, nos importa saber, é o que somos. Ora, de todos era esse o problema que mais obscuro permanecia até agora. Hoje, o conhecimento da natureza íntima do homem se destaca tão perfeitamente das comunicações ditadas pelos Espíritos, como da observação direta dos fenômenos do espiritismo, e do sonambulismo. 0 homem possui dois corpos: um de matéria grosseira, que o põe em relação com o mundo físico; outro fluídico, por meio do qual entra em relação com o mundo invisível. O corpo físico é perecível e se desagrega na morte; é um trajo vestido para a duração da viagem terrestre. 0 corpo fluídico é indestrutível, mas purifica-se e se eteriza com os progressos da alma, de que é invólucro inseparável, permanente. Deve ser considerado o verdadeiro corpo, o tipo da criação corporal, o esboço em que se desenvolve o plano da vida física. É nele que se modelam os órgãos, que as células se agrupam; é ele que lhes assegura o mecanismo funcional. 0 perispírito, ou corpo fluídico, é o agente de todas as manifestações da vida, tanto na Terra, para o homem, como no espaço, para o Espírito. Ele contém a soma de vitalidade necessária ao indivíduo para renascer e desenvolver-se. Os conhecimentos acumulados no decurso das encarnações anteriores, as recordações das passadas existências se capitalizam e registram no perispírito. Isento das constantes mutações padecidas pelo corpo material, é ele a sede imperecível da memória e assegura a sua conservação. 0 admirável plano da vida revela-se na constituição intima do ser humano. Destinado a habitar, alternativamente, dois mundos diferentes, devia o seu organismo conter todos os elementos suscetíveis de o pôr em relação com esses mundos e neles facilitar a obra do seu progresso. Não somente os nossos sentidos atuais são chamados a desenvolver-se, mas ainda o perispirito encerra, além disso, os germes de novos sentidos que hão de desabrochar e se manifestar no decurso das futuras existências, dilatando cada vez mais o campo das nossas sensações. Nossos modos de percepção acham-se em correlação com o grau do nosso adiantamento e em relação direta com o meio em que habitamos. Tudo se encadeia e se harmoniza na natureza física, como na ordem moral das coisas. Um organismo superior ao nosso, não teria razão de ser no ambiente em que o homem vem ensaiar os primeiros passos, percorrer os primeiros estádios do seu infinito itinerário. Nossos sentidos são, porém, suscetíveis de aperfeiçoamento ilimitado. O homem atual possui todos os elementos da sua grandeza futura; em progressão crescente verá ele manifestarem-se, em torno de si, em todas as coisas, propriedades, qualidades que ainda lhe são desconhecidas. Aprenderá a conhecer potências, forças, cuja existência nem sequer suspeita, porque não há possibilidade de relações entre elas e o organismo imperfeito de que dispõe atualmente. O estudo do perispírito nos revela, desde já, como pode o homem viver simultaneamente da vida física e da vida livre do espaço. Os fenômenos do sonambulismo, do desdobramento, da visão, da ação à distância, constituem outros tantos modos dessa vida exterior, de que não temos consciência alguma durante a vigília. O Espírito, na carne, é qual prisioneiro no cárcere; o estado de sonambulismo e de mediunidade o faz sair dela e lhe permite, mais ou menos, dilatar o círculo de suas percepções, conservando-o preso por um laço ao seu invólucro. A morte é a libertação integral. A essas diversas formas da vida, correspondem diversos graus de consciência e conhecimento, tanto mais elevados quanto mais livre e adiantado o Espírito na escala das perfeições. É observando assiduamente esses vários aspectos da existência que se chegará ao perfeito conhecimento do ser. 0 homem deixará de ser para si mesmo um mistério vivo, já não será, como hoje, privado de noções exatas sobre a sua natureza íntima e o seu futuro. A ciência oficial tem o dever de estudar as fontes profundas da vida; enquanto limitar suas observações ao corpo físico, que é simplesmente a sua manifestação exterior, superficial, a Fisiologia e a Medicina permanecerão, até certo ponto, impotentes e estéreis. Vimos, por certas experiências de fotografias e de materialização, como o corpo fluídico emite vibrações, radiações variantes de forma e intensidade, conforme o estado mental do operador. É a demonstração positiva deste fato, afirmado pelas mensagens de além-túmulo: o poder de irradiação do Espírito e a extensão de suas percepções, são sempre proporcionais ao grau de sua elevação. A pureza, a transparência do invólucro fluídico são, no espaço, o irrefragável testemunho do valor da alma; a rarefação dos seus elementos constitutivos, a amplitude das suas vibrações aumentam com essa purificação. À medida que a moralidade se desenvolve, novas condições físicas se produzem no corpo fluídico. Os pensamentos, os atos do indivíduo, reagem constantemente sobre o seu invólucro e, conforme a sua natureza, o tornam mais denso ou mais sutil. 0 estudo perseverante, a prática do bem, o cumprimento do dever em todas as condições sociais, são outros tantos fatores que facilitam a ascensão da alma e aumentam o campo das sensações e a soma dos gozos. Mediante prolongado adestramento moral e intelectual, mediante existências meritórias, aspirações generosas e grandes sacrifícios, a irradiação do Espírito se dilata gradualmente; ativam-se as vibrações perispirituais; seu brilho se torna mais vivo, ao mesmo tempo em que diminui a densidade do invólucro. Esses fenômenos se produzem em sentido inverso nos seres inclinados às paixões violentas ou aos prazeres sensuais; seu modo de vida determina no corpo fluídico um aumento de densidade, uma redução das velocidades vibratórias, donde resultam o obscurecimento dos sentidos e a diminuição das percepções na vida do espaço. Persistindo no mal, pode assim o Espírito vicioso fazer do seu organismo um verdadeiro túmulo, em que se encontre como que sepultado depois da morte, até nova encarnação. Dependendo o poder, a felicidade, a irradiação do Espírito da purificação do seu invólucro, a qual é, de si mesma, a conseqüência do seu adiantamento moral, compreender-se-á então como o ser é o artífice da sua própria desgraça ou felicidade, do seu rebaixamento ou elevação. 0 homem prepara, com os seus atos, o próprio destino; a distribuição das faculdades e virtudes não é mais que o resultado matemático dos merecimentos, dos esforços e longos trabalhos de cada um de nós. 0 homem possui dois corpos - dizíamos -; mas esses "corpos não são mais que invólucros, revestimentos, um persistente e sutil, outro grosseiro e de efêmera duração. A alma do homem é que é o seu "eu" pensante e consciente. Chamamos Espírito à alma revestida do seu corpo fluídico. A alma é o centro de vida do perispírito, como este é o centro de vida do organismo físico. Ela que sente, pensa e quer; o corpo físico constitui, com o corpo fluídico, o duplo organismo por cujo intermédio ela atua no mundo da matéria. A morte é a operação mediante a qual esses elementos se separam. O corpo físico se desagrega e volta a terra. A alma, revestida de sua forma fluídica, encontra-se novamente livre, independente, tal como a si mesma se fez, moral e intelectualmente, no decurso das existências percorridas. A morte não a modifica, apenas lhe restitui, com a liberdade, a plenitude de suas faculdades, de seus conhecimentos, e a lembrança das encarnações anteriores. Franqueia-lhe os domínios do espaço. 0 Espírito nele se precipita e se eleva, tanto mais alto quanto mais sutilizada é a sua essência, menos sobrecarregada dos impuros elementos que nela acumulam as paixões terrestres e os hábitos materiais. Há, conseguintemente, para o Espírito humano, três estados de vida: a vida na carne; o estado de desprendimento ou desencarnação parcial durante o sono; a vida livre do espaço. Esses estados correspondem aos meios em que a alma deve trabalhar, na sua constante progressão: o mundo material e o mundo fluídico, ou mundo superior. É percorrendo-os, através dos séculos sem fim, que ela chega à realização, em si e em torno de si, do belo, do bem, do verdadeiro, adquirindo o amor que a faz aproximar-se de Deus.  

Textos complementares:

Livro dos Espíritos - Da Intervenção Dos Espíritos No Mundo Corporal

521. Podem certos Espíritos auxiliar o progresso das artes, protegendo os que às artes se dedicam? 

“Há Espíritos protetores especiais e que assistem os que os invocam, quando dignos dessa assistência. Que queres, porém, que façam com os que julgam ser o que não são? Não lhes cabe fazer que os cegos vejam, nem que os surdos ouçam.” 

Os antigos fizeram, desses Espíritos, divindades especiais. As Musas não eram senão a personificação alegórica dos Espíritos protetores das ciências e das artes, como os deuses Lares e Penates simbolizavam os Espíritos protetores da família. Também modernamente, as artes, as diferentes indústrias, as cidades, os países têm seus patronos, que mais não são do que Espíritos superiores, sob várias designações. Tendo todo homem Espíritos que com ele simpatizam, claro é que, nos corpos coletivos, a generalidade dos Espíritos que lhes votam simpatia está em proporção com a generalidade dos indivíduos; que os Espíritos estranhos são atraídos para essas coletividades pela identidade dos gostos e das idéias; em suma, que esses agregados de pessoas, tanto quanto os indivíduos, são mais ou menos bem assistidos e influenciados, de acordo com a natureza dos sentimentos dominantes entre os elementos que os compõem. Nos povos, determinam a atração dos Espíritos os costumes, os hábitos, o caráter dominante e as leis, as leis sobretudo, porque o caráter de uma nação se reflete nas suas leis. Fazendo reinar em seu seio a justiça, os homens combatem a influência dos maus Espíritos. Onde quer que as leis consagrem coisas injustas, contrárias à Humanidade, os bons Espíritos ficam em minoria e a multidão, que aflui, dos maus mantém a nação aferrada às suas idéias e paralisa as boas influências parciais, que ficam perdidas no conjunto, como insuladas espigas entre espinheiros. Estudando-se os costumes dos povos ou de qualquer reunião de homens, facilmente se forma idéia da população oculta que se lhes imiscui no modo de pensar e nos atos.


Livro Fonte Viva, Choc Xavier, pelo Espírito Emmanuel

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Demonstrações do céu 

 “Disseram­- lhe,  pois:  
que  sinal  fazes  tu  para  que  o  vejamos, e creiamos em ti?” (João, 6:30)  

Em todos os tempos, quando alguém na Terra se refere às coisas do Céu, verdadeira multidão de indagadores se adianta pedindo demonstrações objetivas das verdades anunciadas
Assim é que os médiuns modernos são constantemente assediados pelas exigências de quantos se colocam à procura da vida espiritual. Esse é vidente e deve dar provas daquilo que identifica. Aquele escreve em condições supranormais e é constrangido a fornecer  testemunho das fontes de sua inspiração. Aquele outro materializa os desencarnados e por isso, é convocado ao teste público. Todavia, muita gente se esquece de que todas as criaturas do Senhor  exteriorizam os sinais que lhes dizem respeito. O mineral é reconhecido pela utilidade. A árvore é selecionada pelos frutos. O firmamento espalha mensagens de luz. A água dá notícias do seu trabalho incessante. O ar esparge informações, sem palavras, do seu  poder na manutenção da vida. E entre os homens prevalecem os mesmos imperativos. Cada irmão de luta é examinado pelas suas características. O tolo dá-­se a conhecer pelas puerilidades. O entendido revela mostras de prudência. O melhor demonstra as virtudes que lhe são peculiares. Desse modo, o aprendiz do Evangelho, ao solicitar revelações do Céu para a jornada da Terra, não deve olvidar as necessidades de revelar­-se firmemente disposto a caminhar para o Céu. Houve dia em que a turba vulgar  dirigiu­-se ao próprio Salvador que a beneficiava, perguntando: — “que sinal fazes tu para que o vejamos, e creiamos em ti? 
” Imagina, pois, que se ao Senhor  da Vida foi dirigida semelhante interrogativa, que indagação não se fará do Alto a nós outros, toda vez que rogarmos sinais do Céu, a fim de atendermos ao nosso simples dever?