01/07/2020

Olá!

Segue nosso estudo de quarta-feira às 20 hs.
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap.XVI - item 7
Utilidade Providencial da riqueza




Leitura inicial:

71 
Aproveita

  “Se  alguém  diz:  —  eu  amo  a  Deus,  e  aborrece  a seu  irmão, é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão, ao qual viu,  como pode amar a Deus, a quem não viu?” (1 João, 4:20)  

A vida é processo de crescimento da alma ao encontro da Grandeza Divina. 
Aproveita as lutas e dificuldades da senda para a expansão de ti mesmo, dilatando o teu círculo de relações e de ação. 
Aprendamos para esclarecer. 
Entesouremos para ajudar. 
Engrandeçamo-­nos para proteger. 
Eduquemo­-nos para servir. 
Com o ato de fazer  e dar alguma coisa, a alma se estende sempre mais além. 
Guardando a bênção recebida para si somente, o espírito, muitas vezes, apenas se adorna, mas, espalhando a riqueza de que é portador, cresce constantemente. 
Na prestação de serviço aos semelhantes, incorpora­-se, naturalmente, ao  coro das alegrias que provoca. 
No ensinamento ao aprendiz, liga­-se aos benefícios da lição. 
Na criação das boas obras, no trabalho, na virtude ou  na arte, vive no  progresso, na santificação ou na beleza com que a experiência individual e coletiva se alarga e aperfeiçoa. 
Na distribuição de pensamentos sadios e elevados, converte­-se em fonte viva de graça e contentamento para todos. No concurso espontâneo, dentro do ministério do bem, une-­se à prosperidade comum. 
Dá, pois, de ti mesmo, de tuas forças e recursos, agindo sem cessar, na instituição de valores novos, auxiliando os outros, a benefício de ti mesmo. 
O mundo é caminho vasto de evolução e aprimoramento, onde transitam, ao  teu lado, a ignorância e a fraqueza. Aproveita a gloriosa oportunidade de expansão que a esfera física te confere e ajuda a quem passa, sem cogitar de pagamento de qualquer natureza. 
O próximo é a nossa ponte de ligação com Deus. 
Se buscas o Pai, ajuda ao teu  irmão, amparando­-vos reciprocamente, porque, segundo a palavra iluminada do evangelista, "se alguém diz: — eu amo a Deus, e aborrece o semelhante, é mentiroso, pois quem não ama o companheiro com quem convive, como pode amar a Deus, a quem ainda não conhece?

Fonte: Livro Fonte Viva, Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel

Trecho do estudo:

Utilidade providencial da riqueza. 
Provas da riqueza e da miséria 

7. Se a riqueza houvesse de constituir obstáculo absoluto à salvação dos que a possuem, conforme se poderia inferir de certas palavras de Jesus, interpretadas segundo a letra e não segundo o espírito, Deus, que a concede, teria posto nas mãos de alguns um instrumento de perdição, sem apelação nenhuma, ideia que repugna à razão. Sem dúvida, pelos arrastamentos a que dá causa, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, a riqueza constitui uma prova muito arriscada, mais perigosa do que a miséria. É o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual. É o laço mais forte que prende o homem à Terra e lhe desvia do céu os pensamentos. Produz tal vertigem que, muitas vezes, aquele que passa da miséria à riqueza esquece de pronto a sua primeira condição, os que com ele a partilharam, os que o ajudaram, e faz-se insensível, egoísta e vão. Ao fato, porém, de a riqueza tornar difícil a jornada, não se segue que a torne impossível e não possa vir a ser um meio de salvação para o que dela sabe servir-se, como certos venenos podem restituir a saúde, se empregados a propósito e com discernimento. 

Quando Jesus disse ao moço que o inquiria sobre os meios de ganhar a vida eterna: “Desfaze-te de todos os teus bens e segue-me”, não pretendeu, decerto, estabelecer como princípio absoluto que cada um deva despojar-se do que possui e que a salvação só a esse preço se obtém; mas apenas mostrar que o apego aos bens terrenos é um obstáculo à salvação. Aquele moço, com efeito, se julgava quite porque observara certos mandamentos e, no entanto, recusava-se à ideia de abandonar os bens de que era dono. Seu desejo de obter a vida eterna não ia até o extremo de adquiri-la com sacrifício. 

O que Jesus lhe propunha era uma prova decisiva, destinada a pôr a nu o fundo do seu pensamento. Ele podia, sem dúvida, ser um homem perfeitamente honesto na opinião do mundo, não causar dano a ninguém, não maldizer do próximo, não ser vão, nem orgulhoso, honrar a seu pai e a sua mãe, mas não tinha a verdadeira caridade; sua virtude não chegava até a abnegação. Isso o que Jesus quis demonstrar. Fazia uma aplicação do princípio: “Fora da caridade não há salvação.” 

A consequência dessas palavras, em sua acepção rigorosa, seria a abolição da riqueza por prejudicial à felicidade futura e como causa de uma imensidade de males na Terra; seria, ademais, a condenação do trabalho que a pode granjear; consequência absurda, que reconduziria o homem à vida selvagem e que, por isso mesmo, estaria em contradição com a lei do progresso, que é Lei de Deus.

Se a riqueza é causa de muitos males, se exacerba tanto as más paixões, se provoca mesmo tantos crimes, não é a ela que devemos inculpar, mas ao homem, que dela abusa, como de todos os dons de Deus. Pelo abuso, ele torna pernicioso o que lhe poderia ser de maior utilidade. É a consequência do estado de inferioridade do mundo terrestre. Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra. Compete ao homem fazê-la produzir o bem. Se não é um elemento direto de progresso moral, é, sem contestação, poderoso elemento de progresso intelectual. 

Com efeito, o homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta. Cabe-lhe desobstruí-lo, saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população que a sua extensão comporta. Para alimentar essa população que cresce incessantemente, preciso se faz aumentar a produção. Se a produção de um país é insuficiente, será necessário buscá-la fora. Por isso mesmo, as relações entre os povos constituem uma necessidade. A fim de mais as facilitar, cumpre sejam destruídos os obstáculos materiais que os separam e tornadas mais rápidas as comunicações. Para trabalhos que são obra dos séculos, teve o homem de extrair os materiais até das entranhas da Terra; procurou na Ciência os meios de os executar com maior segurança e rapidez. Mas para os levar a efeito, precisa de recursos: a necessidade fê-lo criar a riqueza, como o fez descobrir a Ciência. A atividade que esses mesmos trabalhos impõem lhe amplia e desenvolve a inteligência, e essa inteligência que ele concentra, primeiro, na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais. Sendo a riqueza o meio primordial de execução, sem ela não mais grandes trabalhos, nem atividade, nem estimulante, nem pesquisas. Com razão, pois, é a riqueza considerada elemento de progresso.