Olá!
Segue nosso estudo de quarta-feira às 20 hs.
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap.XVI - item 8
Desigualdade das riquezas
Leitura inicial:
Usa a verdade com o objetivo de ajudar,
jamais como uma arma de agressão ou revide.
Fonte: Livro Serenamente em paz, de Divaldo Franco pelo Espírito Joanna de Ângelis
Trecho do estudo:
8. A desigualdade das riquezas é um dos problemas que inutilmente
se procurará resolver, desde que se considere apenas a vida atual. A primeira questão que se apresenta é esta: Por que não são igualmente ricos
todos os homens? Não o são por uma razão muito simples: por não serem
igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar. É, aliás, ponto matematicamente demonstrado que a riqueza, repartida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima e
insuficiente; que, supondo efetuada essa repartição, o equilíbrio em pouco
tempo estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões; que,
supondo-a possível e durável, tendo cada um somente com que viver, o
resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e para o bem-estar da Humanidade; que, admitido
desse ela a cada um o necessário, já não haveria o aguilhão que impele os
homens às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a
concentra em certos pontos, é para que daí se expanda em quantidade
suficiente, de acordo com as necessidades.
Admitido isso, pergunta-se por que Deus a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos. Ainda aí está uma prova da
sabedoria e da bondade de Deus. Dando-lhe o livre-arbítrio, quis Ele que o
homem chegasse, por experiência própria, a distinguir o bem do mal e que
a prática do primeiro resultasse de seus esforços e da sua vontade. Não deve
o homem ser conduzido fatalmente ao bem, nem ao mal, sem o que não
mais fora senão instrumento passivo e irresponsável como os animais. A
riqueza é um meio de o experimentar moralmente, mas como, ao mesmo
tempo, é poderoso meio de ação para o progresso, não quer Deus que ela
permaneça longo tempo improdutiva, pelo que incessantemente a desloca.
Cada um tem de possuí-la para se exercitar em utilizá-la e demonstrar que
uso sabe fazer dela. Sendo, no entanto, materialmente impossível que todos a possuam ao mesmo tempo, e acontecendo, além disso, que, se todos
a possuíssem, ninguém trabalharia, com o que o melhoramento do planeta
ficaria comprometido, cada um a possui por sua vez. Assim, um que não na
tem hoje, já a teve ou terá noutra existência; outro, que agora a tem, talvez
não na tenha amanhã. Há ricos e pobres, porque sendo Deus justo, como
é, a cada um prescreve trabalhar a seu turno. A pobreza é, para os que a
sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a
prova da caridade e da abnegação.
Deploram-se, com razão, o péssimo uso que alguns fazem das suas
riquezas, as ignóbeis paixões que a cobiça provoca, e pergunta-se: Deus
será justo, dando-as a tais criaturas? É exato que, se o homem só tivesse uma única existência, nada justificaria semelhante repartição dos bens
da Terra; se, entretanto, não tivermos em vista apenas a vida atual e, ao
contrário, considerarmos o conjunto das existências, veremos que tudo se
equilibra com justiça. Carece, pois, o pobre de motivo assim para acusar
a Providência, como para invejar os ricos e estes para se glorificarem do
que possuem. Se abusam, não será com decretos ou leis suntuárias que se
remediará o mal. As leis podem, de momento, mudar o exterior, mas não
logram mudar o coração; daí vem serem elas de duração efêmera e quase
sempre seguidas de uma reação mais desenfreada. A origem do mal reside
no egoísmo e no orgulho: os abusos de toda espécie cessarão quando os
homens se regerem pela lei da caridade.