Olá!
Segue nosso estudo de sexta-feira às 20 hs.
Livro Seara dos Médiuns
Num século de Espiritismo
Leitura inicial:
30
A ESMOLA MAIOR
"Amados, amemo-nos uns aos outros, porque a caridade é de Deus”.
JOÃO. (I João, 4:7.).
No estudo da caridade, não olvides a esmola maior que o dinheiro não consegue realizar.
Ela é o próprio coração a derramar-se, irradiando o amor por sol envolvente da vida.
No lar, ela surge no sacrifício silencioso da mulher que sabe exercer o perdão sem alarde
para com as faltas do companheiro; na renúncia materno do coração que se oculta,
aprendendo a morrer cada dia, para que a paz e a segurança imperem no santuário
doméstico; no homem reto que desculpa as defecções da esposa enganada sem cobrar-lhe
tributos de aflição; nos filhos laboriosos e afáveis que procuram retribuir em ternura
incessante para com os pais sofredores as dívidas do berço que todo ouro da terra não
conseguiria jamais resgatar.
No ambiente profissional é o esquecimento espontâneo das ofensas entre os que dirigem e
os que obedecem, tanto quanto o concurso desinteressado e fraterno dos companheiros que
sabem sorrir nas horas graves ofertando cooperação e bondade para que o estímulo ao bem
seja o clima de quantos lhes comungam a experiência.
No campo social é a desistência da pergunta maliciosa; a abstenção dos pensamentos
indignos; o respeito sincero e constante; a frase amiga e generosa; e o gesto de
compreensão que se exprime sem paga.
Na via pública é a gentileza que ninguém pede; a simplicidade que não magoa; a saudação
de simpatia ainda mesmo inarticulada e a colaboração imprevista que o necessitado espera
de nós muita vez sem coragem de endereçar-nos qualquer apelo.
Acima de tudo, lembra-te da esmola maior de todas, da esmola santa que pacifica o
ambiente em que o Senhor situa, que nos honra os familiares e enriquece de bênçãos o
ânimo dos amigos, a esmola de nosso dever cumprido, porquanto, no dia em que todos nos
consagrarmos ao fiel desempenho das próprias obrigações o anjo da caridade não precisará
desfalecer de angústia nos cárceres das provações terrenas, de vez que a fraternidade
estará reinando conosco na exaltação da perfeita alegria.
Fonte: Livro Ceifa de Luz, item 30, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel
Trecho do estudo:
EMMANUEL
Uberaba, 1º de janeiro de 1961.
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Num século de Espiritismo
Reunião pública de 4/1/60
Questão nº 1
Num século inteiro de atividades, temos visto a Ciência procurando
apaixonadamente as realidades do Espírito.
Provas indiscutíveis não lhe foram regateadas.
E tantas foram elas que Richet conseguiu articular, com êxito, as bases
clássicas da Metapsíquica, usando recursos tão demonstrativos e convincentes
quanto aqueles empregados na exposição de qualquer problema de patologia
ou botânica.
Sábios distintos, entre os quais Wallace e Zöllner, Crookes e Lombroso,
Myers e Lodge, mobilizando médiuns notáveis, efetuaram experiências de valor
inconteste.
Entretanto, se nos vinte lustros passados a mediunidade serviu para
atender aos misteres brilhantes da observação científica, projetando inquirições
do homem para a Esfera Espiritual, é justo satisfaça agora às necessidades
morais da Terra, carreando avisos da Esfera Espiritual para o homem.
Se o primeiro século de Doutrina Espírita viu realizaçÕes admiráveis,
desde os cálculos profundos da física nuclear aos rudimentos da astronáutica,
surpreendeu, igualmente, calamidades terríveis, como sejam: as guerras de
conquista e rapinagem, nas quais os campos de prisioneiros foram teatro para
os mais hediondos espetáculos de barbárie e degradação, em nome do direito;
a técnica na destruição de cidades em massa; as inquisições políticas, à feição
das antigas inquisições religiosas, amordaçando a liberdade de consciência; a
proliferação das indústrias do aborto, às vezes com o amparo de autoridades
respeitáveis; a onda crescente dos suicídios; o delírio dos entorpecentes; o
abuso da hipnose; o lenocínio transformado em costume elegante da vida
moderna; o aumento dos chamados crimes perfeitos, com manifesta perversão
da inteligência, e a percentagem assustadora das moléstias mentais com
alicerces na obsessão.
Desse modo, não nos basta apenas um “espiritismo científico” que
despenda indefinida quota de tempo averiguando a sobrevivência do ser, além
do sepulcro.
Embora a elevação de propósitos dos pesquisadores eminentes, que
tateiam os domínios da alma, não podemos esquecer a edificação do
sentimento.
É assim que, repetindo as lições do Cristo para o mundo atormentado, não
nos achamos simplesmente diante de um “espiritismo social”, mas em pleno
movimento de recuperação da dignidade humana, porqüanto, em verdade,
perante o materialismo irresponsável, a sombrear universidades e gabinetes,
administrações e conselhos, laboratórios e templos, cenáculos e multidões, o
Evangelho de Jesus, para esclarecimento do povo, tem regime de urgência.